quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Prevenindo a episiotomia

Taí um assunto polêmico. A OMS e os defensores do parto humanizado dizem que a episiotomia, ou corte no períneo, é indicado apenas em situações muito específicas. Segundo essa corrente, as lacerações que ocorrem naturalmente são menos nocivas e cicatrizam mais rápido que o corte do bisturi. E ainda argumentam que o corte artificial pode ser causa de um rasgo ainda maior.

Já alguns médicos e algumas mulheres garantem que o corte feito pelo médico, certinho, por ser mais fácil de costurar, é menos traumático. “Menina, corta que é melhor!! Senão depois você vai ver o rasgão, todo torto...”

Minha médica mesmo prefere a episio, mas garantiu que a decisão será tomada em conjunto. (Parece que o mentor da decisão vai ser o marido. A médica disse: “Seu marido fica lá comigo olhando e vê tudo o que está acontecendo. Assim ele pode ajudar a decidir o que é melhor. HAHAHAH Coitado!).

E o que a Lia acha? Como nunca pari, vou com a OMS.

Mas a própria OMS e os artigos científicos reconhecem que o risco de laceração em primíparas (mulheres que vão parir pela primeira vez) é enorme. Então, o que fazer pra evitar que, com bisturi ou sem bisturi, eu fique sentando na almofadinha de hemorróidas por algumas semanas?

Pesquisa que pesquisa, o negócio é desenvolver um períneo power. Como? Malhando! E aí vêm os famosos exercícios de Kegel (de contração e descontração do músculo) e a massagem no períneo.

Comecei os exercícios de Kegel ainda antes de engravidar, já me preparando com antecedência. Na época eu nem sabia muito sobre a episiotomia, mas sabia que esse treinamento facilitava o trabalho de parto e prevenia incontinência urinária no futuro. É bem fácil e dá pra fazer em qualquer lugar, ninguém percebe.

Durante a gestação, acrescentei exercícios que trabalham todo o assoalho pélvico (no pilates) e a parte interna da coxa. Digitei no Google “exercícios gestantes” “exercises pregnancy”, “exercices grossesse”, “ejercicios embarazo”, fiz uma seleção, imprimi tudo e venho praticando em casa.

Já a massagem no períneo, comecei semana passada, porque diz que só pode a partir da 34ª. Ela serve para aumentar a elasticidade e a capacidade de relaxamento do músculo, dando a ele uma maior resistência ao rompimento na hora em que a cabeça do bebê despontar. Devidamente autorizada pela médica, fiz a mesma pesquisa no Google e escolhi a série que me pareceu mais confortável (essa massagem no períneo é bem padrão; você pode procurar o passo a passo em vários idiomas e a variação será mínima). Testei, achei fácil, rápida e bem tranquila. Recomendo a participação do marido por dois motivos: 1) ele já vai visualizando o momento em que tudo aquilo se alargar, e isso pode diminuir o choque na hora do parto; 2) com o barrigão, fica um pouco difícil curvar o tronco pra frente pra alcançar confortavelmente as partes a serem massageadas.

Malhado e alongado, o períneo tem mais chances de sair ileso do trabalho de parto. Pelo menos é o que dizem as pesquisas. E o que mais? Ah, a posição do expulsivo.

Como todas já devem saber, a posição supino (deitada com a barriga pra cima) é a pior possível para o nascimento do bebê. Pois ela também é a que causa mais traumas no períneo, porque gera uma pressão indesejável na área. Segundo minhas pesquisas, a posição de lado é a melhor pra evitar lacerações. Mas a de cócoras também é boa, e eu tô que tô gostando de brincar de indiazinha o dia inteiro. Essa posição se tornou extremamente confortável pra mim agora no fim da gestação e provavelmente será a escolhida pro momento de expulsar a Emília.

Mesmo com tudo isso, pode ser que rasgue. Mas provavelmente rasgará menos que se eu não tivesse feito nada. E eu vou saber que fiz tudo o que podia ser feito pra ter um pós-parto mais tranquilo possível.

E aqui encerro meus depoimentos sobre os preparativos para o parto. Espero que em janeiro eu tenha boas notícias pra trazer pra vocês. E não precisa sair tudo do jeitinho que planejei; basta que eu sinta que fui respeitada, que todos os procedimentos foram feitos com a preocupação de buscar o melhor pra Emília e pra mim e que minha filha nasceu com saúde!

+++

Aproveito para dizer que minha sogra veio este fim de semana e minha irmã chegou ontem de NY, o que significa que O ENXOVAL ESTÁ PRATICAMENTE PRONTO!! ÊEEEE! Claro que ainda falta lavar muita coisa e ainda não temos o berço, ó saga... depois eu conto os detalhes pra vocês.

15 comentários:

Barbara disse...

Olha, parabens por estar fazendo tudo tao direitinho! Tenho certeza que vai dar tudo certo.

Eu recomendaria ensaiar com o marido as coisas que ele vai falar na hora do parto, para ele ser o seu porta voz (e para que vc possa se concentrar no seu trabalho). No meu parto, minha mae vai estar aqui comigo, mas infelizmente ela nao fala ingles. Ela seria minha defensora cao de guarda, com certeza! Meu marido eh um cara mais tranquilo, e eu tenho medo que ele seja muito "gente boa" com o povo do hospital em vez de bater o pe e insistir nas coisas. Mas no seu caso, se o seu marido eh capaz de avaliar uma episiotomia e fazer massagem no seu perineo, ai minha filha, voce pode ficar tranquila, porque voce eh uma mulher de sorte!

Sobre os exercicios Kegel, eu nao consegui entender nada! Depois que li a descricao "imagine que esta ao mesmo tempo soltando um pum e segurando a urina," tive um ataque de riso e me desesperei! Eu nao tenho todo esse controle dos musculos daquela area!! Fiquei sinceramente sem saber sequer por onde comecar!

Barbara - www.baxt.net/blog

Paloma Varón disse...

Que legal, Lia. Adorei o último parágrafo e o PS! Estou torcendo por boas notícias (que sei que virao), mas no tempo certo. Sem pressa.
Beijos

Flavia disse...

Uau!!
Lia, demais a tua preparação pra chegada da Emilia, e mais ainda por compartilhar com a gente. Parabéns!!
Eu tambem fiz a tal massagem no perineo, no ultimo mes, com oleo de rosa rosqueta. Se funcionou, não sei dizer, acho que sim ajuda. Mas é só um ponto mais a favor.
O que sim, no meu caso foi fundamental, foi o timming da parteira, agora empurra, agora respira, relaxa... empurra, espera... respira...
O João na hora de nascer tinha a maozinha na orelha, e a parteira teve que "puxar" a maozinha pra depois sair a cabeça, e todo o corpo.
Não teve cortes, não precisei levar pontos, o expulsivo foi rápido, e o João nasceu com 3.8 kg.


Pensa positivo e fica tranquila. Vai dar tudo certo!

Beijao

Carol disse...

Defendo 100% a sua posição contra a episiotomia. Não conversei com a minha médica sobre isso antes do parto. Quer dizer, eu sabia que esse procedimento poderia acontecer, mas não me preocupei muito com isso e achei que o melhor era deixar essa decisão para a minha médica, que teria melhores condições do que eu de avaliar a necessidade de uma episio. Sou pequena e magra e meu bebê nasceu de parto normal e bem grandão, com 51 cm e 3,680kg. Não sei se foi isso que levou minha médica (que adoro!) a decidir, mas foi feita a epiosiotomia e... não recomendo! Como o lugar é bem escondido, não dá nem para a gente ver e os pontos são de plástica, de forma que não fica cicatriz; também não sentimos nada na hora, mas depois é SUPER incômodo. É claro que passa, mas se não for necessário, melhor, né? Provavelmente conversarei sobre isso com minha médica quando for ter outro bebê, pois quero evitar passar por esse procedimento novamente.

Tathyana disse...

O melhor é você ter um plano de parto e levá-lo com vc pra maternidade. Assim você não se deixa levar pelo momento, pela dor, pela inluência da médica. Vc tem doula??? Bjsssssssss

Lia disse...

Pois é, Tathy, tenho doula não. Espero que a médica e o marido sejam o suficiente. Essa coisa de meter muita gente no meio (sei lá, depois rola conflito doula/médico) me deixa meio azuretada. Fora que é mais um profissional pra pagar. Mas de repente, no próximo parto, pode ser que eu queira fazer diferente (quem sabe eu animo até em casa??). Vamos fazer essa primeira experiência e ver no que dá. Tenho três tentativas pra chegar ao parto dos meus sonhos!!

Dani disse...

Oi Lia! É a Daniele da Ascom! Li seu blog de cabo a rabo e adorei! Vou guardar todas as dicas para quando resolver encomendar os meus...
Beijos e boa sorte no parto!!

Mari disse...

cara, a episiotomia é sem dúvida a pior memória que eu tenho de parto e pós-parto. quer dizer, o parto foi tranquilíssimo, mas quando passou o efeito da anestesia e eu senti a dor na bunda (porque é lá que dói, amigas. LÁ.), quis morrer. desagradável pacas. não tenho idéia de como seria a vida caso houvesse uma laceração, mas tenho cá comigo a impressão de que pior do que tava não dá pra ficar...
adorei a série "preparação pro parto", é uma lição de casa que toda grávida devia ter o cuidado de fazer.
beijo!

Rita disse...

Oi, Lia

muito obrigada pela visita ao Estrada. E parabéns pela Emilia e por toda a preparação à qual você está se entregando.

Não li todos os comentários de suas leitoras, então perdão se sou repetitiva, mas li seu post sobre as fraldas e queria te dar uma dica, uma outra opção, de repente: você conhece as GDiapers? Ainda não são (que eu saiba) comercializadas no Brasil, mas de repente você consegue importá-las de alguma maneira. Falei delas em um post no meu blog também (Mea Culpa), bem no comecinho do blog. São fraldas biodegradáveis.

Quanto à amamentação, adorarei trocar ideais se você quiser/precisar. Você vai ver que é realmente uma delícia, mas o início pode ser um pouco "tricky", então não hesite em pedir ajuda. Poderemos manter contato, por e-mail talvez, veremos.

Bom, a gente vai se falando. Boa sorte e prepare-se para a maior emoção de sua vida: olhar o rostinho da Emilia nos seus braços.

Um abraço!
Rita

Mari disse...

Menina, pior que eu escrevi sim sobre a episiotomia, mas no meu blog antigo (aqui: http://no-scrubs.blogspot.com/2007_10_01_no-scrubs_archive.html)! Esqueci de passar pro peqguia, que grave!! vou botar lá assim que der tempo!
beijo!

Unknown disse...

Oi, Lia.

Muito legal você estar se preparando desta forma para o parto, que é realmente um momento magnânimo e único nas nossas vidas (mesmo que venham outros depois). E obrigada também por compartilhar informações tão importantes.

Também pensei e pesquisei muito sobre o assunto quando estava grávida da Olivia mas, o que pouca gente comenta sobre o pós-parto é o que acontece com o bebê (e com a mãe) logo após o nascimento.

A gente se cuida, se informa e faz milhões de prevenções contra tantas intereferências indesejadas mas, na maioria das vezes, não para pra pensar sobre os procedimentos que acontecem logo que o bebê sai do ventre. O fato é que, na grande maioria das vezes, o médico põe o pequenino aos berros sobre a sua barriga por 5 segundos e então ele é imediatamente levado para não sei onde para uma sequência de pesar, medir, examinar, testar... E você fica lá, olhando pro teto e imaginando onde está aquele serzinho que ficou 24 horas junto com você por 40 semanas e agora sumiu!

Sem falar na mãe que, depois de tanto preparo e (para muitas) algumas horas de luta pelo parto fica lá sozinha (ou numa sala de recuperação de anestesia ouvindo histórias sobre a cesárea alheia) querendo apenas saber do seu bebê, do seu marido ou, pelo menos, de quando vão te levar para um lugar com menos cara de hospital (porque, afinal, você não está doente).

E um tempo depois (1 hora? Mil horas?) chegam com o seu pequeno já banhado e todo enroladinho para, enfim, ser propriamente apresentado a você.

Claro que todos os procedimentos que prezam pela segurança e saúde do bebê e da mãe DEVEM SER CUMPRIDOS, mas será que não tem uma forma mais delicada de fazer tudo isso?
Será que estes exames não podem ser feitos com o pequeno no colo da mãe ou sobre o seu peito? Será que, antes de tudo, não é mais importante que o bebê venha para o peito para o início da relação tão importante da amamentação (opinião pessoal: acho que aqui é que começam todos os problemas que envolvem este assunto)?
Por que não falar em um "pós-parto humanizado"?

Enfim, fica esta dica: converse com a sua médica e também com a pediatra que vai atender a Emília sobre estes primeiros momentos pois eles são valiosos e absurdamente importantes.

Boa hora! Eu e Olivia vamos ficar torcendo por vocês!

Bjos,
Monica

Unknown disse...

Oi, Lia.

Muito legal você estar se preparando desta forma para o parto, que é realmente um momento magnânimo e único nas nossas vidas (mesmo que venham outros depois). E obrigada também por compartilhar informações tão importantes.

Também pensei e pesquisei muito sobre o assunto quando estava grávida da Olivia mas, o que pouca gente comenta sobre o pós-parto é o que acontece com o bebê (e com a mãe) logo após o nascimento.

A gente se cuida, se informa e faz milhões de prevenções contra tantas intereferências indesejadas mas, na maioria das vezes, não para pra pensar sobre os procedimentos que acontecem logo que o bebê sai do ventre. O fato é que, na grande maioria das vezes, o médico põe o pequenino aos berros sobre a sua barriga por 5 segundos e então ele é imediatamente levado para não sei onde para uma sequência de pesar, medir, examinar, testar... E você fica lá, olhando pro teto e imaginando onde está aquele serzinho que ficou 24 horas junto com você por 40 semanas e agora sumiu!

Sem falar na mãe que, depois de tanto preparo e (para muitas) algumas horas de luta pelo parto fica lá sozinha (ou numa sala de recuperação de anestesia ouvindo histórias sobre a cesárea alheia) querendo apenas saber do seu bebê, do seu marido ou, pelo menos, de quando vão te levar para um lugar com menos cara de hospital (porque, afinal, você não está doente).

E um tempo depois (1 hora? Mil horas?) chegam com o seu pequeno já banhado e todo enroladinho para, enfim, ser propriamente apresentado a você.

Claro que todos os procedimentos que prezam pela segurança e saúde do bebê e da mãe DEVEM SER CUMPRIDOS, mas será que não tem uma forma mais delicada de fazer tudo isso?
Será que estes exames não podem ser feitos com o pequeno no colo da mãe ou sobre o seu peito? Será que, antes de tudo, não é mais importante que o bebê venha para o peito para o início da relação tão importante da amamentação (opinião pessoal: acho que aqui é que começam todos os problemas que envolvem este assunto)?
Por que não falar em um "pós-parto humanizado"?

Enfim, fica esta dica: converse com a sua médica e também com a pediatra que vai atender a Emília sobre estes primeiros momentos pois eles são valiosos e absurdamente importantes.

Boa hora! Eu e Olivia vamos ficar torcendo por vocês!

Bjos,
Monica

Lia disse...

Oi, Monica,
Muito pertinente seu comentário. Sim, também acho que deveria haver um pós-parto humanizado e vou sim conversar com minha médica sobre isso. Infelizmente, acho que essa é a parte sobre o qual nós (eu, meu marido e a médica) temos menor controle, porque aí é que entra a política do hospital. Fui numa maternidade que disse que alguns de seus pediatras deixam o bebê com a mãe uma meia hora antes de levá-lo pros exames, pra amamentação e tal. Mas ela disse que depende muito do pediatra que estiver lá. Como ainda não tenho pediatra, vai ser o do hospital mesmo. Em todo caso, vou deixar minha médica orientada sobre minhas preferências e já avisei meu marido pra não sair da cola da Emília. Se deixarem ela solta num bercinho ou coisa assim, orientei-o a meter a mão nela; nada de carinho no dedinho, é pra abraçar com a mão toda pra não deixar a mocinha sem toque e calor humano. "Se o pediatra implicar, faça isso quando ele não estiver olhando!!" hahaha!
E se com tudo isso eu achar que o tratamento do hospital não foi legal, posso pensar num segundo parto em casa. Acho que é mesmo o único jeito de você ficar com seu bebê o tempo que quiser.
Aliás, lindo o nome da sua filha.

Anônimo disse...

Lia! Tá bem preparada, hein! Olha, o marido é fundamental na hora - ou uma doula - pra ser seu porta-voz. O Silviu foi como um cao de guarda. Mas a decisao da episiotimia é da médica, viu? Eu se fosse você falava pro marido olhar lá nao. Beijos e esperamos aqui as notícias em janeiro.

marina guimarães disse...

lia, quando eu for grávida quero ser que nem você.
disciplina, vem pra mim! por favor!


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