sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Como plantar árvores em centros urbanos

Das três coisas que dizem que todos devem fazer antes de morrer, acho que plantar uma árvore é a mais complicada. Mais que ter um filho e escrever um livro.

Pra quem tem um quintal, vá lá. Uma chácara, melhor ainda. Mas pra quem mora em apartamento, em centros urbanos, a coisa não é assim tão simples.

Por melhores que sejam as intenções de quem resolveu colocar uma mudinha cuti-cuti de ficus próxima à calçada, a pobre árvore vai acabar sendo sacrificada quando não puder mais com suas raízes debaixo do cimento. Onde plantar, que espécie plantar, como e quando plantar... tudo isso exige um planejamento danado.

Estou há meses querendo porque querendo plantar uma árvore por aí. Alguns amigos meus já puseram frutíferas em áreas gramadas próximas aos prédios onde moram, experiências legais. Meu irmão também já fabricou, da semente, mudas de pau-ferro que foram plantadas por ocasião do nascimento dos filhos. Na época, ele tentou pegar alguma espécie de autorização com o governo local, mas parece que isso não existe. Então fica uma iniciativa individual, que pode ser muito bem sucedida ou pode resultar em galhos entrando pelas janelas ou cobrindo postes.

Este ano perdemos nove árvores em volta do parquinho da minha quadra e a vontade de plantar novas mudas veio ainda mais forte. Por falta de grana pra fazer o serviço por conta própria, acatei os conselhos de outros pais da vizinhança e segurei minha impaciência, esperando pela ação da administração do DF. E aqui compartilho uma experiência muito bacana, que pode ajudar quem estiver incomodado com a arborização deficiente da região onde mora.

Depois de fazer a solicitação à empresa responsável pela arborização de Brasília - e de amolar bastante pra apreciação urgente da nossa demanda -, eles mandaram um funcionário aqui pra fazer a vistoria. Ele indicou os lugares ideais e as espécies adequadas para plantio e liberou as mudas pra nós no viveiro. Eles poderiam nos colocar no plano de arborização da cidade e fazer o serviço completo, mas teríamos de esperar a nossa vez. Então, pra acelerar o processo, assumimos a tarefa do plantio, contratando um jardineiro.

Pra quem quer plantar árvores na cidade e não sabe começar, sugiro entrar em contato com a empresa de arborização do município e conferir se a sua região está incluída no plano anual de arborização. Se não, pode-se fazer uma solicitação de vistoria e pedir a inclusão. Se sim, tendo uma galera envolvida na vizinhança, pode-se tentar essa parceria, a comunidade assumindo o plantio. Assim, garante-se que as espécies são adequadas para o local mas passa-se à frente da morosidade habitual do serviço público.

Outra alternativa é, em vez de plantar mudas, cuidar das mudas que já estão plantadas. O governo planta, mas não rega. Quando vem uma estiagem, muitas vezes a plantinha não aguenta - ou, se aguenta, sofre muito e demora a se desenvolver. Eles também não isolam as mudas, apenas escoram com uma estaca. Quando vem o cortador de grama, pode danificar o tronco da planta.

Quando a comunidade cuida, faz uma cerquinha em volta, molha a muda em períodos de muito sol e pouca chuva, as mudas têm muito mais chance de se tornarem árvores adultas. Pra quem não sabe por onde começar, eis um bom caminho.







quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Em novo endereço

Agora estou aqui, falando de literatura: http://literaturanocolo.blogspot.com.br/

sábado, 7 de março de 2015

Filhofobia

Diz-se que, nos velhos tempos, em cidades pequenas e tranquilas, as crianças saíam para brincar sozinhas aos cinco anos. Eram muitas, muito mais crianças que adultos, brincando juntas, com espaço pra correr, árvores para subir. A assistência do adulto não era tão necessária; elas se criavam.

Daí vêm as cidades grandes, os perigos, dar a mão para atravessar a rua, ter de ficar o tempo todo de olho na criança, o medo da violência. E a falta de opções de lazer adequadas, crianças em apartamentos pequenos, áreas públicas insuficientes. Muitas vezes é necessário pegar o carro para ir a um parque. Ter filhos ficou mais trabalhoso, mais caro, mais complicado, e com isso as pessoas têm cada vez menos filhos.

Ter filhos hoje significa brincar com eles, pois nem sempre há outras crianças por perto. Quando as há, cabe ao adulto acompanhar a brincadeira, mais de perto ou mais de longe, conforme a idade e a maturidade da criança. Por questões de segurança física, mas também por questões de segurança emocional. O coleguinha do parquinho muitas vezes é um desconhecido; não é aquele vizinho da cidade pequena, que a criança via todos os dias, que era quase um primo. Às vezes eles formam vínculos, e o coleguinha nunca mais aparece. Coisas de cidade grande. Mas é sabendo disso que nos tornamos pais.

Então a gente é pai, e daí vem uma preguiça enorme de ser pai. Porque também nós não sabemos mais brincar, subir numa árvore, enterrar o pé na areia, cantar enquanto empurramos o balanço. Aí vem o pai, a mãe, e empurra distraidamente o balanço enquanto manda um whatsapp. Olha pra tela, enquanto a criança olha pro nada, apática, ou tenta chamar a atenção do adulto de alguma maneira. Ou então o pai, a mãe, senta num banco do lado de fora do parquinho e fica touchscreenzando, enquanto a criança se vira dentro do parquinho. "Mãe, me empurra no balanço?"; "Pai, me ajuda a subir nesse brinquedo?" "-Vai naquele outro que você consegue ir sozinha."

As babás, as mães, os pais que estão dentro das grades, ao lado de suas crianças, acabam cuidando como podem da criança desassistida. Porque a criança desassistida, que sabe que o adulto que a levou ao passeio não vai dar a atenção que ela deseja, sempre pede atenção dos outros adultos. Esses que, a criança desassistida observa, estão efetivamente cuidando das suas crianças.

Às vezes não tem jeito: a criança desassistida cai, leva um tombo, ou quer sair pra passear com o colega que tem cuidador. Daí a mãe, o pai do celular, olha com aquela tromba, levanta o traseiro do banco como se pesasse uma tonelada, e vai se arrastando pra dentro das grades, buscando a primeira oportunidade para cair fora.

Em parquinhos, em restaurantes. Genitores que parece que têm uma preguiça enorme de cuidar dos filhos. E deixam os moleques soltos pros estranhos cuidarem. Ou não.

Considero que o celular por si só já foi uma desgraça pra interação pai-filho. O celular com internet, whatsapp e o escambau, uma desgraça maior. O que será de uma geração de crianças criadas por adultos abobalhados que não conseguem tirar o olho de uma tela? Parece uma alergia coletiva às crianças, e que belo refúgio nós encontramos!

Quando formos cuidar das crianças, melhor desligar o celular - ou pelo menos o wifi.

 

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Um Brasil diferente para as nossas crianças

Todos estão a par da situação calamitosa que vive o estado de São Paulo com relação à água. E não só São Paulo, mas todo o país sofre as consequências climáticas da depredação da natureza.

Sem mais blá-blá-blá, mãos à obra:

Existe um movimento para levar ao congresso um projeto de lei de iniciativa popular contra o desmatamento. Para assinar a petição, é só preencher o formulário.



Tudo está muito bem explicadinho no Guia do Mobilizador, que pode ser acessado por aqui. Nada de conversa fiada de que precisamos plantar na Amazônia para não morrermos de fome. Precisamos, sim, da regulação térmica da floresta pra termos chuvas e não morrermos de fome.

Desmatamento Zero Já! Queremos nossas chuvas de volta!



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