segunda-feira, 31 de agosto de 2009

A hérnia e a barriga pós-almoço

Continuo meio fora do ar, impossibilitada de ficar mais de meia hora na frente do computador por causa de mais uma crise de torcicolo. Motivo? Duas hérnias de estimação que tenho na cervical. Desvantagem: dor e restrições de movimento. Vantagem: uma semana de atestado. Pilates e RPG pra tratar, vamos ver se até o fim do ano fico mais parecida com uma pessoa normal.

E uma rapidinha sobre o caráter público da barriga de grávida. Todo mundo pega: marido, parentes, chefe, amigos e até desconhecidos. Os mais próximos querem fazer carinho no bebê e conversar com ele. Não me incomodo, contanto que respeitem um limite: a hora sagrada da refeição. Lá está você, depois de bater um pratão de risoto, beber 5 taças de suco de uva e se entupir de morango com chantilly. E daí vem sua irmã querida esfregar sua pança.

Não rola.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Maternidades - Parte 1

Antes de mais nada, um parêntese:

Vivam os blogs e vivam os comentários! Se este meu blog não chegar a ser de utilidade pública, certamente está sendo de grande utilidade particular. Digo isso por causa do post de ontem: a gente se informa e tenta fazer tudo direitinho, mas é só pela experiência real de outras mães que dá pra saber o que é realmente necessário. Cheguei à conclusão de que várias orientações presentes nos sites especializados são genéricas, feitas por jornalistas que muitas vezes nem são mães/pais, e não se aplicam a todo mundo. Então, meninas, mais uma vez, valeu demais!

Fecha parênteses.

Continuando meu relato de ontem: depois da visita frustrada ao pediatra, fomos conhecer a maternidade do Hospital Santa Luzia, talvez a mais famosa de Brasília. E aí caiu mais um mito: o de que o mundo conspira para te fazer parir amarrada numa cama, totalmente na horizontal, longe do marido, e sem poder fazer xixi, caminhar ou ingerir nada.

Chegamos ao hospital e pedimos para conhecer a maternidade. Um rapazinho meio aéreo nos levou até a área dos apartamentos e começou o tour. O corredor era limpinho, bonito até. Nas portas dos quartos, os nomes das crianças. Ele nos levou a um quarto vazio e começou:

- Nós temos frigobar, TV a cabo...

Aí eu pensei: “Super interessante. Tudo o que eu vou querer fazer depois de parir é assistir Oprah.” Mas aí ele continuou, e ficou melhor:

- Nós não temos berçário. O bebê fica o tempo todo com a mãe.

Ponto! E o meu marido, sempre atento, perguntou:

- Mas e onde é que as mulheres têm os bebês?

Ele explicou que as salas de parto ficavam no andar de cima e que ele teria de checar para ver se poderíamos ir lá. Fez uma ligação e nos autorizou a subir.

Demos a sorte de não haver ninguém em trabalho de parto naquele horário, então pudemos passear livremente, acompanhados pela enfermeira Edilene, que não parava de falar. A sala onde as mulheres ficavam “dilatando” era ampla, com leitos divididos por cortinas e uma área comum. Bastante espaço para caminhar, um banheiro exclusivo para grávidas e outro para os acompanhantes, bolas de pilates. E a enfermeira:

- Você já viu essa bola? Aqui a gente humaniza, viu? Eu amo parto normal. Aqui as mulheres chegam com 4 (supus que se tratavam de centímetros de dilatação), daí quando chega a uns 10 elas vão ali pra sala de parto. Eu dou a maior atenção, viu? Faço massagem e tudo, mas claro, se tiver muito lotado a gente não consegue dar essa atenção tão especial, uma pena. Torce pra você vir no meu plantão. As outras enfermeiras humanizam, mas eu sou a mais fã de parto normal.

Ela nos mostrou as duas salas de parto – normal e cesárea. A sala de parto normal era equipada com cama que permite posição de cócoras, barra no teto para a mulher se segurar e barras de apoio também nas laterais da cama.

- Você pode pedir pra aumentar ou diminuir a temperatura, sabe? Aqui a gente humaniza, é como a mãe se sente melhor. Pode até trazer um CD, mas se não quiser a gente tem esse aqui [som de Enia, Jesuis!] Se estiver tudo bem com o bebê, ele fica no peito da mãe um tempo antes de receber os cuidados pediátricos. Depois dos cuidados, ele já volta rapidinho pra mamar na primeira hora. Aí eu explico tudo. Aqui tem banco de leite. A pegada tem que ser assim, viu, não pode fazer aquele barulho, tem que abocanhar toda a auréola (...)

Mostrou também a sala de espera e a farmácia e se despediu efusivamente, torcendo mais uma vez para eu dar à luz no plantão dela.

Claro, é um hospital. Tem aquele cheiro, as roupinhas ridículas, e de vez em quando dá pra ver uns velhinhos de camisola se arrastando pelas alas vizinhas. Mas confesso que fiquei bem satisfeita com o clima do lugar, bem longe das casas de tortura descritas por aí. E olha que esse hospital não faz propaganda de parto humanizado nem nada... apenas oferece condições para parto normal dentro das recomendações da OMS. Mais que bom pra mim.

Mas ainda não sei se é lá que vou ter meu bebê, porque ainda preciso visitar o Santa Lúcia – segundo minha médica, oferece condições semelhantes e é mais vazio, porque atende menos convênios. É menos conhecido pela maternidade que por outros serviços (minha mãe acha, por exemplo, que ele é mais equipado caso haja alguma emergência e tem médicos melhores). Então aguardem a segunda parte da saga “Maternidades”: visita ao Santa Lúcia.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Pediatras

Dizem por aí que é bom escolher o pediatra antes de o bebê nascer. Como sou daquelas mães nerds que querem fazer tudo certinho, segui as recomendações e marquei consulta com um pediatra recomendado pelas comunidades do Orkut (não tenho Orkut, mas uma amiga pesquisou pra mim) e pela minha obstetra. E atendia meu plano, o que era perfeito.

Quando fui marcar a consulta, ficaram me pedindo o nome da criança. Expliquei que eu era gestante e que o bebê ainda não tinha nome. Marquei no meu nome mesmo e lá fui eu.

Chegando lá, a moça me perguntou de novo o nome da criança. Expliquei mais uma vez que a criança não existia enquanto cidadão, não tinha sexo, nem nome, nem RG. Que eu estava indo lá pra conhecer o pediatra.

- Nossa, não sei então como faz. Tem que ser no nome da criança. Vou falar com o médico que ele deve saber.

Ela voltou e disse:

- O plano de saúde não vai pagar, então vai ter que ser particular mesmo. Você pode pagar preço de convênio.
- E quanto é?
- R$100,00.
- Moça, isso não é preço de convênio.
- Mas aqui a consulta custa R$180,00.
- Tudo bem, mas não venha me dizer que isso é preço de convênio.
- Mas é que o plano de saúde não paga se não for no nome da criança.
- Eu compreendo, mas vocês podiam ter me avisado isso quando eu marquei a consulta. Eu disse qual era meu plano e disse que era gestante. Não estou trazendo nenhuma informação nova.
- Deve ter sido outra recepcionista... Mas e então?
- Não vou decidir isso agora.
- Depois você marca de novo, sempre tem vaga...

Resolvi finalmente que não vou pagar consulta pra conhecer pediatra. Se for pra gastar, vou logo num médico que minha família conhece há anos e que não atende convênio. Então, com esse plano B na manga, vou lá no Dr. Credenciado assim que o bebê nascer, devidamente coberta pelo plano de saúde. Se não gostar, mudo pro Dr. Amigo-da-Família-não-Credenciado. Fui achar minha obstetra já com 2 meses de grávida. Então o pediatra também pode esperar, e que se dane a antecedência!

Mas claro, como não poderia deixar de ser, meu espírito nerd me atacou na saída do consultório, e propus ao marido:

- Amor, já que estamos aqui no Setor Hospitalar, vamos conhecer as maternidades?

E lá fomos nós... amanhã eu conto.

+++

Ah! Hoje completo 19 semanas de gestação! Parabéns pro bebê!

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Que bonitinho!

Sábado de manhã, eu e Rafael (ele pela primeira vez) no salão pra cortar os cabelos. Lugar super descolado, cheio de gente fashion. A cabeleireira dele era uma mulher super machona, roupa de menino, cabelos curtésimos, boné, alargador na orelha, tatuagens. Contou da vida, que morava com uma mulher que tinha um filho de 4 anos. Então o Rafael comentou:

- Nós também vamos ter um filho, minha mulher está grávida.

E ela:

- Que bonitinho!

++++++

Desculpem pela demora em aprovar os comentários esse fim de semana. Além de estar com meu computador de casa pifado, fui presenteada com mais um torcicolo. Dor, dor e mais dor. Às vezes tenho a sensação que não vai ter RPG e Pilates que curem os efeitos dessa hérnia... :(

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Sonhos

Ser outra coisa.

Às vezes olho pra minha vida e me pergunto como vim parar onde estou. Algumas coisas são muito melhores do que imaginei: tenho um marido fantástico, estou perto da minha família, estou me mudando pra um apartamento lindo. E tenho um emprego muito melhor do que pretendia ter com a minha idade.

Mas algo parece não estar certo.

Em primeiro lugar, o que estou fazendo? Não estou traduzindo, não estou revisando textos (pelo menos não a maior parte do tempo). Escrevo, é verdade, mas documentos padronizados. E passei os últimos três anos e meio conciliando uma jornada louca, 40h semanais de trabalho e uma graduação diurna, pra lá e pra cá. Tornei-me tradutora há seis meses e hoje só sinto saudades. Não do caos que era minha vida, mas daquilo que eu amava, que era traduzir. Quis emendar um mestrado, mas precisava parar. E agora, mais que nunca, não posso voltar àquela rotina ensandecida. Entre continuar os estudos e seguir trabalhando, fiz a segunda opção (pelo menos temporariamente).

Em segundo lugar, o meu tempo. 40 horas. Não sei quem inventou isso. Sei que em São Paulo as pessoas trabalham 12h por dia, e que na Revolução Industrial a jornada chegava a 16h. Mas não creio que isso torne humanas as 8h diárias – note-se: com a obrigatoriedade de tirar pelo menos uma hora de almoço, o que me coloca 9h fora de órbita. Você passa todo o seu sol vivendo a vida dos outros, trabalhando pra sociedade, e tem de contratar outras pessoas pra viverem a sua vida – pra limpar sua casa, fazer sua comida, cuidar dos seus filhos. Fiz tudo durante muito tempo, mas há quase um ano não passo mais minhas roupas e não limpo mais a casa. Super legal? Sinceramente? Preferia ter um dia a menos de trabalho pra cuidar da minha casa.

Desde que resolvi fazer outra graduação e mudar definitivamente de carreira, mesmo trabalhando tempo integral, ensaio tomar novos rumos. Mas me falta a coragem. Foi até fácil colocar as contas na ponta do lápis e superar a redução de quase metade do nosso orçamento. Não tenho medo de viver com simplicidade, teremos o suficiente para levar uma vida digna. Mas me apavora largar um cargo público, cada vez mais difícil de conseguir. Penso nas férias, licença maternidade de 6 meses e, sobretudo, na aposentadoria.

Eu podia ficar horas falando sobre isso. Às vezes acho que estou vivendo com base em valores que não são os meus: segurança e estabilidade. Faço planos, tento estabelecer prazos para tomar uma atitude. Reflito, reflito. E sonho.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

*?(&)#@{*}!

Não sou de falar palavrão. No máximo, solto um m**** muito raramente, mas quase sempre pra zoar meu marido ou minha irmã. Adoro ver a reação deles. O Rafael é assim: “O que você disse? Não escutei direito. Repete.” A Lídia, que conversa muito comigo pelo Gtalk, diz: “Este chat não tem lugar para esse tipo de linguajar.” Mas é inevitável xingar um pouquinho de vez em quando com os clássicos “droga!” e “saco!”.

Daí que o Rafael reclamou que eu ando usando demais esse vocabulário chulo. “Já pensou quando o bebê vier, você falando assim?”.

E é verdade, as crianças aprendem e repetem. E se fosse só repetir ainda seria menos mal, você dá uma bronca e sai cheio de moral. O pior é quando eles soltam uma justificativa que te deixa com a cara no chão. Dia desses minha mãe repreendeu uma criança de três anos porque falou “droga!”. A resposta do menino:

- Ué, foi minha vó que me ensinou.

Novamente minha mãe – que detesta palavras desagradáveis –, argumentando com uma menina uns anos mais velha que “droga” era palavrão.

- Mas tia, a droga que eu falei é de remédio, não de palavrão.

Rá!

Ok, é bem mais legal dizer coisas agradáveis e inspirar as crianças a não serem pessoas reclamonas e explosivas. Mas o que você diz quando vai virar o omelete e voa ovo cru no chão e no fogão que você acabou de limpar?

- Oh, céus, que lástima. Lálálá, não faz mal, limpamos outra vez.

Um “saco!” nessas horas é excelente para extravasar... e em cinco minutos está tudo limpo novamente e você cantarolando igual a Poliana. Lindo, não é mesmo?

****

P.S.: Meninas, valeu demais pelos comentários no último post. Vocês salvaram a minha vida.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Enquete: carrinhos

Ok, ainda faltam 5 meses pro meu bebê nascer, mas acho que está na hora de aprender sobre carrinhos. Não gosto de deixar nada pra última hora – já escolhi a creche, já marquei consulta com pediatra, já estou craque em amamentação (pelo menos teoricamente... hehehe).

Decidi que é hora de escolher o carrinho por dois motivos: primeiro, minha irmã talvez vá pros EUA em novembro e, se tudo der certo, vai comprar o carrinho lá. Segundo, porque a Nina me mandou um cupom de desconto no site Saci Pererê e pensei que quanto antes eu resolver que carrinho eu quero, mais provavelmente conseguirei aproveitar as promoções que aparecem (caso minha irmã não viaje).

Já li algumas dicas sobre isso no blog da Roberta, mas ainda não foi o suficiente pra eu me resolver. Me digam aí se meus desejos são muito irreais:

- Não pode ser nada trambolhento e pesado, difícil de transportar. Tenho um Clio hatch e não pretendo trocar de carro tão cedo, se é que vocês me entendem.
- Gostaria de usar o mesmo carrinho durante todas as idades do bebê, e não ter de comprar um modelo diferente quando ele ficar maiorzinho (aliás, até que idade precisa de carrinho, hem?).
- Preferencialmente deve ser resistente o suficiente para durar para toda a prole (quero três – filhos, não carrinhos –, lembram?).
- Se não sacolejar demais também vai ser excelente.
- Fashion? Sim, é um “plus a mais”. Não é indispensável.

Ah, eu sei que é bom ir na loja, experimentar e tal. Mas é bom já ir com uma ideia, né?

Então opinem aí... será que existe algo ao mesmo tempo confortável, resistente, estável, leve e compacto?

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Quem tem medo do porco mau?

Mamãe 1x0 gripe.

Minha mãe escreveu este relato sobre a convalescência da minha irmã semana passada:

Depois de 5 dias de isolamento, hoje a Isabel volta a circular com saúde.
Quarta passada ela acordou passando super mal: febril, moleza, dor de cabeça, tontura, ânsia de vômito. Na possibilidade de ser gripe suína, não mediquei para não mascarar os sintomas. Às 14h a febre já estava 38,7, e a prostração total.

Liguei para um médico amigo da família e recebi a seguinte orientação: Só a leve ao hospital se ela estiver com dificuldade respiratória e medique como sendo uma gripe forte. Os hospitais públicos estão lotados. Mesmo indo a um hospital particular, o acesso ao Tamiflu tem que ser autorizado pelas autoridades sanitárias.
Então iniciei um tratamento intensivo: antigripal, antitérmico, descongestionante nasal, vitamina C, homeopatia para gripe, amigdalite e tosse – de hora em hora e muito líquido. Oferecia um pouquinho de comida de 3 em 3 horas. No 3º dia entrei com antiinflamatório. A mantive em isolamento. Separei, inclusive, a louça e o banheiro para não contaminar os outros.
Hoje a Bel está de alta total. Já fizemos até uma caminhada matinal.
Minha irmã sugeriu fazer exame para pesquisar o vírus e eu preferi não enfrentar aglomerações de doentes. Se foi gripe suína não sei. Mas esta foi a primeira vez que ela foi nocauteada ao entrar no ringue.
Com esta, até perdi o medo desta pandemia. Se alguém aparecer gripado, apelo logo no início para evitar maiores complicações e aconselho a todos a fazerem o mesmo. Hospital só em caso de dificuldade respiratória, pois os óbitos são geralmente causados por pneumonia. Só pra prevenir, estamos todos tomando 1g de vitamna C por dia, por tempo indeterminado.
O Governo não pode mandar a população se automedicar, mas nesta situação, para mim, este é o melhor caminho.

Assinado, Doutora Luzia CRM 007

Eu perguntei: "Mãe, posso publicar seu relato?" Ela respondeu: "Não, podem cassar meu CRM que eu passei 30 anos para conquistar..."

OBS.: Minha mãe é economista, funcionária pública aposentada e, nas horas vagas: arquiteta, costureira, pintora, desenhista, professora, cozinheira, enfermeira, médica e comediante.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Surtada

Ontem, como sempre, fui fazer minha marmita para levar pro trabalho no dia seguinte. Resolvi também transformar em sopa a abóbora que estava na geladeira e fazer minha limonada suíça com couve de todos os dias.

Pimentão no forno, tofu na frigideira, arroz na panela, lava brócolis, corta brócolis, cozinha brócolis no vapor, corta abóbora, joga abóbora na panela. Joga brócolis na água fria pra parar o cozimento, secou a água do arroz, vira o pimentão, vira o tofu, toca o telefone. Minhas irmãs estão trazendo o carro pra meu marido dar uma olhada antes de mandar pra revisão. “Ok, ele ainda não chegou, mas podem vir”. Chega marido. Também quer limonada. Chegam as irmãs. Tudo no fogo. Corta cogumelos. Abóbora ficou pronta, separa a casca, bate no liquidificador. Corta alho, refoga alho, volta o creme de abóbora, quase não cabe na panela.

- Lia, Lia, deixa eu falar com o neném!! Tenho que gritar na sua boca, né, porque o neném só ouve a voz da mãe.

Rasga couve, põe no liquidificador. Liquidificador entala, tem couve demais. Insisto, empurro. Funciona. Coloco os limões, o liquidificador reclama.

- Tem que botar mais água, Lia! Coloca mais água! Deixa eu falar com o neném!

Coloco mais água, continua entalado. Tem coisa demais no liquidificador, o suco só tem gosto de couve. Nada de bater os limões.

- Irmã, o apartamento está lindo! Amanhã tem que ir pagar o marceneiro. O sinteco chega segunda. A gente tem que sair pra comprar os puxadores, viu?

- Lia, Lia, deixa eu falar com o neném? Oláaaaa!!! Pffffuuu!! Diga oi pra tia Lídia!

- AHHHHHHHHHHHHHHHHH!! SAIAM DAQUI QUE EU NÃO ESTOU CONSEGUINDO FAZER A PORCARIA DO SUCO!!

- Amor, você fica tão linda surtada.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Engravidando

Eu tinha um professor no ensino médio (nem faz tanto tempo assim, mas a gente ainda chamava de 2º grau) que dizia que algumas coisas ou eram, ou não eram. Que não podiam ser mais ou menos. E este era o exemplo clássico:

- Ninguém pode estar mais ou menos grávida. Ou está, ou não está.

Eu achava graça, pensava: “é mesmo”. Pois não acho mais que seja assim.

Mesmo que, cientificamente, a mulher esteja grávida a partir do momento da concepção, nosso corpo – física e emocionalmente – vai engravidando aos poucos.

Quando vejo uma mulher com uma barriga enorme, penso: “Aquela lá está super grávida.” Ou gravidona. Ou, quando parece que vai dar a luz a qualquer momento, MEGA grávida. Até a Cath comentou no post de ontem: “...quanto mais grávida você estiver...”

E tem as gravidinhas, que ainda podem arriscar uns minutinhos deitadas de bruços ou dormirem tranquilamente de barriga pra cima. Essa sou eu. E já me sinto super credenciada a dar dicas de obstetras e compartilhar tudo o que aprendi sobre amamentação na SMAM com minhas amigas que acabaram de descobrir a gravidez. Cinco, sete semanas. Pouco grávidas.

Mas, claro, estou cada vez mais grávida. A barriga vai aparecendo, o sono vai aumentando, começo a sentir os movimentos do bebê. Esses dias chorei porque estava me achando gorda.

- O que está acontecendo com você? – meu amor me pergunta.
- Acho que estou ficando grávida...

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Terrorismo

Detesto gente que fica criando pânico.

“Acabou o álcool gel em Brasília.”
“Confirmaram mais um caso de gripe suína aqui.”
“Você quer ter três filhos? A gente conversa depois do primeiro.”
“Não quer dar chupeta? Espera só ver a primeira choradeira.”

Ai que saco! Por que tem gente que adora te alertar (agourar) sobre tudo o que pode (vai) dar errado?

Desculpem aí o desabafo. Juro que nos outros 90% do tempo estou uma grávida zen que acha que as pessoas não falam as coisas por mal.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Sobre armas e outras coisas mais (ou: Histórias do meu irmão)

A Adriana, amiga da Roberta, dia desses fez um post no blog dela sobre perigos domésticos. No caso, ela falava sobre crianças que pegaram facas afiadas numa lava-louças aberta. Na hora, lembrei do meu irmão e resolvi escrever este texto sobre ele.

Desde pequeno, meu irmão se interessava por engenhocas. Gostava de mexer nas ferramentas do meu pai e nos aparelhos eletrônicos. Meus pais compraram um kit de ferramentas de plástico e ele logo descobriu como era interessante bater com o martelo na cabeça de um recém-nascido (no caso, moi). Ainda pequenininho, desmontou o rádio de um conhecido do meu pai e, obviamente, não conseguiu montá-lo de volta. Depois que viemos pra Brasília, ele, com já mais de 6 anos, abriu nossas bonecas que falavam, extraiu cirurgicamente o motorzinho e colocou num carrinho de lego pra fazê-lo correr (percebam que seu interesse não era o carrinho, mas o motor).

Não lembro quantos anos ele tinha quando ganhou a primeira faca (dessas tipo adaga, curvas) e sua primeira espingarda de pressão. Meus pais eram loucos? Vejam a situação e avaliem.

Já muito novo ele começou a pedir armas, e não podia ser muito de brinquedo; tinha que pelo menos atirar bolinhas com uma força considerável. A resposta sempre foi não. Então um dia a professora da escolinha disse que ele estava fazendo revólveres com bolachas cream cracker. Foi então que eles cederam.

E meu irmão nem precisava de armas prontas. Se não as tivesse, ele mesmo fabricava alguma coisa perigosa a partir de materiais inusitados. Uma vez ganhou umas cápsulas de bala vazias de um tio avô. Então ele raspou as cabeças de vários palitos de fósforo e socou nas cápsulas junto com outras coisas que eu desconheço (limalha de ferro, enxofre, sei lá, coisas que eu nem sei onde ele arrumava). Daí ele explodia as cápsulas e ficavam umas marcas lindas no teto da cozinha.

Também fabricava facões com tubos de alumínio. Também não me perguntem onde ele arrumava esses tubos. Pegava um martelo (dessa vez de verdade, não de plástico), batia, batia, até o tubo ficar achatado. Daí ele amolava um dos lados, e voilà! Quando íamos pra um lugar onde tinha mato, ele fica sacudindo essa “espada” de um lado pro outro, cortando as plantas. Confesso que eu achava super legal.

E tinham também aquelas telas com buraquinhos. Ele cortava as extremidades dos buracos e fazia estrela ninja, soco inglês, enfim, qualquer coisa extremamente cortante.

Meus pais então desistiram e compraram uma espingarda de chumbinho (que foi roubada, e eles compraram outra no lugar!), uma coleção de facas e mais outras excentricidades tecnológicas: binóculo que permitia ver as crateras da lua, microscópio, tubo de raio laser.

Apesar do arsenal bélico, meu irmão sempre foi um menino muito bonzinho. O problema é que ele nasceu com uma inclinação natural para esse tipo de “brinquedo”, e essa mesma curiosidade levou-o a ser um brilhante aluno, principalmente na área de exatas, e estudar no ITA anos depois.

Até virar adulto, ele explodiu mais um monte de coisas e incendiou outras tantas. Quando tudo parecia mais calmo, minha irmã foi visitá-lo em Porto Alegre e conta que o viu brincando com uma canetinha que projetava um laser verde. Por causa da potência, o brinquedinho trazia a inscrição: DANGER! Eu digo que vou mandar fazer pra ele uma camiseta com esses dizeres ou algo do tipo CAUTION ou BIOHAZARD.

E escolhi essa criatura pra ser padrinho do meu bebê... Tenho juízo?

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Mexeu comigo

Era segunda-feira, fim da tarde. Deitei na maca para começar o RPG. De repente, senti um calombo se formando no meu baixo ventre. Estranhei, apalpei, e tive certeza de que aquilo era meu útero. Pensei: “o bebê deve ter mudado de posição”.

Reparem que usei mentalmente as palavras “mudou de posição”, e não “mexeu”. Lembrei-me das barrigonas de 7 meses ou mais e das mães me dizendo: “aqui está a cabeça, aqui está o bumbum. Agora o braço foi pra lá”. Isso pra mim era mexer. Fiquei então com aquela pulga atrás da orelha, sem me emocionar devidamente.

Desde que completei 16 semanas, fico constantemente com a mão na barriga para ver se percebo alguma coisa, porque li que é a partir daí que a mãe pode começar a sentir os movimentos do bebê. Descobri que isso não funciona, porque você sente algo dentro de você antes de perceber qualquer coisa com as mãos.

Depois desse episódio, comecei a apalpar minha barriga para tentar identificar as alterações. Coloco as pontas dos dedos sob o umbigo e sinto uma curva bem definida, rígida. Como se eu tivesse engolido uma bola de futebol. Suponho que seja o útero, que subiu horrores.

Ontem, deitada para dormir, de barriga pra cima, senti de novo uma massa se movendo lá embaixo. Depressa coloquei a mão e notei que o lado direito estava bem mais protuberante, como se houvesse uma bolinha (essa de tênis) quicando lá dentro.

- Amor! Sente isso aqui! Acho que o bebê está mexendo!

Ele coloca a mão, tem dúvida. Sente o enorme caroço, mas não percebe qualquer movimento.

- Parece que está mais alto do lado direito mesmo. Mas não sei.

Tira a mão. Coloco a minha. Antes que eu pudesse me dar conta, o calombo se foi.

- Agora olha, amor! Sumiu. Deve ter se mexido de novo.

Dessa vez ele concorda. Definitivamente, algo mudou. O ventre está plano agora.
Sorrimos.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Todos os nomes (ou nenhum deles)

Desde que a gente se descobre grávida, e principalmente depois que já dá pra saber o sexo, as pessoas gostam de perguntar que nome o bebê vai ter. O sexo do meu só vai sair na morfológica, lá no 5º mês, já que eu não quis fazer uma ecografia só pra isso. E quando me perguntam as opções de nome, sempre fico numa saia justa. Faço mistério, digo que não sei, que é segredo.

Não posso falar mal do Rafael aqui – nem em lugar nenhum, né, amor? –, portanto não vou dizer que ele é chato pra escolher nomes de crianças. Ele é apenas, digamos, criterioso. Talvez um pouco criterioso demais.

Um pouco antes de casarmos, o Rafael se mudou de vez para Brasília e viemos pela estrada (720km desde BH) discutindo possíveis nomes para os três filhos que queremos ter. Era assim: eu ia listando os nomes e ele ia dizendo “Não. Não. Não. Hmmm talvez, não gosto muito. Não. Pode ser, mas acho que não. Não.” Esse era muito comum, aquele era o nome do coleguinha que batia nele na 1ª série, aquele outro rimava com não sei o quê. Como foram muitas horas de viagem, finalmente conseguimos chegar a um consenso sobre dois nomes de menina e um de menino. Então estava tudo certo, a menos que Deus nos presenteasse com três filhos do mesmo sexo ou com um menino a mais. Pelo menos o primeiro já estava garantido.

Os nomes das meninas até agora são uma tranqüilidade. Tem muita opção legal, e o nome da primeira até hoje é indiscutível, nós dois adoramos. Acontece que eu nunca consegui me acostumar com o nome de menino que ele escolheu (curiosos, né? Pois a gente combinou que era segredo). Segundo ele, que NÓS escolhemos. Isso porque fui eu que sugeri e ele disse: “Opa, esse é legal”. Só que eu falei tantos nomes, de Briolanjo a Ariobaldo, que não considero isso exatamente uma sugestão. Mas foi o único nome do qual ele gostou.

Eu sugeri outros nomes, entre eles os incríveis básicos e clássicos como Antônio, Manuel, Francisco, e ele não gostou de nada. “Você só escolhe nome de cearense, amor!”. Eeeeeu?? Que calúnia!! Só porque sou cearense? Depois reparei que eu de fato tinha tios com cada um nos nomes que eu sugeri. Ora bolas, foi inconsciente. Em todo caso, são nomes que eu adoro.

Enfim. Fiz mais algumas sugestões de nomes de menino, que ele acatou meio contrariado e só aceitou como nome do segundo filho – o primeiro tem de ser o que ele escolheu. Tudo segredo, claro! Mas não posso encher muito o saco porque, afinal, ele é quem vai ao cartório registrar a cria...

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Por que quero ter muitos filhos (ou: Meu primeiro fotopost)

Se mamãe só quisesse um filho, não teria eu.



Se papai só quisesse dois, não teria a Lídia.



Se mamãe e papai só quisessem três, não teriam a Bel.



Mas quiseram quatro e, graças a Deus, nunca faltou farinha nem feijão pra esse tanto de bocas!



E a família continua crescendo...



Da esquerda para a direita: Bel, eu, Rafael, papai, mamãe, Daniel, Clara (cunhadinha preferida) e Lídia.

Não sei se animo quatro, mas três, pelo menos...

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Semana do aleitamento

Hoje não vou escrever muito, porque quero passar o dia lendo as experiências de amamentação das outras mães blogueiras (principalmente aqui).

Também já estou me preparando para essa que deve ser a experiência mais importante do início da maternidade. Por orientação da minha médica, desde o segundo mês já estou esfoliando (ou esfolando) os mamilos com bucha vegetal. No começo achei que estava fazendo errado, porque não estava sentindo muita coisa. É meio estranho a sensação de esfregar algo no bico dos seios, mas fora esse estranhamento, não doeu, não arranhou, não percebi nada. Daí que resolvi ser mais violenta, como costumo ser com outras coisas (gosto de me coçar com escova de cabelo, por exemplo). Aí sangrou, e tive a certeza de que estava no caminho certo! Rá!

Foi sem querer, minha intenção não era ferir. E foi bem pouquinho mesmo, foi mais um "ops!" que um "AI!". Tudo 100%, hoje recomeço o esfolamento...

E dessa vez eu quero palpites, porque minha próxima consulta é só daqui a três semanas: pra fortalecer meus mamilos a delicadeza resolve, ou um quê de vigor é realmente necessário? Um pouquinho de sangue faz parte do processo? Agradeço os comentários.

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