quarta-feira, 30 de junho de 2010

Um milhão de coisas

Quanto mais coisa a gente tem pra dizer, mais difícil fica arrumar tempo, organização mental e ânimo pra sentar e dar uma forma a tudo isso.

Estamos passando por um período de transição, Emília e eu. As papinhas começaram bem, enquanto o peito se complicou. A amamentação foi barra semana passada, com as mordidas. Depois ela ficou sem querer mamar direito, largava o peito chorando com meio litro de leite deixado pra trás, arqueava as costas se eu oferecia de novo e, pra compensar, passava a madrugada mamando.

Esta semana nos reconciliamos. E ela está mamando maravilhosamente, sem nenhuma ameaça de mordida. Vou dormir com os peitos vazios e ela voltou a aguentar 8, 9h de jejum noturno. Em compensação, chora durante a papinha e não consigo fazê-la comer mais de meia colher.

Desmamar de uma vez não é uma opção. Voltar atrás nas comidinhas também não. É muito cedo pra uma coisa e muito tarde pra outra. Meu marido diz que deve ser normal, que faz parte dessa mudança.

Mas estou doente, e é difícil não querer chorar.

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Mas tenho muito mais a dizer. Que agora ela larga o peito vazio com um sorriso absurdo daqueles da cabidolândia. Que ela está cada dia mais interativa, mais adorável, que o humor dela nesses últimos dias está de "hexa, Brasil, eu amo Dunga!".

Que descobri que agora, pra fazê-la cochilar de dia, nada de relaxar, colocar musiquinha e embalar. O negócio é encher a barriga de beijos, comer as coxinhas de moça melancia, fazê-la gargalhar até perder o fôlego e dar aquela canseira nela. Depois ela começa a diminuir o ritmo da respiração, fica rindo de mansinho com um brinquedinho na mão (que ela vai balançando cada vez com menos vigor) e esperar que ela dorme sozinha.

Que agora tem que sair com ela pra rua não uma, não duas, mas TRÊS vezes, que é o sossega neném.

E que tô me tremendo de medo de voltar ao trabalho. Falta menos de um mês e meio.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

A creche

Meninas, obrigada pelas palavras de esperança (ou desesperança) nos comentários aos meus últimos posts. Só para dar notícias, a Emília ainda não está desmamada e eu ainda tenho dois mamilos - inteiros. Depois de sábado, não tivemos mais contratempos e meu medinho está até passando, apesar de eu ainda estar alerta.

Mas vamos ao assunto de hoje.

Papai foi pra roça, mamãe vai trabalhar. E neném vai pra creche.

Semana passada fiz a matrícula e estou radiante. Não porque eu adore trabalhar, esteja cansada de Flóris ou precise encontrar meu próprio eu ego mim mesma; nada disso. É que a creche é simplesmente demais.

Às vezes quando me perguntam como vou fazer com florzinha quando voltar ao trabalho, e respondo que ela vai pra creche, dizem: "Tadinha, você não vai ter coragem. Vai preferir alguém pra cuidar."

1) Tadinha???!? Gentes, tadinha de mim! Olha só: chego lá pra entrevista com a psicóloga e tá tocando a música do galinho, enquanto as crianças entram sorridentes e acenantes, umas com a roupinha da seleção, outras vestidas de bailarina. Entro pra entrevista e vejo pela janela uma rodinha de crianças de uns dois anos fazendo uma batucada, cada um com seu instrumentinho em punho. Aí lembro da visita que fiz à creche em fevereiro, a enorme área verde, os muitos parquinhos, a piscina, a hortinha, o caramanchão onde os mini-aluninhos jogam capoeira. Aí eu pergunto pra psicóloga se posso ficar lá e mandar a Emília trabalhar no meu lugar.

2) Alguém pra cuidar? Gentes, lá na creche tem pessoas humanas, vulgo "alguéns", que cuidam dos bebês, oras! Até onde eu sei, ainda não existe o robô Rose dos Jetsons versão educadora de creche.

Enfim, a conversa com a psicóloga foi excelente, esclareci vários pontos e saí de lá segura de que minha filha vai ficar muito bem cuidada. Acho que a creche vai fazer muito bem pro desenvolvimento dela e que ela vai ficar melhor do que se estivesse comigo o dia inteiro.

Admito que o período integral não é a opção dos meus sonhos, mas uma necessidade. E que seria perfeito se ela ficasse um turno na escolinha, interagindo com outras crianças e criando independência, e outro comigo, que já teria passado a manhã encontrando meu próprio eu ego mim mesma.

Mas dos males, o menor. E pelo menos a natação de bebês é com os pais...

domingo, 27 de junho de 2010

Os lindos vilões

Esta foto foi tirada há uma semana. Agora eles estão maiores.

sábado, 26 de junho de 2010

Dentes

Depois de mais de cinco meses de amamentação sem grandes percalços, estou com medo. Minha filha tem dois dentes. Afiados. E ela morde.

Já fazem umas duas semanas que os dentinhos saíram e até ontem nada de muito grave tinha acontecido. Ela tinha ensaiado dar umas mastigadas no meu peito, mas sem fechar muito a boca. Conversei com ela, falei que não é pra morder e passei a ficar bem atenta. Anteontem ela mordeu a auréola do seio. Ficou a marca dos culpados, mas não doeu muito. Conversei de novo, redobrei a atenção.

Mas ontem ela me pegou de surpresa. Estava mamando tranquilamente, sem parar de sugar, sem mudar a pegada, sem abrir as narinas (sinais de que ela pode largar o peito bruscamente e acabar mordendo). Quando ela dá essas pistas, eu deixo o dedinho em riste pra enfiar na boca dela em caso de acidentes. Mas, como disse, ontem foi do nada. Ela simplesmente mascou meu mamilo com uma rapidez e uma força irremediáveis. Gritei. Chorei. E ela, assustada, chorava junto, mas de um choro tão desconsolado, tão maduro... um choro de criança, e não de bebê. Foi horrível. Ela me olhava com os olhos cheios d'água, o rosto vermelho, soluçando, as lágrimas escorrendo pelas bochechas. E eu olhava pra ela provavelmente com a exata mesma cara. Ainda bem que meu marido estava em casa e pegou ela no colo, enquanto eu me acabava em lágrimas sentada no sofá.

Dei a mamada por encerrada, já que ela já tinha esvaziado o peito, e segui a vida, torcendo para ela ter entendido o que aconteceu. A mamada seguinte foi normal, mas à tarde aconteceu de novo. Tudo exatamente do mesmo jeito, e no mesmo seio. Mas o choro dela foi pior, pior, acho que foi o choro mais desesperado que já vi. Dessa vez, eu mesmo tentei consolá-la, nos reconciliar. Porque foi como uma ruptura entre nós duas. Ela me machucou, eu a assustei.

Mas a pior parte foi que ainda tinha muito leite no peito, e depois de terminada a choradeira, ofereci de novo. Ela não quis. Insisti um pouco e deixei pra lá, não sem ficar arrasada. E se ela tivesse ficado tão assustada que começasse a ficar com medo de mamar? Será que ela conseguiria entender que o grito foi por causa da mordida, e não por causa da mamada?

Quando isso acontece depois, lá pros 8, 9 meses, pelo menos a criança já está com a alimentação muito menos baseada no seio, e um eventual desmame precoce seria bem mais tranquilo. Mas ela ainda nem fez seis meses, e come só uma colher de papinha por dia. Também, quando os dentes vêm depois, a criança tem mais maturidade, imagino, pra entender as broncas quando morde. Sei que ela entende um pouco, mas não sei se ela entende o suficiente, e ainda sinto medo.

Depois disso até o momento em que escrevo este post ela mamou ainda umas 4 vezes, todas sem problemas. Mas fico constantemente em estado de alerta, e qualquer alteração na pegada dela, eu enfio o dedinho e tiro. E às vezes ela não volta mais a mamar. E aí eu fico pensando: será que atrapalhei a mamada? E se ela começar a mamar menos por causa disso?

Olha, pessoal, não é legal dentinhos antes dos 5 meses, viu? É lindo, mas não é nada legal. E se alguém tiver alguma palavra de esperança pra me dar, por favor, porque estou chorosa desde ontem...

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Papando papinhas

Chegou o dia: a partir de agora, Emília mete as caras nos legumes (ou os legumes na cara, como queiram).

Como eu já vinha anunciando, Dr. Pediatra havia observado que ela estava dando sinais de que era hora de somar aos petchos leitosos uns alimentos mais pastosos. O primeiro foi a mudança brusca do padrão de sono, sem causa aparente. Além disso, o desenvolvimento dela já mostrava que ela estaria pronta: ela apresenta um interesse extremo nas nossas refeições, passa o dia mastigando, senta quase sozinha e tem dois dentões.

E ontem dona balança disse que ela deu uma quedinha no ritmo de engorda. E não é por falta de leite: pelo menos uma vez por dia, ela toma uma chuveirada bem no meio do nariz. Já ensinei que uma vez a boca no peito, tem que deixar ela lá senão jorra!

Dizem que os pais enxergam os filhos mais magros do que realmente são. Aparentemente, não é o meu caso. Acho Emília gorda obesa, mas pelo visto dona balança não concorda comigo. Propus ao pediatra deixar ela lá durante uma hora. Vai ficando mais pesada com o tempo, Doutor. Ou então pesar Emília às 2h30 da manhã. Garanto que fica mais pesada. Não colou. Aí falei pro marido: "amor, mas ela tá tão gorda obesa, não tá?". E ele ponderou: "vai ver nesta fase gorda obesa não basta. Tem que ser gorda obesa mórbida". Ah, deve ser isso então.

Aparentemente, ela já chegou naquela fase em que caem as reservas de ferro, zinco, cádmio, plutônio e criptonita, e só mesmo se eu misturasse um tablete de Centrum com o leite pra dar conta.

E ela mama, mama, mama tanto que eu virei um T-Rex vegetariano e só não emagreci porque eu como, como, como tudo o que ela tira de mim. Depois de jantar, por exemplo, eu dou um pulinho lá na sorveteria (é o meu complementinho). Esses dias, depois de comer de sobremesa da janta uma cumbuca de leite com musli, deu fome. Daí fritei um ovo, requentei um punhado de maxixe e somei com umas 5 colheres de arroz. Depois virei dois copos d'água e dormi um soninho gostoso. Acordei com fome, tomei café, às 9h já estava com fome de novo, comi mais uma rosca e uma banana e depois fiquei querendo comer a papinha da Emília enquanto preparava. Juro, nunca jamais na gravidez senti tanta fome.

Então todos de acordo, começamos ontem a transição. E achei a proposta do pediatra bem diferente e interessante.

Em vez das tradicionais frutas, começamos com legumes. E de cara já misturamos, dois de cada cor. Segundo o Dr. Pediatra, os legumes são mais nutritivos pra esta fase. Por legumes, entenda-se: os batatentos (batatas inglesa, baroa ou doce, inhame e cará), os laranjas (abóbora e cenoura) e o verde (chuchu). Todo o resto que eu perguntava, ele me dizia: "depois". Abobrinha? Depois? Couve-flor? Brócolis? Depois. E pode botar um manjericãozinho? Alho? Depois. Sal? Pimenta jalapeño? Sazon? Ketchup? Maronese?

Pra fazer a papinha, cozinha-se dois legumes no vapor (eu escolhi abóbora e inhame pra começar) até ficar bem molinho. Daí passa na peneira de furos grossos e adiciona azeite de oliva (aqui em casa, extra virgem, of course). Não é pra esquentar o azeite, que satura. A papinha fica mega grossa, pastosona.

Segundo o plano de transição, começamos oferecendo a papa apenas uma vez ao dia, por volta da hora do almoço, antes da mamada. Ela experimenta o manjar dos deuses e depois se alimenta normalmente nos air bags. Na primeira semana, 2 legumes. Na segunda, já misturamos 3. Então, durante esses 15 dias, ela vai continuar mamando a mesma coisa.

Ontem ela comeu meia colher (e mais um pouco de papa. Ainda estou procurando a colher no cocô dela), deu uma engasgadinha e golfou um pouco. Depois não quis mais. Hoje comeu mais um tiquititico (repeti o sabor) e pareceu mais interessada em brincar com a colher.

Gostei bastante da proposta do pediatra, de uma transição gradual, no ritmo dela, sem pressa. Esse período inicial é pra isso mesmo: pra ela ir conhecendo os sabores, as texturas, e ir se acostumando ao ato de comer. E assim vamos, lentamente, começando esta deliciosa experiência.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

O que deixar pronto antes do parto

Quem me lê há algum tempo sabe que sou a rainha da antecedência, especialmente no que diz respeito à maternidade. Planejo, organizo, tudo pra evitar ter de me descabelar depois. E foi assim durante a gestação, o que efetivamente me rendeu um bom sossego no pós-parto. Algumas coisas realmente vale a pena resolver antes de o neném nascer. Outras, nem tanto. Juntei então uma listinha das minhas impressões sobre o planejamento pré-natal, já distante mais de 5 meses do meu parto.

Pediatra

Acabei de mudar de pediatra, o que me faz concluir que não é indispensável escolher, ainda da gestação, o profissional que vai cuidar da saúde do seu bebê. Algumas mães fazem questão de deixar isso acertado para que o pediatra que vai acompanhar o parto seja o mesmo que continuará com a criança depois. No meu caso, fui de plantonista mesmo e marquei a primeira consulta com um médico que atendia meu convênio.

Acho que não dá muito pra saber se o médico que te atendeu na gestação realmente será aquele que você vai querer pra cuidar do seu filho depois. A gente ainda não é mãe e não sabe exatamente o que faz um bom pediatra. Não dá pra saber como ele tratará seu bebê nem se a criança gostará dele. Claro, as visitas prévias podem ser úteis pra descartar logo de cara um médico ruim. Mas a gente gostar de um profissional numa consulta preparatória não significa que continuaremos gostando dele depois que a criança nascer.

Vale, sim, fazer uma lista de pediatras recomendados, ligar nos consultórios para saber quem aceita seu convênio ou, se não aceita, quanto cobra, e se vai estar atendendo no período ao redor da data provável do parto. Assim, quando o bebê nascer, você já terá pra quem ligar pra marcar a consulta dos 10 dias. Provavelmente o pediatra não vai ter vaga e você vai dizer que seu bebê é recém-nascido e vai conseguir um encaixe. Aí você vai convivendo com aquele profissional e, se acontecer algum acidente de percurso, procura outro. Simples assim. Fidelidade, só conjugal.

Creche

Para as mamães que trabalham e optam por deixar seus filhos na creche, eu diria que é útil visitar creches antes do parto, mas não é suficiente nem indispensável. Não é suficiente porque não dá pra bater o martelo quanto à instituição preferida antes de a gente virar mãe de fato. E não é indispensável porque dá tempo de fazer essas visitas durante a licença maternidade, especialmente se sua licença for de 6 meses.

Digo que não dá pra escolher a creche antes pelos mesmos motivos ali de cima, relativos aos pediatras. Só pra exemplificar: quando estava no comecinho da gravidez, visitei uma creche que amei e até já tinha resolvido comigo mesma colocar a Emília lá. Depois que a Emília nasceu, e especialmente depois que ela fez 4 meses, entendi o que faz uma criança daquela idade e que atividades a creche deveria oferecer para garantir seu bom desenvolvimento. Aí lembrei que, naquela visita, os bebês de 4 a 6 meses estavam todos sentados no bebê conforto, quietinhos. Pode ser que eu tenha pego um momento mais relax mesmo, mas hoje não consigo imaginar minha filha o dia inteiro sentada na cadeirinha.

Aquela creche também sofreu uma reforma e está completamente diferente, ou seja: eu teria de visitá-la outra vez. Sem contar que as tarifas mudam, mudam os membros da equipe, as tias, a coordenadora... Então eu digo que é útil fazer uma pesquisa prévia, descobrir quais as creches recomendadas na sua região e até fazer visitas. Mas depois tem que visitar de novo, não tem jeito.

E se a mamãe estiver com medo de não conseguir vaga, vale fazer uma reserva, mas só se for sem compromisso. Eu preenchi uma intenção de matrícula na escolinha onde a Emília vai "estudar" quando ela tinha um mês, mas ainda não paguei nada. Algumas creches não reservam vaga a menos que você já deixe a criança matriculada. Aí eu já acho arriscado, porque a gente pode mudar de ideia.

Pra quem vai de babá, acho que é mais ou menos a mesma coisa. Pesquisa, testa, mas só com o bebê fora da pança é que vai dar pra saber se a moça é de confiança.

Enxoval

Isso sim, tem que estar pronto antes de o bebê nascer. Tem as coisas óbvias, tipo fraldas, roupinhas, berço, carrinho, cadeirinha do carro e tals. Mas tem coisas que dá pra adiantar ainda mais e eu digo que vale a pena.

Por exemplo: roupinhas pra 6 meses. Super prático ter um guarda-roupa todo pronto pra quando seu bebê crescer (e às vezes eles começam a usar roupa de 6 meses aos 3). Aí o que faltar você vai completando. Eu acabei economizando por ter feito isso, porque depois que a Emília nasceu, tudo o que falta eu compro no primeiro lugar que achar. E quase sempre sai mais caro. Durante a gravidez, eu tinha tempo pra pesquisar, pechinchar, esperar chegar coisas pela internet ou pela irmã que viajou.

O que não comprei antes foram coisas pra comer (babadores de plástico, cadeirinha, prato, colher), só mamadeiras pro caso de ela precisar. Isso porque ela só começaria a comer aos 6 meses. Mas, sabe, me arrependi de não ter pedido pra minha irmã trazer algumas dessas coisas dos EUA. Porque agora é um saco sair pra comprar e, como eu disse, não rola de ficar indo de loja em loja pesquisando preço com um bebê a tiracolo.

Alimentação pós-parto

Importantíssimo. Super recomendo deixar planejado como você, pós-parida, vai se alimentar. Lembrando que você vai estar amamentando por aí de 2h em 2h, provavelmente vai estar cortada em algum lugar, na frente ou embaixo e, ainda que tenha um parto roots facilíssimo, pós-parto é pós-parto e não dá pra sair por aí mexendo panelão de feijão no dia seguinte. Além disso, no 1o mês o Dr. Pediatra não vai deixar você levar a cria àquele restaurante bacanérrimo com ar condicionado, e suas opções de comer fora vão ficar bem restritas. Então, se você não quiser passar o pós-parto comendo China in Box e pizza delivery, eis minhas dicas.

Ali pela 37a semana, enchi meu congelador com feijão, grão de bico, sopas, proteína vegetal, enfim, tudo que dá pra congelar. Também fiz uma super feira com todo tipo de não-perecíveis e abasteci a despensa (aproveitei pra comprar estoque de produtos de limpeza, papel higiênico, aquelas coisas indispensáveis ao nosso dia-a-dia. Uma beleza, passamos quase 2 meses sem precisar ir ao supermercado). Arranjei também um serviço de feira em domicílio, e passei a encomendar frutas, legumes e verduras por e-mail. Depois, arrumei uma pessoa pra vir aqui em casa um dia por semana cozinhar. Finalmente, tinha mamãe que me mandava saladas e umas comidinhas feitas no dia, o que ajudou muito no 1o mês.

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Taí o que lembrei. Quem quiser, se esbalde. E quem quiser mais, a palpitaria está aberta.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Ruculuplos

Com esse negócio dos seis meses chegando, virei monotemática. Meninas do Comer para Crescer, agora o papo aqui é comer, comer!

Resolvi então refazer minha hortinha, morta pela falta de sol aqui no meu novo apartamento (tá, e porque às vezes eu esqueço de regar). Comprei mudinhas de manjericão, alecrim, tomilho e sálvia e me meti a fazer jardinagem. E como já estava lá na loja, aventurei-me a comprar umas sementinhas de qualquer coisa pra ver se eu evoluía de erveira para verdureira ou legumeira. Eu queria uns tomates cereja, que sei que crescem bem em apartamento, mas não tinha. Daí comprei rúcula, botando quase zero fé. Mas um roial o pacote com 50 milhões de sementes, arrisquei.

Nem pesquisei se o troço precisava de muito sol ou de penumbra. Como ocupei os poucos espaços de pleno sol com as ervinhas fotófilas, as pobres sementinhas ficaram lá num canto da varanda.

Ocorre que tão pouca era a minha fé que eu fiz igual fertilização in vitro: plantei 981274 zigotinhos pra ver se uns 3 ou 4 vingavam. Resultado: quinhentúplos, olha só.



Espero que agora a mãe natureza se encarregue de fazer as plantinhas mais fortes subjugarem as mais fracas pra eu ter uns pezinhos adultos pra colher daqui a sei lá quanto tempo. Porque vai ser uma guerra pelo espaço... e quem sou eu pra ter coragem de abortar alguns brotinhos?

quinta-feira, 17 de junho de 2010

A culpa dos sem culpa

Todo mundo já conheceu o melô da mãe na Copa, lá do Piscar de Olhos? Então passa lá! A Culpa do Mundo é Nossa!

Fala-vos uma pessoa desencanada, sem culpas (ah, tá) e que tem paz no coração por fazer todo o melhor pro seu bebê. Lindo na teoria. Vamos à prática.

Minha filha super alimentada, havia mamado um montão mais ou menos 1h30 antes deste episódio. Fim de tarde, levei-a para passear, pra ela ficar contente e mimosinha pro Dr. Pediatra ver como eu cuido bem da minha filha (primeiro sintoma de quem sente culpa: querer provar pros outros que está fazendo tudo certinho). Voltamos, ela brinca lindamente no tapetinho enquanto eu, na rede, leio O Nome da Rosa, ao som de Batatinha. Ai, como a vida é bela!

Daí eu percebo que ela está esfregando o rostinho - mãe atenta que fica com um olho no livro e outro na cria - e vou lá tirá-la do agito. Assim que a pego no colo, começa a tocar um sambinha e não resisto em a tirar pra dançar. Ela ri, dançamos. No fim da música, começa a chorar. "Ok, mamãe vai te por pra dormir". Ela chora, esfrega o rosto, boceja, chora, se acalma, encosta sua cabecinha no meu ombro, fecha os olhos, e chora, e todo aquele ritual tão conhecido de todas nós que é colocar um bebê pra dormir.

Lembrem que eu sou absolutamente contra zurar o peito, e que minha filosofia recente determina que, chorou demais, petchos nela. Ocorre, gentes, que vejam minhas boas intenções: ela tinha acabado de dar um golfadão e estava dando todos os sinais óbvios ululantes de cansaço. E devo dizer que pra mim seria altamente conveniente que ela mamasse naquela hora, porque seria perfeito pra eu ir pra minha aula de spinning. Além do mais, ia dar certinho com a hora do banho dela. Mas eu tinha plenas convicções que minha filhota estava lutando contra o sono.

Enfim, chora, dorme, chora, dorme, deu 2h da mamada anterior e meti-lhe os petchos. Ah, mas ela mamou como se não houvesse amanhã, nem semana que vem, nem mês que vem. E eu? Eu me senti ótima porque apetite é ótimo, porque eu fiz o que achava certo e porque eu ia poder malhar.

Daí aparece o tinhosinho que mora no nosso ombro: "Por que você está assim toda alegrinha? Você não percebeu que sua filha passou 20 minutos (ou teria sido meia hora? Talvez 40 minutos) chorando por SUA causa? Onde estavam seus peitos nessa hora? Aposto que não estavam na boca dela."

Olho pra cima, dou uma assobiada, finjo que nem ouvi. Lalalala a culpa não foi minhaaaa... E ele: "Como assim a culpa não foi sua? Tem mais alguém aqui por acaso? Era eu que estava cuidando dela por acaso?"

E aí vem a nova culpa: a culpa por não sentir culpa.

Arreda, tinhoso! Às vezes os infortúnios desta vida não têm mesmo um culpado.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Comer, comer!

Se ontem eu falei sobre o mame, hoje é dia de falar do desmame. Sim, porque o relato de amamentação desses 5 meses vem com o anúncio das comidinhas que vêm por aí!

Adoro amamentar, é uma delícia, é super prático. Mas também AMO o tema comidinhas. Nutrição é uma das minhas paixões. Saber os nutrientes de cada alimento, conhecer as boas combinações e, claro, saber preparar tudo de uma maneira deliciosa!

Sobre os cardápios escrevo um outro dia, depois de muuuito conversar com o Dr. Pediatra (e de convencê-lo de que minha filha não precisa de carne). Hoje falo do enxoval pra introdução de alimentos sólidos.

Desta vez não fiz enquete sobre o cadeirão, porque as opções são bastantes diferentes e, dependendo da necessidade de cada um, esta ou aquela cadeira serão mais apropriadas. Fiz uma pesquisa prévia e optei por um modelo daqueles que encaixam na mesa, igual a este:




Li opiniões de usuários e estou ciente de duas desvantagens: a cobertura é de tecido, que apesar de ser daqueles meio impermeáveis não é fácil de limpar como plástico; ela fica ligeiramente mais longe da mesa do que ficam as bandejinhas dos cadeirões, o que rende um pouco mais de bagunça. Mas quis esta mesmo assim pelo fato de ser leve e pequena e porque assim ela já se acostuma a comer à mesa conosco. Meu marido também detesta comer na cozinha, onde teria de ficar aquele cadeirão brega (sei que existem uns lindésimos estilosos de madeira, mas nem arrisquei a pesquisa porque tenho certeza de que aqui no Brasil eles te custam os olhos das caras). Finalmente, se você comprar um cadeirão da mesma marca, é bem mais caro. Já testei na nossa mesa, que é toda de madeira, e deu certinho.
Fora isso, a única coisa que comprei foi uma colher de silicone. Como já tenho as mamadeiras/copinhos, ficam faltando a louça dela e potinhos pra transportar as comidinhas. Achei tudo incrivelmente caro e decidi que ela vai comer em pratinho de inox, que não é tóxico nem quebrável e dura a vida toda. Quanto aos recipientes pra transportar papinha, eu estava quase me rendendo àqueles atóxicos carésimos (não esquento no microondas coisa em pote de plástico nem pra mim, imagine pra minha bebezinha), quando uma amiga mais que esperta me disse: "Eu compro aquelas papinhas da Nestlè e reaproveito os potinhos." Óia que ideia boa!
Ah, e os babadores. Ela tem vários de pano por causa da golfaria e da babação, mas eu queria aqueles gigantões que cobrem todo o bebê. Uma amiga vai me emprestar uns que são tipo uma roupa plastificada, que o neném veste. Ela trouxe da Inglaterra. Se alguém souber de alguma coisa parecida em terras brasilis, me diga onde eu compro.
Na minha cabecinha oca, é só disso que eu preciso. Se alguém tiver dicas sobre esses itens ou sugestão de outras coisas úteis, manda ver aí embaixo!

segunda-feira, 14 de junho de 2010

As cornucópias

Sábado Emília completou 5 meses. E as coisas não poderiam estar melhores: depois de mais de um mês acordando à noite, em alguns casos váaarias vezes, ela está dormindo super bem e dando praticamente zero de trabalho durante o dia.

O que mudou? Eu poderia dizer, nada. Eu diria que o tempo passou, a fase passou, os dentes rasgaram a gengiva e tudo voltou ao normal. Mas não sei se foi bem assim. Não acho que ela estava acordando por causa dos dentes, já que de dia ela não mostra irritação por isso - só uma ânsia de morder e uma babação sem fim. Sim, uma coisa mudou: ela voltou a mamar em intervalos menores, 3h em média. Com isso, ela agora aguenta 8h de jejum à noite - como era quando ela tinha 3 meses - e quase não chora durante o dia.

Aí eu contratei um matador de aluguel pra esganar a Tracy Hogg (vulgo Encantadora de Bebês) e o carrasco me voltou dizendo que ela já bateu as botas há algum tempo. Meno male.

Tá, a culpa não é da pobre inglesa cara de seriema. Como eu já disse em vários posts, ela tem dicas ótimas. Mas eu sou radicalmente contra a maneira como ela orienta a amamentação (diga-se de passagem: na Inglaterra, o governo, em vez de mandar consultoras de aleitamento pra auxiliar quem tem problemas, dá latas de leite em pó). Pra ela, o ideal é peito E mamadeira, pro papai poder participar e a mãe ter mais flexibilidade blablabla. Pois o pai tem infinitas formas de participar, do banho à shantala, que não envolvam dar leite artificial pro bebê (ah, mas ele não pode dar mamadeira com leite de ordenha? Eu particularmente acho ordenhar muito mais trabalhoso que fornecer o alimento direto da fonte. Fora que ordenhar não é assim essa festa, tipo eu decido ordenhar na hora que eu quiser. Tem que respeitar direitinho os horários, senão a produção fica doidja!).

Sempre me preocupei um pouco pelo fato de a Emília mamar em intervalos bem curtos. Segundo a Seriema, neném assim fica viciado em "lanchinhos". Mas eu ignorei esta recomendação no início porque minha ordem de obediência sempre foi OMS, Ministério da Saúde, Dr. Pediatra e, por último, a literatura. Além de ter entrado na maternidade já disposta a amamentar em livre demanda, lá no hospital um médico com quem eu simpatizei logo de cara (e que é o novo pediatra da Emília) me disse algo que foi essencial no sucesso do meu aleitamento: "Dê o peito quando ela quiser. Se ela quiser mamar de hora em hora, dê de hora em hora." Com isso eu não me estressei pelo fato de ela não seguir aquele esquema de três horas da Tracy Hogg.

Mas aí ela foi crescendo e, aos três meses, ainda mamava em intervalos não muito maiores que 2h. Dormia bem, crescia e engordava maravilhosamente, mas eu não podia me afastar dela mais que 1h. E aí, sempre procurando respeitar o ritmo dela, fui tentando espaçar essas mamadas. Se ela chorava e ainda não tinha cochilado, a primeira coisa era tentar fazê-la dormir (o que às vezes dava um trabalho do cão). Resultado é que deu certo, ela começou a mamar em intervalos que chegavam a 4h (às vezes eu tinha de oferecer o peito, senão ela ficava lá brincando) e eu tava me achando a encantadora de Emília. Mas ela estava acordando à noite. E eu não sabia o que era. Às vezes só o peito acalmava, às vezes era só conversar com ela, às vezes um pouco de colo.

Até que, na consulta de 4 meses, Dr. Pediatra constatou que ela havia engordado pouco. Nada alarmante, ainda estava dentro da curva e tinha crescido muito bem. Mas era bom ficar mais atenta à amamentação.

Daí comecei a encher Flóris até a tampa. Acabou o mamar, oferecia mais. E oferecia, oferecia, até ela fechar definitivamente a boquinha. Aí oferecia o outro peito: "vamos lá, Coração, que Dr. Pediatra gosta de neném gordo obeso!" Se eu tivesse 20 tetas, ofereceria as 20. Resultado: peitos cheios transbordantes e florzinha retornando ao ritmo de engorda. Mas não mexi nos intervalos: 3 a 4h, conforme ela solicitava.

Na última consulta, já com o pediatra novo, ele ficou preocupado com o fato de ela estar acordando tanto à noite. O peso estava bom, mas podia ser que ela estivesse sim, com fome. "Que tal umas frutinhas??" Ráaaaa mexeu com a onça!! "Vamos observar e na próxima consulta a gente avalia". Ah, é? Pois minha flor só vai sair destes peitos que vos falam para o mundo das comidinhas aos 6 meses, morou?? E tome peito!!!

Não sei se ela entendeu, o fato é que está dormindo como um anjo. Mama às 8h e acorda normalmente 8h depois pra mamar. Daí vai até umas 7h. Tudo na mais perfeita. E o dia? Só alegria!! Isso porque chorou, tome peito!! Se brincou, dormiu e agora está chorando, é petchos nela, nada de enrolação, nada de observar e blablabla. Com isso às vezes ela pede pra mamar de novo 2h depois, mas quase sempre ficamos no intervalo de 3h. E a rotina tá uma beleza, ela tá conseguindo ir dormir sempre no mesmo horário, até as sonecas estão mais regulares. Ô, glória!

Moral da história: peitos de mãe não são feitos para economizar. Nada de zurar o leite!! Porque seios lactantes são como as legendárias cornucópias, um chifre de onde saía toda sorte de riquezas e alimentos. E a cornucópia era inesgotável: quanto mais você tirava, mais tinha.

Resolvi contar esta minha longa história pra que se alguém que me lê deixar de amamentar exclusivamente por seis meses, que seja por problemas estruturais, bebê com pouca sucção, mamilos invertidos, baixa produção por problemas de stress ou cansaço, filho mais velho doente, necessidade de trabalhar e até falta de vontade, mas jamais por falta de informação. No meu caso, que não tive nenhuma condição séria, o que SEMPRE resolveu meus problemas foi oferecer o seio. Peitos lotatos, duros, quentes, doloridos? Criança neles! Diminuiu o ritmo de engorda? Peito nela! Deu caroço? Boquinha neles! A produção diminuiu? Dá-lhe mamar!

Porque ver minha filha engordar e crescer saudável é a coisa mais importante de todas. Mais importante que ter tempo pra fazer as unhas ou até mesmo que dormir à noite. São só seis meses. Passa voando. E eu aqui, comprando cadeirinha e colherzinha pra quando ela começar a comer, já estou sentindo saudades. Ainda bem que o desmame é aos poucos.
E espero que florzinha continue bebendo das cornucópias ainda por uns bons meses...

sexta-feira, 11 de junho de 2010

De fora da Copa: exclusão tecnológica

Hoje começa a Copa do Mundo. Marido empolgação a mil. Eu, há tempos perdi o interesse pela Copa. Acho que foi naquela da Coreia, quando o time da casa eliminou a Espanha num jogo mega roubado, com três gols anulados pro time europeu. Aí cansei daquela marmelada.

Fora que agora pra mim tetra, penta e hexa não são mais conquistas da seleção. São vacinas mesmo.

Mas não vou dizer que não adoro o clima de euforia coletiva, as bandeirinhas, a cidade toda decorada com nossa combinação brego-tropical das cores verde e amarela. Então se é pra curtir, bora curtir, se reunir pra ver os jogos, comer Cheetos e soprar trombeta de plástico!

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Mas um porém: ninguém quer se reunir chez moi. Explico.

Tenho dois primos aí na faixa dos 9, 10 anos. Da primeira vez que eles vieram aqui em casa, comentaram: "Sua casa é muito legal! Mas cadê a televisão??!!"

Oi?? Meninos, vocês não estão vendo esta caixa quadrada aí em cima do hack, bem diante dos vossos narizes!?!? Isto é uma televisão!! Ou pelo menos era, no milênio passado.

Grave. As crianças não reconhecem mais uma televisão quadrada.

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Conversando com minha mãe:

- Mãe, vamos revezar as casas pra ver os jogos da copa?
- Minha filha, na sua casa eu não vou. Não enxergo a bola naquela sua televisão.

(Pelo menos ela disse "televisão". Gracias, mami).

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Marido no Extra, fazendo super. Daí aqueles moços que ficam gritando no microfone:

- Promoção imperdível de televisores LCD!! Você não vai assistir à Copa numa TV de TUBO DE IMAGEM, né??

Aí a gente enfia o rabinho entre as pernas e se recolhe à nossa insignificância. Muito triste ser discriminado.

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E, pra completar o clima de Copa, republico um post de quase um ano atrás:

Minha irmã mais nova, quarto rebento, nasceu em 29 de junho de 1986. Era copa do mundo e o Brasil brigava pelo tetracampeonato. Seleção brasileira eliminada, e meu pai, quando a Bel nasce, dispara:

- O Brasil não foi tetra, mas eu fui!

Um tempo depois, Isabel chorando no berço. Minha vó não perde a oportunidade:

- É o tetra, Miranda!

quinta-feira, 10 de junho de 2010

A demolidora (e como estragar a hora do sono)

Então parece que o bebê tem mesmo que dormir de barriga pra cima. Pelo menos é o que diz meu novo pediatra, super recomendado. Ele explica que, na idade da Emília, os bebês que dormem de lado podem virar de bruços - posição perigosa, como todos sabem. Não discuti, já que no fim das contas a Emília acorda quase sempre de barriga pra cima mesmo. Então tá. Agora é assim que vou colocá-la no berço.

Aí ontem ela mamou e, como quase sempre, capotou no meu ombro ao arrotar. Daí fui deitá-la no berço, de pança pro ar. Olhei, pensei: "estes rolinhos estão sobrando". Achei que ela tinha ficado muito apertada no segura-bebê. Aí lá vou eu, pego a pobre recém-adormecida, tiro os rolinhos e volto ela por berço, com o sono já perturbado.

Toda feliz, vou lá no quarto mostrar o segura-bebê pro marido: "Olha, amor, sua filha cresceu!". Enquanto isso, escuto a gemeção no quarto dela. Vou lá conferir. Ela pedalando, já atravessada no berço, arranhando nervosamente o bordado da lateral do berço. Óbvio que aquilo não ia dar certo, mas ainda fiquei um tempo observando até resolver colocar de novo os rolinhos. Aí mais um processo de levanta Emília, abaixa Emília, pobre Emília!

A essa altura do campeonato, ela já estava super acordada, os olhões abertos brilhando no escuro. Como ela costuma dormir sozinha quando está bem sonolenta, larguei ela lá. Quando saí do quarto, ela estava brincando com o móbile. Ó, que amor!

Daí nós já na cama, ouve-se um estrondo. E, na sequência, um trecho minúsculo de música de ninar. Eu já sabia: chegando no berço, tá lá ela soterrada pelo móbile, sem querer largar a vaca, o cavalo, ou sei lá que bicho que ela agarrava com tanta devoção. O móbile é leve e Emília saiu ilesa. Mas aí resolvemos tirar a arma branca do berço para evitar um acidente mais grave.

Ela, de boazinha que é, dormiu sozinha. Mas de manhã acordou olhando pra cima, desolada: "Mamãe, cadê meu móbilo?"

E pra quem quiser saber como tudo começou, eis um vídeo que fiz há duas semanas:



(Hoje fiquei com dó da Emília desmobilizada e devolvi os bichinhos. Não deu dois minutos e ela se soterrou de novo. Acho que agora só abaixando o estrado...)

quarta-feira, 9 de junho de 2010

A-ha, U-hu, a vaga é nossa!

Passei aqui rapidinho só porque vocês merecem um update: consegui a vaga na creche que eu queria!!! Ieeeeei!!

Em julho é a entrevista. Paz total no coração sabendo que Emília vai ficar num lugar legal quando mamãe voltar ao batente.

Valeu a torcida!!

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Dentes e creches

Tem um dente rasgando a gengiva da minha filha!! Arrrrgh!! Pô, seu dente, ela ainda nem fez 5 meses!

Eu tinha visto que tava o relevo dos dois incisivos inferiores, mas há duas semanas Dr. Pediatra disse que ainda ia demoraaaar. Ah, tá. Igual o nascimento da Emília: me disseram que ia demorar uma semana e eu entrei em trabalho de parto horas depois. Agora tá lá o dentinho fino e arranhante, e dói quando ela morde o nosso dedo (o mordedor preferido dela: macio por fora e durinho por dentro).

E o chato desse negócio de dente é que você fica sem saber se ele é a causa do choro, do despertar noturno ou de alguma irritação ou se é outra coisa. Chatoooo. E continua assim até a boca ficar cheia de dentes ou tem umas tréguas, digamos, entre os caninos e os molares?

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Chatice número dois: creches. Método francês, japonês, holandês, pedagogia do fulanô cicrranô, verticalização, horizontalização, diagonalização, e eu aqui só boiando. Me dê muito sol e área verde, uma horta e uma cozinha cheia de frutas e me conquistarás. Ah, e claro: uma vaga.

Esse pessoal das creches ainda não entendeu que não é mamãe de Emília que tem que ficar ligando e pentelhando pra conseguir uma vaga. Eles é que deviam estar disputando a aluninha mais adorável de todos os tempos, oras.

E aqui estou eu com minha caderneta cheia de telefones e $$$$$, aguardando retorno da creche opção número um pra ir visitar outras. E, óbvio, agoniada porque meu TOC organizacional está com dificuldades para compreender por que a dois meses do término da minha licença/férias eu ainda não matriculei Florzinha na creche.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Coloque a máscara primeiro em si (e o pacote RN GIG)

"Em caso de depressurização da cabine, máscaras de oxigênio cairão automaticamente do teto blablabla."

Avião cheio de nenéns, a aeromoça passa em cada poltrona avisando os pais: "Coloque a máscara primeiro em você e depois no bebê. Senhor, primeiro a máscara em você. Depois no bebê..." Aí ela chega à minha poltrona e eu lhe poupo o trabalho: "Já sei, primeiro a máscara em mim e depois nela, né?".

Primeiro pensamento: quem tem coragem?

Segundo pensamento: avião lotado, um, dois, três assentos ocupados. E uma quarta pessoinha.

"Amor, nós somos quatro, e tem três assentos. Será quantas máscaras caem?"

Ele começa a ficar tenso. Aimeudeus. "Eu dou a minha máscara pra ela. Amor, você me deixou nervoso". Dou uma risadinha, mas também sinto um nervosinho. Será?

A aeromosca passa e eu não perco a oportunidade: "quantas máscaras..?". E ela, fazendo com os dedos: "Quatro".

Ah, bom. Viajem aliviadas, mamães com crianças de colo.

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E descobri por que quando Emília nasceu eu achava que ela era muito adulta. Era o calor e a peladez. Neném pelado é neném grande, né?

Pois agora com essa friaca, Flóris toda empacotada, touca, manta, parece um nenenzinho recém-nascido. Assim, um recém-nascido GIG, daqueles que vão na Oprah. Mas fica tão pequenina pacotinha de Emília...

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Mais uma viagem

Amanhã Emília entra no avião de novo. Normalmente, quanto mais a gente viaja, mais compacta e prática vai ficando a bagagem, certo? Poderia ser, se não houvesse Lindazitcha. Desta vez, a tralha vai maior ainda, pessoal! A mais, brinquedinhos de banho, roupinhas e mantas extras por causa do frio e um colchão mais confortável pro berço.

Quando a pessoa vira mãe, é o famoso "quem te viu, quem te vê".

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