quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Emília andarilha

Ela está praticamente andando. Fica muito tempo em pé sem apoio, firme, e ensaia uns passinhos sozinha.

Nesse recesso de Natal foi a primeira investida. Ela estava apoiada na mesinha de centro quando resolveu andar por conta própria até o pai, seus dois primeiros passos de independência. Pequenos passos para Emília, grandes passos para a humanidade!

Agora é só uma questão de aprimorar a técnica. Atualmente estamos com cinco passos de autonomia e calculo que em uma semana ela vai conseguir atravessar um cômodo.

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Esta semana Emília está ficando com minha mãe porque estamos trabalhando e a creche está de férias. Ontem eu chego pra vê-la na hora do almoço e encontro minha filha calçada com um daqueles sapatos-meia (tipo uma meia com sola) com estampa de camuflagem. Comecei a rir, Emília estava um charme de Rambo.

Minha mãe explicou que ela precisava daquilo pra andar (detalhe que eu tinha mandado meias com antiderrapante, mas aparentemente minha mãe achou que eram meias normais) e que na loja, do tamanho dela, só tinha sapato-meia de menino. “Mas só pra andar em casa, né? Porque na rua todo mundo vai achar que é menino, já que ela não tem a orelha furada...” Ok, mãe. Se quiser levar ela de Rambo pra rua também tá tudo certo.

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Falando em locomoção, agora Emília também deu pra se louco-mover. Ela continua engatinhando, só que num estilo cada vez mais kamikaze. A nova onda é transpor obstáculos (normalmente o corpo da minha pessoa ou da pessoa do pai dela, mas também vale braço de sofá), mergulhando de ponta cabeça até o seu destino final. Ela, que há poucas semanas hesitava pra descer o batente da varanda...

Outra moda de louco-moção é subir e descer escadarias (vejam bem, eu não disse escadas; disse escadarias, dessas com vários lances). Óbvio que ela não faz isso sozinha, até porque alguns degraus são mais altos que as pernas dela. Mas faz questão de nos carregar pelas mãos escada abaixo, escada acima, repetidas vezes. Haja coluna.

Por hoje é só, pessoal. Deixa eu ir ali estralar minhas hérnias, ops, vértebras.

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Emília na casa dos avós paternos no último dia 25. Foto do tio Henrique Gazzola.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

A criança terceirizada



Quem primeiro me falou desse livro foi a Nina, em um dos longos e deliciosos e-mails sobre trabalho e maternidade que trocamos há alguns meses. Depois, conversando com a Paloma sobre os dilemas profissionais de uma mãe, descobri que ela tinha o livro do Dr. José Martins Filho, e generosamente veio entregá-lo na minha casa para um empréstimo.

Só posso dizer que fiquei profundamente tocada com as reflexões desse pediatra pregador da paternidade e da maternidade conscientes. Ele defende que as pessoas deveriam estar muito bem informadas sobre a responsabilidade que os filhos implicam e dispostas a dedicarem muito do seu tempo a eles antes de decidirem tê-los. E refuta essa balela de que “o que importa é a qualidade”. Parafraseando o Dr. Carlos González (pediatra espanhol autor de Bésame mucho e Mi niño no me come, entre outros títulos): fala pro seu chefe que você só vai trabalhar meia hora, mas que ele não precisa se preocupar que você vai trabalhar com muita qualidade nessa meia hora. Aposto que ele não vai ficar nada feliz. Pois é: seu filho também não.

A criança terceirizada é aquela que foi delegada a qualquer pessoa que não sejam os pais – únicos responsáveis pela sua criação. Babás, professores, avós, tios, qualquer pessoa que dispense mais cuidados à criança que seus próprios pais prestam serviços terceirizados. O Dr. José Martins Filho não está falando de um bebê que é deixado algumas horas com um parente para que os pais possam resolver alguma questão pessoal (inclusive trabalhar). Ele se refere a crianças cujos pais não assumem seu papel, não lhes dedicam tempo e atenção suficientes e repassam a terceiros funções que seriam suas. Essas crianças passam a identificar seus cuidadores como seus “pais” e a eles retribuem o afeto. O autor cita inclusive casos em que as mães, enciumadas do carinho que seus filhos demonstram com as babás, as mandam embora. Eu mesma já encontrei babás no parquinho com essa história: “Eu fui demitida do meu último emprego porque a menina só queria ficar comigo”. E aí a criança perde a pessoa que era seu referencial, e fica vivendo repetidas experiências de abandono (porque a maioria dessas mães não demite a babá pra ficar com a criança, mas pra contratar outra).

Digo que fiquei profundamente tocada com esse livro porque o autor, apesar de afirmar que não está propondo um retorno às estruturas antigas (mulheres em casa), não nega que são necessárias profundas mudanças na nossa estrutura social para que nossas crianças tenham a atenção devida. Mães que trabalham em tempo integral, por exemplo, são obrigadas a terceirizar os filhos. É o meu caso.

O Dr. José Martins em nenhum momento culpa as mães – até porque algumas precisam mesmo trabalhar. Temos problemas estruturais no mercado de trabalho: a maioria das mulheres ainda tem direito a apenas 4 meses de licença maternidade e não existem leis que protejam as mães da jornada integral – como o direito à redução de carga horária após o fim da licença-maternidade, com remuneração proporcional, ou a possibilidade de uma licença estendida sem remuneração, mas sem a perda do vínculo empregatício.

Mas enquanto espero as mudanças que são necessárias para garantir às crianças maior atenção de pelo menos um dos genitores, me questiono sobre o que eu posso fazer para garantir à minha família a melhor estrutura familiar e emocional possível. Porque eu me encontro numa situação privilegiada na qual eu tenho opção. Não é o caso de escolher entre trabalhar ou passar fome, mas entre trabalhar ou viver uma vida mais simples.

O livro do Dr. José Martins levou ainda mais além as reflexões que eu já vinha tendo sobre o tempo que eu passo com minha filha. Quanto está custando o salário que eu recebo? Que valores eu estou passando para meus filhos quando opto por uma renda familiar maior – e, consequentemente, pela possibilidade de um consumo além do necessário – em detrimento do tempo de convivência com eles?

Eu poderia passar horas aqui discutindo esse tema, mas deixo só a sementinha pra brotar minhocas na cabeça de todas as mães que, como eu, passam o dia longe daqueles que mais amam.

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A criança terceirizada: os descaminhos das relações familiares no mundo contemporâneo.
José Martins Filho
Ed. Papirus

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Ai que saudades eu tenho da aurora da minha vida, da minha infância querida...

Ontem fui buscar Emília na creche pela última vez este ano. Tchau, tias, tchau, coleguinhas, tchau, peixinhos do aquário, tchau, meninas da recepção, tchau papais noéis do jardim. Não sei se sentindo minha nostalgia, ela precisou mamar os dois peitos pra se acalmar da choradeira da partida e resistiu com todas as suas forças a ser colocada no bebê conforto.

Enquanto eu dava o sossega-Emília (peito) dentro do carro, via outra mãe levando seu pequeno embora. Ele pede pra ver de novo os papais noéis. Ela deixa. Mais um pouquinho. Ela espera. Ele abraça o papai Noel. Ok, agora vamos. Ele se debate e parece deixar a creche na mesma situação que Emília: em prantos de protesto.

Não é desespero com o que fazer com Emília sem aulas. Um recesso aqui, uns dias de férias ali, um ou outro dia a gente pede ajuda pra família e tudo se resolve. Hoje de manhã Emília, por exemplo, está fazendo amizade com minha cunhada e meu sobrinho que está dentro da pança dela. Hoje à tarde eu vou escapar da festa de natal do meu trabalho pra cuidar dela.

O nó na barriga de ontem foi pelo fim de um ciclo. Emília se adaptou na creche e concluiu o semestre. Ano que vem, seus coleguinhas mais velhos irão pra outra sala e ela receberá novos amigos. Emília será veterana.

Em agosto, entrei com ela no colo. Em dezembro, saí com ela segurando meus indicadores com as mãozinhas, andando apressadamente na direção que ela mesma definia. “Como ela cresceu!”, reparou a psicóloga que a conheceu em julho, na entrevista de matrícula.

Segunda-feira recebi o relatório de desenvolvimento dela. Ontem, votos de boas festas estampavam a agenda. Na bolsa, o copinho, a dedeira, a escova de cabelo, o hidratante, o suplemento de ferro, tudo o que ficava lá foi devolvido. Ano que vem enviarei uma escova de dentes no lugar da dedeira, protetor solar e um camisão pra ela fazer atividades de artes.

Este semestre de Emília na creche foi maravilhoso. Ela conquistou desde as educadoras até as secretárias, passando pelo pessoal da limpeza e da coordenação. Vi o amor dedicado a ela pelas crianças mais velhas e lamentei o fato de que provavelmente a Alex e a Ana Beatriz nunca mais abraçarão Emilinha, que deixará de ser a boneca da sala.

Me despedi das três educadoras que cuidaram dela com tanto carinho, esperando de coração poder revê-las ano que vem.

Consigo resgatar uns flashes da minha primeira infância, e vejo a horta e a árvore da minha primeira escolinha. Saudades.

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Escrevi este post inspirada na Micheli.

E como recordar é viver, uma lembrança de um dia que foi ontem mesmo, mas parece que faz um milhão de anos.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Mãezinha é a tua!

Por conta da otite da Emília, acabei nem escrevendo sobre a Conferência da Rehuna. Uma pena, porque o evento foi lindo, repleto de momentos emocionantes – como o vídeo de um parto gemelar depois de uma cesárea que me arrancou boas lágrimas e as palavras cheias de doçura da parteira mais velha do Brasil, Marília Largura, numa mesa que discutia posições de parto. Depois da exposição de vários estudos e evidências científicas que provavam que a posição de cócoras é a que mais facilita a descida do bebê (maior abertura e mobilidade da pelve, melhor aproveitamento dos puxos e da força da gravidade), ela apenas recordou quem é a protagonista do parto: “A melhor posição para parir é aquela que a mulher escolher”. Simples assim. Lutemos pela humanização do nascimento com estudos e evidências científicas, mas sem esquecer que humanidade é igual a ternura.

Outro momento da Conferência que me deixou muito tocada foi uma mesa redonda que discutia a violência institucional. Tudo o que a gente já sabe sobre os maus tratos que as parturientes sofrem nos hospitais brasileiros, mas que vendo assim em pesquisas fica ainda mais chocante.

Os políticos e os jornais falam muito dos graves problemas da saúde pública no Brasil. Em relação à atenção à gestação e ao nascimento, fala-se mortalidade materna e neonatal, falta de vagas nos hospitais para internação, carência de equipamentos e medicação, dificuldade para o acesso a consultas pré-natais. Mas pouco se fala em mudar o tratamento dos profissionais de saúde para com as parturientes. E começa com o “mãezinha”. “Faz força, mãezinha!”; “Na hora de fazer não doeu, né, mãezinha?”; “Não grita, mãezinha, senão seu filho vai nascer surdo.”

A mãezinha é um ser frágil, vulnerável, uma perfeita vítima para os médicos todo-poderosos. Sobre a mãezinha eles jogam todos os seus complexos, toda a sua insegurança, toda a sua síndrome do pequeno poder. Agredindo alguém mais fraco, eles se sentem fortes e poderosos. Deitando a mulher de barriga pra cima, cortando seu períneo ou sua barriga, eles sentem que são eles que estão “fazendo o parto”. Quando na maioria das vezes eles seriam perfeitamente dispensáveis.

Mas a violência institucional não recai apenas sobre as parturientes. São idosos, pessoas debilitadas por doenças graves e as nossas crianças.

E foi me levantando contra isso que denunciei ao CRM a médica que errou o diagnóstico da minha filha. E aproveitei para levar a reclamação à ouvidoria do hospital, acrescentando uma crítica ao tratamento de “mãe”, “mãezinha”, “pai” e “paizinho” que recebemos desde o atendimento até os consultórios dos médicos.

Não tem mãezinha nenhuma aqui. Tem uma mulher que se fortaleceu com o processo da maternidade e que virou bicho. E bicho brabo.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

O que queremos para nossos filhos

Sempre quando saio de casa para o trabalho dou uma espiada no jornal do vizinho, estendido sobre o capacho. Há muito tempo, talvez anos, não leio jornais. Nem no papel, nem pela internet, tampouco assisto aos noticiários pela TV. Fico sabendo dos acontecimentos pelo boca a boca, e felizmente acabo passando ao largo de muita tragédia e notícia ruim.

Mas o jornal do vizinho está sempre lá, com uma manchete quase sempre mal escrita e sensacionalista e outras chamadas sem importância. Virou hábito, passo por lá, faço minha leitura dinâmica e desço o elevador tecendo críticas mentais, que normalmente já se esvaíram quando chego à garagem.
Mas hoje o que li sobreviveu à viagem de elevador e ficou ali, rendendo minhoquinhas filosóficas. Era uma pequena chamada no canto superior da primeira página do jornal local, que dizia mais ou menos assim: “O amor compensa a ausência. Mães podem trabalhar sem culpa: estudos demonstram que o desenvolvimento das crianças não é prejudicado quando as mães passam o dia fora.” Ao lado, a foto de uma mãe com um bebê de pouco mais de um ano: “Fulana trabalha o dia todo, mas investe na qualidade do tempo que passa com a pequena Júlia.”

Coincidentemente, tinha lido há alguns dias uma entrevista numa revista institucional com uma médica que trabalhava 12h por dia, tinha um filho de dois anos e estava grávida do segundo. A matéria buscava demonstrar como maternidade e carreira são perfeitamente conciliáveis e como todos, mãe e crianças, estavam felizes.

Voltando ao jornal do vizinho. Uma notícia emancipatória: a ciência concluiu que nossos filhos não precisam de nós, já que se desenvolvem muito bem longe das mães (e, supõe-se, também dos pais). E nessa notícia, um valor implícito: o importante para uma criança é se desenvolver adequadamente. Pais satisfeitos, culpa desfeita.

Não li toda a matéria – até por que imagino que o vizinho não ficaria feliz em encontrar seu jornal todo desmontado. Como eu disse, apenas passo os olhos pelos dizeres da primeira página. Mas inferi que esse perfeito desenvolvimento ao qual o repórter se refere diz respeito a aptidões motoras e intelectuais: um bebê que é deixado na creche ou na companhia de uma babá não apresenta atrasos no andar, na fala, na coordenação motora, e disporá de todas as ferramentas para iniciar sua educação formal no mesmo nível que seus coleguinhas que passaram a primeira infância ao lado das mães. Já li, inclusive, algumas notícias que demonstram que crianças cujas mães trabalham fora têm melhor desempenho acadêmico.

Vira e mexe me deparo com alguma coisa que me faz matutar sobre os valores que temos em relação aos nossos filhos. Vejo a descrição nas caixas de brinquedos: “ajuda o bebê a dar seus primeiros passos; estimula o desenvolvimento motor; estimula o tato; estimula a linguagem...” Alguns ainda fazem referência à diversão, mas como um brinde: “aprenda se divertindo!”. Porque só se divertir deve ser mesmo uma perda de tempo. Já vi até lojas de roupas infantis anunciarem que seus produtos estimulam os sentidos das crianças, quando o principal fator na escolha do que uma criança vai vestir deveria ser o conforto.

Com essa mentalidade, uma prova científica de que meu filho não precisa da minha presença para desenvolver todas as aptidões necessárias à sobrevivência num mundo capitalista é realmente libertadora. Enquanto isso, visto meu tailleur e lá vou eu também sobreviver nesse mundo capitalista, sem culpa. Para que depois meus filhos cresçam e sejam bem sucedidos como eu.

Sou uma mãe que trabalha. Com a jornada de 8h diárias, sou forçada a passar 10h longe de casa. É parcialmente uma obrigação, parcialmente uma opção. É algo que já estava assim quando minha filha nasceu e que demanda um pouco de estratégia para ser mudado. Não vou dizer que me sinto culpada. Não sinto culpa simplesmente porque isso não ajuda em nada. Sinto, sim, um desconforto. Porque o meu instinto grita dizendo que isso não está certo.

Não vim aqui discutir se as mães devem ou não trabalhar. Vim me perguntar o que nós queremos para os nossos filhos.

Eu quero, primeiramente, que meus filhos tenham caráter – caráter esse que eu e meu marido vamos ajudar a formar, responsabilidade indelegável para educadores ou cuidadores. Em segundo lugar, quero que meus filhos sejam felizes. Construir a segurança emocional que vai permitir que eles sejam plenos de alegria é outra tarefa exclusivamente nossa. Se eles vão ser ricos, pobres, brilhantes, bem sucedidos, pouco importa. Se tiverem caráter e paz de espírito, saberei que minha missão foi cumprida.

Se alguma mãe precisa de um estudo científico para se livrar da culpa de não passar tempo o suficiente com seus filhos, provavelmente ela não se sente segura o suficiente para manter uma carreira integral. E provavelmente ela está certa.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Não mexe com minha filha

A gestação, com sua natural fragilidade, é o momento ideal para determinar a posição específica da mulher na sociedade, assim como ensiná-la (doutriná-la) sobre a forma como seu filho deve ser inserido na mesma."
Ricardo Jones, in Memórias do Homem de Vidro – Reminiscências de um Obstetra Humanista (Porto Alegre : 2ª Edição, Idéias a Granel, 2008).

A gestante é uma vítima ideal para os abusos médicos e institucionais. Mas esses mesmos agressores se esquecem que depois da gravidez vem um filho, e a gente se transforma em mãe – que de frágil não tem nada. E a Pollyanna que em mim um dia habitou já era.

E é por isso que redigi esta denúncia que vou encaminhar ao Conselho Regional de Medicina assim que eu tiver o resultado de um último exame. Mexe com minha filha, pra você ver.

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Venho apresentar denúncia contra a médica XXXX, CRM XXXX, por erro de diagnóstico e tratamento.

No dia 01/12/2010 eu e meu marido comparecemos ao Pronto Socorro do Hospital XXX com nossa filha Emília, 11 meses incompletos. Ela apresentava um quadro de febre persistente.

Fomos atendidos pela médica XXXX, que solicitou uma radiografia do pulmão e exames de sangue e urina, incluindo urocultura. Como os exames demoraram a ficar prontos, os médicos trocaram de turno e fomos atendidos em nosso retorno pela médica XXXX.

Apresentamos os exames de urina e sangue e a radiografia dos pulmões. O exame de urocultura só ficaria pronto em cinco dias. A partir desse material, a médica diagnosticou uma infecção urinária e prescreveu o antibiótico XXXX. Não houve nova análise clínica da paciente, apenas uma visão superficial e apressada nos laudos dos exames. Ela não perguntou pela urocultura, disse que eu tinha de oferecer 2L de água por dia à minha filha (que pesava pouco mais de 8kg) e que, se ela não aceitasse essa quantidade de líquido, que eu misturasse a água com Ki-suco.

No dia 03/12/2010, levei minha filha a um pediatra particular, Dr. XXXX, que observou os exames e detectou a falha no diagnóstico, já que o exame de urina era inconclusivo e apenas a urocultura poderia confirmar a infecção urinária. Pelo exame clínico, identificou sinais de inflamação no ouvido, concluindo que a infecção provavelmente era no ouvido. Prescreveu o antibiótico Zinnat e pediu que aguardássemos o laudo da urocultura.

Considero os fatos ocorridos muito graves, uma vez que um bebê de menos de um ano foi submetido a dois dias de tratamento inadequado, com medicação de venda controlada, que mascarou a doença e poderia ter levado a seu agravamento caso eu não tivesse buscado uma segunda opinião.

Dessa forma, solicito as providências desse Conselho para apurar os fatos, de modo que outros pacientes não venham a ser prejudicados por condutas irresponsáveis que arriscam gravemente sua saúde.


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Meninas, não confiem a saúde dos seus filhos aos médicos. Estudem, investiguem, contestem, peçam outras opiniões. E denunciem.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Aleitamento terapêutico

Então Emília ficou doente. Bem doente. Depois de duas conversas por telefone com o pediatra dela, quando a coisa estava no começo, e duas visitas ao Pronto Socorro, quando a coisa ficou feia, finalmente tivemos o diagnóstico definitivo na consulta com o maravilhoso substituto do pediatra da Emília (ele está viajando, mas deixou um profissional à altura para atender seus pacientes durante sua ausência): infecção de ouvido. Está medicada, sem febre há dois dias, e bem animada. Mas o apetite...

Há uma semana ela não come praticamente nada, está só no peito. Nem água, nem suco, nem fruta, nem comidas salgadas. De vez em quando ela aceita uma meia colheradinha, só pra sentir o gosto. Então eu não sei o que seria se ela já não mamasse. Será que estaria aceitando leite na mamadeira? Em todo caso, fiquei bem feliz que meus peitones (já não tão "ones") ainda produzem o suficiente para que ela se mantenha hidratada e não morra de fome.

Hoje de manhã ela aceitou comidinha preparada pela segunda mãe dela: a Nestlé. Torçam aí pra rolar uma bananinha logo mais.

E aí embaixo um videozinho dela ontem, 200g mais magra mas com muita vontade de viver.


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