sábado, 31 de dezembro de 2011

Em vez de feliz ano novo, simplesmente boa noite

Pela segunda vez desde que me entendo por gente, passarei o ano novo dormindo. Assim que acabar de escrever este post, vou escovar os dentes, me deitar e só acordar em 2012 com Margarida resmungando no berço. Sim, porque, assim como no ano passado, os fogos da meia-noite não me acordarão. E viva o ouvido seletivo!

Ano passado eu tinha um bom motivo pra virar o ano adormecida. Este ano, tenho dois.

Se eu fosse supersticiosa, em vez de calcinha colorida pra dar sorte, recomendaria a todas vocês que passassem o ano novo na cama. Porque 2011 foi porreta demais.

+++

E pra fechar 2011, as últimas da boneca falante.

Depois de acordar da soneca da tarde, com o cabelo todo desgrenhado e uma cara de pouquíssimos amigos. Emília vê então Margarida no tapete, dá-lhe um beijo e um carinho e solta: - Madarida, você tá bunita dimais!

Em frente ao parquinho, eu e Rafael sentados no banco e ela sai andando por aí. Rafael vai atrás:
- Não, papai! Fita aí nu banto tom a mamãe (fica aí no banco com a mamãe). Vô toprá toisas. (Vou comprar coisas).
Ela segue andando, e o Rafael continua atrás:
- Não, papai! Fita aí tom a mamãe! Eu já volto.

Na loja de brinquedos, ela pega um brinquedinho de bebê da estante e oferece à irmã:
- Toma Madarida, Emi toprô pá você.

Ao ver um calendário que minha cunhada mandou fazer com a foto do meu sobrinho:
- Ti dacinha (que gracinha)! Adorei!

O Rafael é quem normalmente coloca Emília pra dormir. Quando ela pede pra ficar comigo, ele argumenta: "Pôxa, Emilinha, papai trabalhou o dia inteiro, está com saudades de você". Dia desses ela estava com ele e me queria:
- Mamãe voltô du tabaio, papai! Tá tum saudadi da Emília.

E hoje eu ia levá-la pro banho, quando Margarida começou a chorar.
- Emilinha, vou ter de ficar com a Margarida.
- Não, mamãe! A mamãe tomá banho junto a Emília!
- Emilinha, a Margarida precisa da mamãe.
- A Emília também picisa da mamãe.

Posso morrer?

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Estatuto do irmão mais velho e do irmão mais novo (e da mãe, né?)

Todo irmão mais velho tem direito a:

- ser carregado no colo de vez em quando;
- continuar mamando (se ele ainda mamava quando a mãe engravidou e se a mãe topa o desafio);
- ter regressões;
- explorar os brinquedos do bebê;
- ter um cantinho onde possa brincar e fazer barulho mesmo que o caçula esteja dormindo;
- beijar, abraçar, pegar no colo (se ele for grande o suficiente) e fazer carinho no irmão;
- ser ninado para dormir.

Todo irmão mais novo tem direito a:

- ser carregado no colo como se fosse filho único;
- mamar em livre demanda;
- brincar com os brinquedos do mais velho;
- ter um cantinho sossegado onde possa dormir enquanto o mais velho brinca;
- ser protegido dos carinhos mais estabanados do mais velho;
- ter pelo menos algumas coisinhas (roupas, brinquedos e utensílios) novas.

E a mãe de dois (ou mais) tem direito a:

- reaproveitar roupinhas, brinquedos, berço, bebê-conforto e outros itens do mais velho para o mais novo;
- atrasar o almoço do mais velho pra amamentar o mais novo;
- atrasar o banho do mais novo para alimentar o mais velho;
- atrasar o desfralde e o desmame do mais velho;
- deixar as crianças com o marido pra tirar uma soneca;
- E a melhor parte: comer muuuito doce. É pro leitinho das crianças.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Fofa

Uma das perguntas mais frequentes para uma recém-mãe-de-dois é: "Como o mais velho está reagindo?"

A reação mais esperada pela maioria é ciúmes. E muita gente me pergunta se Emília está com ciúmes. Minha resposta é: não, pelo contrário. Ela tem ciúmes, mas não de mim: da Margarida. Se uma criança chega perto do carrinho, ela esbraveja: "Não, é minha imãzinha!" Se um adulto pega Margarida no colo, Emília protesta: "Não podi pedá a Maida nu tolo, moça! Só a mamãe!".

Enquanto estou sozinha com as duas (durante as tardes), ela normalmente se comporta muito bem. Claro que tem aqueles dias de cão, mas eu diria que eles não chegam a 20%. Nos outros 80, ou talvez 90% do tempo, estamos bem tranquilas.

+++

Digo à Emília pra ir buscar um livro para lermos juntas. Enquanto ela corre pro quarto, Margarida começa a reclamar e esfregar os olhos. Deito na rede com ela para colocá-la pra dormir. Pouco depois chega Emília, com o livro na mão:

- A mamãe lê pá Emília.

Ela me olha e nem espera a resposta:

- Não. Emi lê sozinha. A mamãe tá tom a Maida. (Raaasga coração!).

Ela senta no chão, com o livro virado pra mim. Começa a fazer um gesto com as mãozinhas e cantar:

- Telelê, talalá, ximbum, xalalá. Hitoinha bunita vamo tontá. Olha só.

E começa a folhear o livro. Sozinha.

+++

Emília ainda mama, e uma das mamadas acontece de manhã, assim que ela acorda.

Dia desses Margarida acordou um pouco mais tarde que de costume e, quando Emília abriu os olhos, me viu dando o mamá pra Margarida na poltrona. Vi Emília sentada na cama e fiquei esperando como ela ia reagir.

Ela levantou, fez carinho na cabeça da Margarida, deu um beijo nela, sentou de novo e disse calmamente:

- Té mamá.
- Depois que a Margarida terminar, tá, meu amor?

Pediu mais umas duas vezes, sem choramingar, compreendeu e esperou.

+++

Fico estarrecida com a maturidade e a doçura de Emília. O único trabalho que ela tem dado recentemente é compartilhar os brinquedos. Está naquela fase de tudo é meu. Dia desses estava contando a história do Natal numa Bíblia para crianças e ela queria roubar a manjedoura do menino Jesus. "Pô favô, neném". Eu perguntei se ela ia dar a cama dela pro menino Jesus e obviamente ela disse que não.

Fora isso, de vez em quando ela apronta alguma para chamar a atenção: riscar a mesa com giz, beber a água do banho ou sentar no bouncer da Margarida. Mas isso rarissimamente acontece quando estou sozinha com as duas.

E é por isso que vivemos dizendo:

- Emília, você é linda!

E ela responde:

- Não, é fofa.
- Linda e fofa.
- Linda não. Só fofa.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

E ela continua falando...

Eu ou a vaca?

Toda vez que volta da creche, a primeira frase que Emília diz é "Té mamá pêto mamãe". Mas ontem foi diferente. Ela entrou pelo corredor pedindo:

- Té lêti di vata! Tê cial (cereal) lêti di vata!


Cabeleireira


Depois do banho, eu penteando os cabelos de Emília:

- Deixa eu pitinhá seu tabelo, mamãe.
...
- Tabelão!
...
- Tá bunita, mamãe!

(Se eu não tivesse Margarida pra cuidar, tinha ficado ali a noite toda... tava tão gostoso que eu quase dormi ali.)


Gorda?


Emília sem blusa, aperta uma dobrinha da barriga:

- Bãinha, mamãe!

Ainda se fosse a minha...


Não dá certo


Toda vez que Emília inventa uma moda maluca, a gente diz: "não dá certo".

Eu dando o mamá da Margarida, ela arrasta uma cadeirinha pra perto de mim, segurando um livro na outra mão:

- Té lê. Té lê sentada assim. - e senta com a barriga virada pro encosto. E conclui:

- Num dá ceto.


Feio?

Rafael vai buscar Emília na creche de camiseta e bermuda de skateiro. Emília olha praquilo e dá sua opinião mais sincera:

- Papai não tá bunito.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

marGarida

A roupa é a mesma. O pai e a mãe são os mesmos. Os peitos são os mesmos. Mas o tamanho, quanta diferença...

Emília com 10 meses e 10 dias:


Margarida com 2 meses e 19 dias:

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Pré-desfralde – uma lenta introdução à vida sem fraldas.

Se eu não conhecesse a experiência da Paloma, se não tivesse lido Carlos González e Laura Gutman e se não tivesse aprendido com a malsucedida introdução de alimentos à Emília a não ter pressa, talvez eu agora estivesse tentando desfraldá-la. E provavelmente estaria arrancando meus cabelos.

Recapitulando: Emília tem 1 ano e quase 11 meses e uma irmã que ainda não completou 3 meses. Ela frequenta a creche de manhã e à tarde eu fico sozinha com as duas. Momento nada oportuno para uma empreitada que promete muito chão molhado e roupas sujas.

Ocorre que, há algum tempo, Emília vem manifestando interesse pelo sanitário e pelo penico. Ela tem um livro, O que tem dentro da sua fralda?, que ela adora. No fim da história tem um monte de animaizinhos sentados no penico, e ela ficava batendo no livro loucamente e dizendo: “Tetê nito, tetê nito!” (sentar no penico. Hoje ela fala “té sentá no penito”). Eu perguntava pra ela se ela queria um penico e ela fazia que sim. Eu ainda estava grávida, e fui enrolando. Primeiro porque ela era muito nova; depois porque eu ia parir em breve. Além disso, os sinais que ela manifestava eram naturais da idade e não indicavam preparação pro desfralde.

Depois que Margarida nasceu, comentando com uma amiga sobre essa história, ela me ofereceu um penico emprestado. A intenção era só familiarizar Emília com o objeto. Mantivemos as fraldas, mas antes do banho, quando ela já estava pelada, perguntávamos se ela queria sentar no penico. Logo nos primeiros dias ela fez uns três cocôs e uns dois xixis, o que eu achei impressionante.

Mas não demorou muito e ela perdeu o interesse. Ficava sentada, não fazia nada, depois levantava e começava a zanzar pelada por aí. Se ela tinha vontade de fazer cocô, pedia pra pôr a fralda de novo. Daí liguei o alerta vermelho e nunca mais ofereci o penico ou o vaso (compramos também um redutor).

O tempo foi passando e, recentemente, ela tem pedido com frequência pra ficar sem fraldas. Eu nunca nego, especialmente porque acho bom que o bumbum respire um pouco. Eu falo pra ela me avisar se quiser fazer xixi ou cocô, mas eu sei que ela não vai avisar e que vai fazer xixi no chão mesmo. Mas eu deixo, porque a iniciativa de ficar “pilada” veio dela. No começo eu tinha um pouco de medo de ela não querer nem fazer as necessidades no lugar certo, nem recolocar as fraldas. Mas, não: ela normalmente faz xixi no chão uma vez, eu troco a calcinha, ela passa mais um bom tempo pelada, e quando quer fazer de novo, sempre pede “tê pô a fada di volta”. Nunca aconteceu de ela querer ficar cagando e andando o dia inteiro.

O que eu tenho percebido é que ela tem desenvolvido um controle bem maior dos esfíncteres. Às vezes ela passa duas, três horas com a mesma fralda e, quando eu vou tirar, está seca. Quando isso acontece antes do banho, eu faço xixi no box e sugiro: “quer fazer xixi junto com a mamãe?” E ela faz. Mesma coisa no número dois (não no box, obviamente). Eu digo que vou ao banheiro e ela diz: “Té i também!”. Daí ela me vê, se inspira e faz cocô também (ainda na fralda, mas já com um esforço voluntário).

Então eu diria que estamos numa fase de introdução ao desfralde, sem prazos, sem compromisso. Ela já conhece o penico e o vaso e já tem consciência de quando faz xixi ou cocô (ela sempre avisa quando faz cocô: “Emi tá di fofô. Té tatá a fada”). Quando vejo aquela carinha de quem tá fazendo algo, sempre pergunto: “Tá fazendo xixi?”. É pra reforçar a impressão que ela está tendo, pra que ela saiba que aquele quentinho molhado se chama xixi e que ela logo será capaz de controlá-lo.

Percebo que, aos poucos, ela começa a se incomodar com o fato de estar suja. Ela já não quer mais ficar com cocô no bumbum e parece estar preferindo fazer xixi no banho a fazê-lo na fralda (ela faz bastante xixi durante o dia, mas em intervalos cada vez maiores. E é bem comum ela fazer xixi no box assim que tira a fralda).

Estou tentando deixá-la o mais preparada possível antes de tirar as fraldas, de modo que eu não tenha muito estresse com acidentes. Porque com um bebê pequeno em casa, é complicado ficar o tempo todo limpando xixi e cocô por aí.

Na verdade, na verdade, cá entre nós: esse negócio de desfralde me dá preguiça só de pensar. Ficar o tempo todo perguntando se quer fazer xixi, se preocupar com a higiene de banheiros públicos... Acho que, quando ela não aguentar mais (ela já tira a fralda sozinha, e uma vez disse da descartável: “tá intomodando”), vou falar igual à Roberta: “Ah, não, filha... vai dar muito trabalho pra mamãe!”.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Pra quem quer ver minha cara...

Tem um videozinho meu lá na Colcha de Retalhos do Mamatraca, indicando livros pra crianças pequenas. Quem quiser conferir a dica, ou simplesmente ver como são a cara e a voz desta blogueira que vos escreve, passa lá.

O vídeo está lá desde sexta-feira, mas o tempo pra vir aqui avisar as leitoras, cadê? (ou, como diria Emília: Tadê?!?!?).

Seguidores

 
Blog Design by Template-Mama.