tag:blogger.com,1999:blog-71370909796004795382024-02-19T07:02:53.714-03:00Um, dois, três, saco de farinha!Um blog sobre um bebê que está por vir, e sobre os outros que ainda virão.Unknownnoreply@blogger.comBlogger448125tag:blogger.com,1999:blog-7137090979600479538.post-91887534470905708942020-12-06T15:24:00.004-03:002020-12-06T15:26:20.808-03:00Agora estou aqui:<p><a href="https://liamirandacom.wordpress.com/"> https://liamirandacom.wordpress.com/</a></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7137090979600479538.post-54019305627842181132016-10-31T22:04:00.001-02:002016-10-31T22:04:14.380-02:00Como escolher livros para crianças?(post originalmente publicado por mim em http://literaturanocolo.blogspot.com.br/)<br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Esta é a pergunta que eu mais
ouço quando digo que pesquiso literatura infantil. Pais e mães relatam que não
sabem como selecionar um bom livro para seus filhos nas livrarias. Quando falo
que tenho um blog sobre o assunto, buscam aqui recomendações, ou
"dicas" de livros. De fato, faço aqui o que chamei de crítica
literária amadora (ou semi-amadora, ou semi-acadêmica) de livros infantis. Por
aí é possível que meus leitores encontrem algo de interesse. Afinal, é função
da crítica despertar o desejo do contato direto com a obra.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Mas minha escrita é lenta e
espaçada, e cobre muito pouco do universo de obras literárias para crianças
disponíveis no mercado, nacionais ou traduzidas. Quem vier aqui encontrará mais
uma reflexão sobre as obras que propriamente indicações de compra. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
"Eu queria uma lista",
disse a mãe de um colega da minha filha. É evidente que existe uma quebra na
mediação da leitura. De maneira geral, não há adultos leitores para legarem às
crianças este hábito, como se diz, que prefiro chamar de amor pela literatura.
É difícil transmitir aos nossos filhos, netos, alunos, sobrinhos etc. algo que
nos falta, que não é exatamente nosso <i style="mso-bidi-font-style: normal;">métier</i>.
(Esta é uma reflexão que ultrapassa a literatura: que herança cultural e
afetiva temos para legar aos nossos descendentes? Habilidades artesanais,
sabedorias, dons artísticos, intuições? Ou estamos só pagando contas?)</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Uma boa maneira de começar é
buscar os livros de que você gostava quando era criança. Muitos ainda podem ser
encontrados. Mary e Eliardo França (coleção Gato e Rato), Ziraldo, Ruth Rocha,
Ana Maria Machado, clássicos como <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Lúcia
já vou indo</i><span style="mso-bidi-font-style: normal;">, de Maria Heloísa Penteado</span>...</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Se suas memórias de leitura se
perderam num abismo, pois bem, façamos as listas. Se nos sentimos incapazes de
julgar um bom ou um mau livro, honesto aquele que busca indicações com quem tem
mais repertório.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Desnecessário que eu apresente
aqui uma seleta própria de livros infantis. Há muitas instituições que fazem
isso. Sugiro, portanto, algumas fontes onde os adultos podem procurar títulos
já triados, e evitar gastar dinheiro com os <a href="http://literaturanocolo.blogspot.com.br/2016/04/os-maus-livros.html" target="_blank">maus livros</a>:</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
- A <a href="http://revistacrescer.globo.com/Livros-pra-uma-Cuca-Bacana/Melhores-livros/fotos/2016/05/os-30-melhores-livros-infantis-do-ano-2016.html" target="_blank">Revista Crescer</a> divulga
anualmente uma lista com os 30 melhores livros. Trata-se de uma instituição com
fins lucrativos, que tem no júri vários nomes ligados a editoras. Ainda assim,
não é uma seleção que se despreze, e é um bom começo para quem não tem ideia do
que comprar.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
- A <a href="http://fnlij.org.br/" target="_blank">Fundação Nacional do LivroInfantil e Juvenil</a> (FNLIJ) é uma excelente referência. Além dos livros
premiados em várias categorias, a FNLIJ tem o selo Altamente Recomendável, mais
uma lista de livros que deveriam compor bibliotecas infantis. Os jurados são
pessoas experientes no ramo. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
- O <a href="http://portal.mec.gov.br/programa-nacional-biblioteca-da-escola/publicacoes?id=20407" target="_blank">Programa Nacional Bibliotecada Escola</a> (PNBE), que distribui (distribuía? continuará distribuindo?) livros para
escolas públicas, divulga em seu site os títulos que compõem os acervos, por
nível de ensino. A seleção tem sido feita pelo Centro de Alfabetização, Leitura
e Escrita (Ceale), da UFMG, por professores extremamente competentes. É só ver
o que o governo comprou e comprar igual.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
As listas, acervos, prêmios fazem
um recorte nesse universo tão heterogêneo que é o mercado editorial infantil.
Escolher livros a partir daí, quando não se têm muitas
referências próprias, é um caminho. E que os adultos tomem tempo para ler junto
com as crianças, e assim ir preenchendo esses vazios da memória.</div>
Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7137090979600479538.post-36898444277655428352016-08-10T08:12:00.000-03:002016-08-10T08:12:07.765-03:00Minha vida dupla<!--[if gte mso 9]><xml>
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<![endif]-->
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Ontem,
no fim do dia, fui a uma palestra. As meninas ficaram em casa com o pai. Aquele
momento de suspensão, de quebra na minha rotina rigorosa, me deixou perplexa.
Onde eu estava, e quem eram aquelas pessoas?</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Pesquisadores envolvidos até os
cabelos com a carreira. Falavam de coisas que eu entendia, e nas quais eu via
sentido. Foi essa a profissão que eu escolhi. Mas era como se aquele ritmo me
fosse impossível de atingir. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Quando estou fazendo alguma tarefa
braçal, como lavar a louça ou picar cenoura, penso na vida que levo – a vida
que eu pedi a Deus. Levanto às 6h para arrumar as meninas para a escola. Às 7h
e pouco elas saem com o pai. Fico então até às 8h por conta da casa, período em
que lavo louça, estendo roupas, deixo o almoço pré-pronto. Depois, vou estudar.
Às 12h termino o almoço, e então quando elas chegam da escola é o
Deus-nos-acuda. Servir prato, trocar de roupa, varrer chão, e de novo a eterna
louça. Fico com elas toda a tarde, e só posso reclamar mesmo do trabalho que dá
a comida.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Ontem eu tinha de sair depois da
janta pra palestra. Queria que o marido ficasse só por conta das crianças, sem
nenhuma bagunça pra arrumar. Enquanto elas brincavam de bonecas no corredor, estendi
a roupa de todo dia (que agonia) varri e passei pano no chão da cozinha, deixei
a louça lavada. E fui.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Voltei pra casa pensando: como eu
vou conseguir chegar aonde meus colegas vão chegar? Como conseguir compensar as
minhas limitações? "As crianças vão crescer", o marido diz. Sim, já
estão crescendo. A flexibilidade aumenta, mas precisamos continuar disponíveis.
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Só quem tem uma família pra cuidar
sabe a loucura que é. A gente pode tentar empregada, babá, escola integral, mas
no mínimo teremos de administrar tudo isso. E se a empregada que dorme já
entrou em extinção – e a mensalista está na lista das profissões ameaçadas –,
colocar a casa em ordem depois da última refeição do dia é uma tarefa
inevitável, mesmo pra quem tem alguém todos os dias.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Como eu disse, vivo a vida que pedi
a Deus. Passo bastante tempo com minhas filhas, consigo acompanhar a vida
delas. Ao mesmo tempo, estou construindo uma carreira que é minha vocação e que
me dá prazer – e que, espero, se mostre mais flexível que meu antigo trabalho,
para que eu sempre tenha o tempo necessário pra família. Não tenho patrão e sou
responsável pela minha própria disciplina. Em suma, sou livre.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Mas o ritmo é outro. A mãe que ousa
carregar os filhos sempre caminhará mais devagar. O que nos salva é a
obstinação. Caminhamos devagar, mas não paramos.</span></div>
Unknownnoreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-7137090979600479538.post-45112966719425243732015-10-30T16:09:00.004-02:002015-10-30T16:09:52.271-02:00Como plantar árvores em centros urbanosDas três coisas que dizem que todos devem fazer antes de morrer, acho que plantar uma árvore é a mais complicada. Mais que ter um filho e escrever um livro.<br />
<br />
Pra quem tem um quintal, vá lá. Uma chácara, melhor ainda. Mas pra quem mora em apartamento, em centros urbanos, a coisa não é assim tão simples.<br />
<br />
Por melhores que sejam as intenções de quem resolveu colocar uma mudinha cuti-cuti de ficus próxima à calçada, a pobre árvore vai acabar sendo sacrificada quando não puder mais com suas raízes debaixo do cimento. Onde plantar, que espécie plantar, como e quando plantar... tudo isso exige um planejamento danado.<br />
<br />
Estou há meses querendo porque querendo plantar uma árvore por aí. Alguns amigos meus já puseram frutíferas em áreas gramadas próximas aos prédios onde moram, experiências legais. Meu irmão também já fabricou, da semente, mudas de pau-ferro que foram plantadas por ocasião do nascimento dos filhos. Na época, ele tentou pegar alguma espécie de autorização com o governo local, mas parece que isso não existe. Então fica uma iniciativa individual, que pode ser muito bem sucedida ou pode resultar em galhos entrando pelas janelas ou cobrindo postes.<br />
<br />
Este ano perdemos nove árvores em volta do parquinho da minha quadra e a vontade de plantar novas mudas veio ainda mais forte. Por falta de grana pra fazer o serviço por conta própria, acatei os conselhos de outros pais da vizinhança e segurei minha impaciência, esperando pela ação da administração do DF. E aqui compartilho uma experiência muito bacana, que pode ajudar quem estiver incomodado com a arborização deficiente da região onde mora.<br />
<br />
Depois de fazer a solicitação à empresa responsável pela arborização de Brasília - e de amolar bastante pra apreciação urgente da nossa demanda -, eles mandaram um funcionário aqui pra fazer a vistoria. Ele indicou os lugares ideais e as espécies adequadas para plantio e liberou as mudas pra nós no viveiro. Eles poderiam nos colocar no plano de arborização da cidade e fazer o serviço completo, mas teríamos de esperar a nossa vez. Então, pra acelerar o processo, assumimos a tarefa do plantio, contratando um jardineiro.<br />
<br />
Pra quem quer plantar árvores na cidade e não sabe começar, sugiro entrar em contato com a empresa de arborização do município e conferir se a sua região está incluída no plano anual de arborização. Se não, pode-se fazer uma solicitação de vistoria e pedir a inclusão. Se sim, tendo uma galera envolvida na vizinhança, pode-se tentar essa parceria, a comunidade assumindo o plantio. Assim, garante-se que as espécies são adequadas para o local mas passa-se à frente da morosidade habitual do serviço público.<br />
<br />
Outra alternativa é, em vez de plantar mudas, cuidar das mudas que já estão plantadas. O governo planta, mas não rega. Quando vem uma estiagem, muitas vezes a plantinha não aguenta - ou, se aguenta, sofre muito e demora a se desenvolver. Eles também não isolam as mudas, apenas escoram com uma estaca. Quando vem o cortador de grama, pode danificar o tronco da planta.<br />
<br />
Quando a comunidade cuida, faz uma cerquinha em volta, molha a muda em períodos de muito sol e pouca chuva, as mudas têm muito mais chance de se tornarem árvores adultas. Pra quem não sabe por onde começar, eis um bom caminho.<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7137090979600479538.post-60748080417305757902015-10-08T14:10:00.003-03:002015-10-13T11:48:16.034-03:00Em novo endereçoAgora estou aqui, falando de literatura: <a href="http://literaturanocolo.blogspot.com.br/">http://literaturanocolo.blogspot.com.br/</a>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7137090979600479538.post-63215902202427309242015-03-07T16:47:00.001-03:002015-03-07T21:58:01.772-03:00FilhofobiaDiz-se que, nos velhos tempos, em cidades pequenas e tranquilas, as crianças saíam para brincar sozinhas aos cinco anos. Eram muitas, muito mais crianças que adultos, brincando juntas, com espaço pra correr, árvores para subir. A assistência do adulto não era tão necessária; elas se criavam.<br />
<br />
Daí vêm as cidades grandes, os perigos, dar a mão para atravessar a rua, ter de ficar o tempo todo de olho na criança, o medo da violência. E a falta de opções de lazer adequadas, crianças em apartamentos pequenos, áreas públicas insuficientes. Muitas vezes é necessário pegar o carro para ir a um parque. Ter filhos ficou mais trabalhoso, mais caro, mais complicado, e com isso as pessoas têm cada vez menos filhos.<br />
<br />
Ter filhos hoje significa brincar com eles, pois nem sempre há outras crianças por perto. Quando as há, cabe ao adulto acompanhar a brincadeira, mais de perto ou mais de longe, conforme a idade e a maturidade da criança. Por questões de segurança física, mas também por questões de segurança emocional. O coleguinha do parquinho muitas vezes é um desconhecido; não é aquele vizinho da cidade pequena, que a criança via todos os dias, que era quase um primo. Às vezes eles formam vínculos, e o coleguinha nunca mais aparece. Coisas de cidade grande. Mas é sabendo disso que nos tornamos pais.<br />
<br />
Então a gente é pai, e daí vem uma preguiça enorme de ser pai. Porque também nós não sabemos mais brincar, subir numa árvore, enterrar o pé na areia, cantar enquanto empurramos o balanço. Aí vem o pai, a mãe, e empurra distraidamente o balanço enquanto manda um whatsapp. Olha pra tela, enquanto a criança olha pro nada, apática, ou tenta chamar a atenção do adulto de alguma maneira. Ou então o pai, a mãe, senta num banco do lado de fora do parquinho e fica touchscreenzando, enquanto a criança se vira dentro do parquinho. "Mãe, me empurra no balanço?"; "Pai, me ajuda a subir nesse brinquedo?" "-Vai naquele outro que você consegue ir sozinha."<br />
<br />
As babás, as mães, os pais que estão dentro das grades, ao lado de suas crianças, acabam cuidando como podem da criança desassistida. Porque a criança desassistida, que sabe que o adulto que a levou ao passeio não vai dar a atenção que ela deseja, sempre pede atenção dos outros adultos. Esses que, a criança desassistida observa, estão efetivamente cuidando das suas crianças.<br />
<br />
Às vezes não tem jeito: a criança desassistida cai, leva um tombo, ou quer sair pra passear com o colega que tem cuidador. Daí a mãe, o pai do celular, olha com aquela tromba, levanta o traseiro do banco como se pesasse uma tonelada, e vai se arrastando pra dentro das grades, buscando a primeira oportunidade para cair fora.<br />
<br />
Em parquinhos, em restaurantes. Genitores que parece que têm uma preguiça enorme de cuidar dos filhos. E deixam os moleques soltos pros estranhos cuidarem. Ou não.<br />
<br />
Considero que o celular por si só já foi uma desgraça pra interação pai-filho. O celular com internet, whatsapp e o escambau, uma desgraça maior. O que será de uma geração de crianças criadas por adultos abobalhados que não conseguem tirar o olho de uma tela? Parece uma alergia coletiva às crianças, e que belo refúgio nós encontramos!<br />
<br />
Quando formos cuidar das crianças, melhor desligar o celular - ou pelo menos o wifi. <br />
<br />
<br />
<br />Unknownnoreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-7137090979600479538.post-32812245400380578952015-01-28T16:15:00.002-02:002015-01-28T16:17:13.942-02:00Um Brasil diferente para as nossas criançasTodos estão a par da situação calamitosa que vive o estado de São Paulo com relação à água. E não só São Paulo, mas todo o país sofre as consequências climáticas da depredação da natureza.<br />
<br />
Sem mais blá-blá-blá, mãos à obra:<br />
<br />
Existe um movimento para levar ao congresso um projeto de lei de iniciativa popular contra o desmatamento. Para assinar a petição, é só preencher o formulário. <br />
<br />
<iframe frameborder="0" scrolling="no" src="http://desmatamentozero.org.br/iframe_ext.html" style="height: 380px; overflow: hidden; width: 320px;"></iframe><br />
<br />
Tudo está muito bem explicadinho no Guia do Mobilizador, que pode ser acessado por <a href="http://www.desmatamentozero.org.br/pdf/guiadomobilizador.pdf">aqui</a>. Nada de conversa fiada de que precisamos plantar na Amazônia para não morrermos de fome. Precisamos, sim, da regulação térmica da floresta pra termos chuvas e não morrermos de fome.<br />
<br />
Desmatamento Zero Já! Queremos nossas chuvas de volta!<br />
<br />
<a href="http://www.desmatamentozero.org.br/?utm_source=parceiros&utm_medium=banner&utm_content=468x60&utm_campaign=desmatamentozero"><img src="http://desmatamentozero.org.br/img/banners/468x60.jpg" /></a><br />
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7137090979600479538.post-57850821835040340312014-09-16T11:07:00.006-03:002014-09-16T11:26:57.242-03:00Einstein não fazia prova sábado<span style="font-family: Calibri;"><span style="font-size: large;">Sempre me antecipo. Gosto de conversar com adolescentes,
porque logo (10 anos não são nada quando se tem filhos) minhas filhas serão adolescentes
também. Outro dia peguei de conversa a filha de uma amiga. Está no segundo ano
do ensino médio e faz prova todos os sábados.<o:p></o:p></span></span><br />
<span style="font-size: large;"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: Calibri;"><span style="font-size: large;">- Quer dizer, tia. Quase todo sábado. No fim do período –
ela me explicou: agora são cinco períodos de um mês e pouco, em vez dos quatro
bimestres do meu tempo –, no fim do período a gente tem um sábado de folga.<o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: Calibri;"><span style="font-size: large;">- E pra quê isso, Mari? <o:p></o:p></span></span><br />
<span style="font-size: large;"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: Calibri;"><span style="font-size: large;">- Ué, tia. É porque eles não querem cancelar a aula pra ter
prova durante a semana.<o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: Calibri;"><span style="font-size: large;">- Mas pra quê tanta prova?<o:p></o:p></span></span><br />
<span style="font-size: large;"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: Calibri;"><span style="font-size: large;">- É porque são cinco avaliações por ano. E são muitas
matérias. <o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: Calibri;"><span style="font-size: large;">- Mas não dá pra colocar tudo num sábado só por mês?<o:p></o:p></span></span><br />
<span style="font-size: large;"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: Calibri;"><span style="font-size: large;">- Não tia! A gente só consegue fazer três provas de cada
vez.<o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: Calibri;"><span style="font-size: large;">- Sinceramente, Mari... você acha que precisa disso?<o:p></o:p></span></span><br />
<span style="font-size: large;"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: Calibri;"><span style="font-size: large;">- Não, tia. Não precisa.<o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-size: large;"></span><br />
<span style="font-family: Calibri;"><span style="font-size: large;">Mariana é boa aluna, alegre, responsável. Vai à igreja todos
os domingos de manhã, de modo que não tem uma manhã sequer livre para, sei lá,
ir ao clube, dormir até mais tarde, tomar a fresca. <o:p></o:p></span></span><br />
<span style="font-size: large;"></span><br />
<span style="font-family: Calibri;"><span style="font-size: large;">Quando cursei o ensino médio, minhas aulas começavam às 7h15
e iam até 12h45. Agora eles entram às 7h e saem às 13h, com a diferença que têm
dois intervalos de 15min em vez de um só. De todos os modos, o período diário cresceu
em 15min. “Isso quando não tem o sétimo horário, tia!”. Todas as semanas eles
têm um dia com horário estendido.<o:p></o:p></span></span><br />
<span style="font-size: large;"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: Calibri;"><span style="font-size: large;">Fico me perguntando qual o objetivo de tudo isso. Einstein
não fazia prova sábado. Einstein não estudava em escola bilíngue. Einstein não
foi alfabetizado aos 4 anos de idade. <o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: Calibri;"><span style="font-size: large;">Quais os resultado de uma carga horária de estudos sempre
crescente? Os jovens estão ficando mais inteligentes? Mais humanos? Mais
preparados para lidar com os problemas sociais que vão estourar nas suas mãos?
Aptos a desenvolverem mecanismos para a sustentabilidade do planeta? Para que
tenhamos água daqui a 20 anos? Aptos a construírem um país menos desigual,
menos violento, menos injusto? <o:p></o:p></span></span><br />
<span style="font-size: large;"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: Calibri;"><span style="font-size: large;">Nada me convence de que essa corrida escolar não é senão um
estapeamento coletivo pra ver quem chega primeiro. Seu filho tem te estudar na
escola X, com a maior carga horária da cidade, para não ficar pra trás. Para
ter um emprego melhor, para ter sucesso pessoal, para ter dinheiro. Não existe
qualquer preocupação com a coletividade, com o jovem enquanto um servidor social,
um colaborador ativo na construção de uma sociedade livre, pacífica e justa. <o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: Calibri;"><span style="font-size: large;">Fazer prova todo sábado serve somente (se é que serve) a
mim, enquanto adversário do outro. Quem estudar mais, passa.<o:p></o:p></span></span><br />
<span style="font-family: Calibri; font-size: large;"></span><br />
<span style="font-family: Calibri;"><span style="font-size: large;">É urgente questionar, mais uma vez, nosso sistema escolar. É
urgente visitarmos a nós mesmos e sondarmos as motivações que nos levam a
escolher esta ou aquela atividade para os nossos filhos. Não digo que haja
opções; nem sempre as há. E pode ser que, daqui a dez anos, minhas filhas
estejam todas fazendo prova aos sábados. Mas que eu não desista de ensinar a
elas, todos os dias, que não estamos aqui para nós mesmos, e que não somos
ninguém senão na nossa relação com o outro.<o:p></o:p></span></span><br />
<span style="font-size: large;"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: Calibri;"><span style="font-size: large;">Isso nunca é cedo pra ensinar.<o:p></o:p></span></span></div>
Unknownnoreply@blogger.com15tag:blogger.com,1999:blog-7137090979600479538.post-90055647031276975812014-09-08T10:28:00.001-03:002014-09-23T21:28:15.529-03:00Discutindo a formação de leitores: onde estão as mães?Estudando para minha dissertação, estive analisando a última edição da pesquisa <a href="http://www.prolivro.org.br/ipl/publier4.0/texto.asp?id=48">Retratos da Leitura do Brasil</a>, realizada pelo Instituto Pró-Livro. O dado que mais me chamou a atenção foi que, pela primeira vez, as mães deixaram de ser a figura mais influente nos hábitos de leitura dos indivíduos, tendo sido superadas pelos professores.<br />
<br />
Não se aprende mais a ler em casa. Ler, não no sentido de ser alfabetizado, de decifrar uma sequência de códigos gráficos; mas de tornar-se leitor, leitor de literatura, da "arte das palavras", como define Ana Maria Machado.<br />
<br />
Quando saem da escola, conclui a pesquisa, os jovens param de ler. Ou passam a ler muito menos, sobretudo quando falamos em literatura. Sobrevive apenas a leitura de jornais, revistas e internet. Quando não tem ninguém mais mandando ler, não se lê mais.<br />
<br />
Interessante que, mesmo com essa conclusão, a maior parte dos especialistas que comentam a pesquisa menciona que seus resultados são muito importantes para conduzir políticas públicas e para auxiliar professores e gestores de escolas a delinear projetos para a penetração da leitura do Brasil. E as mães, onde estão?<br />
<br />
Claro, se olharmos para o país pelo nível macro, veremos todas as questões decorrentes do desequilíbrio de renda e da precariedade econômica de muitas famílias. Mães que trabalham fora o dia todo, que estão cada vez menos em contato com as crianças e que têm pouca relação com os livros. <br />
<br />
Mas parece que as mães não têm nada a ver com isso. Que são apenas uma vítima do sistema. E que, portanto, não são um caminho relevante para que enfrentemos o problema do baixo número de leitores no Brasil. É claro que existem iniciativas nesse sentido, como o programa "Mãe, lê pra mim", que distribuiu em São Paulo 4 mil livros para mães em comunidades carentes. E nós, mães blogueiras, também conhecemos o programa do Itaú Cultural que tem distribuído há alguns anos livros infantis para qualquer um que se cadastrar. <br />
<br />
Mas penso que seja a hora de convocar as mães a fazerem algo por seus filhos, por suas famílias, sem esperar que o Governo ou a escola façam por ela. Porque estamos incorporando a ideia de que o papel de criar nas crianças o "hábito" da leitura é da escola. E não é. É meu. É da mãe, é do pai, é da vó, é da família. Não faltam livros; as bibliotecas públicas estão nos municípios mais remotos, o acervo do PNBE é absolutamente espetacular. Faltam mediadores que tenham gosto pelo livro.<br />
<br />
O comediante Louis C.K., na série <em>Louie</em>, faz uma piada aparentemente de péssimo gosto em uma reunião de pais e mestres em que se discute uma crise na escola, e o que fazer para melhorar a instituição. Ele não entende o rebuliço e comenta: "<em>School is supposed to suck</em>". Claro, uma afronta a todos os pais e educadores que têm lutado por um ambiente escolar prazeroso, criativo e livre para nossas crianças.<br />
<br />
Mas a piada traz algo de importante para nossa reflexão: queiramos ou não, a escola está historicamente associada à obrigação, ao dever, enquanto que o lar dá a ideia de prazer, de liberdade, de lazer. Por menos tradicional que seja a escola, ali os deveres são mais frequentes que em casa. Por mais que se goste da escola, existem horários, existem obrigações, existe um esforço maior do que o que é exigido no seio da família. E aí está o pulo do gato.<br />
<br />
Embora a escola tenha um papel importantíssimo em cultivar o hábito da leitura, é muito mais difícil para ela desenvolver o <em>gosto</em> pela leitura que para uma mãe. A leitura no colo, com atenção individual que os professores dificilmente podem dar, com tempo para a contemplação, para a pausa, para a repetição, encontra ambiente muito mais favorável em casa.<br />
<br />
Mas é necessário que a mãe esteja lá. Que haja tempo, muito tempo. E se isso é uma questão social, política, econômica, também é uma questão individual, das minhas decisões, da minha vontade, do que estou disposta a abrir mão para estar com meus filhos. E se para a população carente o buraco é mais embaixo, eu não tenho desculpa.<br />
<br />
A leitura de livros em papel me parece uma tradição que está se perdendo. Embora estejamos falando da palavra escrita, a leitura começa como parte da tradição oral, da contação de histórias, da leitura em voz alta antes de dormir. É algo que tem de ser passado de geração em geração, no seio da família. <br />
<br />
Essa tarefa tem sido delegada para a escola, que tem se mostrado incapaz de fazer resistência aos apelos mercadológicos das propostas passivas de estímulo aos alunos, menos desafiadoras e mais aquietadoras das numerosas crianças em sala de aula. É necessário trazer a leitura também para fora da escola, como parte da rotina de lazer, do tempo livre. É necessário resgatar o prazer da leitura compartilhada, humana, o lado relacional da leitura. <br />
<br />
Só aí se criarão memórias afetivas fortes o suficientes para sustentar a leitura individual, silenciosa, contemplativa, sem hipertextos, botões ou luzes.<br />
<br />
<br />
<br />Unknownnoreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-7137090979600479538.post-12593183317468948572014-08-07T21:39:00.001-03:002014-08-07T21:41:22.987-03:00Ela vai dormir foraUma mala pequena e jeitosa, com uma fita cor-de-rosa atada à alça. Embalo em sacos transparentes os conjuntos de roupas que ela mesma escolheu. As roupas de frio tiveram de ir em outros sacos, maiores, todos cor-de-rosa. Ela vai saber, as roupas de frio nos sacos rosas. Tudo identificado com marcador permanente. <br />
<br />
Todos os anos, a igreja promove um "acampadentro" para as crianças a partir de cinco anos. Chegam sexta à noite e ficam até domingo de manhã, duas noites amontoados em colchões no chão, dormindo tarde, comendo cachorro-quente e crescendo na fé. Cinco anos, só ano que vem. Mas achei que Emília poderia aproveitar a programação diurna.<br />
<br />
- Posso trazê-la durante o dia, para ela participar de algumas atividades?<br />
- Não é bom que as crianças fiquem chegando e saindo...<br />
<br />
Murchei. Só ano que vem então.<br />
<br />
- ...mas você pode inscrevê-la. Ela fica, não fica?<br />
<br />
Inscrevê-la? Para dormir e tudo? Mas ela ainda não tem cinco anos...<br />
<br />
- Outras crianças da idade dela vão participar também.<br />
<br />
Ora, claro que ela fica. Foi só olhar pra ela, que me acompanhava. Os olhos brilhando, o sorriso de orelha a orelha, e a cabeça subindo e descendo, fazendo que sim. Eu disse que ia pensar.<br />
<br />
Não precisei de muito tempo para decidir. Mando um feijão para substituir o estrogonofe, o cachorro-quente ela já está acostumada a comer sem a salsicha. E a hora de dormir... bem... domingo ela capota às 19h. Resolvido, ela vai.<br />
<br />
Desde então, contagem regressiva. Faltam três dias para o acampadentro! Dois dias! E é amanhã.<br />
<br />
Fecho a mala, tão linda, tudo organizado de modo que ela possa se virar - que ela sabe se virar. O potinho com X para xampu, com C para condicionador. Duas toalhas, uma para o chuveiro e outra para o banho de mangueira. Pantufas para não sujar as meias na hora de dormir. E nem precisa de mais recomendações.<br />
<br />
Beijo na mamãe e até domingo!<br />
<br />Unknownnoreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-7137090979600479538.post-34624612062598428942014-05-27T10:51:00.000-03:002014-05-27T11:35:36.529-03:00Alfabetização precoce: qual o problema?<span style="font-family: inherit;"><span style="font-size: small;">Esta semana topei com <a href="http://www.revistaemilia.com.br/mostra.php?id=404">um texto</a> que muito me emocionou, do <span style="line-height: 115%;">escritor, ilustrador
e pesquisador Ricardo Azevedo. Azevedo conta suas primeiras experiências literárias, não com textos escritos, mas com imagens. Eram livros que ele encontrava na estante dos pais e folheava, bebendo daquelas imagens, sem compreender nada daquelas letras, ainda indecifráveis, que acompanhavam as ilustrações.</span></span></span><br />
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span>
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-size: small;"><span style="line-height: 115%;">As imagens ficaram em suas lembranças, indeléveis. Pensando bem, talvez eu também tenha gravadas na memória muito mais lembranças visuais que verbais ou sonoras. Se tento me lembrar de uma frase, um verso de um poema, qualquer coisa textual que me tenha marcado na primeira infância, nada me vem que não tenha sido repetido muitas e muitas vezes ao longo da vida.</span></span></span><br />
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span>
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-size: small;"><span style="line-height: 115%;">Cheiros, lembro também dos cheiros. O cheiro de esgoto e peixe podre que tem Fortaleza. Não tinha quatro anos completos quando saí de lá, mas guardo alguns quadros. A casa e seus espaços, as colunas redondas, as camas de alvenaria pintadas de verde. A vez em que quis tirar uma foto de dentro de um cesto de peixe, e o odor que me fez mudar de ideia assim que entrei.</span></span></span><br />
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span>
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-size: small;"><span style="line-height: 115%;">As palavras, os sotaques, se foram. Talvez acabem aparecendo por aqui, ou revivendo quando trato com minhas filhas.</span></span></span><br />
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span>
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-size: small;"><span style="line-height: 115%;">Ao ler o depoimento de Azevedo, pensei: "ele se lembra tão bem dessas imagens! Quantos anos será que tinha?" Não podia ser uma criança tão pequena, pra guardar uma memória tão viva. Azevedo se lembra de quando ainda não sabia ler.</span></span></span><br />
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span>
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-size: small;"><span style="line-height: 115%;">Então algo estalou em mim. A partir do momento em que lemos as palavras, não lemos mais as imagens da mesma forma. Não precisamos mais adivinhar a história que as ilustrações contam. E não precisamos mais perguntar, buscar o adulto, aquele mediador que torna a leitura afetuosa. </span><span style="line-height: 115%;">Quanto antes a criança lê sozinha, antes ela se liberta da leitura compartilhada. Bastante conveniente num tempo em que tudo o que queremos é que as crianças dispensem nossa assistência o quanto antes.</span></span></span><br />
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-size: small;"><br />
<span style="line-height: 115%;">E pensei que gostaria que minhas filhas se lembrassem dos dias em que eram analfabetas. Que em seu analfabetismo, aprendam a ler as imagens. Que não as vejam apenas como decoração, mas apreendam seu potencial estético e narrativo. Que as imagens ainda emocionem. Ainda contem, ainda provoquem.</span></span></span><br />
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span>
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-size: small;"><span style="line-height: 115%;">E pensei que gostaria que minhas filhas se lembrassem dos dias em que eu lia por elas. Que guardassem em suas células a música da minha voz, o calor do meu colo, o odor da minha respiração.</span></span></span><br />
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span>
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-size: small;"><span style="line-height: 115%;">Elas terão toda a vida para lerem sozinhas os códigos da nossa escrita. Que, por enquanto, sejam ágrafas. E sejam todas sentidos: olhos para fotografar, ouvidos para beber o som, pele para sentir o outro, nariz para aspirar minha voz, e boca para perguntar. </span></span></span><br />
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;"></span>Unknownnoreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-7137090979600479538.post-49612960556829309992013-08-16T20:48:00.000-03:002013-08-16T20:49:38.151-03:00Relato de parto da Ana<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
A cabeça dela na minha
mão. “É tão pequena”, eu disse. Descia, voltava um pouco. Com
umas três ou quatro forças, anunciei: “Nasceu a cabeça!”. A
parteira pediu calma antes que eu continuasse fazendo força para
fazer nascer o corpinho.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
“Agora, o Rafael vai
receber seu bebê”, disse a parteira. Eu, mesmo com o tronco
voltado para frente, numa posição em que certamente ela sairia por
trás, pensei: “Até parece”.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
+++</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Dia 24 de julho. Às
vésperas de completar 39 semanas, começo a perder o tampão. É dia
de consulta com a parteira. A cabeça do bebê ainda está flutuando,
mas minhas filhas sempre nasceram dentro das 24h seguintes à perda
do tampão.
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Vamos todos jantar
fora, Rafael, eu e as meninas. Chegamos em casa exaustos, e marido
tem a brilhante ideia de assistir à final da Libertadores. Vou
dormir. Levanto à meia-noite, ele ainda está na sala. Prorrogação,
pênaltis, e não consigo dormir até que ele venha pra cama, já
mais de meia-noite e meia.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Às 4h do dia 25,
acordo com contrações intensas, a cada 8 minutos. Peço ajuda pro
Rafael, que mal consegue se manter acordado. Me sinto sozinha, a
cabeça cheia de coisas: precisamos encher a piscina, preciso que o
Rafael pressione minhas costas, mas ele dorme. Ligo pra doula, pra
amiga (que também é doula) que prometeu cuidar das meninas durante
o TP e pra fotógrafa. Logo descubro que minhas parteiras estão
atendendo outro parto, e que a doula oficial também terá de atender
outra pessoa que estava, aparentemente, com o TP mais avançado. O
sol nasce, e meu TP vai embora. Mando todo mundo embora. “Vão
descansar, depois eu chamo vocês.”</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Dia 25 de julho. O TP
não foi embora de fato, continuo com contrações ritmadas, só que
agora um pouco mais espaçadas. Acho que não fui mesmo feita pra
parir de dia. Emília vai pra escola, Margarida dorme e Rafael e eu
conseguimos dormir um pouco pela manhã. Recoloco as ideias no lugar,
me acalmo. É uma chance de recomeçar.
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Depois do almoço,
vamos fazer um piquenique no parque com minha amiga doula, a filha
dela e as minhas. Já sinto vontade de vocalizar durante as
contrações, que ainda estão a cada 9 minutos mais ou menos.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Perto das 17h o cansaço
começa a bater. Vamos pra casa, colocamos as meninas pra dormir bem
cedinho, 19h.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Não consegui mais
dormir de fato, mas deu pra descansar até umas 22h, quando, com as
contrações já mais intensas e bem ritmadas, entrei no chuveiro, eu
e a bola. Não acompanhei as horas, não cronometrei as contrações.
Achei que estava na hora de chamar todo mundo e pedi pro marido
ligar. Ele hesitou, não sabia se estava na hora mesmo, já que eu
tinha tido um TP que foi embora, mas a parteira ouviu meu gemido pelo
telefone e insistiu em vir logo.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Lá pelas 22h30, 23h eu
acho, estavam todas aqui – parteira, parteira auxiliar,
amiga-doula-babá e a fotógrafa, que chegou um pouco depois das
outras. Minha doula oficial não pôde vir, estava em outro parto;
mas como eu tinha mais duas doulas em casa (a fotógrafa também era
doula), não foi problema. Aliás, disseram que eu não precisava de
doula nenhuma. Se ocuparam com a piscina enquanto eu permanecia
sozinha no chuveiro.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Estava tudo muito
fácil. Eu cantava, como fiz no parto da Margarida, mas desta vez
consegui continuar cantando por muito mais tempo. Eram músicas de
louvor ao meu Deus. Às vezes mesmo durante as contrações eu
conseguia continuar cantando, claro que com uma entonação bem
diferente. Às vezes eu parava de cantar e vocalizava um gemido
longo. Gritar, eu não gritava. Também não precisava de ninguém
pra me ajudar com a dor (que nem dava pra chamar efetivamente de dor,
tão bem eu a estava administrando). Convidei o Rafael pra entrar no
box mais pra me fazer companhia (ou para que eu fizesse companhia a
ele). Conversávamos, ríamos, era bom. Quando a coisa começou a
apertar um pouco mais, pedi que ficasse atrás de mim, pressionando
minhas costas. “Mas sem interromper o fluxo de água do chuveiro,
viu?”</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
De repente, comecei a
urrar e fazer força. Assim, naturalmente, sem que eu tivesse tido
aquela sensação de que não ia acabar nunca, sem que eu me sentisse
cansada. Não me senti cansada em nenhum momento durante este parto –
diferente de <a href="http://sacodefarinha.blogspot.com.br/2011/09/relato-do-parto-de-margarida-parte-1.html">quando Margarida nasceu</a>, quando eu tive de deitar entre
as contrações; e bem diferente de <a href="http://sacodefarinha.blogspot.com.br/2010/01/relato-de-parto-parte-i.html">quando Emília nasceu</a> e eu quase
apaguei no expulsivo. “A piscina já está pronta?”, perguntei.
Estava. Me enrolaram num roupão, perguntaram onde estavam meus
chinelos. “No tanque. Estão imundos de terra, por causa do passeio
de hoje à tarde.” Fui até a sala descalça mesmo, meu piso é de
madeira, aconchegante.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
A água estava uma
delícia, mas não era funda como eu esperava. O que me deu de alívio
foi uma pausa um pouco maior entre uma contração e outra, mas não
por muito tempo. Era a hora de pirar. “Ai, agora tá doendo!”.
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Essa parte foi insana.
Clamei pelo sangue de Jesus, pedi a Deus que não me deixasse só.
Pensei – só pensei: “Onde eu fui amarrar minha égua? Cadê
minha cesárea?”. No meio disso tudo, a piscina furou, a água
começou a vazar, todos tentando resolver a questão, inclusive o
Rafael. “Ei, tem gente demais resolvendo isso! Vem alguém aqui
ficar comigo!”. Marido obedeceu. Entre as contrações (se é que
existia entre as contrações) ele procurava outra posição que não
fosse atrás de mim: “NÃO TIRA AS MÃOS DAS MINHAS COSTAS! É pra
ficar com as mãos aí o tempo todo!”. Marido obedeceu.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Daí já surtando,
perguntei pra parteira: “Cadê esse bebê?”. “Olha aí”, ela
respondeu. Cabe notar que, como no parto da Margarida, não tive
nenhum exame de toque. Eu sabia que o bebê estava baixinho pela
posição do coração na ausculta, quase na minha sínfise púbica.
Mas não sabia sequer se eu já estava totalmente dilatada. Coloquei
dois dedos lá embaixo, e quando estava no segundo nó dos dedos
senti uma coisa dura. “É a cabeça”. E aí eu não tirei mais a
mão de lá, só queria fazer força e colocar meu bebê pra fora.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Daí comecei a senti
uma coisa diferente, parecia um balãozinho partido em dois. Era a
bolsa, que rompeu na minha mão. Com uma ou duas contrações, a
cabeça já começava a sair. E assim como foi com minha segunda
filha, eu mesma recebi minha caçula.
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Momento para nunca mais
esquecer. Seu corpo no meu, cheio de vérnix. “Deixa eu ver se é
você mesma”. E ri. “Taíza, você errou!”. Era ela. Ana.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
+++
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="font-weight: normal; margin-bottom: 0cm;">
Taíza,
minha amiga-doula-babá, que no último trimestre da minha gestação
começou a achar que era um menino, foi acordar as crianças. Emília,
ferrada no sono. Margarida, acordadíssima e rindo na cama. Emília
me apareceu com a maior cara de fascínio do mundo e cortou o cordão,
como havíamos prometido que faria. E aí se seguiram aqueles
momentos gostosíssimos do pós-parto imediato: sanduíche delicioso
preparado pela parteira, avaliação gentil do bebê sobre um
cobertorzinho aquecido, muito chamego nas filhas mais velhas. E na
avaliação da mamãe ganhei de presente um períneo íntegro (ou
levemente “ralado”, nas palavras da parteira auxiliar).</div>
<div class="western" style="font-weight: normal; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="font-weight: normal; margin-bottom: 0cm;">
Aninha
nasceu à 01h05 do dia 26 de julho de 2013, pesando 3,525kg e medindo
50cm.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="CENTER" class="western" style="font-weight: normal; margin-bottom: 0cm;">
<i>Salmos 126</i></div>
<div align="CENTER" class="western" style="font-weight: normal; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="CENTER" class="western" style="font-weight: normal; margin-bottom: 0cm;">
<i>1. Quando o SENHOR restaurou a sorte de Sião, ficamos como quem
sonha.</i></div>
<div align="CENTER" class="western" style="font-weight: normal; margin-bottom: 0cm;">
<i>2. Então, a nossa boca se encheu de riso, e a nossa língua, de
júbilo; então, entre as nações se dizia: Grandes coisas o SENHOR
tem feito por eles.</i></div>
<div align="CENTER" class="western" style="font-weight: normal; margin-bottom: 0cm;">
<i>3. Com efeito, grandes coisas fez o SENHOR por nós; por isso,
estamos alegres.</i></div>
<div align="CENTER" class="western" style="font-weight: normal; margin-bottom: 0cm;">
<i>4. Restaura, SENHOR, a nossa sorte, como as torrentes no Neguebe.</i></div>
<div align="CENTER" class="western" style="font-weight: normal; margin-bottom: 0cm;">
<i>5. Os que com lágrimas semeiam com júbilo ceifarão.</i></div>
<div align="CENTER" class="western" style="font-weight: normal; margin-bottom: 0cm;">
<i>6. Quem sai andando e chorando, enquanto semeia, voltará com
júbilo, trazendo os seus feixes.</i></div>
Unknownnoreply@blogger.com29tag:blogger.com,1999:blog-7137090979600479538.post-41026817302816528382013-07-29T07:31:00.001-03:002013-07-29T07:31:16.284-03:00Parteira: profissão serviçoA diferença entre uma assistência obstétrica padrão e uma assistência humanizada está no coração. Médicos e médicas, enfermeiras obstetras e parteiras humanizados vão além de um mero acompanhamento clínico protocolar. Importa o relacionamento pessoal entre profissional de saúde e paciente, importam as experiências da família que está sendo acompanhada, importam não apenas os resultados clínicos do parto (se bem que esses tendem a ser bem melhores quando a assistência é humanizada), mas também a satisfação da mulher, do casal, do bebê, da família. E aí é impossível não falar em amor. Difícil misturar profissionalismo com amor, mas é o que é. E é o que funciona.<br />
<br />
No dia seguinte ao parto, tive uma intercorrência que me assustou um pouco. Liguei pra minha parteira, ela veio na hora. Como estava na dúvida sobre o que era exatamente, ligou pra parteira auxiliar e pra minha médica. Tudo parecia bem, mas como eu tinha ficado nervosa, ela me ligou mais tarde pra ver como eu estava. No dia seguinte (ontem), minha médica me ligou e se ofereceu pra passar aqui e me ver. Minha médica acompanhou todo o meu pré-natal e ficou de sobreaviso caso eu precisasse ser transferida para o hospital. Mas não foi ela que assistiu meu parto, e não recebeu nada por isso. Ainda assim, veio voluntariamente me fazer uma visita domiciliar. Estava tudo bem, foi uma visita rápida, mas que fez toda a diferença para que eu ficasse tranquila. Profissionais humanizados se importam com a nossa tranquilidade.<br />
<br />
Ontem estava pegando uma calcinha e lembrei da parteira auxiliar mexendo nas minhas gavetas e procurando "uma calcinha preta grande". Parteiras nos vestem, nos secam os cabelos, mexem na nossa gaveta de calcinha. Assim que Ana nasceu, tive fome. Minha parteira foi à geladeira e preparou um delicioso sanduíche pra mim. Eu me satisfaria com um pão com requeijão, mas ela preparou um sanduíche com salada e tofu, bem temperadinho.<br />
<br />
São gestos, pequenos, mas significativos. No parto de uma amiga, soube que minha médica secou os óculos dela, que estavam molhados e embaçados pela água do chuveiro.<br />
<br />
Óbvio que não preciso nem falar das doulas, cujo métier é justamente a ternura. Mas o que me impressiona nesses profissionais, médicos e parteiras, de formação científica, inteligentes, cautelosos, aptos para lidar com intercorrências, aptos a conduzir uma transferência para o hospital, no caso das parteiras, e a executar uma cirurgia salvadora, no caso dos médicos, é a sua humildade. Humildade para aprender com as gestantes que acompanham, crescer e mudar. Humildade para não se achar importante demais para "perder" seu tempo em uma visita a uma puérpera inquieta. Humildade para ajoelhar-se e calçar uma meia em uma parturiente, como um servo faria com sua Senhora. Humildade, enfim, para servir.<br />
<br />
Dou graças a Deus pela assistência que tive e sigo tendo. É um privilégio sem tamanho. Estar cercada de amor durante a gestação, o nascimento e as primeiras semanas de um bebê é grande parte do que me deu coragem para chegar até aqui.<br />
<br />
Obrigada a todas as pessoas que têm nos acompanhado, e que a graça de Deus recompense esse amor.Unknownnoreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-7137090979600479538.post-21166787108968111192013-07-26T07:53:00.000-03:002013-07-26T07:53:07.966-03:00Nasceu Ana!
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<b>Salmos 126</b><br /><br />
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
1. Quando o SENHOR
restaurou a sorte de Sião, ficamos como quem sonha.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
2. Então, a nossa boca
se encheu de riso, e a nossa língua, de júbilo; então, entre as
nações se dizia: Grandes coisas o SENHOR tem feito por eles.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
3. Com efeito, grandes
coisas fez o SENHOR por nós; por isso, estamos alegres.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
4. Restaura, SENHOR, a
nossa sorte, como as torrentes no Neguebe.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
5. Os que com lágrimas
semeiam com júbilo ceifarão.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
6. Quem sai andando e
chorando, enquanto semeia, voltará com júbilo, trazendo os seus
feixes.<br /><br />
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Hoje, à 1h05, Deus nos deu Ana,
um pequeno milagre. Nossa gratidão é imensa.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Obrigada a todos que
oraram por nós e por esta criança. Que Deus nos torne dignos da
tarefa que Ele nos confiou.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Lia, Rafael, Emília e
Margarida (e agora, Ana).</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
(fotos e mais detalhes em breve) </div>
Unknownnoreply@blogger.com22tag:blogger.com,1999:blog-7137090979600479538.post-9385671215452810572013-05-20T20:35:00.000-03:002013-05-20T20:35:20.713-03:00As últimas de EmíliaDa Margarida não vou falar porque passei manteiga nela, botei uma maçã na boca, assei no forno e comi na janta. Ô, mas que dá vontade...<br />
<br />
Margarida ainda não fala, e Emília há tempos vem falando como adulto, então as pérolas têm rareado. Mas ultimamente ela soltou umas que eu tive de registrar.<br />
<br />
Ela anda numa fase <i>girlie</i> total. Tudo rosa, só gosto de meninas, não gosto de meninos, mamãe, eu não gosto do papai porque ele é homem e coisa e tal. Daí ela me chega:<br />
<br />
- Mamãe, quando eu crescer, vou casar com o fulano.<br />
- Ah, é? O fulano lá da sua escolinha?<br />
- É.<br />
- Ele é legal, né?<br />
- É.<br />
- E me diga uma coisa: ele sabe que vai casar com você?<br />
- Ele fala todo dia que gosta de mim.<br />
- Ah, é? Que legal... ...mas então quer dizer que agora você também gosta dos meninos?<br />
- Não, só do fulano.<br />
<br />
+++<br />
<br />
Margarida e Emília brigando pela garrafinha da Minnie. Na jogada, a garrafinha preterida - a da Moranguinho. Emília, com todos os argumentos do mundo, põe fim à discussão:<br />
<br />
- Margarida, olha só. Você tem blusa da Minnie e chinelo da Minnie. Você tá toda vestida de Minnie. Eu não tenho nada da Minnie, só essa garrafinha. Então você vai ter que aprender a gostar da Moranguinho.<br />
<br />
+++<br />
<br />
Emília veste uma blusa com uma menininha estampada e uma flor de aplique, super amassada. Ela apalpa a flor e grita pra empregada:<br />
<br />
- Ô fulanaaaaaa!<br />
- Oi!<br />
(e aí ela começa a falar com educação)<br />
- Sabe, essa blusa, quando ela sujar e precisar lavar, aí você passa essa florzinha aqui, porque ela está meio fechadinha, olha.<br />
<br />
Juro que não fui eu que mandei ela dizer isso.Unknownnoreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-7137090979600479538.post-31596432441499090132013-04-29T10:28:00.004-03:002013-04-30T11:43:47.883-03:00Quando o vínculo acontece - Guest post<div>
<div align="center" style="line-height: 115%; margin-top: 12pt; text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 15pt; line-height: 115%;">QUANDO O VÍNCULO ACONTECE</span></div>
<div align="center" style="line-height: 115%; margin-top: 12pt; text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
Respeito à espontaneidade do binômio
mãe-bebê</div>
<div align="center" style="line-height: 115%; margin-top: 12pt; text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div style="line-height: 115%; margin-top: 12pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Que cada mãe e cada bebê são únicos todos nós sabemos.
Que a relação entre eles é algo espetacular, também.</div>
<div style="line-height: 115%; margin-top: 12pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Mas, mesmo trabalhando e convivendo intensamente com
estas e outras questões relacionadas à maternidade, hoje me peguei refletindo
profundamente sobre este espetacular relacionamento, e percebi o quanto que ele
é cercado de mistérios.</div>
<div style="line-height: 115%; margin-top: 12pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Defendemos o vínculo espontâneo, o parto natural, o
contato pele-a-pele desde o nascimento, o aleitamento materno, a criação com
apego. </div>
<div style="line-height: 115%; margin-top: 12pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Levantamos a bandeira contra a cesareana
desnecessária, o desmame precoce, a terceirização dos cuidados.</div>
<div style="line-height: 115%; margin-top: 12pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Entendemos que há muitos rituais e costumes impostos
por nossa sociedade ocidental, utilitarista e materialista, e que estes
costumes e rituais tiram a leveza e a espontaneidade da maternidade.</div>
<div style="line-height: 115%; margin-top: 12pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Entretanto, entre tantas certezas sobre o que é bom
para a criação do vínculo e de um relacionamento saudável para a mãe e seu
bebê, ainda restam muitos mistérios.</div>
<div style="line-height: 115%; margin-top: 12pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Quando este vínculo se forma é um deles.</div>
<div style="line-height: 115%; margin-top: 12pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Aliás, o grande mistério, nem é quando o vínculo se
forma. É o que é normal.</div>
<div style="line-height: 115%; margin-top: 12pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
O normal é ter uma mãe apaixonada por seu bebê ainda na
barriga? Chamá-lo pelo nome, imaginar como ele será quando nascer, atribuir a
ele, ainda feto, personalidade e especular reações intrauterinas?</div>
<div style="line-height: 115%; margin-top: 12pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Ou o normal é se apaixonar pelo bebê ao olhar para ele
pela primeira vez? Naquele momento maravilhoso de “quase-transe”, quando, num
passe de mágica, toda a dor do parto desaparece junto com um choro fino e a
sensação tátil de um corpinho pele quente e úmido que é colocado sobre seu
peito?</div>
<div style="line-height: 115%; margin-top: 12pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
E se eu disser que não senti este tão-grande-maravilhoso-<wbr></wbr>espetacular
vínculo durante minha saudável gravidez nem durante meu tranquilo e espontâneo
parto natural?</div>
<div style="line-height: 115%; margin-top: 12pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
E se eu confessar que, nos primeiros dias e meses, o
bebê era apenas um bebê que precisava de cuidados, de ser amamentado, limpo e
embalado?</div>
<div style="line-height: 115%; margin-top: 12pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Por que o vínculo só veio depois?</div>
<div style="line-height: 115%; margin-top: 12pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Procurando por respostas, entre o consultório do meu
terapeuta e minhas livrarias prediletas, encontrei muitas opiniões.</div>
<div style="line-height: 115%; margin-top: 12pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Há muito escrito sobre isto. Pediatras, educadores
perinatais, psicólogos, mães e toda a espécie de curiosos escrevem sobre a
maternidade. Blogs, então, são inúmeros. Aliás, depois de toda esta revolução
blogosférica materna, é difícil não encontrar soluções para seus dilemas
maternais.</div>
<div style="line-height: 115%; margin-top: 12pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Mas hoje, depois de uma profunda reflexão sobre os
últimos eventos no relacionamento entre eu e ele, juntei os retalhos das idéias
construídas entre idas e vindas às páginas dos best sellers maternos
contemporâneos, e construí minha própria conclusão sobre este misterioso vínculo.</div>
<div style="line-height: 115%; margin-top: 12pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Olhando para meu bebê, e percebendo o olhar dele
fixado em meus olhos, meu coração se acelerou. “Que coisa maravilhosa” –
pensei. “É isto. É isto o vínculo. Como é bom sentir isto, como é bom se sentir
apaixonada por um bebê!” E então me
senti uma completa idiota: “Como pude não sentir isto desde que o senti mexendo
na minha barriga pela primeira vez?”</div>
<div style="line-height: 115%; margin-top: 12pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Hoje, meu bebê fez 11 meses. E é com saudosismo que me
lembro de tantas emoções maravilhosas que ele me trouxe. E me orgulho de ter
aberto minha vida para a maternidade. E de ter aceitado de peito aberto as situações
inesperadas a que fui exposta, quando decidi ter filhos.</div>
<div style="line-height: 115%; margin-top: 12pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Quando decidi -- aliás, decidimos -- ter filhos, nos
abrimos para a história que iria acontecer a partir daí. E ela aconteceu. </div>
<div style="line-height: 115%; margin-top: 12pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
E hoje eu entendo que, a maneira como se formou o
vínculo com nosso bebê de 11 meses, foi profundamente influenciada pelas
situações acontecidas antes da chegada dele.</div>
<div style="line-height: 115%; margin-top: 12pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
A gestação, parto e despedida de um bebê anencéfalo,
dois meses antes de novamente engravidar de um bebê que, saudável, viveria mais
que quarenta minutos, foi uma história verdadeira, que marcou nossos corações
para sempre.</div>
<div style="line-height: 115%; margin-top: 12pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Bem, esta foi a minha história. Nossa história. A
história do meu vínculo com meu bebê de 11 meses não poderia não ser
influenciada pela história de meu vínculo com sua irmã mais velha, que partiu
rapidamente minutos após ter nascido.</div>
<div style="line-height: 115%; margin-top: 12pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Assim como eu, cada mulher tem a sua própria história.
Sua história de amores, de gênero, de prazeres e desprazeres. O vínculo? Este
depende.</div>
<div style="line-height: 115%; margin-top: 12pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Depende de muita coisa.</div>
<div style="line-height: 115%; margin-top: 12pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Mas ele vem. Ah, se vem...</div>
<div style="line-height: 115%; margin-top: 12pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
E nós, como agentes de apoio a mulheres nesta vivência
fantástica da maternidade, o que mais podemos fazer, se não incentivar práticas
saudáveis para a construção de uma relação mais afetiva, feliz e prazerosa
entre mães e bebês?</div>
<div style="line-height: 115%; margin-top: 12pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div align="right" style="text-align: right; text-indent: 35.4pt;">
<i><span style="font-size: 10pt;">Por Quésia Villamil.</span></i></div>
<div align="right" style="text-align: right; text-indent: 35.4pt;">
<i><span style="font-size: 10pt;">Médica
obstetra do Instituto Nascer.</span></i></div>
<div align="right" style="text-align: right; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div align="right" style="text-align: right; text-indent: 35.4pt;">
<i><span style="font-size: 10pt;">Mãe de Esther
Villamil, que teve anencefalia e viveu 40 minutos e Paulo Villamil, que teve
apenas uma orelha torta e vive intensamente cada dia de seus 11 meses</span></i></div>
<div align="right" style="text-align: right; text-indent: 35.4pt;">
<i><span style="font-size: 10pt;">.</span></i></div>
<div style="text-align: left; text-indent: 35.4pt;">
<i><span style="font-size: 10pt;">Autora do livro "Os últimos quatro meses: Diário da gravidez de um bebê com anencefalia"</span></i></div>
<div style="text-align: left; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div align="right" style="text-align: right; text-indent: 35.4pt;">
<i><span style="font-size: 10pt;">Belo Horizonte,
27 de abril de 2013.</span></i></div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-7137090979600479538.post-45595284010027953642013-04-01T11:47:00.001-03:002013-04-01T11:47:18.234-03:00Carros - mães de três ou mais, me ajudem!Quem achava que mãe de terceira viagem sabia tudo, se enganou. Sempre existe um meandro desconhecido na maternidade, à medida que a prole vai aumentando. E o meandro em questão é o transporte.<br />
<br />
Como colocar 3 cadeirinhas em um carro? Lembrando:<br />
<br />
1) Ou o carro tem de ser largo o suficiente para que caibam as três cadeirinhas lado a lado (tenho um Logan e não cabe; meu sogro tem um Corolla, mais largo, e não cabe) ou tem de ter uma terceira fileira de bancos.<br />
2) Tem de haver cinto de três pontos disponível para prender todas as cadeirinhas - o que não é o caso da maioria dos carros, que no meio só têm cinto abdominal.<br />
3) No caso de carros com três fileiras de bancos, é necessário que sobre algum porta-malas, se não fica impossível viajar. A maioria é ou banco, ou porta-malas.<br />
4) Ainda no caso de carros com três fileiras de bancos, a terceira fileira tem de ser acessível o suficiente pra gente colocar uma criança e afivelar o cinto. <br />
<br />
Lembrando ainda que não estou trabalhando, logo não tenho grana pra bancar uma 4x4 cabine dupla. Tem de ser um carro que custe até R$60mil, no máximo.<br />
<br />
Em agosto deste ano terei duas crianças em idade de cadeirinha e uma no bebê conforto. Quando o/a caçula for pra cadeirinha, Emília ainda terá 4 anos e meio, então ainda precisará usar a cadeirinha.<br />
<br />
Até agora, me parece que a Dobló é a única opção, já que é o único carro que ainda fica com algum porta-malas quando colocamos os bancos adicionais. Mas se alguém tiver outra sugestão, please, me ajudem! Se não, só de Mercedão!<br />
<br />
<br />
<br />
<br />Unknownnoreply@blogger.com33tag:blogger.com,1999:blog-7137090979600479538.post-7670894661973892422013-03-19T12:22:00.002-03:002013-03-19T15:55:21.066-03:00O que toda gestante deveria saber sobre a translucência nucalQuando as pessoas conhecem minhas escolhas sobre pré-natal e parto - fazer só os exames necessários, não saber o sexo do bebê, ter o parto em casa -, muita gente supõe que, digamos, não cuido da minha gestação. Depois que Margarida nasceu, uma prima minha perguntou se fizemos tudo sozinhos (sem assistência). Nesta gravidez, já me perguntaram se eu tomei ácido fólico, se faço ecografia... até se estou tendo algum acompanhamento pré-natal já me perguntaram. Não fico brava, não - até porque grávida de 3a viagem já aprendeu a não se irritar com essas coisas. Mas existe um estereótipo sobre quem sai do esquemão.<br />
<br />
Sou daquelas bem certinhas, que vai ao GO antes mesmo de engravidar e faz um checkup geral para ver se está tudo certo. Antes de liberar, tomei meu ácido fólico. Demorei a ter um diagnóstico de gravidez porque, sinceramente, não faria diferença nenhuma. Eu estava com todos os meus exames em dia, tomava ácido fólico, me alimentava bem, não bebia, não usava drogas, não praticava fisiculturismo. Então, fui empurrando o Beta com a barriga, quase que literalmente.<br />
<br />
Choca um pouco as pessoas que eu só faça uma ecografia, a morfológica do 2o trimestre (com 22, 24 semanas, por aí). Mas garanto a vocês que não vou matar meu bebê por causa disso (e minha GO também garante). Ecografia não previne malformação fetal. Incrível, não é mesmo?<br />
<br />
Existem, de praxe, três ecografias que são recomendadas para mulheres com uma gestação normal: aquela primeira, pra identificar se a gestação é tópica (dentro do útero) e estimar a idade gestacional; a translucência nucal; e a morfológica do 2o trimestre. Caso haja alguma indicação (sangramento, crescimento anormal da altura uterina, pouca movimentação fetal, etc.), poderão ser indicadas outras ecografias.<br />
<br />
Por que eu faço a morfológica do 2o trimestre? Nessa idade gestacional, já pode ser verificado se o bebê tem alguma condição que requeira um atendimento especial no nascimento (uma malformação cardíaca, por exemplo). Isso melhora os resultados perinatais.<br />
<br />
Por que não faço aquela eco no comecinho? Porque confio na minha DUM. Contudo, se alguém tiver ciclo irregular ou medo de uma gestação ectópica, é bom fazer.<br />
<br />
E por que não faço a translucência? Agora, sentem, que lá vem a história.<br />
<br />
Na minha primeira gestação, a médica me explicou (corretamente) que esse exame estimava a probabilidade de o bebê ter alguma síndrome cromossômica, embora não seja conclusivo. Eu perguntei: "E se tiver, o que eu vou fazer?" Ela disse: "nada, mas é bom pra ir se preparando". Aceitei o argumento e fiz. Deu normal.<br />
<br />
Ocorre que, o que eu não sabia, é que esse exame é muito mais limitado do que eu pensava. Conheço três amigas próximas que tiveram translucência muito alterada e bebês normais. E o bebê da secretária da minha obstetra teve transluência normal e nasceu Down.<br />
<br />
Tá, mas e daí? Não é só fazer outro exame pra confirmar?<br />
<br />
A única maneira definitiva de saber se o bebê tem alguma síndrome cromossômica é fazendo um exame que se chama biópsia de vilo, ou amniocentese. Uma agulha é inserida na cavidade do útero para coletar uma amostra de líquido amniótico, a partir da qual será feito o cariótipo do bebê. Normal é 46XX ou 46XY (23 pares).<br />
<br />
Estima-se que a amniocentese tenha uma taxa de morbidade fetal de 1%. Após o exame, a mulher tem de ficar alguns dias de repouso pra diminuir as chances de perda fetal.<br />
<br />
Mas como eu sou muito louca e podicrê... eu jamais me submeteria a esse risco.<br />
<br />
E tem mais. Convênio não paga. O SUS faz, mas demora um mês. Que tal esperar um mês pra saber se seu bebê vai nascer vivo? E isso depois que o delicadíssimo médico da ultra te disse que ele tem 1% de chance de sobreviver?<br />
<br />
Mas, claro, você pode pagar. Para resultados em 30 dias, custa X. Para resultados em 15 dias, custa 2X. Para resultado em uma semana, custa 10X. É um mercado, e ninguém se dá conta.<br />
<br />
"Mas eu fiz a TN, deu tudo normal...." Glória, glória, a da Emília também. Mas a da minha amiga não deu. E ela passou maus bocados nos 12 dias em que esperou o resultado da biópsia. Não vou entrar em detalhes para não expor a intimidade dela, mas não recomendo isso pra ninguém. E ela é só uma das três que eu citei.<br />
<br />
E não nos esqueçamos do acompanhamento que vamos receber. Os médicos têm extrema dificuldade para lidar com mulheres que carregam fetos malformados. Decida carregar e parir um e veja a cara do seu obstetra. O apoio emocional nessas horas é muito escasso, especialmente vindo dos médicos. <br />
<br />
Os gráficos de resultados da translucência nucal são alimentados com dados de um banco mundial. A maioria dos fetos que apresentam translucência até 2,5mm são normais. Passando disso, vai aumentando a incidência de síndromes. Mas se 95% dos bebês com translucência 4mm, digamos, têm uma síndrome, o que isso significa pra uma mulher que teve este resultado? Nada, a não ser que ela faça a biópsia.<br />
<br />
O que eu recomendo às grávidas:<br />
<br />
- que se informem sobre a translucência nucal, e vejam o que significam seus resultados;<br />
- que se informem sobre a biópsia de vilo e avaliem se estariam dispostas a passar por ela caso tenham uma translucência alterada.<br />
- que pensem no que fariam caso tivessem um bebê sindrômico. Se aborto não é uma opção pra você, aí eu recomendaria fortemente que sequer começasse esse tipo de investigação.<br />
<br />
Eu diria: só faça a TN se 1) você estiver disposta a passar pela biópsia de vilo e 2) se você é daquelas que precisa saber, ou se jamais levaria adiante uma gestação com um feto malformado.<br />
<br />
E é por isso que eu não faço. Repetindo: ecografia não previne - nem corrige - malformação. Ecografia também dá (muito) resultado equivocado. E, finalmente: não sei se fomos preparadas pra lidar com esse tipo de dor numa esfera tão abstrata. Uma coisa é você ter um filho morto nos braços; outra é você ter uma barriga linda, um bebê que se mexe e cujo coração bate, e receber a notícia de que ele não vai viver. E que não há nada pra fazer a respeito.<br />
<br />
Acredito na liberdade de escolha, uma escolha esclarecida e informada. O direito de saber, mas também o direito de não saber. Especialmente porque, neste caso, saber não vai salvar o feto. <br />
<br />
E acredito também no acolhimento à mulher e à sua dor. É muito mais fácil receber de um médico um conselho para ler e se informar sobre as sídromes, junto com o contato para a clínica de aborto, que uma palavra de consolo ou de esperança. <br />
<br />
E, por fim: um pouco mais de amor na nossa assistência obstétrica.Unknownnoreply@blogger.com43tag:blogger.com,1999:blog-7137090979600479538.post-24687653861795025342013-02-05T09:00:00.000-02:002013-02-05T09:00:01.184-02:00Um, dois, três... e haja farinha!Pelo visto ninguém entendeu a indireta de ontem. Vamos tentar outra: este blog se chama Um, dois, três, saco de farinha! E agora faz jus ao nome. Quem sabe um dia a gente passa pro quatro, cinco, seis, saco de feijão?<br />
<br />
E vejam que chique, acabei de criar um slogan pro meu blog:<br />
<br />
<i>Saco de Farinha: gestando e lactando since 2009</i>.Unknownnoreply@blogger.com50tag:blogger.com,1999:blog-7137090979600479538.post-25622257667622436632013-02-04T09:00:00.000-02:002013-02-04T21:09:32.954-02:00Ser mãe - como continuarAntigamente era mais fácil engravidar. Digo antigamente em relação à minha própria história. Ali, quando eu tinha 26 anos. Não, não estou falando de óvulos mais jovens. Falo de um tempo em que a imagem de um filho era apenas uma alegria ingênua, e os problemas se resumiam a como trocar uma fralda ou quantos bodies comprar para o enxoval.<br />
<br />
Mas não caiamos naquele lugar comum, falando de "maternidade real", com todo aquele discurso de como tem coisa chata na maternidade. Isso todo mundo sabe, e só precisa ser dito a título de desabafo. <br />
<br />
O que mudou para mim depois da maternidade, o que eu chamaria de o choque de realidade, foi minha consciência em relação ao mundo. Não aquele discurso adolescente - necessário na adolescência, mas também necessária a sua superação - de que "não vamos botar filhos neste mundo cruel". É uma consciência indignada, que não se contenta em reclamar como tudo é ruim. É uma consciência que se condói, que se enche de misericórdia, que chora e que chama à ação. Foi-se o tempo em que, para mim, uma propaganda de Coca-Cola era só comunicação. Foi-se o tempo em que uma piada dirigida a uma parturiente era só diversão. E em que a proibição de doulas em maternidades não me remetia a um regime ditatorial.<br />
<br />
Hoje minha diarista me ligou dizendo que sua filha de 5 anos está internada por uma crise de diabetes. Só come alimentos com alto teor de açúcar, gordura, sódio, e de baixo valor nutricional. E não venham me dizer que a culpa é da mãe, que tem de ralar dia e noite pra segurar a casa, que não tem nenhuma informação sobre as consequências do consumo de alimentos industrializados e que vive numa realidade em que tem pouca escolha.<br />
<br />
Como continuar? Como se deixar fecundar sem pensar na violência generalizada que sofrem nossas crianças dia a dia?<br />
<br />
Mas seguimos. Porque sempre há esperança. Cuidemos dos nossos brotos, para que cresçam, floresçam e não repitam os erros das gerações anteriores.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiDZIEFdSsAA9oyOzKUeTYYVmdjFqEcT7LTElqBbBL_7fJQUXCVUjIRszFEmV1p9c5_YJI1CAW86qKgYznwpQvYG18NGZ3qbAEZnNJjq3oI4exjQDqHDtMc3hC_3Vwb7e8oo_wZfcmP5Rw/s1600/DSC04450.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiDZIEFdSsAA9oyOzKUeTYYVmdjFqEcT7LTElqBbBL_7fJQUXCVUjIRszFEmV1p9c5_YJI1CAW86qKgYznwpQvYG18NGZ3qbAEZnNJjq3oI4exjQDqHDtMc3hC_3Vwb7e8oo_wZfcmP5Rw/s320/DSC04450.JPG" width="240" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Herança do SENHOR são os filhos; o fruto do ventre, seu galardão. Sl. 127:3</td></tr>
</tbody></table>
Unknownnoreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-7137090979600479538.post-74070382095581775672013-01-12T10:00:00.000-02:002013-01-12T10:00:00.711-02:00Três anosEla vai à gaveta, pega dois protetores de tomada. Pega um banquinho, sobe, e enfia os protetores em duas tomadas totalmente inacessíveis.<br />
<br />
- Eu tô pondo esse plotetor de tomada é pá Margarida não se chocar!<br />
<br />
+++<br />
<br />
Falar em como ela cresceu neste último ano é um clichê inevitável. E como meu amor continua incondicional, sem apesares, sem pesares. E como todo o cansaço vale a pena, se é que temos penado.<br />
<br />
E para não sermos piegas, deixo que ela, com seu humor, escreva este post. São declarações feitas nos últimos 6 meses.<br />
<br />
+++ <br />
<br />
- Papai, você fica feio de barba.<br />
- Emilinha, não se diz pra uma pessoa que ela é feia. A gente fica triste.<br />
- Tá bom. Papai, quando você tá de barba, a barba fica feia. Quando você fica sem barba, você fica bonito. Falei direitinho?<br />
<br />
+++<br />
<br />
Olhando uma capivara à beira da poluidíssima lagoa da Pampulha. Sozinha, imóvel, num sol escaldante. Eu discutindo com meus sogros se ela estava morta ou adormecida. Concluímos que estava morta. Poucos minutos depois, ela sacode a cabeça, se levanta e começa a andar. Emília soluciona o mistério:<br />
<br />
- Ela estava morta, mas agora ela desmortou!<br />
<br />
+++<br />
<br />
Na casa da bisavó, fuçando na mesinha de canto. Vê a foto do bisavô.<br />
<br />
- Quem é esse?<br />
- É o bisavô, ele já morreu...<br />
- Por que ele morreu?<br />
- Ele já estava velhinho.<br />
<br />
Intrigada, ela aponta para um tio-avô:<br />
<br />
- E esse aí, por que ainda não morreu?<br />
<br />
+++<br />
<br />
Cresça, minha filha! (e continue matando a gente de vergonha...) Unknownnoreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-7137090979600479538.post-1655630664684624682013-01-07T08:30:00.000-02:002013-01-07T08:30:01.563-02:00Liberdade, liberdadeSe tem algo que eu poderia desejar para 2013 seria liberdade. É incrível como tendemos a oscilar entre o proibido e o obrigatório, sem parar muito no meio. Se um dia as mulheres não podiam trabalhar, hoje elas têm de trabalhar. Se um dia éramos obrigadas a sentir as dores do parto, hoje não podemos mais senti-las. Se a lei não permite abortar bebês malformados, difícil achar uma mulher com um diagnóstico de malformação que não se sinta coagida a interromper a gestação. Sim, podemos fazer escolhas. Mas o preço a pagar por uma escolha não conforme ao <i>status quo</i> é alto, muito alto.<br />
<br />
Quando digo liberdade, não digo liberdade para fazermos o que desejamos. Se ao menos nossos desejos fossem nossos... mas são moldados por toda uma parafernália de estímulos que muitas vezes não temos como evitar. E fica difícil saber o que sou eu que quero e o que é a publicidade que me mandou querer. Quando falo em liberdade, falo em liberdade para fazermos o que achamos certo. Bom. Justo. Liberdade para seguirmos nossas convicções mais profundas, ainda que pareçam loucura aos olhos da maioria.<br />
<br />
Liberdade para dizermos não ao automatismo, para questionarmos as formas como as coisas sempre têm sido feitas. Cansei de ouvir que assistimos à Xuxa, comemos Fandangos, nascemos de cesárea, tomamos mamadeira, brincamos de Barbie, fomos criados por babás e está todo mundo bem. Pois eu entendo que "todo mundo" não está nada bem. Bem é o quê? Vivo? Bem, nem todos estão vivos. Alguns se suicidaram, alguns morreram em virtude de violência ou acidentes de carro envolvendo álcool e velocidade excessiva - tragédias que poderiam ter sido evitados se nossa sociedade não estivesse doente. O restante está enchendo os consultórios de psicólogos, psiquiatras, endocrinologistas, nutricionistas, cirurgiões plásticos, as academias de ginástica e as agendas dos gerentes de banco em busca de empréstimos para saldar dívidas contraídas com compras inúteis. Foi feito um péssimo trabalho com a nossa geração, que está sendo passado para nossos filhos.<br />
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Queria, para 2013, liberdade para rompermos com os ciclos de violência, de descaso, de abandono. Liberdade para dizermos não à preguiça, para suarmos em defesa dos nossos filhos. Para cuidarmos deles. Liberdade para sair da hipnose da indústria do entrenimento. Para enfrentar a dor, a morte, a doença, sem termos de nos anestesiar no shopping. Liberdade para nos satisfazermos com uma vida simples, e não precisarmos trabalhar tanto para ter coisas das quais não precisamos. Para rirmos no tempo de rir, e chorarmos no tempo de chorar. Para plantarmos no tempo de plantar, e colhermos no tempo de colher. Para abraçarmos no tempo de abraçar, e nos afastarmos no tempo de nos afastar.<br />
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E para sermos felizes.<br />
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"<i>Liberdade não é fazer o que nós temos vontade de fazer. É fazer o que achamos certo.</i>"<br />
Meu pai.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3tBGdTRTGc5Nzgli2B_X5-fFVVy1fst0NlGK6NxdBCbQzyXmDhfhJiYKIfR8nFi1dY-jPtgmNx-8JauAaOhou_R8R9iEhABfoucnqlQLq1yJ8ni8LPRlt8LK7JZr_Nfb2YR5rM2nit3Y/s1600/DSC04402.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3tBGdTRTGc5Nzgli2B_X5-fFVVy1fst0NlGK6NxdBCbQzyXmDhfhJiYKIfR8nFi1dY-jPtgmNx-8JauAaOhou_R8R9iEhABfoucnqlQLq1yJ8ni8LPRlt8LK7JZr_Nfb2YR5rM2nit3Y/s400/DSC04402.JPG" width="400" /></a></div>
<br />Unknownnoreply@blogger.com17tag:blogger.com,1999:blog-7137090979600479538.post-40916686736720358222012-11-08T10:26:00.000-02:002012-11-08T11:07:36.621-02:00Oficinas sobre gestação, parto e desenvolvimento das crianças - Cláudia Rodrigues em BrasíliaPara as grávidas e mães, uma excelente oportunidade para trabalhar as questões emocionais envolvidas nessas fases tão especiais da vida.<br />
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Cláudia Rodrigues estará em Brasília no início de dezembro ministrando as oficinas <i>Gravidez, Parto e Simbiose</i> e <i>Inscrições Corporais</i>.<br />
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Mulherada candanga, reserve a data e ajude a dilvugar! Quanto mais inscrições, menor será o custo por pessoa (são no máximo 20 vagas por pessoas, então garanta logo a sua!).<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2ulypNMwNVCW3nhOOeRMnSce5NrUZt5QDhF_m1WaB6q5RQ4YzPksIl57RC-LNGiI6BRHxCNNKlJQHauujyU0rHIVzPiPd6KgtfuTR1VFvJlxCi9poswSkxoyUO6uiFAHOGHPXqShh7mM/s1600/Oficinas-c-Claudia-Rodrigues2-1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="281" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2ulypNMwNVCW3nhOOeRMnSce5NrUZt5QDhF_m1WaB6q5RQ4YzPksIl57RC-LNGiI6BRHxCNNKlJQHauujyU0rHIVzPiPd6KgtfuTR1VFvJlxCi9poswSkxoyUO6uiFAHOGHPXqShh7mM/s400/Oficinas-c-Claudia-Rodrigues2-1.jpg" width="400" /></a></div>
<br />Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7137090979600479538.post-26882557262999492382012-10-03T10:03:00.002-03:002012-10-03T16:30:23.025-03:00Meus livros altamente recomendáveis - VentoAntes de falar sobre o livro desta semana, trago alguns esclarecimentos sobre indicação etária.<br />
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Quando escrevi o primeiro post desta série, recebi a sugestão, devidamente acatada, de incluir para que idade os livros seriam mais indicados. Isso auxiliaria mães e pais a avaliarem se valeria a pena comprar ou pegar na biblioteca a obra para seus filhos. Mas chegar a essa definição não é tarefa simples.<br />
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Ainda antes de concluir minha explicação, mais uma divagação: o que seria um bom livro para crianças?<br />
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Para isso, primeiro precisaríamos saber o que seria um bom livro. Mas se nem os teóricos literários chegaram a um consenso, eu é que não me arriscarei a propor um método. Eu poderia dizer, como leiga, que um bom livro para crianças seria um bom livro, simplesmente, para qualquer pessoa. Adultos inclusive.<br />
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Os livros listados nesta seção são livros dos quais eu gostei. É pessoal. Claro, tenho alguma bagagem cultural, uma formação acadêmica modesta e uma familiaridade com os livros que talvez me dessem mais autoridade para julgar uma obra como boa ou ruim. Mas essa autoridade não é absoluta; é concedida pelos outros - no caso, vocês -, que esperam gostar também dos livros que eu indicar. Enfim, é uma crítica amadora.<br />
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Então, quando eu falar em faixa etária indicada, ela sempre será "a partir de". Porque se eu, com meus 30 anos não gostar, o livro está automaticamente fora da minha coluna. Se o livro fica bobo depois que a criança cresce, então não é um livro altamente recomendável (embora não se deva, necessariamente, descartá-lo). <br />
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A maioria dos livros será indicada para qualquer idade, já que minhas filhas são pequenas e quase todos os livros que tenho em casa ou pego na biblioteca são ricamente ilustrados. Assim, até um bebê pequeno pode ser apresentado a figuras. Obviamente que cada faixa etária "lerá" o livro de uma forma: um bebê de três meses passeará os olhos pelas páginas, e talvez estenda a mão para tocá-las; um bebê de seis meses tentará comer o livro; um bebê de um ano talvez queira amassá-lo ou rasgá-lo, mas já é capaz de passar as páginas e aprender a manuseá-lo com cuidado. Ele apontará para as figuras, perguntando seu nome. Com a aquisição do vocabulário, a criança poderá começar a nomear aquilo que nós apontamos, e logo poderá prestar atenção a pequenas histórias.<br />
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Emília, com menos de dois anos, já se concentrava em textos lidos, com o limite de mais ou menos umas 4 linhas por página (se as ilustrações fossem complexas o suficiente para manter seus olhos sobre a página e não querer passá-la antes de o texto terminar).<br />
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Depois de alfabetizada, a criança poderá continuar aproveitando os mesmos livros de seus primeiros anos, só que numa relação totalmente diferente.<br />
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Importante é não subestimar as crianças e seu potencial de leitura. Emília, com 2 anos e 8 meses adorou ouvir o Menino Maluquinho, um livro de 100 páginas, em preto e branco, e com palavras difíceis como "se escalavrava nos paralelepípedos" (que ela sempre ri quando ouve e tenta repetir daquele jeito lindo). E nunca é cedo demais para apresentar as crianças aos livros. Quanto antes elas começam a manuseá-los, maior sua habilidade para não os destruir. Margarida, com um aninho, lê pop-ups com auxílio.<br />
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Sugiro organizar os livros no quarto de modo a manter os cartonados, os de plástico e os de pano acessíveis aos bebês. Não há problema se eles roerem os cantos dos livros, pois a experiência das crianças com esse objeto é plenamente sensorial. É importante que elas não apenas possam lê-los, mas também tocá-los, cheirá-los, colocá-los na boca.<br />
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Os livros de folhas moles podem ser lidos para os bebês com a assistência de um adulto, que o orientará como tocar o livro sem danificá-lo. Se você percebe que a criança está com uma vontade incontrolável de amassar e rasgar, uma boa opção é dar a ela papeis de rascunho para extravasar essa energia. É importante permitir as experiências sensoriais, mas também ensinar o zelo.<br />
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Alguns livros, contudo, serão indicados para crianças um pouco maiores, que já têm a linguagem mais desenvolvida. São livros que eu peguei na biblioteca por serem escritos ou ilustrados por algum autor que eu já conhecia mas que acabaram se mostrando um pouco "avançados" para Emília. O critério é basicamente a relação entre a quantidade de informações textuais e visuais - ou, simplificando, como digo à Emília: "Esse livro tem muita letra e pouca figura".<br />
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Finalmente, não indicarei a faixa etária pela idade, mas pelas habilidades que a criança já tem (já fala bem, já se concentra diante de textos longos, já lê sozinho etc.) - que variam demais de criança para criança. Então, é preciso conhecer seu filho para saber se o livro lhe interessará. Mas mesmo quando achamos que ainda é cedo, às vezes eles nos surpreendem...<br />
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<b>Vento - Elma</b><br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBEaBzov1NXOuMH6wJKzGnN9EeJ62SR4-QW2wX3ibcYh6RFbuLeH5cUPB6-oC4_ACegQDpwfBbX92s2eCjpwogHLL91Mw84vTVJprDuGq9UZiCw87fT2Q4EJ3QEBxFgFwqBmpOQGy28UQ/s1600/1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBEaBzov1NXOuMH6wJKzGnN9EeJ62SR4-QW2wX3ibcYh6RFbuLeH5cUPB6-oC4_ACegQDpwfBbX92s2eCjpwogHLL91Mw84vTVJprDuGq9UZiCw87fT2Q4EJ3QEBxFgFwqBmpOQGy28UQ/s1600/1.jpg" /></a></div>
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O livro de hoje é um dos chamados livros-imagens, sem palavras.<br />
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Um dia estava visitando uma amiga que tem duas filhas pequenas e Emília agarrou na estante de livros infantis. Na hora de ir embora, minha amiga me sugeriu que eu levasse alguns para Emília ler durante a semana. Um deles foi <i>Vento</i>, de Elma.<br />
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Nunca tinha ouvido falar em Elma, ilustradora pernambucana. Algum tempo depois, coincidentemente, minha sogra deu à neta um livro ilustrado por ela - <i>Como começa?</i>, de Silvana Tavano, premiado com o selo de Altamente Recomendável pela FNLIJ. <i>Como começa?</i> é muito bom, mas <i>Vento</i> me deu vontade de chorar.<br />
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O livro começa com uma mulher carregando três bebês em um balaio na cabeça. Vem o vento e leva as crianças, que flutuam alegremente, se agarram nas árvores, são carregadas por passarinhos e passeiam montadas em elefantes. Finalmente, vão parar no varal da mãe, penduradas por pregadores.<br />
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Obviamente não existe uma leitura única, mas a maternidade, o cuidado e o deixar ir certamente estão em pauta.<br />
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As ilustrações são lindas e a narrativa é emocionante.<br />
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<b>Vento</b><br />
Elma<br />
Ed. Global<br />
Faixa etária indicada: livreUnknownnoreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-7137090979600479538.post-36753035183906433372012-09-25T09:56:00.000-03:002013-01-04T21:37:56.310-02:00Culpa zero, menos mãe e outras asneirasDemorei a me manifestar, mas não podia ficar calada diante das matérias mercantilistas e destruidoras da família que vêm pululando pela grande mídia, com conselhos que vão desde deixar o bebê chorando sozinho para dormir até alimentar seu filho com papinhas industrializadas no dia-a-dia (ou exclusivamente, por que não?).<br />
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Para quem quiser ler mais, estou hoje no <a href="http://minhamaequedisse.com/2012/09/culpa-zero-menos-mae-e-outras-asneiras/">Minha Mãe que Disse</a>.Unknownnoreply@blogger.com15