terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Um, dois, três... e haja farinha!

Pelo visto ninguém entendeu a indireta de ontem. Vamos tentar outra: este blog se chama Um, dois, três, saco de farinha! E agora faz jus ao nome. Quem sabe um dia a gente passa pro quatro, cinco, seis, saco de feijão?

E vejam que chique, acabei de criar um slogan pro meu blog:

Saco de Farinha: gestando e lactando since 2009.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Ser mãe - como continuar

Antigamente era mais fácil engravidar. Digo antigamente em relação à minha própria história. Ali, quando eu tinha 26 anos. Não, não estou falando de óvulos mais jovens. Falo de um tempo em que a imagem de um filho era apenas uma alegria ingênua, e os problemas se resumiam a como trocar uma fralda ou quantos bodies comprar para o enxoval.

Mas não caiamos naquele lugar comum, falando de "maternidade real", com todo aquele discurso de como tem coisa chata na maternidade. Isso todo mundo sabe, e só precisa ser dito a título de desabafo.

O que mudou para mim depois da maternidade, o que eu chamaria de o choque de realidade, foi minha consciência em relação ao mundo. Não aquele discurso adolescente - necessário na adolescência, mas também necessária a sua superação - de que "não vamos botar filhos neste mundo cruel". É uma consciência indignada, que não se contenta em reclamar como tudo é ruim. É uma consciência que se condói, que se enche de misericórdia, que chora e que chama à ação. Foi-se o tempo em que, para mim, uma propaganda de Coca-Cola era só comunicação. Foi-se o tempo em que uma piada dirigida a uma parturiente era só diversão. E em que a proibição de doulas em maternidades não me remetia a um regime ditatorial.

Hoje minha diarista me ligou dizendo que sua filha de 5 anos está internada por uma crise de diabetes. Só come alimentos com alto teor de açúcar, gordura, sódio, e de baixo valor nutricional. E não venham me dizer que a culpa é da mãe, que tem de ralar dia e noite pra segurar a casa, que não tem nenhuma informação sobre as consequências do consumo de alimentos industrializados e que vive numa realidade em que tem pouca escolha.

Como continuar? Como se deixar fecundar sem pensar na violência generalizada que sofrem nossas crianças dia a dia?

Mas seguimos. Porque sempre há esperança. Cuidemos dos nossos brotos, para que cresçam, floresçam e não repitam os erros das gerações anteriores.

Herança do SENHOR são os filhos; o fruto do ventre, seu galardão. Sl. 127:3

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