Depois do papo sobre as fraldas, que rendeu muitos comentários (cocô é sempre um assunto que dá ibope), dou início à série de três postagens sobre minha preparação para o parto. Hoje falo sobre meu objetivo número um: fugir de uma cirurgia.
Passo um: pesquisar os reais motivos que justificam uma cesariana. Passo dois: procurar um médico que não seja cesarista. Passo três: preparar o corpo.
Vou pular o passo um porque pretendo falar mais das minhas experiências que de coisas que vocês podem achar por aí. Vou direto ao passo dois.
A médica que estava me acompanhando antes de engravidar foi eliminada um mês antes do resultado positivo. Isso porque (já devo ter contado aqui antes em algum lugar, mas não lembro onde), depois de um mês sem a pílula, ela disse: “Se você não engravidar nos próximos dois meses, vou lhe passar um indutor de ovulação.” Com essa pressa pra me engravidar, imaginei que ela também não teria muita paciência na hora de me desengravidar.
Próxima médica.
- Você faz parto normal?
- A opção é da paciente, mas dependendo do que acontecer ao longo do pré-natal ou até durante o trabalho de parto, a opção fica sendo do médico.
- E quais os motivos para a realização de uma cesárea?
- Bebê pélvico [ok], pressão alta [mais ou menos], bebê GIG (grande para a idade gestacional) [péeeeeem], cordão enrolado no pescoço [péeeeem!]...
Errou 2,5 de quatro. Reprovada.
Aí desisti de continuar tentando achar médico credenciado (já estava no 3º mês de gestação) e fui numa médica indicada por uma amiga. Ela não é roots, parto natural e tal, mas pesquisei bastante e soube que ela é conhecida por ser pouco intervencionista e respeitar as pacientes. Estou com ela até hoje e estou tranqüila.
Agora, passo três! É contigo, mulher!
Antes mesmo de engravidar eu vinha buscando levar a vida mais salubre possível para que eu e minha filha estivéssemos com todo o vigor pra maratona de um parto normal.
Como já disse aqui, ajustei minha dieta e permaneci ativa durante toda a gestação (apenas tive de trocar o boxe por exercícios mais apropriados... ai, ai). E se eu já me alimentava bastante bem, radicalizei na eliminação dos industrializados. E aí eu confesso: meu maior sacrifício foi parar de comer miojo. Vocês não estão entendendo: eu AMO miojo, cozido ou cru, principalmente aquele espaguete que vem no saco maior. E com Sazon. Mas eu sei que é o lixo do lixo (segundo minha nutricionista, você faz muito melhor se comer pipoca), então este ano eu simplesmente não comi miojo.
Outro sacrifício pra mim foi eliminar o queijo do almoço. Isso porque minha nutricionista elegeu o almoço como a refeição dedicada à maior ingestão de ferro do dia. Pra quem não sabe, cálcio e ferro, quando ingeridos juntos, formam um complexo não solúvel e têm sua absorção altamente prejudicada. É mole? E tenho feito isso pra prevenir anemia, já que tenho essa tendência.
Claro que não sou o ícone da disciplina. De vez em quando rola um pão de queijo, um bolinho, chocolate, sorvete, pizza e até umas friturinhas. Faz parte. Mas sem a filosofia do libera geral.
Quanto aos exercícios, eles são uma necessidade pra mim. Atualmente, só o pilates e o RPG têm me dado alívio para as dores nas costas e só as caminhadas têm amenizado o desconforto nas pernas.
Algumas pessoas perdem as estribeiras na gravidez, e eu entendo: já é complicado lidar com as oscilações hormonais, a mudança do corpo, o desconhecido. E além de tudo a gente ainda tem de se controlar... Mas eu digo que vale a pena demais. Se com 10k a mais e uma boa estrutura muscular já é difícil se mover, os pés incham, as pernas, as costas e a bunda doem, imagino com 15, 20k a mais. Então eu digo que valeram cada doce que eu recusei, cada miojo que eu não comi e cada quilo que eu levantei.
Minha condição física não apenas tem me ajudado a ter uma gestação mais tranquila, mas creio que me contribuirá demais a caminhar para um parto normal. A pressão, a glicose, o colesterol e até a hemoglobina estão ótimos. E minhas coxas estão bem mais fortes do que estavam quando engravidei (de membros inferiores, o boxe trabalha mais a panturrilha, e eu não fazia musculação). Posso passar meia hora de cócoras, com a planta do pé inteira no chão. Consigo me acocorar e levantar sem apoio, várias e várias vezes seguidas (aliás, esse é um exercício que tenho feito). Pesquisei na internet uns exercícios para gestantes e faço quando não tenho pilates. Alguns ajudam no posicionamento do bebê e outros fortalecem os músculos que serão demandados na hora do parto.
No geral, sei que saio com vantagem em relação a muitas gestantes porque minha saúde é boa, sou relativamente jovem e tenho o paladar fácil pra comidas saudáveis. Também me considero bem fortinha. Mas como todo mundo (menos a bailarina), também tenho minhas perebas, contra as quais tive de lutar durante todo esse período: tenho varizes (já fiz aplicações duas vezes) e sempre senti muitas dores nas pernas, especialmente nas TPMs; tenho gastrite crônica (tive úlcera aos 17 anos) e raramente passo sem sérios desconfortos estomacais; tenho duas hérnias na coluna cervical, o que me rende umas 5 ou 6 crises de torcicolo por ano (já pensou parir de colar cervical, que charme?).
Mas, como eu disse: estou fazendo minha parte. O importante é confiar que qualquer coisa que saia dos planos vai ser porque teve de ser, e não porque eu escolhi mal minha médica ou porque não me preparei adequadamente.
Amanhã falo sobre como estou me preparando pra sentir as dores do parto...
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Há 2 meses
14 comentários:
Lia.. sei que não sou sua amiga de longa data, mas não resisti a deixar esse comentário. Acho super legal o parto normal e também todo seu ânimo e disposição para ajudar mas prepare seu coração para uma eventualidade.. só para não se decepcionar caso não dê certo o parto normal. Desculpe... não quero te deixar pra baixo e óbvio que não é o que aconteceu com os outros que vai aocntecer com você mas eu também me preparei na minha primeira gravidez para parto normal, estourou a bolsa, senti as dores e fui ao hospítal, mas não deu pois meu bebê liberou o mecônio na minha barriga... então foi cesárea... fiquei meio frustrada de início e isso é ruim pra gente. Sugiro que você vá com tranquilidade e que entregue a Deus o que for melhor pra vc e para o baby.
bjssss
Oi, Lia!
Você está chegando na reta final e já já a Emilia está chegando! Que legal!!!!
Lendo seu post sobre a preparação para o parto normal, acho que você está no caminho certo! Uma alimentação saudável e exercícios regulares são muito importantes não só nesse momento, mas durante toda a gravidez. Como você, eu também me preocupei em ter a melhor alimentação possível e em fazer uma atividade física. No meu caso, optei pelas caminhadas (que fiz até a véspera do parto) e pela hidroginástica para gestantes (que fiz até a 36ª semana de gestação mais ou menos, quando fui vencida pela preguiça e a sensação do “pra mim já deu! Agora é só moleza... e caminhada!” Rs... O meu filhote nasceu de parto normal, quando eu estava com 39 semanas e 2 dias de gestação).
Bjs
Eu também acho que tem que se preparar mesmo, não dá para deixar tudo nas mãos do médico. Já ouvi muito papo: "Ah, quero ter parto normal, mas falto na hidro, como o que quero, engordei bastante, mas eu querooo". Parece coisa de criança "eu quero e pronto". A gestante tem de fazer a sua parte, pois isso não é mais tão natural quanto era antigamente. Hoje a gente passa o dia sentada, é sedentária e não tem muita força muscular, então temos que facilitar o processo e não deixar tudo nas mãos do bebê e do médico.
Se não der certo, vc terá certeza de que foi uma cesárea necessária e de que vc fez a sua parte.
Beijos e boa sorte!
Adorei o post, aliás ja to te seguindo.
Quero muito o parto normal e tbem ja estou no passo 2, rs!
Essa questao do bebe GIG...é balela então?Vou ler mais sobre isso..
Beijão
Oi Lia
Muito legal a sua preparação para o parto normal. Eu costumo visitar muitos blogs de gestantes brasileiras e vejo que a grande maioria (mas maioria mesmo) acaba optando pela cesarea. Tenho minhas dúvidas se metade do que foi informado como sendo necessaria uma cesarea de emergencia, acabou sendo realmente uma necessidade.
Não sou uma pessoa natureba por convicção. Acho que muitos avanços médicos e tecnológicos estão aí para nos ajudar mesmo, mas acho que nada melhor do que um parto natural (como o próprio nome diz). Tive meu primeiro filho de parto normal com anestesia e me preparo para o meu segundo parto normal. Aqui na Austria como na maioria dos países europeus, a cesarea só é feita em caso de risco de morte para a mãe ou para o bebê. Não existe cesarea eletiva. Inclusive na Holanda a grande maioria dos partos são normais e domiciliares.
Generalizando, acho que no Brasil os médicos são excelentes cirurgiões e para eles o tempo da cesarea é muito mais reduzido do que o tempo de espera para o parto normal. Para as mamães tb acaba sendo um bom negócio pois quem já teve um parto sabe como são as dores. Enfim, todo mundo sai satisfeito com a cesarea.
Acho que o primeiro passo vc está dando com majestade e se por acaso não seja possível que a sua vontade seja realizada, vc vai ter plena convicção de que fez a sua parte.
Bom.. resta para nós nos desejarmos boa sorte ou como diriam os antigos UMA BOA HORA...
bjs
Luciana
Oi Lia, adoro visitar a ti e a Emília...
Eu fui uma grávida muito "relaxada" em todos os sentidos, sempre fui gordinha e estava com sobrepeso quando engravidei da Elisa, acabei entrando na onda de aproveitar as delícias da gravidez e no final da gestação estava com 25kg a mais, me mate... parecia a época da minha avó uma fase de engorda.
Felizmente foi uma gestação muito saudável e nós duas não tivemos nenhum problema de saúde mas, o parto normal realmente ficou muito mais difícil, não impossível é claro mas, confesso que estava tão cansada que fui facilmente convencida pela médica. Não me arrependo de ter feito cesária,muito mais pela minha saúde mental que já estava muito abalada devido ao meu tamanho (não conseguia mais me mexer e era agosto).
Admiro muito a tua preparação e farei tudo diferente caso venha a ter um próximo baby o que desejo muito.
Minha cesária foi tranquila e a recuperação muito rápida,o parto foi às 14h e na mesma noite já esta em pé.É claro que precisei da ajuda da minha mãe mas, nunca estive longe da Elisa e cuidei dela sempre, desde o primeiro momento.
Isso foi a minha experiência, sei que é uma cirurgia e, por isso, cada caso pode ser diferente, portando tbm tive muita sorte.
Para você e a Emília com toda essa preparação, tudo será perfeito!
Bjs no coração!
Pois é, tô tentando...foi a partir daí que conheci vcs essa turminha super animada e divertida e até me animei a entrar na onda. Primeiro foi os sobrinhos virtuais (amigos secretos) e hj resolvi colocar a Elisa de vez na turminha criando um blog prá contar dividir um pouquinho mais. Quando puder passa por lá tbm.
Ih, agora voce me deixou meio culpada com a parte dos exercicios... Estou comendo direitinho (cortei processados da minha comida ha mais de um ano) mas estou tendo um pouco de dificuldade para malhar, nas ultimas semanas estou fazendo um pouco de ioga em casa, mas estou longe de estar fazendo as coisas direitinho... (e caminhar nem pensar, o inverno ja chegou aqui nessa terra e nao rola de malhar na rua) Sera que ainda da tempo de fortalecer as coxas?
Que bom que voce esta sendo tao disciplinada, pelo visto as chances de conseguir o parto do jeito que quer sao bem grandes. Voce esta fazendo algum exercicio especifico para parto? Algum daqueles exercicios de perineo ou coisas assim?
Barbara - www.baxt.net/blog
Oi, Bárbara,
Pra fortalecer as coxas, fique de cócoras sempre que puder. Toda vez que for pegar algo no chão, por exemplo, acocore em vez de se abaixar (isso inclusive protege a coluna). Quando for mexer em armários baixos também aproveite pra exercitar as coxas. Eu costumo separar a roupa pra lavar com o cesto no chão, de cócoras. É um senhor exercício. E resolve seu problema de não poder malhar na rua. (Só tome cuidado com o joelho. Se doer, pare).
Em relação aos exercícios pro períneo, vou falar deles no meu post sobre a episiotomia!
Boa dica, vou tentar ficar mais tempo acocorada! :) Na verdade, para isso a ioga ajuda bastante, e ja estou achando mais facil ficar de cocoras do que antes.
Estou gostando da serie de posts, beijinhos!
Barbara - www.baxt.net/blog
Lia,
o seu post e o comentário da Paloma me fizeram ver a diferença entre querer um parto normal e fazer algo para ele acontecer. Eu fiz a linha quero e deixa rolar. Claro que não rolou. Acho que se eu tivesse sido mais "participativa" teria mais chances...Who knows!
Nossa, não vejo a hora da Emília nascer. Imagino você! beijocas!
Será que vc poderia dizer o nome da sua médica? Também moro em Brasília e queria tentar parto normal na minha segunda gravidez, já que na primeira não deu certo (apesar de a médica, segundo dizem, dar preferência ao parto normal).
Oi, Ana Paula,
Me passa seu e-mail ou blog pra eu te passar as indicações de médico. Tem outros ainda mais roots aqui em Brasília, se você quiser tentar algo ainda mais alterna... hehe.
Minha médica é especializada em gravidez de alto risco e é famosa por isso, não por ser natureba. Mas ela fez o parto de uma amiga minha (normal) que adorou. Mas me mande aí seus contatos que conversamos mais!
Oi Lia,
Obrigada pela disposição em me mandar suas indicações de médico. Na minha primeira gravidez eu troquei de obstetra no 7º mês! Na segunda, que ainda não aconteceu, gostaria de achar uma médica de confiança antes :)
Meu e-mail é: apccarvalho@hotmail.com
Estou adorando seus posts... vc será uma mãe nota mil!!
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