sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Fraldas de pano para uma bonequinha de pano

Já que não comecei ontem, e em razão dos comentários aqui e aqui sobre as fraldas de pano, vou adiar pra próxima semana o início das postagens sobre minha preparação pro parto.

Muita gente ficou curiosa, se perguntando se dá pra começar a maternidade com mais este trabalho: lavar fraldas.

É claro que não posso dizer que é possível, porque minha filha ainda não nasceu. Mas sei que não é impossível.

Tudo começou há uns dois anos, quando assisti a um programa que mostrava o impacto ambiental das fraldas descartáveis. Nos EUA, elas são um dos principais problemas do lixo urbano. Não sou ecochata e não gosto de pregar pras pessoas que devem fazer isso ou aquilo. Também não me gabo de nada que eu faço: levar sacola pro supermercado pra não gastar saco de plástico, reaproveitar a água, ir a pé ao máximo de lugares possíveis. Isso pra mim não é nada porque não me dá trabalho nenhum, e sei que continuo sendo nociva porque gasto mais tempo no banho do que o necessário e dirijo sozinha pro trabalho todos os dias. Mas no caso das fraldas, pensei: “isso eu posso fazer”.

Minha ideia inicial era revezar fraldas descartáveis com aquelas fraldas antigas do tempo da mamãe. Claro que economia de grana também contava a favor. Eu não sabia da existência das modernas fraldas de tecido, mas mesmo assim estava disposta a, de vez em quando, fazer uns origamis com as Cremer e fechar com alfinete com cabeça de Mickey e fita verde (lembram?). Me considero uma dona de casa experiente (Óooooo), morando fora de casa desde os 18 anos. E imaginei que não seria muito complicado passar uma água no pano sujo, jogar no balde e, quando juntasse o suficiente, meter tudo na máquina.

Ainda antes de engravidar, li no blog da Lu um post sobre as fraldas de pano modernas. Elas já vêm montadinhas, com velcro ou botões, pra facilitar a troca. Nada mais de origami. E como têm elástico nas perninhas, não vazam igual às antigas. Adorei a ideia e resolvi usar as tais fraldas a maior parte do tempo, deixando as descartáveis só para ocasiões em que a troca tem de ser feita na rua.

Não vou explicar aqui como elas funcionam, vantagens, desvantagens, preços, blábláblá. Tudo isso é facílimo de procurar no Google, digitem lá fraldas de pano para mais informações.

Minhas principais razões para ter feito essa opção são, nesta ordem: 1) economia de lixo; 2) economia de grana; 3) prevenção de assaduras; 4) desfralde antecipado; e 5) curiosidade e teimosia.

Agora vamos aos aspectos práticos.

Problema 1: minha cocofobia, como bem lembrou a Pat.
Solução: descartável ou não, a fralda vai ficar suja de cocô e eu vou ter de olhar pra ele. E a bunda da Emília também, e eu vou ter de limpar. E tudo isso vai exalar um lindo aroma. Um detalhe: mesmo usando fraldas descartáveis, o correto é despejar no sanitário o excesso de cocô antes de jogá-las no lixo. Isso porque as fezes liberam metano, altamente nocivo pra camada de ozônio. Então, minha filha, se o cocô é inevitável, vamos logo enfiar a cara na merda de uma vez!!

Problema 2: lavagem.
Solução: Fraldas, Dona Máquina de Lavar, Dona Máquina, fraldas. Muito prazer.
O procedimento é o seguinte: joga cocozão na privada (como eu faria com as descartáveis), passa uma aguinha básica e joga a fralda no balde com sabão. Um balde pro xixi (já comprei e marquei um X com caneta definitiva) e outro pro totô (esse ganhou um C).
Roupas, mesmo as mais sujas, podem ficar de molho por até uma semana, desde que você oxigene a água diariamente (é só dá uma misturada). Recomenda-se também colocar uma colher de bicarbonato de sódio no balde pra evitar mau cheiro. Então com as fraldas é a mesma coisa.
Claro que elas não vão ficar de molho uma semana, porque não sou rica milionária pra comprar 50 fraldas de pano. Imagino que em um dia já encha o balde de xixi e, em dois ou três, o de ploplô. Aí encheu, joga na dona máquina, aperta dois botãzinhos e, voilà! Estender essas fraldinhas é a maior façura do mundo.
E se não secaaaar??? A dona máquina seca pá nóis!!
Mas isso não é mais antiecológico que o lixo da descartável? Né não, vai por mim, pesquisem lá que tô com preguiça de explicar e vocês devem estar ainda com mais preguiça de ler.

Para as coisas que as pessoas dizem que não dá pra fazer, minha cabecinha funciona da seguinte forma: se alguém já fez, é porque dá. Tipo, parto sem anestesia, quatro filhos, criança sem chupeta. Quem não viveu essas experiências diz que não rola, mas quem viveu diz que rola. Então, se rolou pra alguém pode rolar pra mim também, né não? Foi assim que fiz uma segunda graduação ao mesmo tempo em que trabalhava 40 horas semanais. Uma amiga minha fazia e eu resolvi que eu também podia. E fiz.

Depois que a Emília nascer, é claro, retornarei ao assunto, aí já com know how de expert. E que venha o cocô!

18 comentários:

Paloma Varón disse...

Lia, também acho que, se vc acredita que dá certo, tem que tentar. E, saber reconhecer, caso não der certo. A gente se torna mais flexível depois que os filhos nascem. Antes de nascer, a gente tem todas as certezas do que vai e do que não vai fazer. Depois, as dúvidas ganham. E a gente pode voltar atrás em muita coisa, por que não? Estou louca para ver sua experiência e me encher de coragem (ou não) para tentar com o próximo, então, te peço: seja sincera ao nos contar se o balde fede, se a máquina lava tudo etc etc.
Beijos

Carol disse...

Boa sorte com as fraldas de pano, Lia. Acho sim que vale a tentativa.
Uma coisinha só: esquece a história de "2 ou 3 dias" para encher um balde com fralda suja de cocô. Você não acredita do que esses pequeninos são capazes! Rs...
Bjs

Patricia disse...

Lia, nem sabia desse negócio de jogar o cocô no vaso mesmo sendo fralda descartável. O metano é mais prejudicial do que gastar toda essa água na descarga? Caraca! Vivendo e aprendendo. Vou me lembrar na próxima troca.
Acho que você está certa com as suas convicções. E claro que com o lance da fralda não deve ser tao complicado assim, já que nossas mães, com 3 filhos e tudo faziam desse jeito.
Só concordo com a Paloma, depois de ter filho a gente se torna muito mais flexível. Por exemplo, eu também era contra chupeta (meu marido é dentista), até que mariana começou a chupar dedo e a usar meu peito como chupeta. Nem titubeei e chupeta nela...
beijos!

Lia disse...

Então, Patrícia: pra não gastar água com descarga, o jeito mais ecológico mesmo é jogar o cocô na horta! Mas aí haja horta, hem?!? Acho que teria de ser um pomar...

.Justlow disse...

Oi te achei no blog da Débora gostaria de te seguir afinal falamos sobre o mesmo assunto no blog , seu blog é lindo , vou te seguir , me segui tbem ok :]
depois da uma passadinha no meu blog
beijos ;*

Jane Garcia disse...

Olá Lia,

Como sempre muito legal seu post...Bem na dúvida que tenho.
Minha mãe teve 7 filhos, sempre 2 ao mesmo tempo usando fraldas e de pano...mas confesso que eu não sei se vou dar conta de ficar lavando..rs

Estou encomendando umas fraldinhas de pano dessas modernas pra tentar...

Abs

Carol de Castro disse...

Oi, Lia!
Nossa, adorei esse post!
Aqui na Europa eu vejo muito essas fraldas e, sinceramente, se as conhecesse antes, levaria pra minha sobrinha (agora ela já não usa)... Seguramente essas fraldas evitam as alergias e irritações (causadas pelo elástico e pelo calor excessivo da fralda descartável) que vemos diariamente na puericultura...
Beijo pra voces!

Barbara disse...

Oi Lia, cheguei aqui por acaso e ja vi que temos varias opinioes parecidas. Inclusive, minha filha ia se chamar Emilia (em grande parte por causa da Emilia do Sitio), mas o bebe na minha barriga resolveu que eh um menino, entao Emilia vai ser a irma dele. Adorei descobrir outra mae de Emilia no Brasil, eh tao raro! (acho q nos EUA esta mais comum)

Sobre as fraldas, aqui na Inglaterra, onde eu moro, elas tem tipo um papel que fica na parte q encosta na bunda do bebe - quando vc tira a fralda, pega esse papel, enrola e joga fora! E voila, uma fralda sem cocozao! Eu ainda nao vi pessoalmente porque ainda nao comprei as fraldas (ainda nao comprei nada, na verdade), mas estou bem a fim de experimentar essas fraldas de pano.

Tem um blog bem interessante, o www.pacingthepanicroom.blogspot.com em q o cara explica, tim tim por tim tim, como funcionam essas fraldas. Nao sei se vc le em ingles, mas recomendo.

Os posts estao aqui: http://pacingthepanicroom.blogspot.com/search?q=disposable

Aqui ainda tem a vantagem de o governo te pagar um dinheirinho como "auxilio" se voce resolver usar fraldas de pano!

Barbara (nao tem link no meu perfil do google, mas meu site eh www.baxt.net/blog )

Lia disse...

justlow, entrei no seu blog e fiz um super comentário, mas não consegui postar de jeito nenhum. Dá um erro na página e as letrinhas ficam todas cortadas. Mais tarde eu tento, mas saiba que já te fiz uma visitinha!!

Barbara disse...

Hm, a burrona aqui nao tinha se ligado que tinha que comprar o refil! (sabe quando vc nem para para pensar?) Nesse caso, fica mais complicado para vc - quer dizer, pode valer a pena ver o custo de mandar o refil pelo correio).

Sobre nomes, eu tambem gosto de nomes mais antigos - e qual nao foi minha surpresa quando descobri que aqui na Inglaterra "Barbara" eh nome de velha? Achei otimo, hehehe.

Quando eu comentei sobre o seu blog pro meu marido, sobre a sua escolha de nomes, como a gente concordava em varias coisas e tal, ele falou "entao por que voce nao pede sugestao para ela sobre nome de menino?" Achei a ideia otima, e estou pedindo! Nos estamos embananadissimos com essa questao!!! Nome de menina eh tao mais facil!

Barbara - www.baxt.net/blog

Beta, a mãe disse...

Lia, sobre o cocô, só fica ruim o cheiro, a aparência e todas as outras coisas ruins depois que o bebê começa a comer comida, até então é tranquilo, eu tentei usar as fraldas de pano, mas minha filha bebe agua demais, e faz xixi demais acabava que não durava nem 2 horas cada fralda e ela já tava toda molhada e tinha que trocar toda a roupa de novo. Depois de um tempo descobri uma dica que poderia ter me ajudado antes de aposentá-las: nos primeiros usos, o pano tem uma goma que vem de fábrica, independente qual a marca, e essa goma prejudica a absorção, então acho que pode ser uma boa idéia ir lavando as fraldas pra deixá-las mais usadas mesmo sem ter usado ainda, a goma vai saindo e o poder de absorção aumenta. Não testei, quando descobri isso veio o inverno e esse ano aqui em SP foi um inverno úmido e gelado, as roupas ficavam 1 semana no varal pra não secar tudo. Imagina as fraldas com suas diversas camadas? Não tenho ainda a máquina de secar, então aposentei as fraldas. OUtra coisa que percebi com as fraldas de pano, não use pomada anti-assadura, elas mancham o tecido pra sempre e podem diminuir o poder de absorção. Acho que é isso que eu tinha pra te dizer. Ai se eu tivesse essas dicas antes...um beijo
Roberta

Marina disse...

Lia, meu raciocínio para decidir, no final das contas, sobre as fraldas de ´pano, tb foi assim!
Se tem gente que deu conta, eu psso dar!
Tenhp certeza que a gente ainda vai trocar figurinha sobre isso!
bjs

Lia disse...

Beta, amei as dicas!! Essa da goma eu já tinha ouvido mesmo, mas acredita que eu tinha esquecido? Bem lembrado, vou lavar as fraldas mais de uma vez antes de usar.

Anônimo disse...

O que mais me impressionou foram os baldes, ladies and gentlemen meet Super C e o arquivo X. Gentem, se eu acreditasse em signos diria que vc é daquele signo, como é, o tal mega orgaizado?
Tenho 2 observações:
1. como vc ja sabe, amiga lia, o cocô inicial tem a espessura de um creminho. Pense mostarda, Essas eu acho que podem passar pela torneira pra tirar o grosso e ir direto ao balde Super C.
2. Se vc, por algum motivo, no meio da madrugada, se estressar com as fraldas, worry not! Tenha em mãos as descartáveis de emergência e no outro dia tudo parecerá mais leve e menos irritante.
Beijos, depois quero saber TUDO. E como disse Paloma, seguir (ou não) o seu exemplo.
Beijo!

Flavia disse...

Sobre as fraldas de pano, não posso opinar, porque não resisti a tentação das descartaveis... (aqui no velho continente não conto, nem com babá, nem faxineira, sempre tive que me desdobrar pra dar conta de tudo, e ainda ter tempo pros meus trabalinhos freelancer...) mas justificativas a parte. Admiro muito tua postura.
O que sim posso dar meu pitaco é sobre o cocô, sou (ou era?) exatamente como você, e era capaz de vomitar, só de sentir o cheiro de qualquer coisa similar, mas olha só: a natureza é tão, tão sábia, que os primeiros seis meses o cocô de leite materno, não tem cheiro de cocô. Quando começa a introdução de alimentos ja é outra história...
E sobre parto sem anestesia e bebê sem chupeta, é possível sim, e nem é esse bicho de 7 cabeças todo que as pessoas pintam...
Mas como sempre gosto de deixar claro, cada cabeça é um mundo. Né?

beijos e tambem passei por aqui pra agradecer o carinho no aniversário do filhote. Fiquei tão emocionada com tanto recadinho lindoooo... Ai.

obrigada, viu?

Beta, a mãe disse...

So uma perguntinha, Lia. Qual a marca das fraldas? Estou indo pra Miami essa semana e quem sabe me animo a tentar de novo com o novo baby.

Lia disse...

Oi, Beta,
Depois de muita pesquisa, as marcas de que mais gostei foram a FuzziBunz e a BumGenious, do modelo one size (que cresce com o bebê). Custam em média U$18 cada fralda. Você deve comprar no mínimo a quantidade para um dia e meio de trocas, pra dar tempo de lavar. Comprei 15, se precisar de mais peço pra próxima pessoa que viajar. Achei essas duas bem equivalentes; compre a que encontrar mais fácil.

JULIANA disse...

Cocô fedido é o de feijão! JISUIS me salva!
Cocô de leite materno é cheirosinho!


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