terça-feira, 21 de julho de 2009

Do que a gente realmente precisa

Aqui estou de volta, de layout novo e a todo vapor!

No clima do post que escrevi duas semanas atrás sobre as inseguranças trazidas pela gravidez, conto uma história linda que sempre lembro quando percebo que estou me desesperando à toa. É sobre como uma colega minha de trabalho virou mãe. É um pouco longa, então peguem a pipoca.

Para quem sempre sonhou com a maternidade, ela casou tarde, com pouco menos de 40 anos. Mesmo assim, creu que era possível, e tentou desde o princípio. Os anos passaram devagar, e nada. Enquanto a menopausa não vinha, ela sempre teve esperanças. Fez exames, tomou remédios, descobriu que o marido também tinha problemas de fertilidade, e continuou tentando por um tempo. Um dia, olhou para os remédios e decidiu que não ia tomar mais. Assim, sem razão, ela simplesmente desistiu do tratamento.

Pouco tempo depois, veio a menopausa, e com ela, muitas lágrimas. Ela me conta que olhava as grávidas na rua e morria de inveja, sabendo que jamais passaria por aquilo. Durante esse período, ofereceram-lhe três crianças. Aquelas loucuras de mães que cismam que não vão dar conta, ou de um colega de trabalho que perguntava se ela não queria criar um bebê indesejado, fruto de uma traição. Quando lhe ofereceram o terceiro, ela pensou: “Meu Deus, isso não é normal. Deve ser um sinal.” E, naquele dia, decidiu que adotaria uma criança.

Convencer o marido, tradicional e machista, foi difícil. Ele não se conformava em ter sido incapaz de gerar um descendente. Mas acabou cedendo, e eles entraram com um processo de adoção.

Aí vem minha parte preferida. Essas coisas demoram muito mais que uma gestação, e o casal tem de seguir com a vida enquanto espera. O tempo foi passando e, um dia, toca o telefone:

- Temos um bebê para você.

Ela ficou completamente sem reação, porque há algum tempo não tinha notícias do processo. Desesperada, perguntou quanto tempo tinha para buscar a criança.

- Ele só pode ficar aqui mais um dia. Mas se você não estiver preparada, eu entendo. Você já é a sexta pessoa pra quem eu ligo e todas as outras disseram que não poderiam receber esse bebê agora.

Hesitou, passou as mãos pelo rosto, e respondeu com convicção:

- Não. Não ligue pra mais ninguém. Eu quero. Eu quero.

Desligou o telefone e tentou raciocinar. Não tinha nada, nem berço, nem roupas, nem fralda, nem mamadeira. Correu para um desses lojões do bebê (apesar de ter pós-graduação pela UnB, ela é humilde. Ocupa um cargo de nível médio no executivo, que paga o suficiente para uma vida digna, e só. O marido mal terminou o ensino médio e é vendedor) e comprou tudo o que achava que ia precisar. No dia seguinte, arrumou um carro para comprar as coisas mais volumosas.

Ela conta que era época de chuvas. As roupinhas tinham de estar todas limpas para a chegada do bebê, e ela não tinha secadora. Lavou tudo o que pôde, torcendo com a mão (também não tinha lavadora, só tanquinho), e pendurou aquelas roupas encharcadas, dizendo: “Ai meu Deus, isso nunca vai secar”. No dia seguinte, ela teria de buscar o menino – e vesti-lo, obviamente.

“Foi um milagre”, ela conta, com os olhos cheios d’água. “Secou tudo, tudo, não ficou nada nem úmido”. E assim, recebeu aquele bebezinho, nascido de 7 meses, recém saído da incubadora. Com ele nos braços, só pensava no que fazer a partir dali. Não sabia nem por onde começar. “E ele era tão pequenininho...”

Hoje ela tem quase 60 anos e um meninão enorme de 10, saudável, inteligente, educado, simpático e que, cá entre nós, é a cara da mãe.

8 comentários:

Lidia Barreiros disse...

Ounnnn q história linda!!!
:)

Liaaaaaa larga mão de ser desnaturada e acompanha meu blog aí!!! Hunf

Espero q tenha gostado do bloguinho assim...florido...como a vida deve ser!
Bjks

Lia disse...

Adorei, Tia Lídia! Que pena que você se vai... o bebê vai sentir saudades!

Clara Viegas Miranda disse...

O BLOG FICOU MARRRRAAAAAVVVIIILLHOOOSSSOOO!! Parabéns! bjs

Luíza Diener disse...

ai que fofo!
e seu blog ficou com outro ar. com ar de.. blog!
ehehhe!

que linda a história dessa sua colega!
adotar também é um milagre!

Lia disse...

Pois é, Clara... achei que ficou parecendo um scrapbook! hehe

Roberta Lippi disse...

Lia, eu também estou em fase de mudança do layout do meu blog, mas tenho medo de perder todos os arquivos (fiz backup no word, mas são muitos arquivos se eu precisar repor manualmente). A sua mudança foi tranquila nesse sentido ou sua amiga teve um certo trabalho? bjs

Thaís Rosa disse...

afe!! que história linda... tem uma lágrima que cisma em cair no meu rosto enquanto leio. demais!
o blog ficou lindo. também estou ensaiando mudar o meu, mas na primeira tentativa já perdi alguns dados, estou com medo...
Bom, mas passei por aqui para dizer que você foi a sortuda que ganhou o Dr Carneiro!!!! passa lá no blog para ver, e me manda seus dados (manda para o email aprendizdemae@gmail.com.br) para que o kit seja enviado.
Valeu pela participação, viu! Adorei conhecer seu blog.
beijo

Lia disse...

Roberta, Thaís e quem mais se interessar: aí vão algumas dicas pra mudar o layout do blog.
Segundo minha amiga, na hora de editar o htm ele dá a opção de fazer backup. Mas ela recomenda que se copiem os links também, porque o backup do blogger nao leva os links (a nao ser q o template - hein? - que você for usar diga explicitamente q os links (ou widgets) vao junto). Caso contrário, é certeza que você vai perder todos (minha lista de blogs, links de qq tipo etc). Espero que ajude!


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