segunda-feira, 1 de março de 2010

Metamorfoses

Sabe aquela pessoa adorável, paciente, sorridente, que ficou nove meses entorpecida pelos hormônios do bem estar – a única que vocês conheceram, já que quando comecei este blog eu já estava grávida? Ela se foi.

Apresento a vocês a velha Lia, rabugenta, irritável e com tendências homicidas. Tudo potencializado exponencialmente pelos hormônios do leite – esses, sim, do mal.

Lendo este post da Roberta e este da Dannah, me inspirei a declarar meu ódio contra palpites, comentários e outras intervenções indesejadas. Na gravidez, elas não me incomodavam tanto. Agora, vontade de esganar.

Momento ódio: saindo do pediatra, Emília pede pra mamar e decido resolver o problema ali mesmo. No fim da mamada, ela começa a chorar, perder a pega, bater a cabeça (isso acontece às vezes; ela tem de arrotar e às vezes golfa um pouquinho antes de continuar com calma. Quando está cansada, também fica mais nervosa quando perde a pega). Aí vem uma mulher de jaleco branco, enfermeira ou sei lá o quê, enfia a cabeça no meio dos meus peitos e diz: “Que confusão, hem mãe?” Tivesse eu um revolverzinho...

E me digam por que a população mundial jamais está satisfeita com as roupas que você põe no seu filho? Dia de sol escaldante, coloco Emília num vestidinho virtual, que mais parece aquelas camisolas de hospital – todo aberto atrás. Aí a pobre com o cabelo molhado de suor, vem alguém e diz: “Ela está com frio”. Respondo: “Tá não, ela tá suando”. E a pessoa insiste: “Ela está com frio, sim.”

Dia nublado e com vento, ponho um body de manga curta (porque o frio ainda não chegou), uma calça fresca, meias e um sapatinho. Emília chorando, e o diagnóstico: “Ela está com calor.” Posso?

Por isso tenho pavor que minha filha chore em público. Sempre tem um espertinho que sabe exatamente a solução do seu problema. Ou aquela pessoa X, que eu nunca vi mais gorda e que pede: “Posso pegar?”. Vontade de responder: “Sim, claro, e pode sair correndo, sequestrar e vender minha filha pro mercado negro do tráfico de crianças.”

E por isso ainda prefiro o olhar desesperado do meu irmão e da minha concunhada, achando que papai e mamãe sabem de tudo, me perguntando: “Mas o que é que ela tem?”

É, pessoal. Papai e mamãe não sabem tudo, mas é nóis mesmos que vamos descobrir sozinhos!

E pros outros: ROOOOOAAARRR!!

+++

Eu era assim:



Fiquei assim:



E agora estou assim:

14 comentários:

Paloma Varón disse...

Gostei do rugido final! Pena que a maioria dos palpiteiros finja não ter medo, mas, se o negócio é atemorizá-los, conte comigo.
Beijos

Patricia disse...

Hhahaahahahaha! Desculpa, mas chorei de rir. A palpitaria é de lascar mesmo. Uma vez Mariana teve uma crise de choro na pizzaria. Até o pizzaiolo veio se meter e dar palpite (é fome, é sono, é cólica, é o raio que o parta). Surtei, larguei pizza no meio e fomos embora, deixando a conta para quem continuou na mesa.
Foi entrar no carro que ela parou. Só para deixar a gente com cara de tacho e o resto do restaurante comentando a cena...
bjsss e paciência, pq a palpitaria vai daí para pior...rs

Carol disse...

hehehehe adorei e sidentifiquei forte. Pq mesmo sem filhos, já to é ouvindo um montao de palpite chato.

beijos!

Renata disse...

Nossa, os palpites já me irritavam durante a gravidez, depois que ele nasceu fiquei mil vezes mais intolerante e comecei a perder a paciência mesmo, respondia mal...rs! Até que maridão me pediu mais calma e paciência! rsrsrs!
Tb adorei o rugido final...
beijos, Re

Marina disse...

É menina, nós avisamos. Welcome to the club. É assim mesmo, tente não se importar. Eu acabei me afastando de um monte de gente por causa disso... Tenho parentes que criticavam o modo como eu brincava com minha filha, criticavam o fato de eu deixar ela usar fantasia sempre, criticavam a maneira como eu ficava sempre perto dela... Pra não ser grossa e sair xingando tias avós e coisas do tipo, me afastei. Parei de dividir as coisas... e tenho certeza que até hoje elas devem fazer as críticas delas, mesmo não sabendo de nada. Mãe erra, mas mãe ainda assim sabe melhor do que ninguém do que o filho precisa. Eu, que tinha a auto estima lá no dedão do pé, sempre fui uma mãe firme nas minhas idéias. Tenho certeza de que minha filha tem a melhor educação possível. Confie em você porque ninguém quer o bem da sua filha mais que você. Se não for preciso manter a educação, mande esse povo pastar. Depois de engolir uns comentários de desconhecidos na rua eu comecei a dar umas respostas do tipo "não te interessa". Heheh, que feiura. Mas é merecido.

Anônimo disse...

hahahahahahahaha, gente com assim "que confusão, hein mãe", COMO ASSIM???
Caraca, eu tinha esquecido dos palpites de temperatura corporal/previsão do tempo!!!
Se te serve de consolo, os palpites diminuem e muito quando eles começam a andar. Não me pergunte porque (medo??)

Tathyana disse...

"Que confusão hein, mãe"????

Eu responderia: seria uma grande confusão se eu fosse A SUA MÃE.

Detesto que me chamem de mãe ou mãezinha graaaaaaaaaaaaaaaa.

Kelly Resende disse...

Nem me fale!!! O pior aqui foi um dia q a Clara chorava com alguma dor (sabe-se lá o q - problema cada dia mais frequente) e minha mãe veio dizer q se continuasse assim teriamos q comprar um NAM e dar pra ela a noite!!! Pior q a sogra chega e fala isso tb e o marido, desesperado com as choradeiras noturnas, ta querendo entrar na onda... Pense numa pessoa furiosa!!!

Amanda Lima disse...

Chamar de mãezinha é o fim...
Quando a gabi era menor, também dava umas respostas beem feias, principamente com o tal do sling. Passeava pela cidade e as unicas que não me criticavam eram as indias e as ciganas, que conheciam 'a bolsa'(como várias pessoas disseram, que minha filha ia sufocar naquela 'coisa').
E agora que ela já é maior e eu deixo brincar na terra e se sujar(faz bem gente, é vitamina 'S'!) sou uma péssima mãe pq ela ta suja vai ficar doente e etc...
Liga não, e faz que nem a Roberta e diz que sim, é uma sádica e tá torturando essa bebê linda...

Beijos

Roberta Lippi disse...

Hahahaha...
Como já disseram aqui, na gravidez os palpites irritam, mas a gente ainda não tem a cria no colo pra proteger. E ainda nos sentimos inseguros com tudo. Mas depois que o bichinho vem ao mundo e rapidamente nos sentimos "experientes e seguras", sai de baixo mesmo!!!
beijos

Letícia Volponi disse...

Hahaha... adorei o post, especialmente a linha do ilustrada no final. Sei que não é muito animador, mas depois que ela completar uns seis meses, os palpiteiros começam a desaparecer. Por isso eu sempre espero a pessoa pedir o conselho antes de dizer qq coisa.

Laura disse...

Bem vinda ao clube !!!!!
eu fico roxa de raiva qdo palpitam..
A Clara tem sério problemas para dormir e ela já tem 1 aninho.. ok ok ok ok ok é terrivel, mas O PROBLEMA ´E MEU e se até agora ue que sou a mãe e sofro com o choro dela todas as noites, ainda nãe consegui achar a solução...pq as pessoas acham que elas vãoter a solução !!!
Affff me tira d sério tb !!!

Thais Paim disse...

AMEI! Hahahahahahaha!!!

Lili disse...

ah, isso é bom saber pq eu q não sou ninguém tenho uma tendencia de palpiteira. aha. mas qdo eu vejo um nenem no baita calor parecendo esquimó, eu fico seriamente com dó e calor por ele (não é o caso q vc descreveu).

=***


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