sexta-feira, 3 de junho de 2011

mamAÇO

Eu ia fazer um post todo bonitinho, com o título “Vamos mamar no parque?”. Ia falar de piquenique de leite e coisa e tal. Na minha alienação voluntária em favor do bem estar da criança que carrego dentro de mim, com os óculos cor-de-rosa que coloquei pra ver a realidade menos cinza e proteger o fruto do meu ventre, acordei.

Juntar um grupo de mães para nutrirem seus bebês publicamente com o melhor alimento que a natureza lhes deu, representar coletivamente um gesto absolutamente natural e, sim, exibir os seios que, naquele momento, são apenas vasilhames de amor e nutrição, por mais pacífico, celeste, divino e puro que seja, é interpretado por muitos como um ato de violência. Um atentado ao pudor.

Li este texto. Fiquei triste. Mas depois, fiquei brava. Fiquei forte. E vi que para amar, na nossa sociedade, é necessária uma guerra. Com cravos na boca dos fuzis, mas uma guerra assim mesmo.

Espero todas as mães, grávidas, feministas e simpatizantes à causa do livre aleitamento de Brasília por lá. E todos esses homens maravilhosos, cuja sexualidade é tão bem resolvida e o coração tão largo, que o único sentimento que experimentam ao presenciarem uma mãe dando o seio ao seu filho é uma inveja boa. Da mãe, não da criança.

Hora: 15:30h
Local: Parque Olhos D’água (Asa Norte) - concentração atrás da Administração do parque. Levar lanches e toalha para piquenique.

E aqui, a história que deu origem ao ato.

8 comentários:

Paloma Varón disse...

Lindo, ótima convocatória. Depois da Revolução dos Cravos, a Revolução dos Peitos! Parece contraditório ter que lutar por isso em pleno século 21, mas, vendo as besteiras que as pessoas falam e pensam sobre o assunto, percebemos que é uma luta mais do que necessária!
Beijos e até lá

Fabi Alvim disse...

Lia, seu texto me fez lembrar a leitura da "Revolução do Colostro" escrito por Ileana Medina Hernández (já publiquei lá no blog). Segue trecho:

"Dizer que o aleitamento materno, gesto biológico que acompanha a espécie humana e todos os mamíferos durante milhões de anos de evolução, pode ser revolucionário, parece uma contradição. No entanto, dadas as condições atuais de desenvolvimento tecnológico e do consumismo predatório que se de desenvolveu em todo o mundo a partir do modelo ocidental industrial, reivindicar um ato tão naturalmente simples torna-se uma ação revolucionária."

Nos encontramos por lá!
Beijos

Fabiana
http://2-ao-quadrado.blogspot.com

Fernanda disse...

Gostaria muito de estar aí com vocês!!! Parabéns pela iniciativa!!
Peitos fartos, filhos fortes sonhos semeando um mundo real

Chris disse...

Sou só eu que sinto vergonha alheia por ainda termos que brigar pelo direito de amamentar em público? Acho um absurdo essa discussão ter que existir: a gente tem e deve amamentar onde quer que seja e ponto final. É uma lei da natureza e com a natureza não se discute.

Cíntia disse...

Lia, estou cada dia mais impressionada com o que vem acontecendo em torno da amamentação no Brasil. O que deu nas pessoas? Onde anda o senso racional (de que este leite é rico), emocional (transmite afeto, fortalece a relação) e institivo (somos mamíferos)??? Eu fico aqui de longe observando essa guerra sem compreender o que levou certos seres a regredirem e negarem um direito óbvio da mulher e da criança. Para onde estamos indo Lia?

Fabi Alvim disse...

Lia, adorei conhecer vcs!!
Fiquei com gostinho de quero mais! :-)
Lindo de ver aquele tanto de mães e bebês reunidos.
Um beijão!!
Fabiana
http://2-ao-quadrado.blogspot.com

Pequenos Modernos disse...

Vou repassar a notícia, pra nenhuma mamãe perder o evento!
Beijos e boa semana!

Anônimo disse...

Lia, mamaço todo dia. Nao é só no Brasil que isso acontece, viu? É até mais comum do que a gente pensa, principalmente nas sociedades ditas desenvolvidas. Mas enfim, acho lindo que isso vire uma mania no Brasil, pra depois pegar no mundo inteiro.


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