quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Eu sabia

Mas ninguém vai acreditar. Toda vez que alguém perguntava: “Você tem algum palpite sobre o sexo do bebê?”, eu negava. Sou assim, gosto de fazer mistério... uhhhh

Ontem a Bel me perguntou:

- Irmãzinha, aquele texto que você escreveu pra Emília antes do exame; você escreveu outro pra se fosse menino, né?
- Não.
- Ah, não? Então parece que você inventou, fez umas adaptações.

Pra provar que eu senti desde o princípio que era menina, tenho apenas alguns e-mails trocados com o marido, umas conversas no gtalk com a Lídia (minha outra irmã) e a fatura do cartão de crédito com a conta de uns dez livros do Sítio do Picapau Amarelo (todos os da Editora Brasiliense que consegui encontrar).

Essa introdução é só porque tenho uma frase e mais uma carta para a Emília que escrevi há tempos atrás. Podem contestar as datas e pensar que eu inventei tudo. Daí pelo menos vão me achar uma grande fingidora poética... Se eu mereço a credibilidade ou o prêmio Jabuti, julguem vocês!

7 de maio de 2009

Pensamento louco que passou pela minha cabeça agora: estou grávida, e é uma menina.


* Descobri a gravidez no dia 17/05.


9 de julho de 2009

Emília.

Desde antes de os exames me dizerem que eu estava grávida, eu sabia que você estava aí. E sabia que era você. Não apenas um bebê. Não uma menina qualquer. Você.

Depois, a mamãe comprou um testezinho de farmácia e apareceram duas listrinhas cor de rosa. Foi o primeiro aviso que você estava dentro de mim, fazendo aparecerem uns hormônios estranhos no meu corpo pela primeira vez. Depois a mamãe teve de tirar sangue, pra confirmar todos aqueles hormônios que o teste do xixi percebeu. Não dói não, filha, você sente só uma picadinha de nada e, logo logo, eles levam uns tubinhos com o sangue pra fazerem o exame. Depois você come um pão de queijo com chocolate quente. Uma delícia.

Depois dessas coisas, Emília, a gente fica feliz, sabe que está esperando um bebê, mas parece tudo um sonho, sabe? Porque a gente não conseguia te ver, você não fazia nem uma barriguinha em mim, e tudo parecia como antes. É verdade, os peitos da mamãe já tinha começado a crescer um pouco, pra depois se encherem do leitinho que você ia tomar. Mas todo o resto estava igual.

Tem uns bebês que fazem as mães ficarem um pouco enjoadas. Elas passam mal, às vezes até vomitam, sabia? Mas os bebês não fazem isso de propósito; é algo que acontece. Pois você, Milinha, não me fez enjoar nadinha. Eu estava sempre com energia – menos quando eu pegava uma gripezinha, e aí eu ficava com medo de que você também estivesse gripada.

Aí, Mila, a gente foi te ver pela primeira vez. Você tinha um pouco mais de um mês e era pequenininha, pequenininha. Ainda não tinha bracinhos nem perninhas, só o corpinho e uma cabeçona que a gente nem conseguia perceber direito. Ainda não dava pra ver que era você. Mas uma coisa foi legal: a gente ouviu seu coraçãozinho. Ele batia muito rápido, igual o de um beija-flor. Você sabia que o coração do beija-flor é o mais rápido do mundo? Pois é. Seu coração era rápido igual o dele, e eu e o papai começamos a chamar você de beija-florzinho.

Mas eu resolvi te escrever porque hoje nós fomos ver você de novo. Você já está com mais de dois meses e já está grandona, do tamanho de uma laranja! Você abriu e fechou as mãozinhas, foi tão lindo. A médica queria que você mudasse de posição pra ela tirar umas medidas suas, e você não se mexia. Aí eu pedi: “vamos, bebê, se mexa porque a mamãe precisa fazer xixi.” E não é que você obedeceu direitinho?

E aí, meu amor, aconteceu a coisa mais linda. Você ficou de ladinho, a médica colocou a câmera no seu rostinho e eu te reconheci. Vi um narizinho arrebitado e comecei a gritar pro seu pai: “Amor, é a Emília, é a Emília!” Foi nosso primeiro encontro, lá dentro da minha barriga, e eu já comecei a te amar.

A médica disse que, pelo que ela tinha visto, achava que era uma menina. Mas só ia dar pra ter certeza no próximo exame. Mas, que boba, né, Miloca? A gente já sabia. E não era uma simples menina; era você.

* Aqui o relato que eu postei no dia desse ultra.

10 comentários:

Roberta Lippi disse...

Posso falar? Isso existe, sim. Eu tive a mesma certeza que você, antes mesmo de engravidar. Tenho uma foto na Itália, na frente da Fontana de Trevi, jogando uma moeda pra trás e pedindo a Luísa. Assim mesmo, eu não pedia um filho, pedia a Luísa. Depois, logo que descobri que estava grávida, uns amigos colocaram a música Luísa no lugar onde estávamos e eu desatei a chorar. Copiosamente. Nem pensava que poderia ser um menino. E era a Luísa mesmo.
Por sorte, porque acho que se fosse um menino ele ficaria meio chateado comigo :-)
Beijos

Thaís Rosa disse...

ai, que lindoooooooooooo
tô me acabando de chorar aqui, com seu post e o comentário da roberta... nem dá pracontinuar escrevendo...

Paloma Varón disse...

Já eu tinha muitas dúvidas. No início, eu queria um menino, mas depois comecei a querer menina. E nunca que os médicos davam certeza (descobri só no sexto mês). Pouco antes da descoberta, eu estava no cinema, sozinha, vendo um filme da Mostra (a coisa que mais amo na vida é ver os filmes da Mostra) que não tinha nada a ver com o assunto e pensei: é uma menina e vai se chamar Cecília. Eu tinha outros dois nomes em vista (Cecília foi o primeiro, mas tinha sido descartado sei lá por que) e naquele momento eu soube. Mas antes, no início da gravidez, eu sonhava com menino. Ou seja, para mim não foi tão claro desde o início, fui sentindo as pistas aos poucos.

Daniella PSF disse...

Amei o post! linda declaração de amor..
eu na verdade não tinha coragem de falar, mas sepre quis um menino, e no meu íntimo achava que era.. aí veio o Ian! e eu amei!

Renata disse...

Tb to chorando aqui com o seu post e com o comentário da Roberta. Eu tb sentia que era menino, só tinha nome de menino, só conseguia imaginar coisas para menino...mas eu tb não confessava, pq tinha medo que se fosse menina, ela ficaria magoada. E agora eu tenho o meu palpite de novo, mas não vou confessar...vou fazer como vc, escrever uma cartinha e depois eu publico...se eu errar eu conto tb, é claro!
beijos

Carol disse...

Juntando-me ao clube...
desde que fiquei grávida, eu tinha certeza de que era um menino, mas não falava pra ninguém, guardei pra mim e pra ele...eheheh
detalhe que todo mundo esperava uma menina, a Juliana - é uma história longa...eheheh (os nomes estão escolhidos desde nossa adolescência, seria Arthur ou juliana), e acabou que chegou o Arthur... apenas eu e meu pai tínhamos essa certeza, nossa, ele gritava ao telefone quando dei a notícia...é uma delícia ver nossa intuição tão aflorada, né?
Beijos!

Letícia Volponi disse...

Eu acordei no dia seguinte, em ilha grande e disse ao meu marido. Estou grávida. Ele riu e achamos que era um absurdo eu me sentir grávida assim, no dia seguinte. Então seis semanas depois o exame confirmou: estava grávida. Sempre quis ter um menino primeiro, mas sempre achei que seria uma menina e eram duas, mas infelizmente uma não sobreviveu até o fim da gestação.
E quanto ao segundo? Nem to grávida ainda, mas algo me diz que tb será menina...

Tathyana disse...

Na gravidez da Alice tinha certeza que era uma menina, que a MINHA ALICE. Só confirmou o sexo com 5 meses de gestação, isso porque a malandrinha sempre estava de perninhas cruzadas, uma lady. E antes mesmo da confirmação, eu saí por aí comprando tudo rosa e tmb sonhei com ela várias noites. Nem precisava de exame pra sacramentar. Intuição de mãe mesmo. Bjssssssss

Sílvia Amélia disse...

Lia, está tão lindo tudo aqui! Eu adorei o nome, acho que as coleguinhas dela vão querer terem sindo chamadas de nome de boneca sabida também. um beijo bem grande

Fabiana disse...

Oi Lia!

Li este texto chorando! E não é só por causa da sensibilidade da gravidez, é porque é lindo e emocionante mesmo!
Beijos,


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