Quem me lê há algum tempo sabe que sou a rainha da antecedência, especialmente no que diz respeito à maternidade. Planejo, organizo, tudo pra evitar ter de me descabelar depois. E foi assim durante a gestação, o que efetivamente me rendeu um bom sossego no pós-parto. Algumas coisas realmente vale a pena resolver antes de o neném nascer. Outras, nem tanto. Juntei então uma listinha das minhas impressões sobre o planejamento pré-natal, já distante mais de 5 meses do meu parto.
PediatraAcabei de mudar de pediatra, o que me faz concluir que não é indispensável escolher, ainda da gestação, o profissional que vai cuidar da saúde do seu bebê. Algumas mães fazem questão de deixar isso acertado para que o pediatra que vai acompanhar o parto seja o mesmo que continuará com a criança depois. No meu caso, fui de plantonista mesmo e marquei a primeira consulta com um médico que atendia meu convênio.
Acho que não dá muito pra saber se o médico que te atendeu na gestação realmente será aquele que você vai querer pra cuidar do seu filho depois. A gente ainda não é mãe e não sabe exatamente o que faz um bom pediatra. Não dá pra saber como ele tratará seu bebê nem se a criança gostará dele. Claro, as visitas prévias podem ser úteis pra descartar logo de cara um médico ruim. Mas a gente gostar de um profissional numa consulta preparatória não significa que continuaremos gostando dele depois que a criança nascer.
Vale, sim, fazer uma lista de pediatras recomendados, ligar nos consultórios para saber quem aceita seu convênio ou, se não aceita, quanto cobra, e se vai estar atendendo no período ao redor da data provável do parto. Assim, quando o bebê nascer, você já terá pra quem ligar pra marcar a consulta dos 10 dias. Provavelmente o pediatra não vai ter vaga e você vai dizer que seu bebê é recém-nascido e vai conseguir um encaixe. Aí você vai convivendo com aquele profissional e, se acontecer algum acidente de percurso, procura outro. Simples assim. Fidelidade, só conjugal.
CrechePara as mamães que trabalham e optam por deixar seus filhos na creche, eu diria que é útil visitar creches antes do parto, mas não é suficiente nem indispensável. Não é suficiente porque não dá pra bater o martelo quanto à instituição preferida antes de a gente virar mãe de fato. E não é indispensável porque dá tempo de fazer essas visitas durante a licença maternidade, especialmente se sua licença for de 6 meses.
Digo que não dá pra escolher a creche antes pelos mesmos motivos ali de cima, relativos aos pediatras. Só pra exemplificar: quando estava no comecinho da gravidez, visitei uma creche que amei e até já tinha resolvido comigo mesma colocar a Emília lá. Depois que a Emília nasceu, e especialmente depois que ela fez 4 meses, entendi o que faz uma criança daquela idade e que atividades a creche deveria oferecer para garantir seu bom desenvolvimento. Aí lembrei que, naquela visita, os bebês de 4 a 6 meses estavam todos sentados no bebê conforto, quietinhos. Pode ser que eu tenha pego um momento mais relax mesmo, mas hoje não consigo imaginar minha filha o dia inteiro sentada na cadeirinha.
Aquela creche também sofreu uma reforma e está completamente diferente, ou seja: eu teria de visitá-la outra vez. Sem contar que as tarifas mudam, mudam os membros da equipe, as tias, a coordenadora... Então eu digo que é útil fazer uma pesquisa prévia, descobrir quais as creches recomendadas na sua região e até fazer visitas. Mas depois tem que visitar de novo, não tem jeito.
E se a mamãe estiver com medo de não conseguir vaga, vale fazer uma reserva, mas só se for sem compromisso. Eu preenchi uma intenção de matrícula na escolinha onde a Emília vai "estudar" quando ela tinha um mês, mas ainda não paguei nada. Algumas creches não reservam vaga a menos que você já deixe a criança matriculada. Aí eu já acho arriscado, porque a gente pode mudar de ideia.
Pra quem vai de babá, acho que é mais ou menos a mesma coisa. Pesquisa, testa, mas só com o bebê fora da pança é que vai dar pra saber se a moça é de confiança.
EnxovalIsso sim, tem que estar pronto antes de o bebê nascer. Tem as coisas óbvias, tipo fraldas, roupinhas, berço, carrinho, cadeirinha do carro e tals. Mas tem coisas que dá pra adiantar ainda mais e eu digo que vale a pena.
Por exemplo: roupinhas pra 6 meses. Super prático ter um guarda-roupa todo pronto pra quando seu bebê crescer (e às vezes eles começam a usar roupa de 6 meses aos 3). Aí o que faltar você vai completando. Eu acabei economizando por ter feito isso, porque depois que a Emília nasceu, tudo o que falta eu compro no primeiro lugar que achar. E quase sempre sai mais caro. Durante a gravidez, eu tinha tempo pra pesquisar, pechinchar, esperar chegar coisas pela internet ou pela irmã que viajou.
O que não comprei antes foram coisas pra comer (babadores de plástico, cadeirinha, prato, colher), só mamadeiras pro caso de ela precisar. Isso porque ela só começaria a comer aos 6 meses. Mas, sabe, me arrependi de não ter pedido pra minha irmã trazer algumas dessas coisas dos EUA. Porque agora é um saco sair pra comprar e, como eu disse, não rola de ficar indo de loja em loja pesquisando preço com um bebê a tiracolo.
Alimentação pós-partoImportantíssimo. Super recomendo deixar planejado como você, pós-parida, vai se alimentar. Lembrando que você vai estar amamentando por aí de 2h em 2h, provavelmente vai estar cortada em algum lugar, na frente ou embaixo e, ainda que tenha um parto roots facilíssimo, pós-parto é pós-parto e não dá pra sair por aí mexendo panelão de feijão no dia seguinte. Além disso, no 1o mês o Dr. Pediatra não vai deixar você levar a cria àquele restaurante bacanérrimo com ar condicionado, e suas opções de comer fora vão ficar bem restritas. Então, se você não quiser passar o pós-parto comendo China in Box e pizza delivery, eis minhas dicas.
Ali pela 37a semana, enchi meu congelador com feijão, grão de bico, sopas, proteína vegetal, enfim, tudo que dá pra congelar. Também fiz uma super feira com todo tipo de não-perecíveis e abasteci a despensa (aproveitei pra comprar estoque de produtos de limpeza, papel higiênico, aquelas coisas indispensáveis ao nosso dia-a-dia. Uma beleza, passamos quase 2 meses sem precisar ir ao supermercado). Arranjei também um serviço de feira em domicílio, e passei a encomendar frutas, legumes e verduras por e-mail. Depois, arrumei uma pessoa pra vir aqui em casa um dia por semana cozinhar. Finalmente, tinha mamãe que me mandava saladas e umas comidinhas feitas no dia, o que ajudou muito no 1o mês.
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Taí o que lembrei. Quem quiser, se esbalde. E quem quiser mais, a palpitaria está aberta.