quinta-feira, 7 de abril de 2011

O pão de queijo e o bolo II – no que deu

Depois do conflito por causa do cardápio da creche, resolvemos levar as receitas dos bolos e do pão de queijo ao pediatra da Emília pra pedir sua opinião. Apesar de ter estudado tudo o que eu podia sobre alimentação infantil, confesso que não estava 100% segura quanto à necessidade de restringir totalmente esses lanchinhos, que acontecem por volta de 2x por semana.

Confio bastante no nosso pediatra no que diz respeito à alimentação, porque ele é bem radical nesse sentido: amamentação em livre demanda e exclusiva até os 6 meses, depois continuada até pelo menos 2 anos, sem a necessidade de dar à criança qualquer outro leite nesse período; recomendação de não usar sal e açúcar – apesar de aceitar sal em pequenas quantidades, ou “o tempero da casa”, como ele mesmo diz –, total restrição a alimentos industrializados ou com muitas quantidades de açúcar, sal ou gordura. Pra um pediatra que chama iogurte de “porcariada”, imaginei que se ele olhasse as receitas e as considerasse aceitáveis, seria carta branca pra eu autorizar Emília a participar desses lanches com os colegas. E assim foi.

Os bolos contêm até 7g de açúcar por porção. A porção máxima diária recomendada pelo Ministério da Saúde para crianças de 1 a 2 anos é uma colher de sopa – o que dá 15g, segundo o Dr. Pediatra. Então estamos dentro.

Quanto ao leite de vaca presente no pão de queijo, ele disse que com essa frequência (2x por mês) e em quantidade pequena não haveria problemas, já que Emília nunca deu qualquer sinal de intolerância à lactose (sempre consumi leite de vaca normalmente, desde que ela nasceu). Então decidimos por liberar os bolos e o pão de queijo e manter as restrições ao açúcar no suco, à carne (filosofia nossa) e às comidas de festinhas, cujos ingredientes nós desconhecemos. Acho que ficou um bom equilíbrio.

Ontem Emília comeu bolo pela primeira vez, estreando com o sabor milho. Mas eles também deram uma espiga de milho cozido pra ela, como de praxe (não tem espiga de milho na salinha dos pequenos, mas eles abrem exceção pra Emília porque ela come o milho direto no sabugo e faz a maior festa), então ela comeu um pouco de cada. E parece que não estranhou o bolo, porque é puro milho, eu já comi – parece uma pamonha menos doce e menos oleosa.

Continuo sem achar que essas “restrições” estavam diretamente relacionadas às mordidas, mas preferi conversar com o pediatra a respeito da possibilidade de eliminá-las porque eu precisava ter certeza de que elas realmente faziam sentido. Se considerássemos que haveria malefícios à saúde e aos hábitos alimentares de Emília, eu não autorizaria. Mas agora estou tranquila – só com um pouco de medinho de que agora ela peça pra comer bolo de chocolate com cobertura e pão de queijo industrializado. Mas a gente se vira.

Viu, gentes, eu nem sou tão chata assim. É flexibilidade com esclarecimento e responsabilidade!

13 comentários:

Fabiana disse...

Chata ou não, são os seus princípios e a sua maneira de criar a Emília.
A única conduta inaceitável, onde qualquer um pode e deve se intrometer, é quando existe maus-tratos. De resto, cada família segue as suas convicções e cabe aos outros respeitar o estilo de vida alheio!
Beijos

Mariana - viciados em colo disse...

Lia,
apesar de não compartilhar da mesma ideologia alimentar que você, não te acho chata.

Acho que a escola precisa encontrar formas para respeitar a individualidade e as necessidades de cada criança, de cada família.

Se ela tivesse uma alergia importante, eles dariam o alimento para evitar mordidas?

Da mesma maneira, acredito que você vai encontrar a medida certa para manter Emília no esquema de alimentação de vocês.

A medida que ela for crescendo você saberá fazer as devidas concessões para não dar aquele irresistível gostinho de proibido para aqueles alimentos que você condena.

Acho que você achou um bom caminho do meio!

beijoca

Renata disse...

Concordo com a Fabi. Não cabe a ninguém julgar se vc está sendo chata ou não se vc está fazendo aquilo que acredita ser o melhor pra sua pequena.
E eu, particularmente, não te achei chata não...vc foi atrás, conversou com o pediatra, cedeu um pouco e ficou contente com o resultado e é isso que importa.
beijos, querida. Um pra vc, um pra Emília e outro na barrigota!

Anne disse...

Falou e disse! O importante é se avaliar e avaliar constantemente as estratégias, corrigindo, voltando atrás, liberando ou proibindo... o que for preciso para ser melhor e mais adequado para os filhotes!
Mas quero um pitaco seu, pensamos muito parecido, apesar de não ter restrições com carne. (e nem um pediatra me orientando):
E quanto às bolachas industrializadas? Maizena, Maria, essas coisas?
bjo arrasou

Nine disse...

Que legal Lia! Vcs encontraram um caminho.
Beijos,
Nine

Tathyana disse...

Que bom que vc encontrou um meio termo e está mais tranquila em relação a alimentação da Emília. Se vc gostar de cozinhar, tiver tempo, sei lá.. pode fazer os pães de queijo e bolos em casa para Emília e congelar. Funciona em uma emergência, principalmente nas saídas dos finais de semana. Bjsssssssss

Anne disse...

Obrigada, Lia! Relaxa! (eu não estivecomentando esperando retorno não... Hehehe)
Mas o assunto dos biscoitos me interessa, pois estão no cardápio do berçário por aqui tb. Por hora, vetados. Mas confesso que tenho medi da pressão que talvez venha. Já comprei vários biscoitinhos naturebas em um mercado especializado. Por enquanto não ofereci, mas sao uma boa opção!
Bjos obrigada por responder! :))

Carol Garcia disse...

OI LIA,

ESSA QUESTÃO DA ALIMENTAÇÃO É BEM COMPLEXA E DE DEIXAR OS CABELOS BRANCOS.
PRINCIPALMENTE QUANDO OS PEQUENOS VÃO PRA ESCOLA E CONVIVEM COM OS COSTUMES ALIMENTARES DE VÁRIAS OUTRAS CRIANÇAS.
TAMBÉM TIVE QUE ADAPTAR A ESCOLINHA DO ISAAC AO FATO DELE SÓ TOMAR SUCO DE FRUTAS E NÃO DE CAIXINHA COMO FAZIAM TOOODOS OS OUTROS COLEGAS.
HOJE ELE TOMA OS DE SOJA, JÁ QUE A ESCOLA NOVA NÃO FAZ O SUCO FRESCO.
QUANTO AS COMIDINHAS DE FESTA E TALS, TENHO A SORTE DE TER UM FILHO SUPER SELETIVO E QUE PREFERE UMA MAÇÃ AO COMER UM PEDAÇO DE BOLO.
MAS HOJE, JÁ MAIOR, ESCOLHEMOS NOVA ESCOLINHA QUE NÃO TEM CANTINA COM PORCARIADAS, SÓ PICOLÉ DE FRUTA QUANDO ESTÁ CALOR, E PEDE PARA QUE NÃO MANDEMOS CHOCOLATES, DOCES E ETECÉTERAS NA LANCHEIRA.
AÍ DA PRA CONTROLAR MELHOR.
PROBLEMA É QUE ISAAC TEM DUAS AVÓS "LOUCAS" QUE ADORAM APRESENTAR GULOSEIMAS-BOMBA PRO PEQUENO, QUE ACOSTUMADO COM CENOURA EM PALITINHO, NEGA QUASE SEMPRE.
BJOCAS

Jane Garcia disse...

Olá Lia, concordo na íntegra com o primeiro comentário. As ideias e opiniões são livres e cada família tem suas convicções e princípios que devem ser respeitados.
Afinal queremos sempre o melhor para nossos filhos.
Eu acho apenas que devemos ter equilíbrio, na alimentação e em tudo.

Taiza disse...

HAHAHAHAHAHA
Chata, vc???
Se vc é chata, estou aqui me perguntando o que andam falando de mim pelas costas, então?!?!

Mas adorei sua solução! Ser mãe é assim mesmo, analisar, ponderar e tomar decisões, que mesmo que não sejam as melhores ou ideais no nosso ponto de vista, pelo menos são o ponto de equilíbrio entre o que idealizamos e o que não agride nossas convicções.

Ah... e normalmente se vc não tiver essas coisas em casa (bolo e pão de queijo) e tb não comer na frente da Emília (porque exemplo e coerência são fundamentais), ela logo vai entender que só come isso na creche e provavelmente nunca irá pedir em casa. Pelo menos por aqui acontece assim...

Bjão!

Juliana disse...

Quem rotula de chata uma pessoa que promove saúde cuidando dos hábitos alimentares só pode ser um idiota Lia. Seria como criticar alguém por seguir uma rotina de exercícios físicos. Carol come muito bem e nada industrializado(com exceção das papinhas da nestlé), ama frutas, verduras e é doida por espiga de milho. Mas tinha que ver a cara dela e das duas avós bandidas que se uniram e deram bala de goma para a criança antes do um ano de idade(peguei no flagra). E aí? Mato as duas e deixo a menina sem as vovós? Melhor que isso, optei por dar uma aula de alimentação infantil(leia-se azucrinei por horas) e lição de moral nas duas que ficaram morrendo de vergonha. Sei que um dia ela vai provar as delícias de açúcar, mas não enquanto eu puder impedir. Minha alimentação é uma droga, gosto de porcarias, coca cola, doces, e sei o quanto tudo isso é prejudicial quando feito sem moderação. Ah, e não como nada disso na frente dela para não dar o mau exemplo. Pelo menos por enquanto, rsrsrsrs. Um beijo na pancinha e na pequena mocinha.

Sarah disse...

Que bom Lia! Agora você fica mais tranquila né? E também concordo com a Fabi: chata ou não, vc segue suas convicções para fazer o que considera melhor para sua filha!
bjos

Anônimo disse...

Achei linda a solução.
Amamos sua família e esperamos que vocês sempre estejam felizes!
beijocas
Lidia


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