domingo, 14 de agosto de 2011

Sobre barrigas e pintos

Vocês sabiam que:

- se uma grávida comer demais no fim da gestação, o estômago, inchado com tanta comida, pode pressionar o útero a ponto de provocar um parto prematuro?

- se a gestante dormir com os pés virados para o poente o bebê tem mais chance de ficar pélvico?

- se a línea negra não aparecer até o 7º mês de gestação é porque o bebê vai nascer com pouco cabelo?

- se a grávida tiver desejos de comer comidas frias e quentes ao mesmo tempo (tipo petit gateau com sorvete) é porque a cabeça do bebê é grande?

- se a grávida tiver desejos de comer comidas salgadas e doces ao mesmo tempo (tipo carnes com molhos de fruta) é porque o pé do bebê é grande?

- Se você não enjoar no 1º trimestre, é porque seu bebê vai nascer na lua cheia.

Se vocês não sabiam de nada disso, é porque acabei de inventar. As asneiras podem até ser mais criativas, mas não são mais absurdas do que clássicos como: “Sua barriga está pontuda: é menino!”.

Tipo, o pinto do menino pressiona o umbigo pra frente, é? Haja pinto, hem?

Não sei o sexo do meu bebê e ficarei radiante com pintinho ou sem pintinho. Agora, se o público externo prefere que eu tenha um menino (“pra fazer um casalzinho”), fiquem na torcida. Mas, pelamordedeus, não me venham com esse papo de barriga pontuda, ok?

Modéstia à parte, meus filhos me fazem lindas barrigas. Com o formato moldado pela posição do bebê, e não por uma genitália.

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P.S.: Pra notícia não ficar velha: o papai da Emília saiu na Revista do Correio Braziliense. Matéria com alguns erros, como não poderia deixar de ser, mas com uma linda foto do “casal grávido”. Leiam aqui.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

O limão e a melancia

Sabe aquela asneira que tanto ouvimos sobre a dificuldade de se passar "uma melancia por um buraco onde só passa um limão"? Isso seria um parto, segundo nossa cultura parto-fóbica.

Mas, principalmente para as grávidas de primeira viagem, se querem um parto natural mas têm medo, sugiro dois exercícios:

1) Lembre-se de que o maior diâmetro de uma melancia é o meio dela - diferente do seu bebê, que não é uma bola, mas uma pessoinha encolhida que se estirará para nascer. O maior diâmetro de um bebê costuma ser o da cabeça - que, além de ser beeeem menor que uma melancia, ainda é maleável para adaptar-se à pelve e ao canal de parto.

2) Observe suas intimidades no espelho. Sério. Pra uma melhor visão, sugiro sentar sobre uma bola de pilates, diante de um espelho de porta ou de parede. Vocês ficarão estarrecidas com o tamanho daquele buraco "por onde só passa um limão". Gente, sem esticar nada, dá pra passar pelo menos um limão siciliano. E dos bons. Fé na passagem, minha gente!

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Esqueci de especificar, não sei se ficou claro: a portinha de saída do bebê fica gigante durante a gestação. A vagina cresce horrores, assim como um tal órgão masculino que tem a capacidade de aumentar de tamanho. Como eu já ouvi de uma parteira, contando sobre a própria experiência de ver suas partes no espelho enquanto grávida: "Isso não me pertence!".

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Emília lendo (era pra ser Emília cantando)


No meio da música, logo depois de "bêsh" (bichinho) ela vê pela janela o letreiro de uma escola de inglês. Começa a soletrar e é novamente distraída pelas letras impressas na máquina fotográfica. Se a gente não lê pra ela, é tudo T, O, T, O...

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Esqueci como ela era maravilhosa...

"Mais linda que a maior lindeza do mundo. Mais perfeita que a maior perfeição do mundo. Mais adorável do que o ser mais dócil que existe. Mais boazinha que um bebê anjo. Com vocês, Emília: o bebê santo."

Escrevi isso em 16 de janeiro de 2010, quando minha pequena Emília tinha apenas 4 dias. Os meses passaram, e ela continuou revelando sua personalidade doce. Sempre disse que ela não dava trabalho nenhum. E não dava mesmo. Ficar com ela, apesar de ser um dever, tomar tempo e energia, era a melhor tarefa do mundo.

Ela foi crescendo, e voltei ao trabalho. Com isso, vimos alterações no seu padrão de sono. Ela também começou a mostrar traços de sua personalidade forte e seu lado arteiro. No início deste ano, já perfeitamente capaz de se locomover sobre as duas pernas, começou a morder os coleguinhas da creche. Revelou seu lado possessivo, tanto se recusando a emprestar qualquer brinquedo quanto querendo o que estava nas mãos dos outros. Continuou uma criança deliciosa, mas sempre havia aquele "mas". Emília é muito doce, "mas" não gosta de ser contrariada. É um amor de criança, "mas" às vezes dá uma de difícil.

Nunca reclamei e sempre procurei não rotular minha filha. Sempre atribuí esses episódios de "desvio comportamental" à idade, ao fluxo natural do crescimento, à sua descoberta enquanto indivíduo.

Então eis-me aqui, hiper-grávida, com um bebê já bem pesado pressionando meu púbis, e sozinha com minha Emília sapeca. Algumas pessoas até me perguntaram se seria uma boa ideia eu ficar só com ela nas férias, já que minha gestação estaria muito avançada e a coisa prometia ser muito cansativa. Segui meu faro e assumi eu mesma minha responsabilidade, a filha que botei no mundo.

Nessas situações, muitas vezes a gente se diz: "Nossa, eu amo meu filho, mas duas semanas sozinha com ele está bom, né?". Pois eu descobri exatamente o contrário. É muito, mas muito mais fácil ficar com Emília no esquema dedicação total (com ajuda da família pra eu dar uma escapulida aqui e ali pra fazer ginástica) que no esquema mãe-profissional-em-tempo-integral.

Emília está cooperando como fazia quando era um recém-nascido. Exige atenção, claro - e não estou aqui pra isso? -, mas demonstra um grau de maturidade absurdo quando eu preciso fazer outra coisa que não brincar com ela.

Hoje de manhã resolvi fazer uma atividade diferente: tinta guache na varanda. Brincamos, nos melecamos, e fomos direto pro banho. Depois limpei a varanda, esfreguei as roupas sujas, tudo com ela ao meu lado. Quando todo o processo terminou, já passava do meio da manhã e eu precisava fazer o almoço. Ela queria brincar de "bão" (bolinha de sabão). Daí eu disse a ela que brincaríamos um pouquinho, e que depois mamãe tinha de fazer o almoço. Quando ela cansou das bolinhas, pegou um lego e foi brincar sentadinha no chão da sala. Fiz o almoço todinho enquanto ela me esperava.

Ontem o Rafael ficou preso numa reunião no trabalho e chegou super tarde. Ainda atrasei o banho da Emília pra ele poder vê-la um pouquinho. Ela esperou pacientemente, com muito sono. Tomou banho com ele, como de praxe, e fui fazer o resto do ritual: trocar roupa, escovar dentes, dar massagem e dar o mamá. Depois do mamá, ela continuou acordada, na caminha, virando de um lado para o outro enquanto eu cantava pra ela e fazia carinho nas costas. Quando o pai acabou o banho, assomou à porta do quarto e fez sinal perguntando se eu queria que ele a levasse pra rede. Chamei-o com a mão. Quando o viu, Emília foi logo abrindo os bracinhos e acenando: "Tchau, mamãe, tchau!". Ela ficou esse tempo todo segurando as pálpebras, esperando pelo pai.

E nem só comigo, nem só com o pai ela está um amor. Da última vez que deixei Emília com minha mãe para ir à ioga, ao agradecê-la, ela disse: "Nem precisa agradecer. É um prazer cuidar da Mimi."

O fato é que vejo nela, com um ano e meio, a mesma menina que me encantou nos seus primeiros dias de vida. E não acho que ela tenha mudado. Na sua essência, ela continua a mesma. Claro que o comportamento muda conforme as circunstâncias; mas a nossa visão também muda, dependendo da nossa disposição para entrar no coração das nossas crianças.

Agora, simplesmente acho minha filha adorável, sem "mas". Mais do que ela, meu olhar mudou.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Férias com Emília - respostas

Pelo visto enganei muita gente... Vamos ao balanço atual das nossas férias:

1) Por passar o dia comigo, ela começou a querer mamar em outros horários que não à noite e de manhã cedo, regredindo no lento e gradual processo de desmame. - Péeeeem! Falso!!

Tudo continua na mesma. Verdade que ela às vezes, do nada, olha pra mim e fala "mamá". Mas ela também olha pra banana e fala "mnão", olha pro pão e diz "pão", olha pra garrafa e fala "ábua". Mas não necessariamente ela quer comer a banana ou o pão ou tomar a água. É tipo dizendo: "olha, esse é o mamá da mamãe".

Mesmo antes das férias, eventualmente ela de fato pede pra mamar durante o dia. Uma fórmula que é batata pra ela querer mamar é levá-la num lugar novo, com muita gente, onde ela se sente insegura. Aí ela começa a pedir "mamá, mamá, mamá!", choramingando.

Mas normalmente dá pra distrai-la. Se for fome, com alguma outra comida. Se for sono, levando-a pra passear. E se for necessidade de chamego e segurança mesmo, posso dar o mamá durante o dia, por que não?

O fato é que estamos as duas muito tranquilas quanto ao nosso relacionamento mamístico, e não estou nem um pouco preocupada com a chegada iminente do bebê. Acho que o nó todo da questão do desmame é esse: como a mãe se sente? E eu estou ótima, obrigada!

2) Ela está menos grudada comigo e faz festa quando o pai chega do trabalho. - Verdade!

Esse quase todas acertaram. É óbvio que uma criança que passa 10h por dia longe da mãe não vai querer largá-la nos momentos em que estão juntas. O mesmo não acontece com uma criança saciada de amor, atenção e, não menos importante: tempo junto com a mãe.

3) Ela está dormindo melhor à noite. - Verdade!

Essa também acho que todas acertaram. O sono noturno dela já vinha melhorando (passamos uns dois meses de muita irregularidade), mas a maior diferença depois que entramos de férias foi que agora ela não acorda mais às 5h. Acorda às 6h30, mesmo dormindo no mesmo horário. E isso aconteceu da noite pro dia, imediatamente assim que as férias começaram.

Confesso que eu não achava de todo ruim que ela levantasse às 5h, porque pelo menos podíamos passar um tempinho juntas antes de eu sair pro trabalho. Quem sabe não era isso que ela queria também?

4) Ela está cochilando melhor durante o dia. - Verdade!

Muito melhor. Duas horas de soneca em média, todos os dias. Na creche ela dormia 1h, e olhe lá.

5) Estou mais cansada do que quando estava trabalhando. - Errado!!

Nessa eu peguei vocês, hem? Justamente por ela estar acordando mais tarde e sonecando maravilhosamente, estou tendo bastante tempo pra descansar - o que compensa a agitação de dar assistência a uma criança de um ano e meio e cuidar da casa.

Fora que meu trabalho estava pesadíssimo, e eu estava à beira de um colapso.

Agora tenho tempo pra fazer atividade física e DORMIR (ô, glória!). Como tenho família por perto, tudo fica ainda mais fácil.

Agora, gente: sabe essa soneca dela de duas horas? Pois é. Eu uso esse tempo inteiramente pra dormir também. Nada de blogar, nada de tarefas domésticas. Super recomendo, ainda mais se você estiver no 8o mês de gestação como eu.

Em breve reapareço!!

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Férias com Emília: V ou F?

Verdadeiro ou falso?

1) Por passar o dia comigo, ela começou a querer mamar em outros horários que não à noite e de manhã cedo, regredindo no lento e gradual processo de desmame.
V ( ) F ( )

2) Ela está menos grudada comigo e faz festa quando o pai chega do trabalho.
V ( ) F ( )

3) Ela está dormindo melhor à noite.
V ( ) F ( )

4) Ela está cochilando melhor durante o dia.
V ( ) F ( )

5) Estou mais cansada do que quando estava trabalhando.
V ( ) F ( )

Respostas nos próximos capítulos - depois do fim de semana, que amanhã vamos ali fazer uma viagenzinha pra fingir que o papai também está de férias!

terça-feira, 19 de julho de 2011

Minha mãe que disse - eu na estreia!

Meu povo, estou de férias, sozinha com Emília e "com o bucho saindo pela goela", como diz uma tia minha do Ceará. Daí que minhas postagens ficarão mais breves e esporádicas até ela voltar às aulas.

Mas hoje (atrasada, mas ainda no dia certo) não podia deixar de passar por aqui pra contar que tive a honra de estrear o Minha mãe que disse, de autoria da Roberta Zimmerman e da Flávia. Falo sobre maternidade e trabalho.

Quem estiver com saudades dos meus longos textos, passa !

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