Quem primeiro me falou desse livro foi a Nina, em um dos longos e deliciosos e-mails sobre trabalho e maternidade que trocamos há alguns meses. Depois, conversando com a Paloma sobre os dilemas profissionais de uma mãe, descobri que ela tinha o livro do Dr. José Martins Filho, e generosamente veio entregá-lo na minha casa para um empréstimo.
Só posso dizer que fiquei profundamente tocada com as reflexões desse pediatra pregador da paternidade e da maternidade conscientes. Ele defende que as pessoas deveriam estar muito bem informadas sobre a responsabilidade que os filhos implicam e dispostas a dedicarem muito do seu tempo a eles antes de decidirem tê-los. E refuta essa balela de que “o que importa é a qualidade”. Parafraseando o Dr. Carlos González (pediatra espanhol autor de Bésame mucho e Mi niño no me come, entre outros títulos): fala pro seu chefe que você só vai trabalhar meia hora, mas que ele não precisa se preocupar que você vai trabalhar com muita qualidade nessa meia hora. Aposto que ele não vai ficar nada feliz. Pois é: seu filho também não.
A criança terceirizada é aquela que foi delegada a qualquer pessoa que não sejam os pais – únicos responsáveis pela sua criação. Babás, professores, avós, tios, qualquer pessoa que dispense mais cuidados à criança que seus próprios pais prestam serviços terceirizados. O Dr. José Martins Filho não está falando de um bebê que é deixado algumas horas com um parente para que os pais possam resolver alguma questão pessoal (inclusive trabalhar). Ele se refere a crianças cujos pais não assumem seu papel, não lhes dedicam tempo e atenção suficientes e repassam a terceiros funções que seriam suas. Essas crianças passam a identificar seus cuidadores como seus “pais” e a eles retribuem o afeto. O autor cita inclusive casos em que as mães, enciumadas do carinho que seus filhos demonstram com as babás, as mandam embora. Eu mesma já encontrei babás no parquinho com essa história: “Eu fui demitida do meu último emprego porque a menina só queria ficar comigo”. E aí a criança perde a pessoa que era seu referencial, e fica vivendo repetidas experiências de abandono (porque a maioria dessas mães não demite a babá pra ficar com a criança, mas pra contratar outra).
Digo que fiquei profundamente tocada com esse livro porque o autor, apesar de afirmar que não está propondo um retorno às estruturas antigas (mulheres em casa), não nega que são necessárias profundas mudanças na nossa estrutura social para que nossas crianças tenham a atenção devida. Mães que trabalham em tempo integral, por exemplo, são obrigadas a terceirizar os filhos. É o meu caso.
O Dr. José Martins em nenhum momento culpa as mães – até porque algumas precisam mesmo trabalhar. Temos problemas estruturais no mercado de trabalho: a maioria das mulheres ainda tem direito a apenas 4 meses de licença maternidade e não existem leis que protejam as mães da jornada integral – como o direito à redução de carga horária após o fim da licença-maternidade, com remuneração proporcional, ou a possibilidade de uma licença estendida sem remuneração, mas sem a perda do vínculo empregatício.
Mas enquanto espero as mudanças que são necessárias para garantir às crianças maior atenção de pelo menos um dos genitores, me questiono sobre o que eu posso fazer para garantir à minha família a melhor estrutura familiar e emocional possível. Porque eu me encontro numa situação privilegiada na qual eu tenho opção. Não é o caso de escolher entre trabalhar ou passar fome, mas entre trabalhar ou viver uma vida mais simples.
O livro do Dr. José Martins levou ainda mais além as reflexões que eu já vinha tendo sobre o tempo que eu passo com minha filha. Quanto está custando o salário que eu recebo? Que valores eu estou passando para meus filhos quando opto por uma renda familiar maior – e, consequentemente, pela possibilidade de um consumo além do necessário – em detrimento do tempo de convivência com eles?
Eu poderia passar horas aqui discutindo esse tema, mas deixo só a sementinha pra brotar minhocas na cabeça de todas as mães que, como eu, passam o dia longe daqueles que mais amam.
Só posso dizer que fiquei profundamente tocada com as reflexões desse pediatra pregador da paternidade e da maternidade conscientes. Ele defende que as pessoas deveriam estar muito bem informadas sobre a responsabilidade que os filhos implicam e dispostas a dedicarem muito do seu tempo a eles antes de decidirem tê-los. E refuta essa balela de que “o que importa é a qualidade”. Parafraseando o Dr. Carlos González (pediatra espanhol autor de Bésame mucho e Mi niño no me come, entre outros títulos): fala pro seu chefe que você só vai trabalhar meia hora, mas que ele não precisa se preocupar que você vai trabalhar com muita qualidade nessa meia hora. Aposto que ele não vai ficar nada feliz. Pois é: seu filho também não.
A criança terceirizada é aquela que foi delegada a qualquer pessoa que não sejam os pais – únicos responsáveis pela sua criação. Babás, professores, avós, tios, qualquer pessoa que dispense mais cuidados à criança que seus próprios pais prestam serviços terceirizados. O Dr. José Martins Filho não está falando de um bebê que é deixado algumas horas com um parente para que os pais possam resolver alguma questão pessoal (inclusive trabalhar). Ele se refere a crianças cujos pais não assumem seu papel, não lhes dedicam tempo e atenção suficientes e repassam a terceiros funções que seriam suas. Essas crianças passam a identificar seus cuidadores como seus “pais” e a eles retribuem o afeto. O autor cita inclusive casos em que as mães, enciumadas do carinho que seus filhos demonstram com as babás, as mandam embora. Eu mesma já encontrei babás no parquinho com essa história: “Eu fui demitida do meu último emprego porque a menina só queria ficar comigo”. E aí a criança perde a pessoa que era seu referencial, e fica vivendo repetidas experiências de abandono (porque a maioria dessas mães não demite a babá pra ficar com a criança, mas pra contratar outra).
Digo que fiquei profundamente tocada com esse livro porque o autor, apesar de afirmar que não está propondo um retorno às estruturas antigas (mulheres em casa), não nega que são necessárias profundas mudanças na nossa estrutura social para que nossas crianças tenham a atenção devida. Mães que trabalham em tempo integral, por exemplo, são obrigadas a terceirizar os filhos. É o meu caso.
O Dr. José Martins em nenhum momento culpa as mães – até porque algumas precisam mesmo trabalhar. Temos problemas estruturais no mercado de trabalho: a maioria das mulheres ainda tem direito a apenas 4 meses de licença maternidade e não existem leis que protejam as mães da jornada integral – como o direito à redução de carga horária após o fim da licença-maternidade, com remuneração proporcional, ou a possibilidade de uma licença estendida sem remuneração, mas sem a perda do vínculo empregatício.
Mas enquanto espero as mudanças que são necessárias para garantir às crianças maior atenção de pelo menos um dos genitores, me questiono sobre o que eu posso fazer para garantir à minha família a melhor estrutura familiar e emocional possível. Porque eu me encontro numa situação privilegiada na qual eu tenho opção. Não é o caso de escolher entre trabalhar ou passar fome, mas entre trabalhar ou viver uma vida mais simples.
O livro do Dr. José Martins levou ainda mais além as reflexões que eu já vinha tendo sobre o tempo que eu passo com minha filha. Quanto está custando o salário que eu recebo? Que valores eu estou passando para meus filhos quando opto por uma renda familiar maior – e, consequentemente, pela possibilidade de um consumo além do necessário – em detrimento do tempo de convivência com eles?
Eu poderia passar horas aqui discutindo esse tema, mas deixo só a sementinha pra brotar minhocas na cabeça de todas as mães que, como eu, passam o dia longe daqueles que mais amam.
+++
A criança terceirizada: os descaminhos das relações familiares no mundo contemporâneo.
José Martins Filho
Ed. Papirus
22 comentários:
Ai Lia, que delícia de post.
Também já escrevi um sobre esta "terceirização"!
Ando muito balançada com esta coisa de trabalhar o dia todo. Minha meninas estão em uma fase distinta da Emília (10 anos Anna e quase três anos Isadora), mas, também querem atenção e cuidado. Eu passei em outro concurso que posso optar em trabalhar 1/2 período e também 1/2 salário!
Não sei, esta questão será resolvida em 2011, estou bem tentada em ficar em casa por pelo menos cinco horas com as meninas!
Enfim!
Beijo grande em você e um bem molhado na doce Emília.
Tati
Nova aqui no seu blog!
Essa questão vem me tirando o sono, ainda estou de licença maternidade e meu coração doí só de pensar em deixar meu Levizinho com outra pessoa.Sou funcionária pública, lutei para conquistar isso, não tem como largar, até pq quero estabilidade e um pouco mais de conforto para o meu filho, mas ao mesmo tempo me pego pensando no tempo em que não dividirei com ele...Ser mãe...sempre sentir-se culpada por alguma coisa...
Bjo...
Oi Lia!
Muito boa a sua resenha do livro! Me interessei bastante!
bjos
Ai, que saco!
Escrevi "mó" comentário grande e tal... e deu erro!
Me dá seu e-mail, Lia?
Fiquei com preguiça agora de comentar. humpf
E tomei uma decisão importante [relacionada a esse post, mas não por causa dele] e queria dividir com vc.
Beijos!
[Eu tinha te desejado feliz natal? Não? Eu sou uó mesmo, liga não!]
Ai que difícil, Lia. Minha primeira vontade é tentar refutar essa ideia, já que acabo mesmo terceirizando grande parte da criação da Mariana. Mas ainda prefiro (contrariando o que diz o livro) acreditar na qualidade como fator compensador. Sinal dos tempos, eu acho. Na época de nossos pais ou avós, talvez a criação também tivesse falhas. Eles tinham tempo de sobra, mas talvez não encarassem a maternidade/paternidade como algo tão profundo, tão digno de análise cuidadosa, como nós fazemos hoje.
Enfim, perfeito perfeito nunca vai ser. De minha parte tentei e estou conseguindo, readequar horários, ter um dia ou outro livres para cuidar da Mariana e, dessa forma, não prejudico nem filho nem trabalho. Equilíbrio é difícil. Mas a gente chega lá.
beijos beijos!
eu realmente não acredito em tempo de qualidade.
tudo que é bom faz com que desejemos passar mais tempo realizando aquilo.
em compensação, lia, eu vejo o tanto que vc e o rafa são paizões de tudo! acho lindo o jeito que vcs cuidam da emília e a preocupação dos dois com a criaçao dela.
e também vejo mães que não trabalham, passam teoricamente o dia inteiro com a criança, mas não dão tanta atenção e amor como vcs, por exemplo.
essas minhocas parece que sempre moraram na minha cabeça. e as suas, pelo visto, estão fazendo a festa também.
já sei até aonde isso vai chegar. é só questão de tempo. ahahahahhaha!!
beijinhos
Como psicóloga recebo em meu consultório muitos pais que terceirizam os seus filhos. Alguns por pura falta de opção, outros por puro comodismo mesmo. E há ainda aqueles que são embora estejam sentro de casa "full time" são super ausentes e negligentes. Como mãe e como psicóloga não acredito em qualidade de tempo sem quantidade. É uma invensão que foi criada com o mundo capitalista para a mulher ficar fora de casa a maior parte de tempo possível e não se sentir culpada por isso. Ter filhos requer cuidado, dedicação, responsabilidade e análises cotidianas do comportamento dos pais e das crianças. Porque elas dão os sinais de a coisa está ou não dando certo. Quando me perguntam no consultório como eu faço apra conciliar a vida profissional e a vida de mãe eu explico que tenho uma jornada super reduzida, só trabalho no máximo três períodos na semana e que aprendi a viver com o que ganho. Poderia ganhar muito mais do ganho se trabalhasse mais, porém seria completamente infeliz.
Beijossss na Marquesa.
ameiii achei demais, uma reflexao mto boa!!!
Nossa, Lia, muito, muuuuito pertinente, tanto o livro quanto as suas ponderações.
Ainda não tenho filhos, há planos para daqui a uns 3 anos, mas desde já me ponho a pensar sobre isso. Sobre como vou cuidar e estar com eles o tanto que eu quero com essa jornada de 40 horas semanais (num emprego que eu gosto, graças a Deus). Cheguei a pensar em procurar um concurso de 6 horas diárias, nem que seja burocrático, mas sinceramente não sei se é essa a melhor opção. Também acho que a qualidade do tempo está, sim, diretamente relacionada à quantidade, mas não sei se uma mãe frustrada por ter largado o trabalho que gosta é o melhor para os meus filhos. Agora, se a questão é "só" financeira, de qualidade de consumo ou quantidade de tempo com a família, aí acho que eu não ia pensar duas vezes não!
Beijo! Fica tranquila, você é uma ótima mãe!
Nesse assunto a gente concorda tanto que eu nem preciso comentar. Eu sempre usei esse termo, "terceirização" - cara, como eu vou terceirizar a coisa mais importante da minha vida? Terceirizo casa, carro, o diabo. Mas meu filho? Pode deixar que desse cuido eu. Posso ter ajuda (seria ótimo, hehehe), mas a responsabilidade e o grosso do trabalho deixa comigo.
Criança precisa de escola, plano de saúde, alguns passeios, uma casa decente. Mas não precisa de roupa da moda, brinquedo de fazer inveja aos amigos, casa decorada com arquiteto (mania de brasileiro), viagens mil. Não acredito nessa história de "tempo de qualidade" mas é lógico que cada caso é um caso.
Barbara - www.baxt.net/blog
Nossa Lia eu ando com esse dilema aqui. Parei de trabalhar em setembro pra ficar com o Felipe e a idéia era voltar ao mercado de trabalho agora em janeiro. Mas esses 3 meses foram tão especiais...brincamos tanto, que fico na maior dúvida se devo largar isso. É claro que sem minha renda muita coisa tem que mudar aqui...mas ainda acho que vai valer a pena abrir mão de certos luxos e ficar com o Felipe. Mas ai fico com tanta saudade de ter meu dinheiro...e bate a dúvida dinovo. Aiaiaiaiaiai...até dia 15 de janeiro eu preciso resolver...e venho te contar! Vou procurar ler esse livro. Um bjo pra vc e pra sua família e feliz ano novo!
Ótima reflexão. Também sou como vc, trabalho fora e deixo Bento na escolinha. E se não trabalhasse não passaria fome, apenas teria uma vida mais simples. Já pensei muito sobre isso, e pretendo voltar a trabalhar de casa quando terminar meu período mínimo acordado com meu chefe. Também acho que a qualidade não necessariamente compensa a falta de quantidade, mas concordo que há mães que não trabalham e também não se dedicam aos filhos mesmo ficando em casa... Acho que vai muito de cada mãe e pai também... O importante é amar e cuidar da criança, com ajuda externa ou não, terceirizando ou não, mas tendo em mente que a responsabilidade primária e essencial será sempre dos pais.
um beijo e ótimo 2011 para vocês!
Muito importante este post, vou procurar o livro, fiquei interessada!
Lia, seu blog é uma graça, o layout é lindo e você deve ser uma mãe dedicada! Passarei por aqui mais vezes. Desejo-lhe uma feliz virada e muita alegria em 2011!
Bj
Adri
Lia, seus posts são demais. Gosto muito das suas reflexões. Mesmo comentando pouco, leio tudo sempre. Eu tive uma mãe que trabalhou muito, até nos finais de semana. E digo de cadeira que a ausência dela é um buraco que ficou até hoje, e mesmo já adulta é como se até agora eu sentisse a falta dela. Freud super explica. Enfim...
E como assim, a Emília já está andando? Como o tempo voou! E ela deve ter ficado uma coisa muito fofa de Rambo ;).
Lia, também sou nova por aqui. E tenho muitas coincidências pra te contar.
Tenho pensado muito sobre isso maternidade x trabalho e como as mães da blogosfera poderiam começar a fazer barulho sobre isso. Amei esse post e assim que tiver um tempinho volto aqui no seu blog para ler/comentar mais!
Vc mencionou a Paloma aqui, de quem adoro o blog e acompanho há algum tempo.
Minha filha chama Lia e adorei descobrir uma xará tão interessante!
Bjs
Uau fantástico esse seu post! assino embaixo! Bjs! Juliana
Oi Lia, cheguei ao seu blog pela Lidia, mãe da Maria Teresa. De vez em quando dou uma passeada por aqui, porque comungo com os teus princípios de maternagem e admiro esta tua (quase) militância, que eu faço de um jeito nada organizado. Decidi escrever hoje porque adorei a dica do livro do Martins. Não conhecia, achei ótimo, e vou tentar encontrar por aqui. Já fui workaholic, mas desde que chegou a Cora, em julho de 2009, optei por ser a sua mãe. Desde então, vivemos sem luxos, mas também sem privações. E tem coisas deliciosas nisso tudo, e tem outras coisas difíceis pra burro. Mas sabe o que mais me intriga, como efeito colateral desta decisão? É o quanto a gente se afasta do mundo. Melhor dizendo: torna-se desinteressante para um mundo que só sabe sentir, pensar, viver e falar em um formato masculino. É coisa da Laura Gutman, que você provavelmente conhece: "sólo permaneciendo dentro de estructuras masculinas podemos matratar a los ninños ignorando sus reclamos, haciendo oídos sordos a sus llantos, poniendo distancia entre ellos y nosotras. Esto sucede porque la única manera que hemos aprendido a ser ha sido dentro de los parámetros masculinos. Hemos devenido mujeres-hombres. Nos llevará mucho tiempo aprender a ser mujeres-mujeres". Neste 2011, quero voltar à ativa, e estou pensando justamente onde está o ponto de equilíbrio destas coisas todas. Keep up with the good work! Um beijo.
Estou com você! Muito bom o post, e melhor ainda a dica de livro.
É um pouco cruel, mas acho que minha própria mãe deveria lê-lo, pois é assim que a vejo tratando meus irmãozinhos, terceirizando-os. E não gosto nada disso.
Enfim, eu ainda preciso me formar e depois trabalhar, juntar grana para pelo menos morar junto com meu namorado, mas depois disso darei um jeito de ficar o máximo de tempo com a Lara.
Ainda bem que você pode escolher! =D
Aproveite!
Beijo!
olá, achei mto bacana realmente esse post, e vejo como esse médico vÊ tbm.
após ter meu bebe e ter a licença maternidade, acabei por pedir as contas em meu emprego... quem sai "perdendo" é a gente.. mais por outro lado ganhamos muito pois vivemos em um mundo muito louco, onde os principios e os valores são distorcidos.
Creio até mesmo que se as mães ficassem em casa como antigamente, talvez não estariamos vivendo esse mundo louco de tanta violência, drogas, e etc...
É uma decisão dificil pedir ou não as contas, mais quero expressar aqui que vale a pena e muito... pois é uma vida, que precisa realmente de todo o nosso apoio e compreensão... hoje apenas meu esposo trabalha, apesar de passarmos alguns apertos mais vale a pena pois sei que eu é quem cuido dele.
as vezes quero voltar a trabalhar, mais olho meu filho hj com dez meses, precisando de mim e volto a consciencia de que ele depois de Deus em minha vida é prioridade!
Abraços, e boa sorte as mamaes que pensam em sair ou não de seus trabalhos...
Tamara
adorei a dica de livro, estou adiando a maternidade há algum tempo porque essa história de trabalho é algo que me preocupa.. acho que a dificuldade hoje é que as mulheres conquistaram tantas coisas que fica difícil abrir mão. fico sempre pensando que filho é uma bênção, uma coisa maravilhosa, mas e os meus mil anos de estudo? meu diploma numa faculdade reconhecida? minha pós graduação? minha fluência em idiomas? minha trajetória profissional? meu salário?
ando pensando nisso que vc falou, sobre ter o privilégio de apenas baixar um pouco o nível de vida, e realmente ando questionando a real necessidade de consumir tanta coisa.
Acho que o principal também (q eu tento me convencer) é que nada é definitivo. Uma coisa é não querer sair de casa quando seu filho tem 10 meses, mas daqui a alguns poucos anos será que já não será mais fácil? Nada impede de voltar a trabalhar depois, até porque viver em função dos filhos a vida inteira não é saudável (para ambos).
Bjo
Oi Lia, escrevo este post com o meu mais novo no colo. Não me leve a mal, mas acho que não podemos generalizar. Faço minhas as palavras da Tathiana: "(...) E há ainda aquelas que, embora estejam dentro de casa "full time", são super ausentes e negligentes.". Ficam, por exemplo, na internet o dia inteiro, ao invés de sentar no chão para brincar com a criança... Eu me lembro da minha mãe, que nunca trabalhou fora de casa: ela não ficava "full time" comigo: cozinhava, lavava, passava, limpava a casa e... eu? Eu no meu quarto brincando, eu na escola, eu na televisão. Trauma a criança tem quando é espancada, quando tem pais alcoólatras e drogados, separados e divorciados. Agora, pais em harmonia, que se amam e amam seus filhos, e que lutam aí fora porque são sozinhos no mundo e não tem vovô-pra-ajudar-na-mensalidade-escolar-do-netinho-querido... ah... esses pais não geram traumas, não. Tenho certeza.
COmentário do próprio autor do livro: 4. - Toda ajuda de terceiros é prejudicial?
José Martins Filho: Pelo contrário. O apoio de profissionais e pessoas da família é bem-vindo e necessário, especialmente quando se tem um bebê em casa. O que não deve acontecer é a substituição da mãe por babás e outros profissionais. Já vi muitas mulheres que, mesmo no seu tempo livre, delegam os filhos a outras pessoas. Não é de espantar que, quando sofrem uma queda ou têm um pesadelo, essas crianças vão buscar conforto no colo da babá e não no da mãe.
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