quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Ai que saudades eu tenho da aurora da minha vida, da minha infância querida...

Ontem fui buscar Emília na creche pela última vez este ano. Tchau, tias, tchau, coleguinhas, tchau, peixinhos do aquário, tchau, meninas da recepção, tchau papais noéis do jardim. Não sei se sentindo minha nostalgia, ela precisou mamar os dois peitos pra se acalmar da choradeira da partida e resistiu com todas as suas forças a ser colocada no bebê conforto.

Enquanto eu dava o sossega-Emília (peito) dentro do carro, via outra mãe levando seu pequeno embora. Ele pede pra ver de novo os papais noéis. Ela deixa. Mais um pouquinho. Ela espera. Ele abraça o papai Noel. Ok, agora vamos. Ele se debate e parece deixar a creche na mesma situação que Emília: em prantos de protesto.

Não é desespero com o que fazer com Emília sem aulas. Um recesso aqui, uns dias de férias ali, um ou outro dia a gente pede ajuda pra família e tudo se resolve. Hoje de manhã Emília, por exemplo, está fazendo amizade com minha cunhada e meu sobrinho que está dentro da pança dela. Hoje à tarde eu vou escapar da festa de natal do meu trabalho pra cuidar dela.

O nó na barriga de ontem foi pelo fim de um ciclo. Emília se adaptou na creche e concluiu o semestre. Ano que vem, seus coleguinhas mais velhos irão pra outra sala e ela receberá novos amigos. Emília será veterana.

Em agosto, entrei com ela no colo. Em dezembro, saí com ela segurando meus indicadores com as mãozinhas, andando apressadamente na direção que ela mesma definia. “Como ela cresceu!”, reparou a psicóloga que a conheceu em julho, na entrevista de matrícula.

Segunda-feira recebi o relatório de desenvolvimento dela. Ontem, votos de boas festas estampavam a agenda. Na bolsa, o copinho, a dedeira, a escova de cabelo, o hidratante, o suplemento de ferro, tudo o que ficava lá foi devolvido. Ano que vem enviarei uma escova de dentes no lugar da dedeira, protetor solar e um camisão pra ela fazer atividades de artes.

Este semestre de Emília na creche foi maravilhoso. Ela conquistou desde as educadoras até as secretárias, passando pelo pessoal da limpeza e da coordenação. Vi o amor dedicado a ela pelas crianças mais velhas e lamentei o fato de que provavelmente a Alex e a Ana Beatriz nunca mais abraçarão Emilinha, que deixará de ser a boneca da sala.

Me despedi das três educadoras que cuidaram dela com tanto carinho, esperando de coração poder revê-las ano que vem.

Consigo resgatar uns flashes da minha primeira infância, e vejo a horta e a árvore da minha primeira escolinha. Saudades.

+++

Escrevi este post inspirada na Micheli.

E como recordar é viver, uma lembrança de um dia que foi ontem mesmo, mas parece que faz um milhão de anos.

19 comentários:

Naiara Krauspenhar disse...

Como eles crescem né?
E como eles aprendem desde cedo a lidar com as perdas... mesmo que pareçam pequenas. Pra eles não são.
É um amiguinho, uma tia, uma rotina.
Mas o legal, é que criança se adapta com uma facilidade tremenda. E depois ficam as bosa lembranças.
E ótimo quando essas lembranças são boas né? Tão boas a ponto de talvez estimularem nela um texto tão lindo quanto o da mãe no futuro.
BJos

Tathyana disse...

Owwww, eu sou péssima em fechar ciclos. Fico chorosa, nostálgica. Lembrarei com muito carinho das primeiras professoras da Alice. Foi um ano muito bom, pena que nesse ano todo tive sérios problemas com a escola dela, o que me fez matriculá-la em outra (que espero ser bem melhor). E dessa vez não houve despedida nostálgica e sim alívio em saber que lá ela não volta mais.

Vamos fazer algum programa nas férias com as crias? Bjssssssss

Sarah disse...

Que lindo post! Um ciclo se fecha, outro se abre, mas a gente sente mesmo essa nostalgia misturada com saudades... Que bom que Emília está tão crescida, tão adaptada e, melhor de tudo: tão feliz.
beijos!
PS: não sabia que ela já estava andando! Que linda!

Fabiana disse...

Sou igualzinha a Tathyana, péssima para fechar ciclos. E chorei até com o seu fechamento deste ciclo da Emilia. E quanto penso em tempo, só consigo lembrar do texto "como se não houvesse amanhça" da Tatá, do Mamíferas que li no blog da Patrícia. Ai, ai, deixa eu parar por aqui, senão a água toda que eu tomo, em vez de ir para os peitos, vai para os olhos...

Tchella disse...

e enqto isso euaqui com o pqno de 3 meses e nao quero neeeeeeeeem sonhar com o primeiro dia de aula dele... gente do ceu oq vai ser de mim!!

Kah disse...

Mentira que a Emília já está toda pomposa andarilhando por aí?? Parece que foi ontem que li seu relato de parto! Juro, juro! Sua irmã vindo aqui contar que a Marquesa tinha nascido, não foi?
Beijão!

Ana disse...

Dá saudades mesmo. Lembro tb perfeitamente das minha primeira escolinha. Pena que ela não exista mais.
Beijos!

Camila disse...

Cada ciclo que se encerra deixa saudades, mas tenho certeza que novos outros e tão deliciosos quanto virão!!
Bjos,
Camila
http://mamaetaocupada.blogspot.com

Letícia Volponi disse...

Amanhã é a festinha da Laura na escola e na sexta o último dia. Ela curte tanto a escola que sempre reclama de ficar muitos dias em casa... vamos ver no que dá esse ano...

Lia disse...

Pessoal, esclarecimentos sobre as andanças da Emília: ela anda bem, até corre, mas sempre segurando nosso indicador. Ela fica alguns segundos em pé sem apoio e dá voltas na mesa e no sofá se segurando. Mas acho que vai andar sozinha mesmo junto com a média, com um aninho. Beijos!

Natalia disse...

Bonito quando as coisas vão nos dizendo do tempo...
Eu piro também que as lembranças futuras do Benja estão sendo “construídas” agora... E vôo ao tempo em que as minhas eram fato.
Escrevi isso um dia desses:
(...) uma saudade de outros tempos. Porque seu sorriso banguela me arremessou numa foto desdentada pendurada há anos no porta-retrato; meu próprio sorriso de bebê era quem sorria o mesmo sorriso do meu filho, tão potente na sua singeleza que abre até os portais do tempo.
Naquele instante, eu não me via apenas mãe de Benjamín; eu me devia aquele momento à criança que fui, cruzando gerações e inventando eternidades. Ele continuava sorrindo, trazendo momento a momento o que fui no feliz que sua boca anunciava.
E, continuando a sorrir, singelamente trazia, também, seu adulto futuro. Trazia no aberto da boca o sorriso de seu filho, meu neto, através do olhar que também o olhará sorrindo, sorrindo. E assim nos encontraríamos todos, os que somos, os que fomos e os que seremos, no repetir-se dum sorriso de criança, capaz de condensar tempos num sempre eterno agora.

Carol Garcia disse...

Crescem, Lia, e crescem numa rapidez inexplicável.
mas a gente não perde nada, acompanha.
e mãe acompanha numa atenção assustadora.
é uma delicía reviver com os filhos os nossos dias de escola.
hoje mesmo me peguei relembrando o histórico escolar. onde fiz a pre escola, como foi, me vieram a mente alguns coleguinhas mais queridos.
essa semana isaac fez sua primeira apresentação de final de ano. lembrei das minhas e chorei.
chorei de feliz que fui e que sou.
ano que vem tem mais, né não?
bjo bjo

Luíza Diener disse...

o gente! cresce tão rápido, né?

eu tb tenho saudades da aurora da minha vida. ahahhahah

:)***

Dani Balan disse...

Puxa...também me deu saudade da sopa da minha primeira escola. Cheguei a salivar de pensar no cheiro vindo lá da cantina...
Lindo post Lia! Emocionei, viu!
Beijo!
Dani

Beta, a mãe disse...

Essa coisa de escola bate uma nostalgia né? Quase chorei quando levei a Bia no ultimo "dia de aula". Mal sabia ela o que estava acontecendo, eu expliquei pra ela que ela ia ficar um tempo de férias e que ano que vem voltava pra lá. Mas é de cortar o coração de saber que podem mudar as turmas, a sala vai ser outra, a professora também, prevejo uma tormenta no começo do ano que vem. Adorei o post. Você sabe se expressar como poucas. Beijos

Maria Thereza Pinel disse...

Que linda!!!! E cresceu mesmo!!! =D
Dá uma nostalgia imensa saber que as fases estão passando!
Não é a toa que as pessoas tem outros filhos! heheh

Beijo!

Ana disse...

Que lindo Lia...Felipe tbém prestes a completar um aninho e cheio de descobertas a cada segundo. Mas tá medroso pra andar...
Tenho certeza que ano que vem será um ciclo ainda mais emocionante e assim sucessivamente. E ainda me pego pensando em como é possível nosso amor e emoção com esses pequenos só aumentar , como? Todo dia a sensação é de amor e emoção máxima né...até que somos surpeendidos. Um bjo

Coisas de mãe disse...

Encerramento de um periodo muito bacana ne? Que bom! Que venha o proximo! Curta muiiiito.

Feliz NAtal, um ano maravilhoso, cheio de relaizações e muito equilibrio nesta tarefa de mulhermãe!

beijos

Pati

http://coisasdemae.wordpress.com

Dani Balan disse...

Passando de novo pra desejar um lindo Natal pra vocês! Beijo!
Dani


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