sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

A televisão me deixou burra

Emília sempre foi uma criança com o desenvolvimento bem na média: sentou aos 6 meses, andou aos 12 – só engatinhar é que foi um pouquinho depois da maioria dos bebês, com quase 10 meses. No entanto, um traço do desenvolvimento dela que eu acho notável para a idade é a competência lingüística (oi, Dr. Caramujo!).

Posso dizer que ela fala tudo. Coordena orações, usa conjunções, preposições, constrói frases com orações subordinadas, domina os principais tempos verbais, usa o plural, faz concordância de gênero e número. Claro que alguns fonemas ainda não saem (o “G”, como em gato, sai “D”, e o “K”, como em carro, vira “T), o vocabulário ainda tem muito o que crescer, ela não usa o subjuntivo dos verbos, mas, né? Ela acabou de completar dois anos e tem muito o que aprender nos próximos anos.

Mas percebo que ela começa a dominar construções complexas como aquelas que incluem noções de tempo e sequência. Ainda antes de completar dois anos, ela soltou a seguinte frase:

- Tchau, vô fazê xixi nu penito. Vô sidulá (segurar) a Abelinha entanto (enquanto) isso.

Ontem ela queria ler um livro, depois disse que ia pentear meu cabelo. Daí eu perguntei:

- Você quer ler o livro ou pentear meu cabelo?
- Té pintiá o seu tabelo entanto lê o livo.

E ela fala também: “Vô jantá antis di mamá. Vô jantá pimero”.

Mas, finalmente, pra quê toda essa babação de ovo sobre a própria cria?

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Não acho que Emília seja super dotada, e sei também que as crianças se desenvolvem em ritmos muito próprios: uma tem as habilidades motoras fora de série, outra é muito boa em associações, outra fala mais que papagaio. Isso não significa que uma seja mais inteligente que a outra, apenas têm ritmos e aptidões diferentes.

Mas, além daquilo que é intrínseco à criança, existe a influência do meio. Sabemos, como mães, que a maneira como estimulamos nossos filhos pode ajudar um talento a aflorar ou a murchar. E eis minha tese: acredito que parte do bom desenvolvimento linguístico de Emília se deve ao fato de que ela não vê televisão.

(Nota: sabemos que vários fatores podem levar a criança a falar um pouco mais tarde, tais como bilinguismo, timidez, chupeta etc., e o fato de ela falar um pouquinho depois da média não é necessariamente sinal de algo errado. Mas podemos, sim, estimular a fala e a capacidade comunicativa da criança.)

Quando digo que ela não vê televisão, leia-se: ela assiste a DVDs de desenhos infantis na casa dos avós (na verdade, quase sempre ela pede uma VHS dos 101 Dálmatas) e fica na sala nas raras vezes em que o Rafael vê um jogo de futebol pela TV. Somando, ela deve passar em torno de 2 a 3h semanais diante da tela.

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Parece clichê o discurso sobre os males da televisão, coisa ultrapassada. A gente viu tanta porcaria e ficou tudo bem... E tem coisa boa na TV também, oras! Inclusive coisa dita educativa.
Reconheço o valor de muitas produções audiovisuais e defendo que o cinema e o vídeo oferecem ricas possibilidades para manifestações artísticas. O longa de animação 101 Dálmatas, por exemplo, que Emília adora, é lindo, muito bem desenhado e com uma trilha sonora ótima. Assim são muitas outras produções para crianças, e é importante que elas também tenham contato com as formas de expressão do tempo em que vivem. Ninguém vai ficar só apreciando escultura grega ou recitando Camões para todo o sempre.

O grande problema da televisão é que ela é altamente hipnotizante. Para nós, adultos, mas especialmente para crianças pequenas. É uma atividade passiva, e não interativa.
Quando Emília está lá vendo o “fime do auau”, não dá pra conversar com ela. Tento colocar meu rosto bem na frente dela e olhá-la nos olhos, pra ver se chamo sua atenção, mas ela desvia a cabeça pra enxergar a televisão. E Margarida, com 4 meses e meio, se contorce toda pra enxergar a tela quando está ligada.

O tempo gasto diante da televisão é um tempo desperdiçado, durante o qual a criança poderia estar realizando qualquer atividade que contribuísse para seu desenvolvimento: lendo um livro, montando um quebra-cabeça, jogando jogo da memória, desenhando, brincando no parquinho, brincando de casinha, jogando bola. Todas essas atividades trabalham facetas importantes do desenvolvimento infantil: motricidade, cognição, competência linguística, competência relacional.
Realmente é muito prático deixar uma criança na frente da televisão pra ir fazer qualquer outra coisa. E é por isso que eu acho que existe aquela máxima de que criança que vai pra escola cedo se desenvolve mais rápido. Eu acho que a questão não é ir ou não pra escola. A questão é o tipo de atividades que a criança faz durante o dia, e todos sabemos que crianças que ficam em casa, seja com a babá, seja com a mãe, muitas vezes passam grande parte do dia na frente da televisão. Já nas creches, é mais difícil isso acontecer.

É perfeitamente possível criar uma criança com um mínimo (ou zero) de televisão, pelo menos até os dois ou três anos e especialmente quando a criança não tem um irmão mais velho. É necessário, contudo, mudar os nossos hábitos. Porque o tempo que a criança passa vidrada na televisão não é só aquele durante o qual ela está vendo a Galinha Pintadinha. Ela também se desliga do mundo quando nós, adultos, estamos assistindo ao Jornal Nacional, ao seriado ou à novela no mesmo cômodo que a criança. Tanto porque ela tende a olhar para a televisão, mesmo que o programa não seja legal pra idade dela, quanto porque nós estamos totalmente indisponíveis para atendê-las. É só observar o comportamento das pessoas na sala de espera de um consultório quando existe uma televisão pendurada passando não importa o quê.

Claro que ninguém precisa ser absolutamente radical e banir a televisão e o You Tube de casa (apesar de que isso não faria mal e não geraria nenhum trauma para uma criança de 2 ou 3 anos). Mas algumas atitudes são necessárias para preservar nossos filhos do excesso e garantir que eles realizem outras atividades mais produtivas:

Esperar – ninguém precisa colocar um bebê de poucos meses para ver televisão. Mesmo que não haja nenhum adulto por perto para lhe dar colo, conversar ou brincar com ele, um brinquedinho ou qualquer objeto que não seja perigoso para ele é muito mais interessante do ponto de vista do desenvolvimento. Se der pra esperar até dois ou três anos para introduzir a criança à televisão, melhor ainda. Antes disso, ela não traz nenhum benefício*.

Selecionar – é indispensável conhecer aquilo que seu filho está vendo, assistir antes, verificar se não há nada inapropriado para a idade e se os valores que aquele programa transmite são compatíveis com os valores da família. É interessante também escolher programas que tenham qualidade artística, musical, gráfica e um bom enredo. A educação estética começa cedo.

Limitar – por melhor que seja o programa, não dá pra deixar a criança muito tempo diante da TV. Como eu disse acima, é necessário que ela faça outras coisas, se movimente, interaja com outras pessoas. É importante incluir nesse limite o tempo que nós, adultos, assistimos à televisão na presença da criança.

Acompanhar – o principal motivo pelo qual deixamos que nossas crianças assistam a tanta televisão, e precocemente, é para termos mais tempo para nós. Mas se estivermos ao lado deles enquanto isso, podemos diminuir o nível de passividade dessa atividade, comentar, responder às perguntas da criança e conversar com ela sobre aquilo que ela está vendo, tirando algum aprendizado daquilo.

Educar não é fácil. Temos nossos filhos é para cuidar deles, e isso exige uma dedicação muito maior do que comprar os lançamentos dos DVDs infantis e apertar um botão. Não existe atalho: nossos filhos precisam de seres humanos – de preferência nós, os pais.

*Em outubro de 2011, a revista Pediatrics – Official Journal of the American Academy of Pediatrics, publicou um artigo intitulado “Media Use by Children Younger than 2 Years” (O uso da mídia por crianças menores de 2 anos). O artigo conclui que a mídia tem efeitos potencialmente negativos e nenhum efeito positivo conhecido para crianças menores de dois anos e desencoraja fortemente seu uso para essa faixa etária. O estudo também não recomenda que adultos assistam a televisão quando crianças pequenas estiveram no recinto. “Embora programas para bebês e crianças possam ser fonte de entretenimento, não devem ser anunciados ou considerados pelos pais como educativos” (tradução minha).

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Um adendo: estou amando os comentários. Quem chegou até aqui, leia o que já escreveram aí nesta caixinha, porque os acréscimos estão riquíssimos.

Só queria esclarecer quanto à relação fala-televisão: óbvio que ver televisão não vai necessariamente postergar o desenvolvimento linguístico de uma criança, da mesma forma que sua abstinência não implica sempre que a criança falará melhor e mais cedo.

Existem uma série de fatores que exercem influência na aquisição da linguagem, e talvez a mais relevante seja a própria constituição genética, neurológica, da criança. Mas acredito (assim como os cientistas do estudo acima) que o excesso de atividades não-interativas e a perda de preciosas horas durante as quais aquele pequenino cérebro deveria estar fazendo novas conexões podem ser fatores negativos nesse processo.

Assim como uma pessoa que treina na piscina todos os dias não vai necessariamente nadar mais rápido que alguém que só treina de vez em quando, mas que é maior e mais forte. Mas que ajuda, ajuda!

26 comentários:

Isabela Kanupp disse...

Olha aqui também a Beatriz não assiste televisão, e noto bastante semelhanças entre ela e a Emília!
É engraçado como nunca parei para pensar por esse lado - talvez por não ter um comparativo positivo - eu achava que a Beatriz era apenas " mais espertinha".

Eu tentei muito fazer a Beatriz assistir televisão, loucura né?Mas queria que eal fosse uma criança " normal " que assiste tv, e que quando adulto tivesse aquelas lembranças nostálgicas dos desenhos da infancia. Mas ela, indo contra mim, não gostou nada. Tentei de tudo. Mas nunca tv aberta, pois tv aberta a gente não tem muito controle e táls.
Tenho muitos dvds infantis aqui em casa, desde os educativos até os mais bobos e raramente coloco para ela assistir, quando coloco ela olha, presta atenção por 5 minutos, canta quando é o caso e pronto acabou.

Eu sempre achei que era bobeira esse negocio de tv hipnotizante, até minha sobrinha começar a passar as tardes aqui e assistir tv a tarde toda! Eu falava com ela, chamava, e ela simplesmente não responde. Não por mal crianção, mas porque não ouve, não percebe que estamos ali, e é horrível!

Aqui apelamos para o ultimo caso, tipo, está chovendo e já desenhamos e brincamos de tudo quanto é coisa o dia todo, dai eu coloco um dvd e fico com ela. NUNCA deixo ela assistindo sozinha!

Enfim, comentário enorme que eu escrevi. MAs nunca tinha lido um texto tão completo quanto esse, de verdade!


Beijão
http://parabeatriz.blogspot.com

ligiaximenes disse...

Lia, muito bacana. Aqui em casa a Cora assiste pouca TV, embora tenha ficado completamente fascinada pela historinha da Branca de Neve - ela, a princesa que varre o chao cantando "um dia eu serei feliz". TV eh passatempo hipnotizante, que anestesia, ajuda a gente a se ausentar do mundo, esteja onde estiver. Dissociacao. As brincadeiras - faz-de-conta, esconde-esconde, massinha e origami etc - ajudam a gente a relaxar, mas de um jeito menos ainda assim presentes, alertas, inteiros. Consciencia do aqui e agora. Me lembro de ter lido em algum lugar que nos mosteiros budistas um dos primeiros exercicios para se conectar com a essencia eh o ritual do cha, em que nao e permitido fazer mais de uma acao simultaneamente. Pegar o bule, despejar a agua, mergulhar as ervas... atencao para cada um desses movimentos, um de cada vez. Engracado que nossos filhos nascem assim e a gente se pega os distraindo com novos, luminosos e barulhentos brinquedos. Super estimulacao e isso pra que mesmo? Curtto muito tuas reflexoes. Parabens,su as meninas sao lindas!

Marina disse...

Lia, excelentes colocações! Aqui Bia não vê tv tb, pq só temos tv aberta, mas vê dvds e vários. Ama Toy Story, Nemo, Cocoricó e Chaves! rs
Mas depois de um período em que ela já acordava pedindo Buzz Ligthyear e só brincava se a tv estivesse ligada, nós limitamos o tempo e hj ela pode assistir, no máximo 1 filme por dia. Mas ela não tem concentração pra ficar até o final, cansa logo, enfim... Não dá bola por mais que alguns minutos!
bjs

Patrícia Boudakian disse...

Concordo plenamente com você, Lia. Te digo que antes de Alice nascer eu assistia telejornais e seriados. Depois que nasceu, perdi totalmente o interesse.
Nunca deixei televisão ligada enquanto ela dormia ou antes de dormir. Mesmo pequenina!
Acho péssimo quem assiste programas de adultos, como telejornais violentos na frente de crianças.
Para mim, de alguma maneira elas absorvem toda aquela energia.
Hoje em dia, quando Alice vê alguma coisa, é Quintal da Cultura, que passa durante a tarde. Mas pouco tempo por semana também e em geral assisto com ela. Daí dançamos e curtimos as músicas do Palavra Cantada juntas. É um programa muito bacana, apesar dos desenhos.
E só. Não a incentivo a ver. Estamos sempre entretidas com os brinquedos e a tevê fica em segundo plano. Alice não tem paciência e prefere mil vezes mais se jogar no chão e engatinhar por aí. Ainda bem!

Beijos!

Dayane disse...

A televisão da a falsa idéia de que ajuda no desenvolvimento da fala. Eu mesma, por morar fora e querer que minha filha aprenda bem português, achei que DVDs fossem uma boa ferramenta pro aprendizado da língua. Será uma boa ferramenta para aumentar o vocabulário quando ela já tiver a fala desenvolvida, mas totalmente dispensável nesse processo de desenvolvimento. Estamos no inverno e não dá pra simplesmente dá uma voltinha lá fora para espairecer, quando não tenho mais idéia do que fazer ou Leah não quer brincar com nada, assistimos um DVD juntas. Gosto de ficar com ela e falar sobre o que está passando na tela. Já a deixei sozinha assistindo para terminar alguma coisa na casa, mas não gosto de fazer isso.
Ótimo texto, Lia.
Beijos

disse...

Lia, concordo em gênero, numero e grau. Moro aqui na França e por aqui é mais comum encontrar gente que também pensa assim. No Brasil fico chocada com os amigos que acham o maximo que filho de poucos meses ja' ame a TV... um horror!

Meu filho tem 2 anos e 4 meses e não vê TV, nem DVD, nem nada. Nos também quase não assistimos TV, so' o noticiario da manhã. Ele também esta' se comunicando muito bem, fala frases complexas ha' varios meses em portugues. Ele tb fala e entende perfeitamente o francês, embora ainda seja mais natural para ele o portugues. Nunca tinha pensado que talvez fosse por causa da falta de TV...

Realmente é muito facil deixar a criança na frente de uma TV para poder fazer nossas coisas. Mas eu prefiro trilhar o caminho mais dificil pq sei que é o melhor para ele e para a nossa relação mãe-filho. Qdo faço faxina (não temos faxineira e nem empregada) dou alguma tarefa para ele, quando faço comida, ele me "ajuda". Claro que ele não faz direito, mas ele se sente importante em me ajudar e ainda vai aprendendo como as coisas funcionam.

Agora com a chegada da irmã, não sei como vai ser. Nao queria apelar para TV, mas talvez não tenha como escapar... mas enquanto eu puder, as coisas ficarão assim.

Beijos!

Val disse...

Olá, sempre leio seu blog...brinco c meu marido...vou ver no de lamare, haha!
Bom, concordo c vc; uma vez li sobre animais de estimação, e creio q aqui se aplica as crianças, que criamos p eles necessidades q são nossas. Nós é q estamos a fins de ver tv, comer besteira, etc, etc, e achamos q eles vão gostar - na verdade vão, rs...mas passariam perfeitamente sem se não fossem apresentados. Ontem mesmo reparei em como minha sobrinha de 1 ano e meio deixa de falar com a gente pq está com a chupeta na boca. Foi duramente criticada por não dar chupeta, chegeui a me arrepender, mas creio q foi o melhor, pois PJ acaba se resolvendo sem ela, e no futuro sem dúvida será melhor. Realmente, reparei tb q qdo o viro pra mim e não pra tv - nos longos minutos q duram seu arrotinho, ele passou a sorrir e interagir tão mais comigo...coisa q estava sentindo falta, parecia q eu era só uma tornerinha de leite. Tinha mais pra falar, mas deixa correr ali e aproveitar a soneca dele pra banhar. Abraço.

Sofia disse...

Não podia estar mais de acordo. Aqui em casa não temos TV e o meu filho tem 2 anos e 4 meses e ainda não vai na escola. Sou eu e ele o dia todo e sim é possível sem TV.
Brincamos muito e ele sabe brincar sozinho quando eu preciso cozinhar ou arrumar a casa.
Começou a falar muito cedo e hoje fala tudo apesar de vivermos num país em que se fala outra língua, ele fala tudo em português mas entende e sabe muitas palavras em alemão. Também acredito que o facto que não ver TV ajude neste processo. Como eu sempre digo a TV desliga o cerebro. O meu filho vê por vezes desenhos animados (1h por semana se tanto) e eu não gosto de o ver em frente ao ecran como se mais nada existisse.

Simplesmente temos outros interesses em prol de um desenvolvimento saudável: lemos muito, brincamos muito, fazemos jogos e puzzles... não precisamos de TV.

Desculpa o comentário tão longo :) Adorei o post
Vou recomendar lá no meu cantinho :)
Beijo

Unknown disse...

Eu sou uma pessoa meio contra essa história de que tv emburrece ou deixa crianças passivas. Aqui em casa Gaby via tv desde bebezinha, via muito Cocoricó e Palavra Cantada comigo e via progração de desenhos do Nick Jr. e nem por isso começou a falar tarde ou ter algum tipo de atraso, muito pelo contrário ela usa palavras e faz analogias muito melhores que os primos de 4/5 anos... então acho que depende muito do tipo de coisa que se vê na tv e claro do tempo que é destinado a ela. Nunca limitei o tempo, mas quando vejo que ela enjoou, mudamos de ação e vamos brincar no jardim ou no quarto de brinquedos. E ela mesma pede para ver ou desligar. Depende muito dos pais. Beijos mil

Cíntia disse...

Oi Lia...

"Té pintiá o seu tabelo entanto lê o livo."

Essa frase tem uma "bisats", em sueco, significa oração subordinada. Eu estou aprendendo isso como uma criança que aprende falar e é SUPER difícil.

Eu li esse artigo que você citou e em 2010, teve outro que fala sobre "não existe programa na TV que estimule", também da Academia Americana de Pediatria.

Minha filha fala quase nada, mas eu encarei essa situação quando aceitei criá-la num ambiente bilíngue e hoje junto forças para sustentar minha decisão. No entanto ela tem quase dois anos e NUNCA assistiu tv aberta - apenas os dvd's infantis.

Hoje em dia eu invisto nos comandos verbais em português e no exercício físico. Vai demorar para ouvir uma frase da minha filha, mas eu tenho paciência para aguardar o seu momento. Enquanto isso, eu procuro não sabotar seu desenvolvimento com televisão.

Abraços e parabéns pela boa articulação da Emília.

Mari Mari disse...

Eu entendo a sua reflexão, mas posso dizer que é tudo ao contrário aqui em casa. Porque o mais velho foi pra creche até um ano e meio, depois passou a ficar em casa (com o nascimento da irmã, a gente já viu muita tv, desde então). Por outro lado, a pequena já nasceu com a tv ligada, e nunca foi pra escola. De um mes pra cá que ela ta mais interessada na tv. E sabe a quantas anda o desenvolvimento de cada um? com um ano e meio, joaquin falava 40 palavras isoladas, sem fazer frase, e as palavras eram monossílabos duplicados (papá, mamá, por aí). Já a pequena, com um ano e meio, nÃo deu pra contar palavras (eram realmente muitas!) e agora, com um ano e 8 meses, já faz frase (sem conectivos, claro, mas junta 3 ou 4 palavras numa sequencia e dá pra entender); ela consegue conjugar alguns verbos (guardar/guardei; pegar/peguei), sabe a diferenca entre grande e pequeno, nomeia cores com mais acertos. ou seja, em termos de desenvolvimento da fala, ela ta muito melhor, apesar da exposicao de tv dela ter sido muito mais precoce e maior. Em conpensacao, joaquin tem um desenvolvimento locomotor fenomenal, enquanto ela ainda cambaleia pra andar, cai, pisa torto... No fundo, cada mae procura descobrir o que foi que ela fez pra que isso ou aquilo se desenvolvesse antes, mas no fundo, o tempo da crianca ainda é determinante - na minha singela opiniao de mae de 2. quando eu tiver uns 8 filhos vou ter mais background pra discutir a questao, heheh! :-)

Eduarda disse...

Lia chegui aqui através da Sofia (Educar com carinho) e tinha que dizer que o seu artigo está excelente. Adorei! Eu sou mãe de um menino de 5 anos e ele (nós) sempre viu pouquissima tv mas agora adora ver "Gormiti" e tive mesmo que lhe impor limites: 2 episódios por fim-de-semana. E assim ficou resolvido.
Dadinha http://dadinhahistorias.blogspot.com/
Bj

Paloma Varón disse...

Muito bom, Lia! Já tinha lido este artigo que vc cita e concordo com tudo, assim como com o seu texto.
Aqui em casa foi assim com a Ciça, que não via TV e falou supercedo. Ela foi à escola aos 18 meses, mas já falava muito! Já Clarice "vê" TV (leia-se DVD apenas) na cola da Ciça, mas não se interessa mais que um minuto inteiro. E fala pelos cotovelos (o fato de ter interação permamente comigo e com a irmã mais velha, principalmente, ajuda). E eu, que achava que a Ciça falava muito e bem nesta idade, hoje vejo a Cali falando ainda mais, é incrível! Vc vai ver com a Margarida. Junta uma irmã grande tagarela e uma bebê que o estímulo está dado. Dê atenção e tempo a este bebê e o que parecia impossível acontecerá: ela vai falar mais cedo e mais que a mais velha!
Óbvio que fatores genéticos influenciam, mas os ambientais e a atenção que damos aos bebês é eseencial para a aquisição da linguagem.
Beijos

Michelle Finotti disse...

Lia, concorco plenamente com o que vc diz sobre a tv, aqui em casa a Sara não assiste nada, nem DVD, pouquíssimas vezes ela assistiu alguma coisa na casa de alguém. Nos adaptamos a ficar sem a TV tb, antes dela nascer meu marido e eu assistíamos muito, hj vemos TV somente quando ela dorme.
Ela tem 1 ano e 3 meses e fala muitas palavras, tantas que já não consigo contar, e eu já havia associado isso a ausência de TV. Acredito que sem a TV posso me aproximar mais dela, conversamos muito mais e acho que isso que contribui para ela falar bastante.
Adoro seus posts!
Bjs

Barbara disse...

Concordo com você na teoria mas na prática a coisa aqui em casa é bem diferente. Eu passo o dia sozinha com o Jonas em casa e tenho que arrumar a casa, lavar roupa, fazer comida e ainda trabalhar (voltei a fazer frilas em jornalismo).
Eu costumo dizer que o Jonas faz uma troca: assiste TV, que não é ideal, mas come comida saudável e feita pela mamãe. Não dá para ter os dois.
Estou querendo coloca-lo numa escolinha, porque a situação está ficando complicada. A casa é pequena, não tem jardim, ele realmente não tem muito para fazer. Ele fica na cozinha me ajudando a cozinhar, mas mesmo assim certas horas não tem o que fazer...
Mas me recuso a me sentir culpada. Não é bom deixar ele assistir TV todo dia, mas nenhuma mãe faz tudo do jeito certo, né? Essa é a minha falha. Não tenho paciência para passar 4 horas por dia olhando ele no parquinho, indo cada dia num parquinho novo, indo a grupos de criancinhas. Bad mum, eu sei :)
Se tudo der certo daqui a uns meses ele vai para uma creche duas tardes por semana ou algo assim (é tão caro...)

Barbara (www.baxt.net/baxt)

Mariana disse...

Lia, também concordo com tudo, tudinho, o que disse sobre a televisão. Mesmo.

Mas, às vezes, fico pensando se as outras mídias (tipo computador, jogos no i-Pad, youtube e afins) não serão mais nocivos para esta geração. Digo isso porque meu filho de 1 ano e 10 meses, assim como a Emilia, também não assiste televisão. Nós não proibimos - simplesmente o aparelho fica sempre desligado. Educamos pelo exemplo: pai e mãe não assistem. Só ligo quando sinto uma vontade insuportável de ver um seriadozinho - e só faço isso quando meu filho está dormindo.

Até aí, tudo bem. Mas confesso que deixo ele assistir no Youtube umas galinhas pintadinhas vez por outra. E também deixamos ele brincar com uns joguinhos no i-Pad, também muito de vez em quando. Ele sabe direitinho tocar na tela e escolher o que quer ver, por exemplo. Tenho a impressão de que estas mídias são mais tentadoras do que a antiquada TV. E podem ser muito mais venenosas, será que não?

Ah, queria só fazer um adendo sobre crianças pequenas na escola: entrevistei diversos especialistas sobre este assunto, das mais variadas linhas, e eles foram unânimes em dizer que o ambiente doméstico é o mais adequado para crianças com menos de 2 ou 3 anos (sem televisão, lógico). Realmente, elas desenvolvem mais rápido quando vão para a escola, mas não porque são estimuladas e sim porque se vêem obrigadas a crescer logo, a aprender a disputar brinquedos quando deveriam estar explorando-os, a falar ou até mesmo a agredir (como morder) como uma forma de se expressar. Enfim, mas por outro lado, super concordo com você: melhor ir pra escola do que ficar com uma babá ou pendurada na televisão...

Um super beijo e parabéns pelas meninas, estão lindas!

Mariana, do Benjamin.

Gisela Blanco disse...

Oi Lia, tudo bem?
Vou ter que discordar de você e da maior parte dos comentários acima.
Sua filha é realmente muito esperta, e fiquei imaginando a fofura que deve ser ela falando tão bem assim, mas olha, não vejo indício nenhum de que a falta de TV seja responsável por isso.
Meu bebê tem 1 ano e 4 meses, e agora está começando a falar também. E eu comecei a notar que esse processo se acelerou depois que comecei a assistir um DVD do Bebê Mais Números com ele. Outro dia ele falou até "carangueijo" por causa de uma das musiquinhas do DVD.
Mas a verdade é que isso também não quer dizer muita coisa. Porque como diz a Mari Mari, é mania de mãe ficar tentando encontrar motivo pra tudo, achar o que a gente fez de certo ou errado pra criança agir do jeito que age, ou desenvolver cada habilidade mais cedo ou mais tarde.
Mas a verdade é que cada criança tem seu tempo e e a TV - e até mesmo nós - temos muito menos influência sobre elas do que imaginamos.
Eu sou contra privar as crianças da TV. Acho triste, sem graça. Eu não tenho babá, passo muito tempo com o meu filho. Invento brincadeiras, o levo ao parque todos os dias, canto, danço, deito e rolo com ele. Mas existe uma hora também que é a horinha da TV, e ela é importante. Mesmo que meu filho não dê muita bola - ele só presta atenção durante uns 5 minutos, depois sai rodopiando pela sala e brincando com qualquer outra coisa. Mas quando crescer mais, quero que ele saiba quem é o Ben10, que assista 50 vezes os mesmos desenhos da Disney (que eu assistia e adoro até hoje) e por aí vai. Quero que possa conversar sobre eles com os coleguinhas na escola e imaginar novas histórias para aqueles personagens que ele já conhece tão bem. Isso pra mim é coisa de criança saudável.
Ok que algumas pesquisas digam que não traz benefícios. Mas também não vejo malefícios. Com o programa certo na telinha, é possível despertar a curiosidade da criança, o interesse, aumentar o contato com cores e formas diferentes, sons, música, etc. Aqui em casa, vivemos de livros (meu marido é escritor). Temos livros e revistas espalhados pela casa inteira e não damos tanta bola pra TV (eu gosto mesmo é de assistir aos seriados que eu baixo na internet, na hora em que escolho). Mas ainda assim eu a considero um objeto importante da casa. Importante pra cultura ocidental, aliás. Acho que ela tem sim que fazer parte da bagagem cultural e emocional da criança. E com tantos programas bons pra elas hoje em dia, não há o que temer. É só selecionar, simples. Afinal, nem todo livro é bom também. Uma criança que só lê o dia inteiro e nunca assiste televisão também não me parece muito saudável. Igual àquela que passa o dia inteiro sentada na frente da TV e não vê o dia passar. Também não acho que deixar o pequeno assistir um desenho animado enquanto a gente lava a louça é terrível. Existem mães que não tem babá ou empregada e realmente precisam de um momento de sossego de vez em quando. Quando a criança é maior, vale colocá-la para ajudar também, justíssimo. Mas quando ainda é um bebê, não tem jeito. E aí, não acredito que a televisão vá fazer tão mal assim para o pequeno. Também não acredito que querer ter um tempo para nós mesmas seja preguiça ou má educação. Há hoje um movimento de cobrança exagerada na educação dos filhos. Há mães que se sacrificam demais para que tudo saia perfeito, para que o filho fique protegido demais de tudo o que pode fazer algum mal. Não acho que isso seja saudável. Pelo contrário: é enlouquecedor. Talvez nem tanto para os filhos, mas para nós mulheres, que ficamos nos cobrando ser as mães perfeitas, muito mais conscientes e presentes do que nossas mães foram.
Acho que o tempo agora deveria ser de relaxarmos, nos divertirmos com nossos filhos quando pudermos e deixar que eles vejam uma TVzinha ou comam um docinho de vez em quando. Vai fazer mal. Pelo contrário: acredito que vá fazer um bem enorme para os dois.

Lis disse...

Oi, Lia!

Primeiramente, parabéns pelo texto!
Acho que educar é nadar contra a correnteza. E isso inclui limitar o tempo em frente à TV, não se importar pelas pessoas que pregam o contrário, e, claro, ter tempo de qualidade junto aos filhos.
Um beijo,

Lis.

Anônimo disse...

Tô contigo, xará! Isadora, que vai fazer 3 anos, sempre me impressionou com sua capacidade linguística. Aos 9 meses dizia sua primeira palavra: nenêm. Desenvolveu essa habilidade super rápido e continua desenvolvendo, claro. A acho super articulada, enquanto as habilidades motoras também foram acontecendo na média. Isadora também não vê TV, nem vê a gente vendo TV. Só filminhos e desenhos no computador. E pretendo deixá-la sem TV por muito e muito tempo ainda! Bjs

Tchella disse...

tbm concordo, Lucão nao assiste nada, e está um tagarela fofo e surpreendente! ele nao ve nada mesmo, nunca ligo a tv com ele junto, só ligamos depois que ele foi dormir.

eu concordo com a paloma, acho que o segundo filho deve ter muito mais facilidade de aprender a falar, brincar, correr, pular, engatinhar, caminhar, afinal ele vai ter um mini professorzinho e vai querer fazer td igual ao irmao maior... :)

beijos

Ana Júlia disse...

Parabenizo-te por tua coragem. Afinal, não é fácil "falar mal" de um aparelho tão popular.

Eu percebi nos comentários acima, que muitas pessoas que negaram os malefícios da TV têm ainda bebês, e justamente por isso não percebem nenhum problema. Entretanto, elas só poderão fazer uma avaliação do impacto da TV, nos anos escolares.

Bem, sou muito procurada por pais cujos filhos estão viciados em TV. São crianças que não têm iniciativa para brincar, sentem-se irritadas, desmotivadas e depressivas, se não estão na TV. É um quadro recorrente nas clínicas psicomotoras.

Isso, sim, é "triste e sem graça", posso garantir-lhe.

Ah, faz algum tempo descrevi algumas características peculiares a crianças que passam tempo demais na TV. Se interessar, o link é este:

http://ensineseubebe.blogspot.com/2011/09/da-pra-desviciar-uma-crianca-viciada-em.html

Abraços
Ana Júlia
http://ensineseubebe.blogspot.com

Gab disse...

Oi Lia, minha pequena é só alguns meses mais nova que a sua (fará 2 agora fim de fevereiro), por isso gosto de ler seu bloguinho, passamos fases parecidas com elas... As construções dela também chegam a me chocar às vezes, verbos no passado, no gerúndio, mas principalmente o vocabulário e a memória, como não tenho base, não sei se outros bebês são assim, mas pelo que me falam, ela tem uma linguagem bem adiantada.

Aqui em casa nós não temos TV. Faz muitos anos que a nossa estragou, e aí a gente não comprou mais, e acabou não fazendo falta. Mas somos bem ligados em internet, ninguém vive numa "bolha". E aí acontece que a minha filha vê filmes, sim, que eu coloco no computador pra ela, porém é na hora que eu decido, e acaba quando eu acho que já tá bom. Ela gosta, adora, pede, principalmente os mais antigos, que têm ritmo mais tranquilo (tipo Pinóquio, Dama e Vagabundo etc.), porque os novos são muito agitados, ela não acompanha e logo perde a atenção, e mesmo nesses clássicos também...
Também gosta de Cocoricó, Palavra Cantada etc.
Ou seja, é tudo bem selecionado, nada de desenhos Discovery Kids ou Galinha Pintadinha.
E depois a gente lê muitos livrinhos, com alguns desses personagens, e ela adora.
Porém o preferido dela, de longe, são os 2 filmes do Kirikou, aquele bebezinho africano meio mágico, que vive mil e uma aventuras pra livrar sua aldeia da feiticeira, conhece?
Nossa, se deixar ela vê Kirikou todo santo dia!
http://www.imdb.com/title/tt0181627/

Agora, eu vou te falar na real porque gosto da minha filha não ter TV, nem é por tudo isso que vc citou do desenvolvimento da linguagem e tal, que eu concordo inteiramente, mas é porque ela NÃO ESTÁ EXPOSTA A COMERCIAIS. Lia, não deu pra ler os comentários acima ainda, não sei se alguém tocou no assunto, mas eu fico simplesmente pasma com a quantidade e o conteúdo dos comerciais voltados às crianças, vítimas ainda mais indefesas do culto ao consumismo, tenho pequenos vizinhos aqui que dá dó de ver, nem 3 aninhos e já falando tudo que a mãe vai comprar, que viu na TV isso, aquilo e tal. O Instituto Alana (http://www.alana.org.br) vem denunciando esta questão gravíssima, um trabalho muito sério porém dificílimo, porque têm a ver com mudanças culturais, pessoais (embora eu pessoalmente sou totalmente favorável que exista igualmente algum tipo de lei proibindo, tipo fizeram com comercial de cigarro - mas por ora não tem nada nessa linha).

Enfim, só pra jogar mais um tema nesse debate importantíssimo... Essa questão do consumismo entre as crianças novinhas é uma coisa que me assombra demais, e TV está muito relacionada com isso.

Olha, mais uma vez, super-parabéns pelo bloguinho tão bacana, e principalmente pelas crias lindas!

Gabriela, mãe da Inaê

Gab disse...

Ah, esqueci de dizer que todos esses filminhos que ela adora ver, ela vê junto conosco, a gente vai conversando, igual vc comentou.

Acho muito importante isso. Não vou dizer que nunca a deixei sozinha por alguns momentos, mas foi raríssimo, em geral evito.

Quando sentamos pra ver filmes, vemos JUNTAS (e confesso, eu tbém sou bem viciadinha em cinema, estou sempre ligada no que acaba de sair, nos festivais de cinéfilo e tal, então por isso acho difícil que ela não goste de ver filmes como eu, o que busco fazer é limitar pra não ser só isso, né?)

Beijão!

Daniele Cozzarin disse...

Olá!! Adoro seu blog!! Tenho dois meninos gêmeos de quase dois anos e concordo com você.
No meu caso, acabei vendo o efeito em um dos meus filhos que por ser mais quietinho ficava hipnotizado em frente a tv, enquanto o outro que não para, estava tendo um melhor desenvolvimento físico e intelectual.
Na verdade quem me chamou a atenção foi minha irmã (nós mães acabamos nos acomodando e nem percebendo a situação).
Fui pesquisar na internet e fiquei assustada com o que lia (na França querem criar uma lei para proibir tv para crianças menores de 2 anos). O assunto é bem sério!! Resolvi mudar as coisas aqui em casa e posso garantir as mudanças!!!

Aline Cortes disse...

Olá! Parabéns pelo projeto de um blog tão rico! Minha pequena Luna (de 1 ano e 1 mês) fica período integral na escolinha, já que eu e Silvio trabalhamos o dia todo; e lá é cheio de atividades. EM casa brincamos bastante também (comprei um livro bem legal que chama 150 jogos para estimulação infantil) e tento fazer de tudo com ela. Acho bem válida a reflexão, mas Luna não deixa de assistir TV de vez em quando. Gostamos (porque eu também adoro!) do DVD do Cocoricó e de alguns desenhos do Discovery Kids como Backyardigans (falando em estática visual e musical, esse é nota 10!) e Mecanimais. Ela "fala" cinco "palavrinhas" ainda e acho que esse tanto que ela assiste de TV não irá prejudicá-la, até porque, sou mãe-matraca e converso e mostro tudo pra ela.
Enfim, trocas muitos boas por aqui.
Abraços,
Aline Cortes
www.decaronanacegonha.blogspot.com

Luíza Diener disse...

conconcordado e assassinado embaixo.
posso postar lá no blog semana que vem?

beijo!


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