segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

O intervalo ideal entre os filhos

Quando as pessoas ficam sabendo que estou grávida, entre comentários como “Já??”, “Foi planejado?” e “Vocês são rápidos no gatilho!”, muitos dizem: “Ótimo, é bom assim, de carreirinha, que dá menos trabalho e cresce tudo junto!”.

Então: carreirinha é bom ou não é? (não estou falando de drogas ilícitas).

Lá em casa o intervalo entre meu irmão mais velho e eu é de 1 ano e 9 meses. Esse é exatamente o mesmo intervalo entre eu e minha irmã do meio. Eu acho ótimo, mas deve ter dado uma trabalheira danada pra minha mãe.

Tenho algumas amigas que têm filhos pequenos com intervalo de menos de dois anos entre eles e sinto o drama. Como o mais velho ainda é um bebê – usa fraldas, não come totalmente sozinho, não toma banho nem escova os dentes sem assistência –, a atenção que ele demanda é maior que aquela que demandaria uma criança mais velha. Daí tem aquela cena clássica: você está amamentando o bebê, daí o mais velho faz cocô, começa a chorar, enfim, aquela comoção. Ou você está dando banho no mais velho enquanto o recém-nascido dorme, quando ele de repente acorda aos berros querendo mamar.

Alguns dizem que é melhor mais perto porque o mais velho não tem ciúmes. Isso eu já posso dizer que não é verdade porque Emília, do alto dos seus 13 meses, já demonstra claramente que os adultos (principalmente a mãe) são dela – e só dela. Uma das educadoras da escolinha contou que estava com um bebê novo na sala, em adaptação, no colo. Emília apontou pra cena e começou a gritar e menear a cabeça, do tipo “o que esse traste está fazendo no seu colo? O bebê da sala sou eu!”. Inclusive ela andava meio bullie na escolinha: cada dia era uma mordida ou um puxão de cabelo. E parece que a causa da agressividade era mesmo a chegada dos novatos.

Por outro lado, provavelmente é mais fácil pra uma criança menor se acostumar com um visitante do que pra uma criança que já passou 3 ou 4 anos como filha única, com todos os privilégios que isso traz. Os mais velhos também são capazes de birras mais elaboradas, são mais pesados e mais fortes e, portanto, mais difíceis de controlar.

Um das vantagens de emendar a produção é que você já está no embalo, não doou os brinquedos e roupinhas do mais velho e ainda tem a casa toda adaptada pra um bebê. Não tem que montar um novo enxoval nem remodelar muita coisa. Por outro lado, algumas coisas você tem de ter em dobro: carrinho é um pra cada, cadeirinha de carro também, e pra quem usa fraldas de pano, tem que aumentar o estoque. Com um intervalo um pouco maior, daria pra passar essas coisas pro segundo quando o mais velho não usasse mais.

E o que mais? Quando a gente espera demais, pode acabar desanimando. Eu mesma confesso que quando vejo bebês em aleitamento exclusivo golfando, a mãe com aquele monte de panos, me dá uma preguiça... Soube também de gente que resolveu esperar mais tempo e acabou desistindo depois. Daí quando deu vontade de novo de ter um segundo filho, já era tarde demais.

Quanto ao fator trabalho, acho que quando o intervalo entre os filhos é menor que dois anos dá mais trabalho no início, mas menos trabalho depois. No início, como eu disse, você fica com dois bebês te solicitando o tempo todo. Mas quando eles crescem, a pouca diferença de idade facilita para eles brincarem e fazerem programações juntos. Lembro que minha irmã mais nova (6 anos de diferença pro mais velho, quase 4 e meio de diferença pra mim e mais que 2 e meio de diferença pra terceira) reclamava que ninguém queria ir ao parquinho com ela. Ela ainda era criança, com vontade de brincar, e nós já estávamos com outros interesses. Então ela ficou meio que “criança única” por um tempo.

A conclusão, portanto, é que não tem conclusão nenhuma. Qualquer diferença de idade entre irmãos é linda! Vejo meninos e meninas quase adolescentes receberem um novo irmãozinho com o maior fascínio do mundo (e, sim, ainda com algum ciúme), e vejo bebezões se encantando com as caretas de um recém-nascido. Filhos são bênção, irmãos também, então o melhor momento para virem é quando o casal sentir que é a hora. Ou, simplesmente, quando eles decidirem vir.

21 comentários:

Joci disse...

realmente Lia, acho que o tempo certo é diferente para cada casal!
Eu penso nisso de esperar e dar preguiça de recomeçar, Elena tá ficando mais independente agora, e eu já to começando a planejar o segundo, quero assim pertinho um do outro! Quero que cresçam juntos e depois que passar a faze de fraldas de dormir mal, comer mal, passe tudo junto!
beijos

Tchella disse...

óin óin... amo esse papo, la em casa, somos em 3 e eu sou a 3a... a diferença de idade minha pros meus irmaos sao 9 e 6 anos... mto diferença contando ainda que eu era a unica menina, essa diferença ficava ainda maior porque as brincadeiras eram totalmente diferentes, eu praticamente nao tinha com quem brincar e acho o auge quando me chamavam para "ser goleira", oq era raro porque obvio eu era pequena e fugia da bola com medo... entao eu nao tenho nem duvida, qro o minimo de intervalo possivel, minha unica decisao agora é resolver se eu quero ser gravidona de verao ou nao, pq eu tenho a pressao MUITO baixa, entao nao sei, mas as vezes penso... ah e dai? entao, nao sei.... preciso me decidir mesmo hehehehehe

amore, vou tentar te passar o link de novo ó:

www.batatinhatinha.blogspot.com
twitter: @batatinhatinha

Kelly Resende disse...

Verdade, Lia, cada caso é um caso. Eu era a irmã mais nova até os 11 anos, qdo tive um irmão. Somos as 3 totalmente apaixonadas por ele, até hoje. Concordo com vc q com intervalos pequenos o trabalho deve ser bem grande no início, mas depois eles se divertem juntos, tem os mesmo interesses, acho mesmo que é melhor assim, do que com 3, 4 anos de diferença.
Nós é que ainda não nos decidimos se a Clara terá irmãos, é bem provável que não.
Beijos

Thaís Rosa disse...

perfeito, lia.
porque se a gente pensa muito (sejam eles ainda pitucos ou maiorzinhos) acho que acaba desistindo mesmo... tem sempre a coisa da trabalheira, da grana, da profissão... e se a gente se permite, a coisa acontece a seu tempo, e lidamos com as dificuldades curtindo as crias e relembrando tudo de delicioso que uma gravidez, um parto e um filho nos trazem: mais emoção e menos razão. Pelo menos por um tempo, né?
(mas eu confesso que não tive coragem de engatar um bebê no outro... hehehehe... quis esperar um pouquinho, mas ainda assim ele veio quando quis, que, por mim, eu tinha até esperado mais uns meses... rá!!)
beijão

Thais Paim disse...

Lia, a Emilia estava lindinha no domingo na igreja!!! Lindinha!!
Beijinhos.

Paloma Varón disse...

É isso aí, não tem o melhor, e sim o melhor arranjo para cada família. Optei por esperar mais e estou tendo menos trabalho neste início, já que a Ciça até ajuda, olhando a irmã pra mim, jogando coisas fora, dando comida. Mas se já é difícil equalizar os interesses agora, imagine mais tarde. E criança sempre dá trabalho, né? Este é o trabalho delas! Mas sempre vale a pena, qualquer que seja o intervalo.
Beijos

Paula Duailibi Homor disse...

eu tb acho que nao tem regra. De qualquer forma, já li vários artigos de psicologia infantil dizendo que o ideal snao uns 3 anos de diferença, pois a mãe pode se dedicar ao primeiro filho e, quando esse já está mais independente, poderá também se dedicar ao menor.
Tudo de prós e contras. Como tudo nessa vida.
Parabéns!

Carol Garcia disse...

Ando resgatando na blogosfera materna a vontade de ter o segundinho....
ai ai...
acho que agora vai!
bjocas

Mariana - viciados em colo disse...

Lia,
concordo com vc que a diferença ideal é a que já existe. Nisso não penso que muito planejamento não funciona, pois não existe A fórmula idela: vejo prós e contras nas duas situações. É importante refletir sobre as desvantagens para estar preparada para lidar com as dificuldades potenciais do percurso.

A diferença de cinco anos entre os meus me favorece na questão do trabalho e da mais velha ter concluído mesmo a sua fase de bebê, sem requisitar "atrasos" para imitar o menor (voltar a usar chupeta ou atrasar o desfralde, por exemplo). Mas dá uma preguiça mesmo de voltar a correr atrás do menor nas festinhas, logo agora que eu podia esquecer de alice e ficar ali conversando com as amigas...

Com esta diferença tão grande, e sendo o menor o menino (que amadurece depois) muitas vezes sinto que terei para sempre dois filhos únicos em casa... Imagino que só quando os dois estiverem adultos vão conseguir combinar uma programação... Hum... Será?

Indenpendente da diferença, como filha única, digo que na fase adulta ter irmão é fundamental!

beijoca

Karen disse...

Acho que realmente um tempo ideal não existe. Muito do ideal particular de cada mãe vem também daquilo que vivenciamos em nossas próprias famílias.
No meu caso sou a mais velha, com 3 anos de diferença para a minha irmã e 7 para o meu irmão. E acho que esta distância foi boa. Tanto é que sempre planejei que a distância do meu primeiro para o segundo filho seria de 3 anos.
Minha mãe sempre conta que eu era uma menina bem terrível, que batia, mordia e que ela tinha medo que minha irmã fosse virar meu saco de pancadas. Mas, não, ela diz que mudei da água pro vinho :-)
Então estou confiante que com o nascimento da neném (e quem quiser que mentalize comigo para que não passe deste final de semana, hahahah) a minha primeira filha não mude do vinho para o vinagre :-)

Beijo!
Karen
http://multiplicado-por-dois.blogspot.com

Beta, a mãe disse...

Eu amei ter tido meus filhos com a mesma diferença que os teus vão ter, e posso dizer? Foi o melhor que eu fiz! O começo é dureza mesmo, se adaptar com dois bebês é intenso, seu tempo não vira mais seu aliado e você chega no final do dia parecendo que passou um caminhão por cima de você, mas vale cada segundinho! O amor que a Bia sente pelo Leo é de chorar! O cuidado que ela tem com ele é fofo demais. E se você der sorte de ser outra menina, nem vai precisar comprar coisas novas, passa tudo pra ela. Eu recomprei muita coisa porque era tudo rosa e passei pro mundo azul. Sobre o carrinho de dois, me arrependo até hoje não ter comprado quando tive a oportunidade lá nos EUA. Beijos

Nathália Martins disse...

Lia, amei o último parágrafo.
Foi a Julinha que decidiu vir :) pq eu estava tomando anticoncepcional.
A diferença da Ana para a Julia é de 2 anos e 8 meses.
Beijos***

♥ Fabíola (Bi). disse...

Tá ai uma coisa que sempre PENSEI muito...
Quantos filhos teremos.

O primeiro nós programamos o dia, a hora, o mês que nasceria (inverno, pra quem mora no Nordeste é um boooa época de terminar a gravidez e começar a criar a cria por causa do calor ser menor. Menor, mas não inexistente.

Mas e dai? Dai que eu engravidei e perdi.

Nao sei se essas coisas podem ser muitos programadas, mas cheguei a conclusão que vou tentar ter filhos e vou ter filhos o quanto eu puder criar (mentalmente e financeiramente falando).

:)

Parabens pelo novo bebe!

Tathyana disse...

Ter filhos é sempre muito bom!!! E eles dão trabalho sim, cada um na sua fase, no seu momento. Eu amo os meus e não abriria mão desses dois por nada nesse mundo.

Camila disse...

Querida, difícil dizer o q é realmente ideal... Eu tive um batalhão de filhos tudo seguidinho. Quase morri de cansaço e de tanto trabalho no começo. Mas é verdade q vira praticamente uma linha de montagem, um puxa o outro no desenvolvimento, eles ficam super próximos e amigos. Recomendo! Quanto ao ciúmes, acho q isso não tem idade, vai existir sempre, sempre!
Bjos,
Camila
www.mamaetaocupada.blogspot.com

Renata disse...

Tb acho que não tem certo nem errado, tem o que é melhor pra cada família. Eu tb optei por emendar um no outro e o que eu mais ouvia na gravidez era: "mas vc engravidou sem querer, né?". Me dava uma raiva....rs!
Enfim, a diferença entre os dois é 1 ano e 9 meses. Foi bem complicado no início, já que ele acordava junto com ela de madrugada e virava um caos. Ele não tinha discernimento e maturidade pra aprender a esperar só um puquinho que logo mais eu ficaria só com ele...coisa que a criança um pouco mais velha tem. Por outro lado, nem se lembra de como é não ter irmã e nunca teve ciúme dela.
Agora que ela está maiorzinha e interage melhor, é uma delícia vê-los brincar juntos e acho gostoso porque tem os mesmos interesses, fazem o mesmo tipo de programa.
Enfim, se eu tivesse que passar pela loucura inicial novamente, eu passaria...fiz a minha escolha e sou 100% a favor dela.
beijocas

Marina disse...

Meninaaaaaaaaaaaaaa! Como assim???!
Estou voltando aos poucos... vim aqui ver como vc estava e te encontro... GRÁVIDA! Que óóótimo! Parabéns pra você! Parabéns pro seu marido! Parabéns pra Emília-big-sister! Fiquei feliz de verdade com a notícia. =)))

Ana Paula - Journal de Béatrice disse...

Bem, se te serve de consolo...

Quando o segundinho chegar a Emilia estara bem mais independente. Logico que necessitara de muita atenção, mas, pelo menos, vc tera mais felxibilidade para cuidar dela e do bebê. Falo isso por ver como a Béatrice esta hoje, com 1ano e 9meses, criada com muito colo, cama compartilhada e peito. Fica mais tempo brincando com as suas coisinhas, esta com um sono mais tranquilo durante e o dia e à noite tb (salve, salve! Achava que essa fase não chegaria nunca! eheheh). Se tivesse um segundinho hoje, acho que conseguiria me equilibrar!
Bjsss : )

Sarah disse...

Ótimo texto Lia! Também já pensamos no segundinho, não de carreirinha como vc mas ainda em idades próximas, a ponto de poderem brincar juntos, aproveitarmos o enxoval e, principalmente, não desanimarmos... também acho que esperar mais que 3 anos começa a dar uma preguiiiça... filhote cresce, desmama, sai das fraldas, fica "independente", dá preguiça mesmo.
Por isso, pretendemos engravidar ainda esse ano. Provavelmente começaremos a tentar no segundo semestre, após a mudança de casa, adaptação do pequeno à casa e rotina novas e um check up meu no médico para preparar tudo.
Concordo que não tem idade ideal para segundo-terceiro-quarto... filho. Tem o ideal para a família.
Aliás, de quantas semanas vc tá?
bjo!

Luciana Matos disse...

Eu quero muuuuuuuuuito outro filho! A minha Cecília está com dois anos e dois meses, mas eu tenho uma preguiça federal nem tanto de cuidar de outro bebe, mas de carregar o barrigão!
Toda a sorte que houver nesta vida pra ti lindona!
Parabéns pelo seu amor ao quadrado!
Beijo da Lu

Aline Tupiná disse...

Sempre leio seu blog mas nunca tinha comentado....Amei o post. Fui mãe aos 16 anos e já tinha encerrado esse assunto, mas ai a vontade de ter o segundo bateu forte e não pensamos duas vezes, hj tenho a Vivi de 14 anos e a Mel com 11 meses. Claro que no começo rolou a ciumera, mas hj a mais velha me ajuda muito e curte bastente a irmazinha.
Um beijo.


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