domingo, 25 de março de 2012

A primeira comidinha

Quem me acompanha há mais tempo talvez lembre que a introdução de alimentos com Emília foi terror e pânico. Ela tinha pouco mais de 5 meses e não vinha ganhando peso bem. Eu ia voltar a trabalhar e a menina não comia. Muito estresse - totalmente inútil, porque hoje ela come que é uma beleza.

Normalmente fazemos um fuzuê enorme em torno da introdução de alimentos. Faz uma tigela enorme de papinha, bota o menino no cadeirão, de babador, pega a máquina, a filmadora, chama a família pra ver a cena histórica.

Minha segunda introdução de alimentos está sendo simples como meu segundo parto. Margarida completou 6 meses doentinha. Tinha comprado uma linda abóbora orgânica que ficou pra próxima. Depois teve toda a história da bronquiolite, que vocês acompanharam, e ela chegou aos 6 meses e meio só no peito. E 9kg de muuuuita reserva adiposa.

Depois de ir ao pediatra e constatar que a moça já estava zerada, checamos o estoque de comestíveis. Duas bananas orgânicas, ótimo pra começar - no dia seguinte, claro. Saio pra igreja no domingo, opa!, tem que levar a banana. E uma colherzinha.

Entro lá no berçário da igreja, enfio a menina num dos cadeirões vazios e entrego a banana pra ela brincar enquanto eu pego um guardanapo. Tiro um pedaço da casca, dou uma raspadinha e como a parte de fora - porque o filé é o meio da banana! Enquanto isso, ela brinca com a casca. Coloco a banana aberta pra ela cheirar. Muito prazer, eu sou a banana! Raspa um pouquinho, hmmm gosto novo, mais um pouquinho, só pra experimentar. Quando ela já engoliu o equivalente a uma colherada, começa a fechar os olhos e fazer cara de ranço. Amanhã continuamos. Muito bom pro primeiro dia.

Foto não tem. Ninguém sabe, ninguém viu. Mas ela comeu uma colherzinha, e o resto da banana jaz no meu estômago.

Pra quê pressa? 9kg e uma licença eternidade... Sim, não volto a trabalhar tão cedo. Mas isso é assunto pra outro post.

+++

Poderia passar horas divagando sobre a introdução de alimentos, mas a Cláudia Rodrigues já disse tudo neste texto maravilhoso.

21 comentários:

Izabel disse...

Adorei o "licença eternidade", também embarquei em uma e não me arrependo.
Tudo pode ser feito com mais tranquilidade e nada como a calma e a paciência para que tudo dê certo.
Aqui em casa as coisas estão acontecendo muito naturalmente, Rodrigo demonstrou interesse pela nossa comida bem cedo e com 5 meses e pouco se atirava na nossa comida, começamos a deixá-lo experimentar as futas que estávamos comendo e ele estranhou às vezes , mas nunca perdeu o interesse e logo passou a grudar e chupar com vontade tudo que experimentava!
Na hora da papinha ele já tinha uma certa intimidade com a comida, servi a papinha feita com muito amor em um potinho e fui com expectativa zero, sem saber se ele ia amar ou odiar, e ele amou e mandou ver tudo e talvez até comesse mais, mas achei bom não ir com tudo na primeira vez e ir aumento a quantidade a cada dia.
E as coisas tem sido assim, respeitando os desejos do pequeno, e está sendo um sucesso!
A amamentação segue com força total, e sem obrigação nem horário fixo para a papinha quis peito ao meio dia, vai comer papinha às 13h, terminou de comer a papinha e quer peito, ok também!
Acho que estou acertando!! E o mais importante, tenho visto meu filho se tornar um bom de garfo, no tempo dele, sem neuras nem pressão.
Beijos

Neda disse...

Lia, querida, que bom ver que tudo está bem. Por aqui a introdução de sólidos esta sendo bem devagar,sem pressa, afinal ele é minha maior ocupação.
Bjs

Ana Paula - Journal de Béatrice disse...

Concordo com a iniciação tranquila da diversificação alimentar. A gente bate tanto a cabeça com o primeiro filho né não? A nossa ansiosiade pode atropelar as coisas e isso não é legal...
Ah, e eu sou prova de que Emilia come super bem e ama tomate cereja!
O link que vc anexou é muito bom, eu não conhecia ; )
Otima semana pra vc e para as meninas.

Cíntia disse...

Oi Lia,
Minha experiência com a introdução dos sólidos aqui na Suécia foi bem diferente do que eu esperava. E eu fiquei bem satisfeita com o que vivi. Além de tantas diferenças, nós não começamos com frutas e aprendi a usar os vegetais locais. Porém a tranquilidade na introdução faz a diferença em qualquer lugar do mundo. Essa pressão toda para comer é um grande vilão no processo. Adorei o texto que você postou. Muito próximo do que eu li no "growing people" na minha época de papas. Beijo

Anna disse...

com esses marcos é que a gente vê que o tempo voa.

Ontem mesmo me lembro que você estava parindo e agora Margarida já está comendo.

Grande beijo pra família linda!

beijos

Júlia Cristina disse...

Oi querida... Licença eternidade... amei.. tb estou nessa.
Quanto a introdução de alimentos, Alice fez a mesma cara... kkkkk
A Amanda minha primogenita foi mais facil.. ela adorouuuu... tudo o que eu dava ela comia com gosto... com a Alice a preferencia ainda é o peito... mas aos poucos vamos la.
Bjos.

Paloma Varón disse...

Eu acho que o problema é o excesso de expectativas. As mães (e eu já fui assim, então me incluo no balaio) querem que batam um pratão, que comam bem já no primeiro dia. Esquecem que, como tudo na infância, a introdução é um processo, que não comer bem hoje ou nos próximos 3 meses não quer dizer que nunca vai comer, enfim, tenebroso é o que se passa pelas nossas cabeças ansiosas. E a volta ao trabalho, a pressão social que isso gera, certamente é um fator que atrapalha. Sorte a sua de não ter mais nem um nem outrop. O tempo está a seu favor. E a adiposidade dela, então, nem se fala. Se ela só quisesse comer com 1 ano, tava bom também.
Beijos

Fabiana disse...

Nada como a tranquilidade do filho segundo.

Bjos.

Marina disse...

Lia, Bia bateu um pratão na primeira comida já. E depois vomitou tudo pq a bocó aqui deu um mamão papaya inteiro pra criança! Arg, que ódio!
Melhpor assim, como a Margaridoca!

Dani Garbellini disse...

Eu queria tanto estar mais ciente disso na vez do Arthur. Estava tão ansiosa para ele comer que sofri demais com toda a dificuldade que tive. E Arthur é chatinho mesmo para comida, tem jeito não. Mas até acho que poderia ser diferente se ele não tivesse aprendido a se sentir assim em relação a comer... talvez...
Sei que primeiro filho sofre. rs
E a pequenina inside aqui com certeza terá uma mãe diferente, que já aprendeu muito com o irmão mais velho.
Adorei o post. Senti-me acolhida e esperançosa.
E viva a introdução alimentar sem sofrimento ou ansiedade!
Beijos!

Dani Garbellini disse...

Ah, só mais uma coisa!
Acho que a questão da licença tem um papel fundamental nisso mesmo.
Eu consegui trabalhar aos 4 meses e mesmo assim manter a amamentação exclusiva até os 6, mas daí a pressão era maior, porque minha 1 hora de amamentação tinha acabado e porque havia a expectativa também dos outros cuidadores (vovó, vovô, titia)...

Thaís Rosa disse...

ô minha linda, que post singelo e precioso.
aqui, a história foi parecida: ansiedade com caio, tranquilidade com nuno.
mas confesso que agora, há um mês, tenho penado com a alimentação dele... alguma coisa aconteceu (eu acho que são os muitos dentes, uma gengivona à flor da pele e uma mãe ficando menos grudadinha) e ele praticamente parou de comer os salgados... só fruta e peito. e vamo que vamo, hora morrendo de culpa e crise, hora relax acreditando que dar tempo ao tempo é o melhor.
depois eu conto o desfecho...
beijo grande, saudades daqui e de vocês!
tha

Maria Betânia de Amorim disse...

Lia amiga, sabe segundo filho em termo preocupação e cuidados são os mesmos, mas em relação as etapas é bem assim como você relatou, bem mais tranquilo e sem grandes preocupações de registrar, talvez não por menor interesse mas por temos mais ocupação e ter de dividir a atenção com o filho primogenito. Aqui em casa tem sido assim, sem tantos medos ou ansiedades pois agora sei que tudo acontecerá independentemente. Bjao

Juliana Barros Sene disse...

Ei Lia! amei seu texto e amei tbm o texto da cláudia que vc indicou! Obrigada! Meu bebezinho Samuel está prestes a completar 6 meses e já algum tempo manifesta interesse por comida. Eu acho que é interesse, pq ele sempre encara muito o que a gente está comendo e quer pegar, enfim... sem neura nenhuma já dei para ele experimentar das frutas que ele nos vê comendo e estou achando um barato ser uma mãe sensível para o tempo e para o paladar do meu neneim! Obs.: amei o "licença eternidade" rsrs parabéns!!! tbm estou nessa!!!! Bjs e Deus abençõe vcs!

Ilana disse...

Taí uma verdade: vivemos complicando coisas que poderiam ser tão mais simples...
Adorei!
Bjos

Fernanda disse...

Engraçado, a primeira papa da Cissa também foi no berçário da igreja (por que escolhemos os Domingos hein?), mas não obtive nenhum sucesso, nem uma mísera colherada.

bjs e continue tentando.

Luciana disse...

E isso ai! Tenho uma amiga que diz:
Segundo filho e como um ovo ao sol: choca sozinho rsrsrs
bjs

Maria Thereza Pinel disse...

E eu espero que a introdução no meu segundinho (quando ele vier, claro) seja melhor também!
E, óbvio, que a Lara coma melhor quando crescer mais, que nem a Dona Emília!

Cláudia Rodrigues disse...

Oi Lia que legal a hora de vocês com a comida.

Tatiane Garcia disse...

Lia, li um comentário seu no blog da Carol do Luquinhas! Eu TIVE que vir aqui pra concordar contigo!
"Tem uma hora que a mãe sabe que o filho não morre mais" ! Esse pensamento traduz exatamente a minha experiência de quase 7 meses como mãe. Qdo cheguei do hospital com o baby nos braços achei que nunca mais fosse dormir. Durante 2 noites "dormi" de óculos e com o carrinho grudado na cama! Tinha dores nas costas por dormir com o baby na cama e não se mexer de medo de sufocá-lo! Enfim, uma hora a ficha caiu...hj já arrisco deixar a cria acordada no berço até pegar no sono....Uma hora a gente amadurece!
Bom, falei mto, mas era só pra dizer que adorei seu comentário! Vou conhecer teu blog agora!
Um beijo,

Tati

Patrícia Boudakian disse...

com meu segundo filho com certeza também será diferente.

adorei o a licença eternidade. rs

beijoca!


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