A diferença entre uma assistência obstétrica padrão e uma assistência humanizada está no coração. Médicos e médicas, enfermeiras obstetras e parteiras humanizados vão além de um mero acompanhamento clínico protocolar. Importa o relacionamento pessoal entre profissional de saúde e paciente, importam as experiências da família que está sendo acompanhada, importam não apenas os resultados clínicos do parto (se bem que esses tendem a ser bem melhores quando a assistência é humanizada), mas também a satisfação da mulher, do casal, do bebê, da família. E aí é impossível não falar em amor. Difícil misturar profissionalismo com amor, mas é o que é. E é o que funciona.
No dia seguinte ao parto, tive uma intercorrência que me assustou um pouco. Liguei pra minha parteira, ela veio na hora. Como estava na dúvida sobre o que era exatamente, ligou pra parteira auxiliar e pra minha médica. Tudo parecia bem, mas como eu tinha ficado nervosa, ela me ligou mais tarde pra ver como eu estava. No dia seguinte (ontem), minha médica me ligou e se ofereceu pra passar aqui e me ver. Minha médica acompanhou todo o meu pré-natal e ficou de sobreaviso caso eu precisasse ser transferida para o hospital. Mas não foi ela que assistiu meu parto, e não recebeu nada por isso. Ainda assim, veio voluntariamente me fazer uma visita domiciliar. Estava tudo bem, foi uma visita rápida, mas que fez toda a diferença para que eu ficasse tranquila. Profissionais humanizados se importam com a nossa tranquilidade.
Ontem estava pegando uma calcinha e lembrei da parteira auxiliar mexendo nas minhas gavetas e procurando "uma calcinha preta grande". Parteiras nos vestem, nos secam os cabelos, mexem na nossa gaveta de calcinha. Assim que Ana nasceu, tive fome. Minha parteira foi à geladeira e preparou um delicioso sanduíche pra mim. Eu me satisfaria com um pão com requeijão, mas ela preparou um sanduíche com salada e tofu, bem temperadinho.
São gestos, pequenos, mas significativos. No parto de uma amiga, soube que minha médica secou os óculos dela, que estavam molhados e embaçados pela água do chuveiro.
Óbvio que não preciso nem falar das doulas, cujo métier é justamente a ternura. Mas o que me impressiona nesses profissionais, médicos e parteiras, de formação científica, inteligentes, cautelosos, aptos para lidar com intercorrências, aptos a conduzir uma transferência para o hospital, no caso das parteiras, e a executar uma cirurgia salvadora, no caso dos médicos, é a sua humildade. Humildade para aprender com as gestantes que acompanham, crescer e mudar. Humildade para não se achar importante demais para "perder" seu tempo em uma visita a uma puérpera inquieta. Humildade para ajoelhar-se e calçar uma meia em uma parturiente, como um servo faria com sua Senhora. Humildade, enfim, para servir.
Dou graças a Deus pela assistência que tive e sigo tendo. É um privilégio sem tamanho. Estar cercada de amor durante a gestação, o nascimento e as primeiras semanas de um bebê é grande parte do que me deu coragem para chegar até aqui.
Obrigada a todas as pessoas que têm nos acompanhado, e que a graça de Deus recompense esse amor.
segunda-feira, 29 de julho de 2013
sexta-feira, 26 de julho de 2013
Nasceu Ana!
Salmos 126
1. Quando o SENHOR
restaurou a sorte de Sião, ficamos como quem sonha.
2. Então, a nossa boca
se encheu de riso, e a nossa língua, de júbilo; então, entre as
nações se dizia: Grandes coisas o SENHOR tem feito por eles.
3. Com efeito, grandes
coisas fez o SENHOR por nós; por isso, estamos alegres.
4. Restaura, SENHOR, a
nossa sorte, como as torrentes no Neguebe.
5. Os que com lágrimas
semeiam com júbilo ceifarão.
6. Quem sai andando e
chorando, enquanto semeia, voltará com júbilo, trazendo os seus
feixes.
Hoje, à 1h05, Deus nos deu Ana,
um pequeno milagre. Nossa gratidão é imensa.
Obrigada a todos que
oraram por nós e por esta criança. Que Deus nos torne dignos da
tarefa que Ele nos confiou.
Lia, Rafael, Emília e
Margarida (e agora, Ana).
(fotos e mais detalhes em breve)
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