segunda-feira, 29 de abril de 2013

Quando o vínculo acontece - Guest post

QUANDO O VÍNCULO ACONTECE
Respeito à espontaneidade do binômio mãe-bebê

Que cada mãe e cada bebê são únicos todos nós sabemos. Que a relação entre eles é algo espetacular, também.
Mas, mesmo trabalhando e convivendo intensamente com estas e outras questões relacionadas à maternidade, hoje me peguei refletindo profundamente sobre este espetacular relacionamento, e percebi o quanto que ele é cercado de mistérios.
Defendemos o vínculo espontâneo, o parto natural, o contato pele-a-pele desde o nascimento, o aleitamento materno, a criação com apego.
Levantamos a bandeira contra a cesareana desnecessária, o desmame precoce, a terceirização dos cuidados.
Entendemos que há muitos rituais e costumes impostos por nossa sociedade ocidental, utilitarista e materialista, e que estes costumes e rituais tiram a leveza e a espontaneidade da maternidade.
Entretanto, entre tantas certezas sobre o que é bom para a criação do vínculo e de um relacionamento saudável para a mãe e seu bebê, ainda restam muitos mistérios.
Quando este vínculo se forma é um deles.
Aliás, o grande mistério, nem é quando o vínculo se forma. É o que é normal.
O normal é ter uma mãe apaixonada por seu bebê ainda na barriga? Chamá-lo pelo nome, imaginar como ele será quando nascer, atribuir a ele, ainda feto, personalidade e especular reações intrauterinas?
Ou o normal é se apaixonar pelo bebê ao olhar para ele pela primeira vez? Naquele momento maravilhoso de “quase-transe”, quando, num passe de mágica, toda a dor do parto desaparece junto com um choro fino e a sensação tátil de um corpinho pele quente e úmido que é colocado sobre seu peito?
E se eu disser que não senti este tão-grande-maravilhoso-espetacular vínculo durante minha saudável gravidez nem durante meu tranquilo e espontâneo parto natural?
E se eu confessar que, nos primeiros dias e meses, o bebê era apenas um bebê que precisava de cuidados, de ser amamentado, limpo e embalado?
Por que o vínculo só veio depois?
Procurando por respostas, entre o consultório do meu terapeuta e minhas livrarias prediletas, encontrei muitas opiniões.
Há muito escrito sobre isto. Pediatras, educadores perinatais, psicólogos, mães e toda a espécie de curiosos escrevem sobre a maternidade. Blogs, então, são inúmeros. Aliás, depois de toda esta revolução blogosférica materna, é difícil não encontrar soluções para seus dilemas maternais.
Mas hoje, depois de uma profunda reflexão sobre os últimos eventos no relacionamento entre eu e ele, juntei os retalhos das idéias construídas entre idas e vindas às páginas dos best sellers maternos contemporâneos, e construí minha própria conclusão sobre este misterioso vínculo.
Olhando para meu bebê, e percebendo o olhar dele fixado em meus olhos, meu coração se acelerou. “Que coisa maravilhosa” – pensei. “É isto. É isto o vínculo. Como é bom sentir isto, como é bom se sentir apaixonada por um bebê!”  E então me senti uma completa idiota: “Como pude não sentir isto desde que o senti mexendo na minha barriga pela primeira vez?”
Hoje, meu bebê fez 11 meses. E é com saudosismo que me lembro de tantas emoções maravilhosas que ele me trouxe. E me orgulho de ter aberto minha vida para a maternidade. E de ter aceitado de peito aberto as situações inesperadas a que fui exposta, quando decidi ter filhos.
Quando decidi -- aliás, decidimos -- ter filhos, nos abrimos para a história que iria acontecer a partir daí. E ela aconteceu.
E hoje eu entendo que, a maneira como se formou o vínculo com nosso bebê de 11 meses, foi profundamente influenciada pelas situações acontecidas antes da chegada dele.
A gestação, parto e despedida de um bebê anencéfalo, dois meses antes de novamente engravidar de um bebê que, saudável, viveria mais que quarenta minutos, foi uma história verdadeira, que marcou nossos corações para sempre.
Bem, esta foi a minha história. Nossa história. A história do meu vínculo com meu bebê de 11 meses não poderia não ser influenciada pela história de meu vínculo com sua irmã mais velha, que partiu rapidamente minutos após ter nascido.
Assim como eu, cada mulher tem a sua própria história. Sua história de amores, de gênero, de prazeres e desprazeres. O vínculo? Este depende.
Depende de muita coisa.
Mas ele vem. Ah, se vem...
E nós, como agentes de apoio a mulheres nesta vivência fantástica da maternidade, o que mais podemos fazer, se não incentivar práticas saudáveis para a construção de uma relação mais afetiva, feliz e prazerosa entre mães e bebês?

Por Quésia Villamil.
Médica obstetra do Instituto Nascer.

Mãe de Esther Villamil, que teve anencefalia e viveu 40 minutos e Paulo Villamil, que teve apenas uma orelha torta e vive intensamente cada dia de seus 11 meses
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Autora do livro "Os últimos quatro meses: Diário da gravidez de um bebê com anencefalia"

Belo Horizonte, 27 de abril de 2013.

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Carros - mães de três ou mais, me ajudem!

Quem achava que mãe de terceira viagem sabia tudo, se enganou. Sempre existe um meandro desconhecido na maternidade, à medida que a prole vai aumentando. E o meandro em questão é o transporte.

Como colocar 3 cadeirinhas em um carro? Lembrando:

1) Ou o carro tem de ser largo o suficiente para que caibam as três cadeirinhas lado a lado (tenho um Logan e não cabe; meu sogro tem um Corolla, mais largo, e não cabe) ou tem de ter uma terceira fileira de bancos.
2) Tem de haver cinto de três pontos disponível para prender todas as cadeirinhas - o que não é o caso da maioria dos carros, que no meio só têm cinto abdominal.
3) No caso de carros com três fileiras de bancos, é necessário que sobre algum porta-malas, se não fica impossível viajar. A maioria é ou banco, ou porta-malas.
4) Ainda no caso de carros com três fileiras de bancos, a terceira fileira tem de ser acessível o suficiente pra gente colocar uma criança e afivelar o cinto.

Lembrando ainda que não estou trabalhando, logo não tenho grana pra bancar uma 4x4 cabine dupla. Tem de ser um carro que custe até R$60mil, no máximo.

Em agosto deste ano terei duas crianças em idade de cadeirinha e uma no bebê conforto. Quando o/a caçula for pra cadeirinha, Emília ainda terá 4 anos e meio, então ainda precisará usar a cadeirinha.

Até agora, me parece que a Dobló é a única opção, já que é o único carro que ainda fica com algum porta-malas quando colocamos os bancos adicionais. Mas se alguém tiver outra sugestão, please, me ajudem! Se não, só de Mercedão!





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