sábado, 28 de abril de 2012

A morte, as minhocas e outras gracinhas

Emília anda intrigada com a morte. Começou com um livro (maravilhoso, super recomendo), "Fico à espera" (Davide Cali e Serge Bloch, Cosac Naify). Não é especificamente sobre a morte, mas sobre os ciclos da vida. No livro, a esposa do narrador morre e expliquei pra Emília que é porque ela tinha ficado muito velhinha e foi morar com o papai do céu. Pra nós essa explicação é a mais pura verdade, porque cremos nisso.

- Tando eu for bem velhinha, eu também telo ir molá tom o papai do céu!

+++

Ontem ela estava mexendo no minhocário.

- Emilinha, deixa eu pegar essa minhoca pra ela não fugir.
- Ela vai morrer? - ela sabe que as minhocas não sobrevivem fora da caixa, elas secam.
- Vai.
- Ela vai molá tom o papai do céu?
(risos internos)
- Vai.
- Se Deus tisé. (quiser).

+++

No carro, Emília começa a monologar:

- A pizzalia é ludá (lugar) di tomê pitas... A sovertelia é ludá di tomê soverte.

- E o que mais, Emilinha?
- ...
- A padaria?
- A padalia é ludá di tomê pão.

E conferindo se já estava bom pra nós:

- Esteci alduma toisa?

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Emília e Margarida - amor e regressões

Desde que Margarida nasceu, Emília é absolutamente apaixonada por ela. A primeira coisa que faz quando acorda é procurá-la, dar bom dia, fazer carinho, beijar, abraçar. Quando a vê, dá um sorriso de encanto, e não há mau humor que persista.

Ontem Emília acordou da soneca da tarde e pediu pra ir ao banheiro. Depois de colocá-la no vaso, fui buscar Margarida. Sentada no vaso, Emília ficou toda animada com a chegada da irmã e comentou da roupa dela:

- Você tá de molandinho [moranguinho], Marralida. Ti bunitinha!

Ela aperta as bochechas da Margarida e diz: "Dotosinha!"

Claro que de vez em quando os carinhos se tranformam em momento Felícia. E às vezes rolam uns tapas e empurrões. Mas a relação entre irmãos, sendo a mais sincera de todas, é feita disso.

Margarida, por sua vez, acha graça em tudo que Emília faz. E é muito bom pra ela ter uma irmã, já que raramente ela fica sozinha. Mesmo quando estou fazendo outra coisa, Emília está lá com ela.

Também não temos muito conflito com brinquedos, já que deixamos Emília brincar com qualquer coisa da Margarida (desde que não seja tomado) e Margarida também brinca com qualquer coisa de Emília (desde que não seja rasgável ou engolível). Como Emília era muito pequena quando Margarida nasceu, não tem o senso de posse muito forte. E apesar de saber direitinho o que é de quem, está acostumada ao uso coletivo.

Mas em toda sua adoração pela irmã, Emília às vezes quer virar Margarida. A última foi que ela começou a chupar os dedos (o indicador e o médio ao mesmo tempo, no mais perfeito estilo Margarida). E Emília nunca pegou dedo nem usou chupeta.

Outro dia foi o maior estresse porque o bebê conforto estava acoplado no carrinho e Emília queria ir nele. Quando está cansada e eu posso carregar Margarida, deixo Emília usar o carrinho numa boa, já que ela tem pouco mais de dois anos. Mas nessa situação não dava. E ela chorava, jogando a cabeça pra trás:

- Eu telo ir no bebê tonforto!! Telo ir no bebê tonforto!

Hoje de manhã, Rafael foi deixá-la na escola.

- Eu telo ir na tadeilinha da Marralida.
- Não dá, meu amor. É muito pequena pra você.
- Eu telo imitá a Marralida.

E colocou os dois dedos na boca.

Além desses, tem outros episódios. Por exemplo: ela andou fazendo uns xixis na cama desde que colocamos o umidificador no quarto. Então recolocamos a fralda noturna por uns dias (totalmente psicológica, porque não segura mais o xixi. Mas enfim.). Num desses dias ela fez xixi na fralda e ficou toda feliz:

- Fez xixi na falda! Idual à Marralida!

Ela também tem pedido pra andar muito mais no colo e, quando anda, às vezes pede que seguremos as duas mãos dela - igual bebês que estão começando a andar.

Não incentivamos as regressões, mas também não a repreendemos. Sei que esse processo é natural tanto da idade quanto da situação de ganhar um irmão. E tanto ela tem consciência dessa crise dos dois anos que gosta de falar:

- Emília é um pouto nenenzinha e um pouto mulhé!

Nas primeiras semanas:





E hoje:



quinta-feira, 12 de abril de 2012

Por que sou contra publicidade para crianças

Visualizem: um bebê de sete meses com SEIS dentes rasgando ao mesmo tempo, a gengiva na carne viva, sanguinho, noites em claro. Some-se a isso introdução de alimentos total fail, pra não perder o costume. E uma filha de 2 anos e pouco que resolveu que não quer mais comer as sopas congeladas (que toda a família come) na janta: quer arroz, feijão, tofu e cenoura. Que eu tenho de cozinhar.

Daí eu passo dois dias sem mexer na internet, e numa passada rápida pela minha bloglist vejo que está rolando uma blogagem coletiva sobre um dos meus temas preferidos: crianças, consumo e publicidade.

Estou num nível avançado de perda total, razão pela qual não argumentarei tanto nem tão bem quanto gostaria. Então vamos logo ao assunto: minha posição é totalmente a favor da proibição de toda e qualquer propaganda/publicidade direcionada ao público infantil. Pode fazer propaganda de produto pra criança, papinha, brinquedinho, porcaritos? Pode, mas em horário noturno, sem desenhinho, sem musiquinha infantil, sem cores atraentes. Para que os pais decidam. E mais: que também a publicidade de produtos para adultos não venha travestida de apenas mais um filminho alegre, quando na verdade está fazendo um apelo para a faixa etária mais vulnerável. Pra que o filhote depois venha pedir pro papai comprar aquele carro legal da propaganda legal, sabe?

O argumento de quem é contra a proibição é de que esse não é assunto do Estado. Ora, o papel do Estado é proteger o mais fraco da relação, aquele cidadão que não pode se defender sozinho. Crianças, aí estão vocês. Dizem que cabe aos pais educar e proteger as crianças. Se um pitt bull anda sem focinheira por aí, eu posso não conseguir impedi-lo de arrancar o braço do meu bebê. Está na hora de botar a focinheira nos pitt bulls.

Por falta de condições físicas pra ir mais longe, termino com um trecho de uma reflexão que escrevi tempos atrás, sobre como educar nossos filhos para o consumo consciente:

"Propaganda para crianças é covardia tanto para os pequenos quanto para os pais. Os filhos de repente descobrem que não podem ser felizes como estão, e que precisam disto ou daquilo para encher algum buraco. E os pais são bombardeados com demandas e mais demandas e, se não cedem, ganham o papel de vilões.

(...) Proteger meus filhos do consumismo é protegê-los da insegurança, de achar que eles só terão importância se forem como algum publicitário decidiu que eles devam ser. É mostrar a eles quão valiosos eles são, da maneira como são."

terça-feira, 10 de abril de 2012

Ioga pós-parto

Recentemente falei sobre como a vida muda depois da maternidade, e como é necessário fazer mudanças no nosso antigo estilo de vida para criar espaço para os pequenos. Mas entre tantas coisas que temos de deixar pra trás por um tempo - o cinema, o álcool, os programas noturnos -, uma me é sagrada e fiz questão de manter: a atividade física.

Claro, com adaptações. Antes de engravidar pela primeira vez, fazia boxe. Boxe grávida não dá, né? Então troquei por Pilates, mantendo as caminhadas que eu já fazia. Dois meses depois que Emília nasceu, me matriculei numa academia em frente à minha casa e comecei com spinning e ginástica localizada. Como os horários da academia eram bem flexíveis, e ela ficava literalmente do outro lado da rua, dava pra conciliar os exercícios com os cuidados com uma quase recém-nascida. Marido chegava do trabalho e eu ia correndo malhar. Deixava o celular bem à vista e, em caso de emergência, estava em casa em 5 minutos.

Funcionou bem até minha licença-maternidade acabar. Depois ficou impossível fazer outra coisa que não fosse trabalhar e cuidar da Emília, à época com apenas 7 meses. Até as caminhadas eram difíceis de fazer, e se restringiam aos fins de semana. Fiquei, então, sedentária - até engravidar da Margarida.

Me vi então obrigada a me mexer.

Sei que tem muita gente que odeia atividade física, caminhadas que sejam. Têm aquela preguiça mor e prefeririam nunca ter de levantar um peso. Mas eu não sou assim. Eu adoro me exercitar e fico péssima quando não o faço. Tenho dor nas costas, torcicolos (com a colaboração de duas hérnias na cervical) e, durante a gravidez, se não caminho fico com uma sensação insuportável nas pernas.

Então arrumei o seguinte esquema pra conseguir manter as atividades físicas durante minha segunda gravidez, com uma filha de um ano pra cuidar e trabalhando 8h/dia (+ 1h de deslocamento, + 1h de almoço = 10h fora de casa): personal trainer. Na verdade, uma fisioterapeuta e doula muito familiarizada com o acompanhamento de gestantes que vinha à minha casa todas as sextas-feiras no fim da tarde pra me passar uma série de Pilates. Como o Rafael nem sempre chegava a tempo do trabalho, minha irmã sempre vinha pra cuidar de Emília enquanto eu me exercitava. Depois, eu tinha a tarefa de repetir a série sozinha pelo menos 2x por semana. E eu fazia isso depois que Emília dormia. Pensem a situação. Muita disciplina e muito cansaço, mas tinha de ser.

Em julho, com 7 meses de gestação, parei de trabalhar. Emendei férias, licença médica e licença maternidade antecipada. Com Emília na escola pela manhã, comecei a ioga para gestantes duas vezes na semana. Nos demais dias, eu caminhava - às vezes no meio do mato, na Água Mineral. Aí a coisa ficou boa.

Nunca fui muito fã de ioga. Achava muito zen, e pra quem fazia boxe era algo muito distante. Eu pensava que sem sofrimento, não havia resultado. Mas topei durante a gestação, por saber que era um exercício extremamente benéfico nessa fase. E gostei demais.

Margarida nasceu e, com um mês, voltei à ioga. A mesma professora (que foi minha doula), só que uma turma de pós-parto.

A ioga pós-parto é montada de forma a ajudar a puérpera a recuperar o tônus abdominal, fortalecer e alongar músculos que são muito demandados nos cuidados com o bebê e na amamentação. É punho, pescoço, braço, costas - tudo o que fica sobrecarregado de carregar o bebê no colo. E ao contrário da ioga para gestantes, que vai ficando mais light à medida que a barriga cresce, a ioga pós-parto vai aumentando em intensidade conforme o corpo da puérpera vai voltando ao normal.

Além de amar os exercícios, me apaixonei pela ioga pós-parto por outra razão: eu levo a Margarida. Não preciso de ninguém pra me acompanhar, porque o esquema da aula já prevê a presença dos bebês. Eles ficam em colchonetes no meio da roda e se precisam de colo, peito ou qualquer outra assistência, a gente para e atende.

Muita gente vai saindo, seja porque volta ao trabalho, seja porque não gosta de dirigir sozinha com o bebê (as aulas acontecem num clube um pouco afastado do centro da cidade). Atualmente, estou sozinha na turma. Mas tem sido tão bom que não pretendo sair enquanto Margarida me deixar fazer a aula.

Ela ainda não se arrasta, apesar de se movimentar bastante. Atualmente, deixamos dois colchonetes grandes no meio da sala, com almofadas em volta e vários brinquedos. Ela fica numa boa, prestando a maior atenção nos nossos movimentos, e às vezes até cochila sozinha. Tenho conseguido fazer a aula direto, sem interrupções.

Mesmo sendo apenas uma vez por semana, os resultados são surpreendentes, porque a ioga dá uma consciência corporal que acaba entrando no nosso dia-a-dia. E as caminhadas seguem firmes, todas as manhãs, enquanto empurro o carrinho.

Em janeiro, durante as férias de Emília. Rafael foi comigo pra cuidar dela.

E não é que ela aprendeu direitinho?

segunda-feira, 9 de abril de 2012

TOC - e oração de uma lactente

Emília e o pai vieram da creche com duas bananas. Coloquei-a pra dormir e, durante a soneca, preparei a mesa com uma das bananas ainda com casca dentro do prato. Ela acorda e vem conferir o lanche:

- Essa não é a minha banana. Essa é a do papai.

Lá vou eu trocar as bananas, enquanto Emília explica pra irmã o que está acontecendo:

- Mamãe pedou a banana errada, Marralida.

+++

Sentada no vaso, junta as mãozinhas.

- Emília ola e você repete. Papai do céu, obidada pulesse dia, obidada purtê a mamãe tá ati, purtê a Marralida tá ati, purtê o papai tá ati, em nome de Jesus amém.

Junta de novo as mãozinhas:

- Ah! E purtê a Emília vai mamá.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Vida nova, vida velha

Vim aqui postar num feriado porque não consegui parar de pensar numa questão colocada pela Luiza neste post. Para quem não leu e está com preguiça de ler, resumo: como fica a vida social depois dos filhos? E os antigos amigos que não têm filhos? Como equilibrar a rotina da criança e nossos compromissos sociais?

Essa é uma questão que já me trouxe muita chateação desde que me tornei mãe. Não tanto porque eu sinta falta da minha vida de antes, do boteco, da cervejinha, do cinema, das noites viradas. Mas porque parece que nosso recolhimento às vezes incomoda quem continua nesse esquema - com filhos ou não, porque tem gente que tem filhos e continua vivendo a mesma vida. Muita gente preocupada com o fato de que não participamos das mesmas atividades que antes. Como se estivéssemos sozinhos no mundo. Como se o fato de não convivermos com a mesma frequência com os amigos de antes signifique que temos menos amigos. E como se a própria maternidade/paternidade não nos tivesse trazido vários outros relacionamentos riquíssimos.

Quando os colegas da faculdade ou do trabalho estão no barzinho, nós estamos dormindo ou ninando as meninas. Mas quando nós estamos no parque, no clube, no zoológico, aquela galera que baladou na sexta à noite está dormindo. Alguns fazem programas de dia, outros fazem à noite. Mas não sair à noite não significa ficar sem diversão. Muitíssimo pelo contrário.

Não estou dizendo que o parquinho é melhor que o showzinho. Mas houve o tempo do showzinho, que pra mim já passou - e certamente voltará quando as crianças forem mais independentes. E o tempo agora é outro. Agora somos do sol e dormimos com a lua e as estrelas.

Penso que não deveríamos falar em "vida social". Na verdade, isso pouco importa. É apenas um indicador pra dizer se você é pop ou loser. Mas o que importa é a comunhão, a convivência solidária e sincera com as outras pessoas. Não apenas um bate-papo vazio pra encher nossa agenda (que já está muito bem cheia com duas crianças). Quem sai mais, quem encontra mais pessoas durante a semana, não necessariamente está melhor acompanhado.

Para não falar mais, porque comigo o assunto nunca acaba, deixo um texto da Laura Gutman (tradução livre minha). É sobre o Natal, mas combina muito bem. E como Natal e Páscoa têm tudo a ver, fica a reflexão. Ele dá alternativas para continuarmos nos reunindo e mantendo a comunhão com as outras pessoas, sem desrespeitar nossos pequenos. Para quem não puder ler tudo, os grifos são meus.

+++

As festas de fim de ano
Laura Gutman

Perdidos no consumo de bens materiais, esquecemos que estamos relembrando o nascimento do Menino Jesus e a mensagem de amor que trazia consigo. Normalmente ficamos ansiosos para saber quem deu o quê, quem se esqueceu, quem presenteou a todos e se nossa família foi justa na divisão dos presentes. Também comemos exageradamente. Brindamos e bebemos mais que de costume. E vamos pra cama.

Se essa foi a realidade durante os últimos anos de festejos familiares, talvez possamos fazer pequenos movimentos que nos satisfaçam mais e que encham de sentido essas noites tão especiais. Talvez possamos retornar a uma certa intimidade, nos reunirmos com poucas pessoas e dar a cada um uma mensagem repleta de agradecimentos. E para as crianças, algo fora do comum, sonhado, imaginado e, na medida do possível, não muito caro. As crianças têm direito de receber uma linda carta escrita pelo Papai Noel parabenizando-as pelas suas virtudes, assinada com letra dourada. Alguém pode dar de presente um belo concerto de piano ou uma peça tocada em flauta doce. Podemos abrir os álbuns de família e ver fotos velhas durante horas, enquanto as crianças descobrem seus avós com cabelo, seus pais sendo crianças e namorados e namoradas que ficaram no esquecimento. Seria emocionante oferecer aos comensais dois minutos para fazerem um desejo em voz alta, comprometendo-se a trabalhar para que se torne realidade. E desde já, podemos fazer silêncio. Pensar. Meditar. Rezar. Colocar as mãos sobre o coração. Percebermos que estamos juntos. Contar às crianças algo relativo ao nascimento de cada um deles. Enfim, qualquer gesto amoroso, carregado de ilusão e respeito, que nos relembre de por que estamos juntos, é perfeito para um verdadeiro dia de festa compartilhada.

E se existem familiares que não estão dispostos a modificar as rotinas repetidas em anos anteriores? Sem problemas. Mas há algo que, sim, podemos fazer: revisar se o modo como nós, historicamente, comemoramos agora se encaixa em nossa realidade. Por exemplo: avaliemos se com bebês muito pequenos vale a pena estar longe de casa até altas horas da madrugada, ou se é saudável submeter bebês a barulho e música inadequados. Observemos se nossos filhos se sentem à vontade entre familiares que vêem apenas uma vez por ano. Registremos se estamos arrastando nossos cônjuges a círculos onde não são bem-vindos ou se sentem desconfortáveis. Examinemos se nosso desejo está alinhado, ou se estamos seguindo obrigações obsoletas, como, por exemplo, ir à casa de tal parte da família porque sempre foi assim e nunca ninguém questionou. Em todo caso, avaliemos se organizamos as festividades de fim de ano de acordo com nossa realidade familiar ou, ao contrário, com base em obrigações estabelecidas.

Sem dúvida nenhuma - se usurpamos o sentido profundo dessas reuniões - as crianças não demorarão em manifestar seu desconforto por meio de doenças, choros, ou simplesmente se comportando muito mal. Se for esse o caso, em vez de castigá-los, examinemos se arrastamos toda a nossa família a um lugar absurdo, justamente quando era o momento de nos encontrarmos com nós mesmos.

Seguidores

 
Blog Design by Template-Mama.