sábado, 31 de julho de 2010

As primeiras férias de Emília – Parte 2

Emília global

Estavam rodando a nova novela das seis em Pirenópolis de Goiás (e foi pra lá que eu fui!). E não é que os globais estavam hospedados justamente na nossa pousada?

Café da manhã, mesa com Cléo Pires, Edson Celulari, outro cara aparentemente super famoso, porque todo mundo pedia pra tirar foto com ele mas que eu desconhecia completamente, e um quarto elemento desconhecido de fato. E se você não é carioca, nunca encontrou com uma celebridade e acha que eles só conversam sobre joias e viagens à Europa, saiba que os papos à mesa são dos mais triviais:

Cara famoso que eu não conheço: - O Rottweiler é um cachorro muito companheiro...
Celulari: - Mas ele é traiçoeiro...
Cléo: - Ai, um dia desses vi um filhote de Pinscher, que fofura!

(...)

Celulari, apontando pra camisa do cara famoso com a gravura “Che Madruga”: - O que é essa sua camisa? É o Madruga, do Comando da Madrugada?
Cara famoso: - Não, esse é o Seu Madruga, do Chaves.
Celulari: - Ah, não é da minha época.

Passo ao lado com Emília e a Cléo exclama, com a cara mais comovida do que quando falava do Pinscher:

- Ai, que bonitinha!

Eu dou aquele sorrisinho orgulhoso de mãe e o Rafael segue em frente como se nada tivesse acontecido. Mas que fique registrado que a Cléo Pires babou pela Emília.

No dia seguinte, quase atropelei a Laura Cardoso com o carrinho de bebê. Sai do meio, celebridade, que Emília vai passar!

Emília e a comida – mamãe Nestlé e maçã no dente

Eis-me aqui para confirmar o que dizem milhares de mãe: os bebês adoram papinhas Nestlé. E Emília não é diferente: se acabou naquela porcaria com cheiro de tempero de Miojo. Quando eu digo se acabou, digo que ela comeu mais ou menos 1/10 do potinho – uma refeição de glutão pra ela. Experimentei, não achei ruim não. Mas tem mega gosto e cheiro de coisa industrializada, extrato de tomate Cica, Sazon, sei lá. Em todo caso, a Nestlé se mostrou quase uma segunda mãe. Mas só em viagens, tá? (Até porque só existe uma opção de sabor sem carne.)

E pra não me desmoralizar, ela comeu bem as papinhas congeladas que eu levei, feitas por moi e temperadas com umas ervas no azeite do buffet do restaurante. Mas necas de comer fruta. Daí dei a maçã pra ela brincar, depois de eu mesma morder um pedaço, e o que faz Emília? Começa a comer a maçã sozinha, raspando com os dentinhos que ela tem embaixo e chupando! Gente, não é encenação: fruta agora só no dente. Não é que os vilõezinhos servem pra algo além de enfeitar e me morder os mamilos?



Emília e a cachoeira

A água ela achou fria demais, e não quis entrar. A gente entendeu. Mas ficou olhando e apreciando o barulhão.



No segundo dia, a água estava menos gelada e ela aceitou pôr os pezinhos. Novembro na praia eu te dou um caldo, dona Emília!



O bem que isso faz

O saldo da viagem foi uma família radiante. Emília num bom humor sem fim, papai e mamãe felizes, felizes. Foi um marco pra nós. Acabou bebezinha. Agora Emília curte com a gente, faz trilha no mato (ok, só 400m), dorme bem em berços estranhos, mama em birosca de beira de estrada.

Essa idade (seis meses e meio) é maravilhosa pra viajar. O bebê já curte, já percebe bem as novidades, sente um cheirinho de férias e relaxa junto com a gente. A gente também já não está tão preocupada com questões de higiene, roupa de cama lavada com sabão de coco, banheira esterilizada e essas frescuras.Por outro lado, como ela ainda mama uns 95% do que come, em caso de emergência sempre tem o peito à disposição, o que facilita demais. Na volta os horários ficaram um pouco bagunçados e tive de pular a papinha do almoço, porque estávamos na estrada e não tinha onde esquentar (alou, Dr. Pediatra, não me mate!). Ela obviamente nem sentiu falta e ficou mais que feliz com o mamazinho.

Enfim, recomendo demais. Adorei nossas primeiras férias em família. E fica aí um videozinho com a alegria da moça.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

As primeiras férias de Emília – Parte 1

E a viagem foi maravilhosa. Digo que foram nossas primeiras férias juntos porque estou oficialmente de férias desde que terminou minha licença, o marido também tirou formalmente os cinco diazinhos que lhe restaram do período em que ele ficou em casa depois que Emília nasceu e ela, sim, ela também estava de férias! Afinal, já está matriculada na creche, que termina seu recesso de julho semana que vem.

E apesar de terem sido só quatro dias, é muito pra contar. Aqui vai a primeira parte.

Na estrada – dica de segurança

Sabe aquela linda capa do bebê conforto que a gente compra durante a gravidez? Ela costuma ter três orifícios pra passagem do cinto de segurança, conforme a altura do bebê. Percebi que o buraco mais de cima ainda ficava abaixo do ombro da Emília, e achei por bem tirar a capa antes da viagem, porque o cinto ficava escorregando. Daí aproveitei pra corrigir a regulagem do cinto de segurança também na própria cadeirinha, que possui atrás dela os mesmos três buracos. E a altura ficou ótima.

Só que o meu bebê conforto tem também uma almofadinha pra bunda do neném, e eu não arrumava jeito de fazer o cinto coincidir com a abertura da almofadinha. Resolvi tirá-la e procurar alguma instrução na etiqueta e, adivinhem? Estava escrito: Máx 6kg. Ela serve pra deixar a cadeirinha mais confortável pro recém-nascido, mas assim que seu bebê vira gente é necessário retirá-la pra tornar o bebê conforto mais espaçoso e permitir a regulagem correta do cinto. Descobri assim que faz pelo menos uns dois meses que estou andando com Emília em condições precárias de segurança. Então, mamães, chequem sempre os equipamentos de segurança do seu bebê, porque às vezes é necessário fazer ajustes à medida que ele cresce.



A cadeirinha, sem forros e com o cinto na altura certa.

A pousada – baby friendly, pero no mucho


Antes de fechar a reserva, verificamos se a pousada tinha condições para receber bebês. Eles oferecem berço e têm lugar pra esquentar papinhas, então tudo certo. De fato, o lugar estava repleto de crianças – a Emília a menor delas – e muita gente rodando com seus carrinhos naquelas ruazinhas de pedra rústica.

Ocorre que nos colocaram num quarto no segundo piso, sem elevador. E pensem na chatice de subir e descer escadas com carrinho. Pedi pra nos trocarem de quarto, mas alegaram que a pousada estava cheia. Dei uma reclamada básica, dizendo que na reserva nós havíamos informado que estávamos com bebê e que eles deviam nos ter colocado num apartamento no térreo. No segundo dia nos realocaram e ficou bem melhor.

Da próxima vez vamos consultar o hotel com antecedência sobre a acessibilidade dos quartos. Apesar de ter sido falha deles, uma sondada prévia teria evitado o transtorno.

Chega de dicas, no próximo post falo das coisas legais.

domingo, 25 de julho de 2010

Mini férias

Cinco diazinhos que sobraram das férias do marido, e aí vamos nós pra uma mini viagem aqui nas redondezas. Emília vai conhecer cachoeira!!

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Por que ter um parto normal?

Eu já pari, mas vou parir de novo e parto continua sendo um dos meus assuntos preferidos (junto com amamentação e cocô). Por isso compartilho este lindo texto, que faz parte de um livreto a ser distribuído às gestantes em um laboratório em Belo Horizonte.

O que eu mais gostei foi:

"Porque o parto normal prepara a mulher para a maternidade. E a maternidade é imprevisível, é incontrolável. Ser mãe é se ver diante de situações para as quais a mulher não foi preparada, e nunca será."

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POR QUE TER UM PARTO NORMAL?

Uma reflexão sobre o nascimento nos nossos dias

Nos dias de hoje, em que a saúde tem-se beneficiado de inúmeros avanços científicos e tecnológicos, com surgimento de técnicas cirúrgicas cada vez mais seguras, associadas a procedimentos anestésicos e antibióticos de última geração, é comum ouvirmos, não só de mulheres grávidas, mas também de pessoas da comunidade, a seguinte pergunta: Por que ter um parto normal?

Por que ter um parto normal? Se eu posso agendar uma cesareana no dia mais confortável para mim, minha família e meu médico, se posso inclusive consultar os astros e saber o dia de nascimento que trará maior sorte ao meu filho?

Por que ter um parto normal? E passar por um processo demorado, que não posso controlar, não posso prever, não posso me preparar de antemão?

Por que ter um parto normal? E passar horas sentindo dor, me sujar de sangue e líquido amniótico, expor meu corpo e minha vagina num processo tão anti-higiênico?

Por que ter um parto normal? E ter minha vagina alargada pela passagem do bebê, que pode até rasgar tecidos do meu períneo e depois ter que levar pontos no local?

Por que ter um parto normal? Para que ter um parto normal?

Porque o parto normal prepara a mulher para a maternidade. E a maternidade é imprevisível, é incontrolável. Ser mãe é se ver diante de situações para as quais a mulher não foi preparada, e nunca será.

O nascimento de um novo ser é um momento sagrado. A data marcada para sua chegada neste mundo é determinada por fatores ainda desconhecidos por nós, humanos controladores. Talvez nunca iremos saber, mas quais os efeitos da retirada de bebês do útero na hora marcada por seus pais, sem que eles tenham sinalizado que estavam prontos para nascer? Como será esta geração de pessoas que foram “nascidas artificialmente”?

Ao contrário do que muitos pensam, o parto normal pode ser um momento de extremo prazer e crescimento para a mulher, para o casal. Durante as contrações uterinas é liberado o hormônio do amor, a ocitocina, que também é liberado durante o orgasmo feminino. É durante o trabalho de parto que o útero se abre, e este é o único momento em que o útero se abre na vida da mulher, preparando-a para se abrir e se entregar à sua cria.

O parto normal é sim, doloroso, como doloroso é o processo de crescimento de uma mulher que atinge a maternidade plena. E, sabiamente, toda mulher encontra métodos de alívio para suas dores, suas angústias, seus medos. Assim, também, toda mulher encontra métodos de alívio para as dores do parto: posições confortáveis, banhos de imersão, de aspersão, massagens... pessoas.

As pessoas, amadas, escolhidas pela mulher para acompanhar seu crescimento e ajudá-la no enfrentamento das dores femininas, também estarão presentes no seu parto. Seu companheiro, sua melhor amiga, sua mãe. Assim, também, estará lá seu médico obstetra. Este ficará ao seu lado e interferirá somente se necessário.

Este é o parto humanizado: um parto respeitoso, em que a mulher é a protagonista do nascimento do seu filho. Em que a dor não é vista como doença, mas como uma marca do processo de crescimento da mulher, agora mãe.

Um parto em que obstetra e anestesiologista trabalham juntos para que a mulher tenha alívio farmacológico da dor, se assim ela desejar.

Um parto onde o pediatra assiste o recém-nascido sem invadir a privacidade da mãe e do bebê, respeitando este o momento único de reconhecimento dos dois, pele-a-pele, em cima do ventre materno.

Um parto que remete à espontaneidade da criança, à força da mulher, à ligação parental.

Em todo o mundo tenta-se diminuir as taxas de cesareana, que devem ser de 15%, segundo recomendação da Organização Mundial da Saúde. Nos países de primeiro mundo, em cada 10 mulheres, apenas uma tem cesareana. No Brasil, na rede privada, em cada 10 mulheres, 8 têm cesareana.

A cesareana desnecessária rouba da mulher o protagonismo do seu parto. E, se não bastasse, aumenta sua chance de ter várias complicações, como infecções, hemorragia e morte. A cesareana diminui o vínculo mãe-bebê e se associa com maior taxa de insucesso na amamentação. Bebês nascidos de cesareana têm maior risco de dificuldades respiratórias e internação em unidade neonatal.

Depois da primeira cesareana, a chance de ter um parto normal diminui.

Diante de tudo isto, surge, então, uma nova pergunta: Se hoje pode-se ter um parto respeitoso, com alívio da dor por métodos naturais ou com anestesia peridural, se pode-se ter privacidade e companhia de pessoas amadas, se pode-se escolher quais posições ficar no parto, se o parto normal tem tantos benefícios para as mulheres e para os bebês.... por que as mulheres ainda temem o parto normal?

Dra. Quésia Tamara M.F.Villamil
Visite nosso site: www.nucleobemnascer.com.br
Twitter: http://twitter.com/nucleobemnascer
"Para mudar o mundo há que se mudar a forma de nascer" Michel Odent

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Te cuida, mamãe!

Estou com herpes. Descobri ontem. Foi uma semana com umas marcas estranhas no rosto, que evoluíram de montinhos rosados parecidos com picada de mosquito até feridas de casca preta. Parecia mesmo algum veneno de inseto, uma reação alérgica forte, daí porque não fui ao médico antes. Até que terça-feira minha mãe teve um estalo e pensou em herpes, e a dermatologista confirmou.

O vírus da herpes está presente em quase toda a população adulta, e fica incubado até que o sistema imunológico se fragilize. Eu nunca tinha tido uma manifestação antes. A dermatologista explicou que como a amamentação consome muito da gente, qualquer resfriadinho pode ser uma oportunidade pro vírus. E justamente eu tive um resfriado há umas duas semanas. Some-se a isso o estresse mor por causa das papinhas, a total falta de tempo pra descansar e comer e talvez alguns fatores psicológicos tipo medo de voltar a trabalhar. E aí, puf!, estou eu igual ao Avatar (sim, porque eu tive um foco na pálpebra, que inchou e pressionou a parte interna do olho. Ficou assim, meio coreana, meio ET).

A boa notícia é que a doença já está na fase final, já estou medicada e as feridas, se bem cuidadas, não deixam cicatrizes. Ah, e a medicação não impede o aleitamento.

A má notícia é que este vírus é extremamente perigoso para bebezinhos que nunca tiveram catapora e nem foram vacinados. O vírus da herpes é o mesmo que causa a catapora, e em bebês pequeninos como Emília, a doença é bem “chatinha”, segundo a médica. Ela olhou a Emília com cara de espanto e disse: “Já faz uma semana que você está com isso e ela até agora não teve nada? E você fica com ela o dia todo??”.

É. Pelo visto Emília escapou de mais uma, porque a fase contagiosa da doença já passou (é quando dá bolhas). Em todo caso, a gente vai ficar meio afastada até amanhã, restringindo o contato à amamentação, só pra garantir. E estamos observando de perto qualquer alteração que ela tenha, porque se der alguma coisa a gente trata logo no início.

Moral, ou melhor, morais da história:

- Grávidas, lactantes e mães de crianças pequenas, se cuidem! A gente fica sem comer, sem dormir, às voltas com tudo menos com nossas necessidades vitais. Daí a gente fica doente e tem que chamar os outros pra cuidarem dos nossos filhos, e o pior: coloca a saúde deles em risco.

- Grávidas, lactantes e mães de crianças pequenas, investiguem qualquer coisa estranha. O que eu achava que era veneno de inseto era na verdade um vírus perigosíssimo pra minha filha. Devia ter ido ao médico antes. Ai, a culpa!

- Nada melhor do que não pegar nos bebês dos outros. De sexta a terça-feira, quando eu estava justamente na fase contagiosa, entrei em contato com vários bebês de amigas e, como sempre, não peguei em nenhum deles – sequer cheguei muito perto. Tem gente que acha frescura que as mães achem ruim o bebê ficar passando de mão em mão. Só que muita gente está doente e não sabe, como aconteceu comigo. No meu caso, eu até poderia ter desconfiado. Mas a fase contagiosa de muitas doenças não é a fase da catarreira, é uma fase silenciosa.

Ficam aí as dicas. E saúde pra nós e nossos bebês!

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Quando a amamentação começa a incomodar...

...os outros. Cheguei naquela fase em que começam a me perguntar: “ela ainda mama?”. Até aí tudo bem. Tem muita gente que já não tem leite quando a criança tem seis meses, gente que teve de voltar a trabalhar antes, enfim, nem sempre é fácil manter o aleitamento prolongado. Mas, estando tudo bem, é natural e saudável que uma criança de seis meses mame, e mame muuuito!

Ocorre que tenho ouvido também algumas declarações que refletem a falta de informação generalizada sobre amamentação e o preconceito daí decorrente. E não estou falando de pessoas sem noção, ignorantes, mas de gente culta, gente moderna e gente boa.

Por exemplo: vira e mexe alguém vem me contar uma historinha:

- Lia, você não acredita no neném enorme que eu vi mamando outro dia.

Aí eu digo:

- Enorme como? Porque o Ministério da Saúde recomenda o aleitamento até pelo menos um ano, e a OMS até dois.
- A criança tinha dentes!
- A Emília ganhou os primeiros dentinhos com 5 meses.
- Mas o menino andava!
- A maioria das crianças anda com menos de um ano.
- Não, ele era enorme mesmo, devia ter uns três anos.

Acho muito pouco provável. Pouquíssima gente amamenta depois dos dois anos, sobretudo em público. Mas a maioria das pessoas fica chocada quando vê um bebezão pendurado no peito, mesmo que ele tenha só um aninho.

Outra coisa que me deixou meio pensativa foi um papo com dois primos meus, ali pelos seus 8, 10 anos. O mais novo me perguntou:

- O que a Emília come? - O mais velho respondeu por mim:
- Ela come papinhas.
- Ela come um pouco de papinha e muito leite - corrigi. Aí o mais novo:
- Você dá de mamar pra ela no banheiro, é?
- Não, em qualquer lugar.
- Mas é escondido, né?

Podia ter perguntado se ele come no banheiro, ou se come escondido, e dito que não tem nada de vergonhoso em mamar no peito, mas fiquei quieta.

O choque que as pessoas sofrem ao verem uma mãe amamentando em público, principalmente se o bebê for maiorzinho, reflete o desconhecimento sobre a importância do leite materno. A maioria das pessoas, especialmente as que não têm filhos ou que os tiveram a centos anos, acha que os bebês devem mamar só no peito até uns três meses, por aí, quando começam com comidinhas. Ali pelos seis meses a criança desmama e logo está comendo danoninho e leite ninho.

Já andei sentindo umas insinuações de que se eu continuar dando o peito, minha filha não vai querer comer. Melhor pra ela. Meu leite com certeza é mais nutritivo que cenoura. (E ela está comendo, pessoar! Devagar e sempre! Descobri que ela gosta de caldinho de feijão na papinha.).

Tanto o leite é indispensável para crianças pequenas que, quando não tem peito, ele tem que ser substituído por fórmulas ou leite de vaca normal mesmo. E se tem a vaquinha mamãe, pra quê leite de outro animal?

Não estou discutindo aqui a amamentação prolongada, se é ou não é legal crianças de 3, 4 anos mamando. Isso é uma questão de cada família na qual eu não meto o bedelho. Também não estou negando que um pouco de discrição é legal; não tenho nenhum interesse em mostrar meus peitos por aí (pelo menos não de graça), e uma refeição longe da movimentação é até melhor pro bebê. No caso de crianças maiores, dá, sim, pra evitar dar o peito em público, já que elas mamam menos, normalmente de manhã e de noite – horários em que a família costuma estar em casa. Mas quando você tem um bebezinho que só mama, e em livre demanda, tem que dar o peito onde estiver mesmo, senão a gente não sai de casa. E ainda tem muita gente que acha estranho – o que eu acho triste.

Evoluímos muito em relação à geração anterior, que nos entupiu de leite artificial, mas ainda existe um clima estranho em torno da amamentação. Não sei se as pessoas acham erótico um bebê mamando, mas às vezes parece que o ato atenta contra o pudor de alguns. Seja porque isso é feito em público ou porque a criança já é maiorzinha.

Tem gente que acha heróico que eu tenha amamentado exclusivamente até 5 meses e meio, como minha mãe e uma amiga obstetra, que disse que só vê mulheres da periferia passarem sem mamadeira. O povo cult da high society, só no NAN.

Não tinha que ser heróico. Tinha que ser normal. Leite artificial pra quem precisa, leite materno pra quem não teve problemas. Até que a mãe ou o bebê, e não os outros, decidam pelo desmame. Simples assim. Muuuu!

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Blabluagua

Leio muito pelos meus blogs preferidos listinhas das palavras engraçadinhas que os bebês falam. Tipo "abua = água", e por aí vai. Obviamente Emília ainda não chegou a este nível de evolução, mas eu sim, aparentemente cheguei a este nível de involução.

Agora que Flóris começou a balbuciar fonemas mais elaborados, talvez seja a hora de começar a falar direito. Ela não, eu. E a lista é minha mesmo:

- Quicesa = Princesa
- Olus nos meus olus = olhos nos meus olhos
- ula = olha
- muto lida = muito linda
- platinha = plantinha
- Zitcha, Zizitcha, Ziribonga, Flóris Lóris = Emília

Sem contar que ando falando o "r" igual Gringow, tipo "vamos trocar a frwalda, Corwação?", ou "ai que frwio!"

Será que tem problema?

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Tem alguém me seguindo

Nem Jesus Cristo, nem Buda, nem Alá. E vocês ainda seguem esta coisa moi?

Depois de mais de um ano de blog, eu totalmente por fora desse negócio de seguir (leio 36587 blogs e não sigo ninguém, como pode?), acabei me rendendo àquele labelzinho aí do lado que botei embaixo da lista de postagens antigas. É porque muita gente andou comentando que tenta me seguir e não acha onde clicar. Pois taí, ó!

É mais fácil pra saber quando tem postagem nova, acertei?

A voz do povo é a voz de Alá, e eu sigo o povo!

terça-feira, 13 de julho de 2010

Seis meses

Ontem não fiz o post de aniversário de Emília. São seis meses, e tinha de ser algo bem especial. Por isso também hoje não vai dar. Vou preparar com carinho uma daquelas cartas pra ela e passo hoje aqui só para não deixar a data em branco.

Ela está comendo melhor, graças a muitos dos conselhos das minhas leitoras e ao teco de tranquilidade que consegui arrumar. Ela sabe das coisas, e estou me preocupando à toa.

E aqui uma fotinha recém-tirada, pra registrar a carinha dela neste meio ano:

domingo, 11 de julho de 2010

3a fase da introdução de alimentos: o pânico

Vou confessar: estou odiando essa coisa das comidinhas. Achei que Emília simplesmente ia comer e pronto. Nunca imaginei que eu estaria desanimada, cansada e sem esperanças nesta etapa da vida dela.

O problema é simples: ela não come. Quer dizer, normalmente come aquela meia colherzinha, e só. Não há evolução nenhuma, pelo contrário. Parece haver uma regressão, porque ontem, por exemplo, ela sequer abriu a boca pra experimentar a papinha.

Estamos oferecendo papinhas salgadas mais ou menos na hora do almoço e da janta. Hoje comecei com mamão no lanche da manhã. Depois de ficar um tempão com a boca fechada, o Rafael conseguiu enfiar meio que à força (não nos condenem, ela precisava saber que agora era outra coisa!) um tico de fruta. Ela fez uma cara ótima e achamos que tínhamos descoberto a fórmula. Era só insistir um pouquinho no doce... Mas aí foi a mesma coisa de sempre, depois de uma colher ela começou a rejeitar.

Percebam que não estou nem um pouco aborrecida com minha filha. Estou aborrecida comigo, com o médico, com a Sociedade Brasileira de Pediatria, com a OMS, com os legumes e com as árvores frutíferas. Parece simplesmente que ela ainda não está pronta, e sinto uma saudade violenta do tempo em que não havia problema em amamentar de hora em hora.

O que está me deixando péssima é todo o ritual, a preparação, a falta de espontaneidade, a precariedade do humor dela. Porque mamar, ela mama de qualquer jeito: cansada, com dor, com muita ou pouca fome, com frio, com calor. E pra comer ela tem de estar em perfeita alegria, radiante, e isso nem sempre coincide com o nível de fome ideal pra comer. Sim, porque ela tem de estar com fome suficiente pra aceitar o alimento, mas sem fome demais pra ficar irritada e só querer o peito. Em suma: um saco.

E aí esse negócio de oferecer papinha mais ou menos na hora do almoço tem avacalhado nossas refeições. Eu fico me desdobrando pra preparar a nossa comida e a dela ao mesmo tempo, muitas vezes com ela gritando por atenção - porque agora com 6 meses Emília não tira a pilha -, depois colocá-la na cadeirinha, arrumar todo o aparato anti-sujeira, babador com fralda por baixo, pra ela começar a se esgoelar antes mesmo de ver a colher. Aí a gente tenta dar no carrinho, no colo, na varanda, nos prados verdejantes da redondeza, e tudo o que ela faz é gritar e virar a cara. Já tentei até deixar ela se lambuzar com a comida, e nada.

Eu não estaria preocupada se não tivesse de voltar a trabalhar daqui a um mês. E mesmo se fosse só isso, eu mandava o leite ordenhado. O problema é que nem água no copinho ela não bebe, e aí nem sei se ela vai pegar copinho ou mamadeira. E não tô nem um pouco a fim de enfiar meu leite na garrafa agora pra testar. Vou começar com suco e ver no que dá, mas não estou nem um pouco otimista.

Minha vontade era parar tudo e deixar ela mamando até que, por vontade própria, ela roubasse um pedaço da nossa comida e enfiasse na boca. Mas aí tem os nutrientes, as reservas de ferro e o fim da minha licença.

Eu sei que falta um mês, e que ainda há tempo. Mas estou sem a menor paciência e fiquei doente de novo.

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E pra não pagar uma de mal-humorada e não parecer que a maternidade não compensa, tenho que contar que Emília começou a falar. Não palavras identificáveis, mas começou a emitir fonemas muitíssimo parecidos com os nossos. A gente ouve coisa tipo "água", "alo", "baba", "nháo", "blabla", "ai" (com suas variantes "ai, ai..", "aaaaai" e "aiaiaiaiaiai!"), e com uma variedade de entonações impressionante.

Tá muito crescida essa minha moça...

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Socorro! (Atualizado)

Roubaram minhas imagens! Minhas florzinhas!! Aaaaahhh!

Aguardem aí que vou chamar um detetive...

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Pessoal, eram as imagens aqui do blog que tinham sumido, essas florzinhas aí que ficam ao lado dos títulos e entre cada postagem... Tava horrível meu pobre bloguinho. Mas elas voltaram, misteriosamente. Viva!

Ah, e obrigada pela força!

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Introdução de alimentos - segunda etapa

Terça visitamos Dr. Pediatra e tudo certo. Moçoila voltou à sua curva de engorda e continua "mimosinha", como diz o Doutor. E agora começamos a segunda etapa da transição para os alimentos sólidos.

A primeira eram aquelas papinhas sem tempero, só o azeite, e ingredientes limitados. Agora ela pode comer tudo menos proteína animal. Ou seja, praticamente a mesma alimentação dos papais, sem os laticínios e sem a pimenta cayena. Já posso colocar alho refogado, ervinhas, e até feijão a moça pode comer! Ueba!

Ontem fiz duas papinhas deliciosas, ambas com abobrinha: uma na base da batata baroa e outra com inhame. Na primeira coloquei tomilho limão e na segunda, sálvia. Ai, tô até salivando. Pena que ela não compartilhou do meu entusiasmo, e no almoço comeu a mesma colher e meia de sempre. Na janta (primeira vez que ofereço à noite), engasgou e não quis mais. Daí eu tracei o resto, hohoho. É aí que nós mães começamos a engordar. Até hoje minha mãe come os restos que a gente (a gente não, minha irmã mais nova!) deixa pra trás.

Então a segunda novidade foi a introdução da papinha da janta. E, com isso, Dr. Pediatra sugeriu que começássemos a oferecer água, já que a umidade está em -10%. Daí eu tentei no copinho e ela ficou só mordendo o bico. Pensamento número 1, que passou voando pela minha cachola: “Putz, lascou-se, ela não vai pegar esse bico, não vai pegar mamadeira, vou ter que amamentar pra sempre e me demitir (oba!)”. Pensamento número 2, mais racional: “Ela não está com sede”. Normal, né, já que ela continua se alimentando 99% do peito.

Como Emília só volta ao pediatra daqui a um mês, o resto da transição fica bem mais por minha conta, com maior liberdade. Por exemplo, cabe a mim decidir quando começar com as frutinhas nos lanches da manhã e da tarde. A ideia é que quando ela entrar na creche já esteja comendo essas 4 refeições. Então eu vou testando, observando e julgando o melhor ritmo para a introdução de alimentos.

Por enquanto, florzinha parece que ainda não entendeu que as papinhas são comida, da mesma forma que o leite do peito. Acho que ela ainda vê as comidinhas como um brinquedo, e logo cansa. Mas um dia a gente chega lá!

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Amamentando um bebê com dentes

Emília me mordeu de novo. Mas isso não é o fim. É apenas o começo de um aprendizado que nós duas estamos vivendo juntas.

Dói? Claro que dói. Mas dói muito mais ver seu bebê assustado, sem conseguir pegar o peito e berrando de fome.

Acredito que tenho conseguido contornar a situação, e que vamos passar ainda muitos meses ligadinhas uma à outra pelo peito. Enquanto ela quiser e precisar, eu estarei à disposição. E o que vou contar aqui é apenas um compartilhar, não para dizer como se faz, porque, como todas sabemos, cada bebê é um e cada mãe também.

Depois que escrevi aquele primeiro post sobre as mordidas, a Tathy me recomendou umas leituras sobre a psicologia dos bebês e o desmame. Por mais que o que os especialistas escrevem pareça complexo demais, algo muito importante eu consegui tirar de tudo isso, e agradeço de coração à Tathy porque isso nos ajudou demais: eles sentem.

A introdução de outros alimentos na dieta de bebês que se alimentam exclusivamente do seio materno parece exercer alguma influência emocional neles. É a primeira vez que um alimento vem de fora, e não da mãe, e isso pode gerar uma ansiedade de separação. Eu mesma venho sentindo ansiedade de separação, com o fim da minha licença se aproximando. Tudo isso gera uma certa confusão no bebê, o que pode afetar a amamentação.

Se é essa a causa das mordidas eu não posso garantir. Mas que faz sentido, isso faz. E a solução tem sido fazer Emília se sentir o mais segura possível, à base de muito carinho.

No último episódio de mordidas, eu gritei de novo, e ela se assustou muito. Ela mal tinha pegado o peito e não tinha mamado nada ainda, então ficou chorando de susto e de fome. Eu conversava com ela, dizia que não tinha sido nada, que foi um acidente, que era uma fase e que ia passar. Mas ela não conseguia por nada pegar o seio de novo, e berrava. Foi assim por uns bons minutos, até que lembrei de tirar a roupinha dela e a minha e ficarmos nesse contato de pele. Ajudou um pouco, mas o que resolveu mesmo foi eu me deitar com ela e dar de mamar na cama. Apesar das preliminares tensas, foi uma das mamadas mais gostosas até hoje. Ela colocou uma mãozinha por baixo e outra por cima do seio, como se estivesse segurando uma mamadeira. E assim, aconchegadinha no meu corpo, bebeu até a última gota de leite.

E eis algumas descobertas que tenho feito.

Gritos

Gritar é péssimo, como muitas de vocês comentaram no meu último post sobre este assunto. Emília tem muitas características de um bebê sensível, e apesar de não se assustar facilmente com barulhos externos, palmas, fogos, e cornetas da copa, fica completamente transtornada quando eu grito no meio da mamada. Aí é muito difícil fazê-la voltar a mamar, como na história que eu contei. Mas o grito nem sempre é evitável. Parece que o impulso reflexo de gritar é mais rápido que o pensamento “não grite”, e não adianta ficar se culpando. É tentar resolver com calma.

Agitação. Algo de estranho está acontecendo...

Reparei que nas vezes que Emília me mordeu, algo de diferente estava acontecendo. A primeira vez foi dia de jogo do Brasil, e eu recebi muita gente aqui em casa. Nesse último episódio, estávamos na casa da minha mãe num almoço com mais de 20 pessoas. Com sua sensibilidade aguçada, ela percebe a agitação, e isso parece ter uma influência direta sobre a forma como ela mama.

Quando estamos em público, é normal ela mamar bem rápido e deixar meio peito pra trás. Não sei se ela quer participar das novidades ou se, de alguma forma, não se sente à vontade para mamar diante de muita gente. Sempre foi assim, mesmo antes de os dentes nascerem. Fora de casa, ela às vezes larga o seio muitas vezes, chora, fica visivelmente mais nervosa. Não é sempre assim, mas é comum.

Por outro lado, quando estamos só nós duas em casa, num ambiente tranquilo, e estou completamente dedicada a ela, ela mama muito melhor.

Para Emília, o ato de mamar é sagrado. Não é apenas o momento em que ela mata a fome. É um momento, eu diria que nosso, mas que na verdade é dela. Ela é quem diz quando, quanto e em que ritmo. Me reprova quando percebe que estou tratando de outros assuntos, solta o seio num sobressalto quando ouve passos, me consulta com os olhos bem abertos e com a mãozinha sobre meu peito se está tudo bem e se ela pode continuar.

Peito inteiro na boca

Quem já foi mordida talvez tenha tido o mesmo comportamento que eu: oferecer o seio com cautela, colocando só o mamilo na boca do bebê. Assim, se ele morder, fica fácil tirar sem se machucar.

Erro federal.

Observei que ela tende muito mais a morder se eu agir dessa forma. E ainda fica nervosa com essa brincadeira sem graça de tira peito, põe peito. O negócio é enfiar o máximo possível da mama dentro da boquinha dela, de preferência com toda a auréola, bem fundo. Isso sim, ativa o reflexo de sucção e não dá nem tempo de ela pensar em morder. E, se morder, pega a auréola, e não o mamilo – o que é menos grave.


Então é assim que estamos nos virando. Procuro ficar atenta ao que atrapalha as mamadas e busco respeitar minha bezerrinha de modo que esse nosso momento seja agradável e pleno. Tenho tentado dar a ela o máximo de carinho durante essa hora, buscar um lugar sossegado, ficarmos só nós duas quietinhas. Até beber água eu tenho evitado durante a mamada, tento matar a sede antes e depois. Ela se distrai com o movimento do copo. Se toca o telefone ou ela se assusta com algum ruído lá fora, converso com ela, digo que está tudo bem e assim continuamos.

E assim continuaremos, até quando ela não quiser mais.

sábado, 3 de julho de 2010

Eu quero ganhar esses lápis!!!

Eu queria muito, mas já que não posso, dou a dica pra vocês.

O blog Comer para Crescer, que eu amo adoro, tá com uma promoção deliciosa. O prêmio não é de comer, mas é melhor. Basta contar uma historinha sobre algum aperto que você tenha passado com seu(s) filho(s) em um restaurante e como contornou a situação pra concorrer a 8 kits da Faber Castell. Gentes, eu queria tanto, mas Emília ainda é tão santilda que não tenho nenhuma história pra contar.

Mas passem . Aqui uma amostra só pra ver como a promoção é apetitosa:



O Segredo do artista

Um kit que ajuda a produzir obras artísticas misturando e descobrindo as cores em diferentes texturas no papel. Contém 5 potes para o preparo das tintas, paleta de pintura, 4 cores de guache, 10 rótulos adesivos, 1 palito de madeira, 1 pacote de glitter prata, 15 folhas de sulfite, 2 rolos, 1 pincel.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Muito melhor

O Brasil não foi hexa. Mas depois do jogo, eu num mega mau humor, eis que Emília come TODA a papinha. Tudo bem que toda = duas colheres e meia, por aí. Mas ainda assim, muito melhor né?

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Valorizando a maternidade



Li o Manifesto pelas Mães, elaborado pelo Grupo Cria, e vim dar minha contribuição para a valorização da maternidade. Ninguém me pediu pra divulgar nada, e é de coração que escrevo aqui o que um movimento como este significa pra mim.

Não sou uma pessoa exatamente engajada. Muito antes pelo contrário. Ainda antes de virar mãe, eliminei das minhas leituras jornais e revistas, parei de ver filmes violentos e me refugiei no meu mundinho de romances e desenhos animados. Isso porque tudo foi ficando muito pesado, muito duro, e ao mesmo tempo eu fui ficando mais frágil e decidi que era melhor assim. Uma alienação inofensiva. Afinal, se você não vai fazer nada a respeito das notícias ruins, melhor será ignorá-las.
Até que nasceu este blog, enquanto Emília crescia dentro de mim e eu mesma me metamorfoseava nesta outra coisa: esta coisa mãe. E fui vendo muita gente se manifestando pelo bem de nossas crianças. Por uma maneira mais humana e saudável de gerar e parir um filho, pelo direito de as crianças serem crianças, sem se transformarem precocemente em máquinas de consumo ou em mini-adultos, pela possibilidade de nossos bebês receberem o melhor dos alimentos - o leite materno -, e seguirem sua jornada alimentar sem terem seu paladar viciado involuntariamente por maus hábitos que nós, adultos, trazemos pra dentro de casa. E fui me apaixonando por tudo isso.

Digo que me encontrei na maternidade. Descobri que nasci pra isso. Brinco dizendo que, por mim, ficava engravidando e parindo até a menopausa (é, talvez eu tenha nascido na época errada). E daí o que seria um engajamento, uma militância, virou naturalmente um diário de reflexões e desabafos. E hoje reflito sobre o papel das mães na sociedade.

A causa das mães não é uma causa particular. Não é própria, não é só das mães ou só dos filhos. É uma causa da família, que, por mais que muita gente tenha tentado diminuir, ainda é a base da sociedade. Li em algum lugar que reivindicamos um mundo melhor pros nossos filhos, mas muitas vezes esquecemos de legar filhos melhores pro nosso mundo.

Valorizar a maternidade não é uma atitude simplesmente feminista, que beneficia só as mulheres que deram à luz ou adotaram crianças. É valorizar os pais, os filhos, e este mundão que amanhã vai ser habitado por essas crianças de hoje - que na família vão encontrar a primeira base para se tornarem bons cidadãos. A criança amada, bem cuidada, que tem no lar sua segurança, tem muito mais chances de se tornar um adulto equilibrado. É menos violência, menos corrupção, menos violações aos direitos humanos. Enfim, pra mim, o único caminho pra fora do subdesenvolvimento.

E como valorizar as mães? Como bem diz a imagem aí em cima, certamente não é com uma rosa no dia das mães. A prorrogação da licença maternidade por mais 60 dias (projeto empresa cidadã, que, infelizmente, ainda não é adotado por todo o mercado), por exemplo, é uma medida.

Mas jogo algumas ideias um pouco mais ousadas, caso algum parlamentar caia aqui por acaso.

- direito à redução de jornada de trabalho de 40h para 20 a 35h/semanais, conforme a opção da mãe e com remuneração proporcional, após o término da licença maternidade. (Por que esse tudo ou nada? Por que ficamos muitas vezes forçadas a nos decidir entre passar o dia longe dos nossos filhos ou não trabalhar?).
- obrigatoriedade da presença de salas de ordenha em empresas que tenham um número mínimo de funcionárias em idade fértil.

Um dia a gente chega lá, se Deus quiser. Enquanto isso, a gente pede a Deus pra não enlouquecer.

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