sexta-feira, 31 de julho de 2009

Pequenos acidentes

Ontem o Rafael foi jogar futebol e, numa disputa de bola, caiu com a testa no chão (pra quem não acompanha este blog, Rafael não é meu filho, é meu marido). Chegou em casa tonto, com um galo gigante, uns 6cm de diâmetro e pelo menos meio de altura. Disse que quase não consegiu voltar dirigindo pra casa e que estava com ânsia de vômito.

Deitei-o no sofá, com um saco plástico devidamente posicionado ao seu lado para evitar acidentes, e dá-lhe gelo no galo! Inventei que tinha que ser 20min porque os médicos sempre mandam fazer compressas de 20min quando tenho torcicolo. Analogias de leigos.

Resolvi também limpar com água oxigenada um arranhão que ele ganhou na queda, não sem gritos de protesto: "Não aguento mais dor!"

Antes de ir pra cama, procurei alguma pomadinha que pudesse ajudar a nocautear o galo (eu pensando nele chegando no trabalho hoje com aquele farol vermelho na testa... mico total). Gelol acabou e ele é alérgico a Calminex. Peguei uma pomada anti-inflamatória que o médico receitou no meu último torcicolo e fui ler a bula: "contusões, traumas..." Voilà. Passei a pomada com cuidado (o galo estava mole no meio... medo!) e, hoje de manhã, ele já estava bem melhor, apresentável até. "Obrigado, amor, por me cuidar..."

Aí eu imaginei quando forem os bebês, e eu adiar meu sono para botar gelo na pancada, limpar o machucadinho, ler todas as bulas procurando alguma coisa que ajude a melhorar. E tranquilizar a pobre vítima, claro, porque o desespero só aumenta a dor. E a gente vê que até nesses momentos mais chatinhos o amor é uma delícia!

***

Só tenho um pouco de receio de exagerar nessas analogias marido/filho. Ontem de manhã, no telefone com o Rafael, eu disse: "Vá logo trabalhar, e não esqueça seu sanduíche." Jesuis!!

***

Minha irmã acabou de me falar que eu sou louca, que não tinha que ter passado pomada nenhuma e que tinha que ter levado o Rafael no hospital. Disse que isso é lesão com derrame e que podia ter acontecido algo grave. Que bom que Deus protege os tolos!

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Mais dele

Ele é meu fã número um. Acha lindo tudo o que escrevo e reclama se demoro para postar.

- Mas, amor, a blogosfera anda meio parada ultimamente, o pessoal está de férias... se eu escrever demais ninguém vai conseguir acompanhar.
- Mas eu sou dependente!

Ele começa a acessar o blog assim que chega do trabalho e fica entrando até aparecer um post novo.

Ele também é fã da minha barriga:

- Adoro barrigona!

E não reclama quando as formas – as de outras partes do corpo – começam a arredondar. Aqueles pneus nas laterais das costas, o quadril que já começa a pegar na camisola soltinha, a bunda que eu juro que conseguiu aumentar. Tudo lindo.

Não posso reclamar. É bom se sentir bonita e é bom ter o reconhecimento dos outros. Ninguém é totalmente seguro de si, por mais que pareça. Mas mesmo que ninguém me dê bola, que eu odeie tudo o que eu faça, que eu entre em crise sempre que meu corpo mostra mais uma mudança, ele está sempre lá, me achando linda.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Rapidinha

Conversando com a Lídia, uma das minhas irmãs:

eu - É tão estranho comprar roupas sem saber como o corpo vai estar daqui a uma semana, um mês, seis meses...
Lídia - Bem-vinda à minha adolescência.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Desencana!

Este também é para as treinantes.

“Quando desencanei, engravidei.” Já li muito isso por aí e não duvido que, em casos específicos, seja mesmo verdade. Mas não creio que haja uma relação milagrosa entre o estado tô-nem-aí e uma concepção bem sucedida. Da mesma forma, não acredito que a vontade de engravidar seja uma espécie de anticoncepcional natural.

Fico me perguntando exatamente em que consiste esse desencanar. Tudo bem, dá pra tentar colocar a cabeça em outras coisas, não calcular os períodos férteis, não dar a mínima pro muco, namorar quando der vontade. Mas não dá pra se desligar totalmente do fato de que você é uma pré-grávida, não sem ser irresponsável.

Como esquecer que você está tentando engravidar se todos os dias você toma aquela pastilhinha de ácido fólico? Ok, vamos fingir que aquilo é um anticoncepcional de uso contínuo (muita abstração pra minha cabeça, mas tem gente que consegue). Mas essa não é a única mudança na vida de quem está tentando engravidar.

Eu lutava boxe. Sempre me matriculei em pacotes trimestrais, pra ficar mais barato. Aí, na hora de renovar a matrícula, a dúvida: durante quanto tempo ainda estarei apta para um exercício de alto impacto? Logo que parei a pílula, decidi esperar acabar o trimestre já pago antes de mudar de atividade. Não renovei a matrícula e troquei o boxe pelas caminhadas. Tudo em função de uma futura gravidez.

E tem o álcool. Impossível esquecer que você pode estar grávida quando te oferecem uma taça de vinho, ou um choppinho. “Não, obrigada, não estou bebendo.” Alguns perguntam por quê, e você inventa qualquer história do tipo “estou fazendo desintoxicação alimentar” ou “estou tomando antibiótico”.

Outra coisa além do álcool são todas as porcarias que se deve começar a evitar logo que se suspende o anticoncepcional. Frituras, gorduras saturadas, corantes, conservantes... E o cuidado redobrado pra garantir todos os nutrientes necessários para um possível embrião.

Por isso digo que é impossível não estar nem aí. E também não acredito que quem “desencanou” estivesse completamente zen, sem nem pensar na gravidez. Tenho ainda outra teoria: normalmente, a concepção demora mesmo alguns meses para acontecer. No início, é natural que estejamos mais empolgadas com o projeto, pesquisando muito pra aprender sobre tudo aquilo que é tão novo pra nós (pelo menos quando se trata do primeiro filho). Depois, você se cansa de tanta informação e outras agendas vão aparecendo na nossa vida. Isso tem grandes chances de coincidir com o 5º, 6º, 9º mês de tentativas, quando a probabilidade acumulada de gravidez atinge valores mais altos. Assim, creio que essa associação entre estado zen e concepção possa ser, em muitos casos, mera coincidência.

Comigo foi assim: no primeiro mês, a expectativa era maior. Depois, passei a pensar nisso cada vez menos. Mas nunca esqueci que estava tentando engravidar, e não passei um dia sem pedir a Deus que se lembrasse de nós. Calculava direitinho os períodos pré e pós-ovulatório (quando é possível estar grávida sem saber) e, se liberasse uma tacinha de vinho, era só na primeira semana do ciclo. Fui adaptando minha vida para quando chegasse a tão esperada notícia, e não sei se cheguei a desencanar totalmente.

E aqui estou eu, grávida, depois do 2º mês de tentativas “sérias”. Então, se alguém te disser que você não engravidou ainda porque não desencanou, não se sinta culpada. Desencane!

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Eu tive um sonho...

Vou lhes contar: foi horrível. Meu bebê era bizarro. Pra começar, ele era mulatinho. Até aí, tudo bem. Tenho uma irmã e um cunhado mais bronzeadinhos, lindos, e tenho certeza que um dos meus rebentos não vai herdar toda a palidez da mãe e do pai. E o rosto era bonito também, os olhos amendoados, o nariz e a boca bem desenhados.

O problema eram os pelos. Muitos pelos, na cabeça, nas mãos, nos pés. A cabeça dele era toda coberta por uma camada grossa de pelos muito crespos, e grisalhos! Mas o pior eram os pelos nas costas das mãos. E eu pensando: se ele já é assim recém-nascido, imagine quando for adulto (me perdoe, Tony Ramos!). Mas não era só isso. Um dos pés era comprido demais e voltado pra baixo, e não pra frente. E não dobrava. Aquele bebê estranho já tentava me dizer algo sobre o pé; e eu só lembro que respondi algo do tipo: “A gente vai no médico consertar”.

Foi muito esquisito. Senti uma rejeição terrível por aquela criança e, com ela, a inevitável culpa. Esperei que fosse um sonho, e realmente era. Mais um dos muitos pesadelos relacionados à maternidade que já tive (já sonhei que tinha animais e me esquecia de alimentá-los ou que deixava meu bebê em cima da árvore).

De manhã, ele me diz: “Amor, você estava rangendo os dentes”. Normal, tenho bruxismo. E, já no carro, a caminho pro trabalho, me lembrei do sonho.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

ZzzzzZZZzzZZ

Para a alegria de uma grávida cheia de oscilações de humor, ganhei o sorteio do Kit Johnsons Hora do Sono no blog da Thaís! Muita gentileza dela encher a paciência da Johnsons pra ganhar mais um kit, bolar o sorteio e ainda enviar, por conta própria, o kit pelo correio. Muito fofa.

Mas como o assunto é sono, e como eu ainda não tenho um bebê fora de mim pra relatar qualquer história que seja, vamos ficar com o sono das grávidas.

Não quero falar muito de mim porque ainda não tenho nada muito interessante pra contar. Sempre fui muito sonolenta, como toda a minha família. Sábado e domingo à tarde são sagrados: soneca de 1h no mínimo, de preferência 2h. No início da gravidez, ficou um pouco pior. Bocejava a tarde toda no trabalho e às vezes caía na cama assim que voltava pra casa. Agora me sinto mais disposta. Mas sei que as coisas vão piorar, por isso vamos ao que interessa: soluções criativas para dormir fora de casa.

1) No banheiro
A irmã da Lu me contou que cochilava no banheiro do trabalho. Abaixava o tampo do vaso, sentava, encostava a cabeça na divisória e dava uma piscadinha de 5 minutos. Boa ideia, mas não pra mim, que não consigo dormir menos de meia hora e só pego no sono se estiver deitada.

2) Embaixo da mesa
Uma colega de trabalho, na primeira gestação, esperava a sala esvaziar e se metia debaixo da mesa para tirar aquele cochilo. Disse que ninguém nunca desconfiou, até ela confessar o crime já com o bebê nascido. Prós: é relativamente confortável, porque você fica deitada e é escurinho. Mas deitar no chão é meio nojento, mesmo que você forre com alguma coisa. Risco total de alergias.

3) No carro
Essa ideia é da mesma colega que dormia embaixo da mesa. Ela está na segunda gravidez, quase 8 meses, e foi flagrada por uma outra colega dormindo no estacionamento do trabalho, na hora do almoço. Achei genial: você pode deitar todo o banco da frente e dormir de ladinho ou, pras cotoquinhas como eu, se encolher confortavelmente no banco de trás.

Seria perfeito se ela não estivesse estacionada no sol. Apesar do inverno, está fazendo 30º em Brasília durante o dia, com o agravante da seca. Claro, ela deixou a porta aberta. Mas, claro, não é o suficiente para evitar um calorão. Preocupada com a possibilidade de ela passar mal, ofereci a chave do meu carro, que fica na garagem coberta. Ela gentilmente recusou, dizendo que estava tudo ótimo lá no sol. Ok.

Óbvio que contesto a sanidade da minha amiga. Mas, óbvio, vou aproveitar a ideia do carro pra quando o sono pegar mais pesado... e fresquinha, na sombra da garagem!

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Quando as roupas se tornam um problema

Quatorze semanas e um dia. Há duas semanas eu recebia, toda vaidosa, comentários sobre minha ausência de barriga e sobre como fulana ou cicrana estavam muito menos grávidas e muito mais gordas. Rá!

Eu sempre achei lindo barriga de grávida e queria que a minha aparecesse o quanto antes. Até achava engraçado essas grávidas que se orgulham de ter mantido a silhueta por meses. Mas basta acontecer com a gente, e tudo muda!

A gente quer adiar a barriga porque entre o tanquinho e a linda pança redonda existe um longo caminho não tão sexy. Acho que ainda não estou naquela fase em que as pessoas ficam na dúvida: “Será que ela está grávida? Será que eu pergunto?”. Como eu disse uns posts atrás, minha barriga ainda não desperta dúvidas: só parece chopp mesmo!

Mas não foi de barriga que vim falar aqui – apesar de a barriga ser a causadora de toda a crise: foi das roupas. Já no segundo mês, alguns jeans começaram a incomodar. Ninguém via barriga nenhuma (só o marido, que me conhece como ninguém!) e atribuíam minhas reclamações a uma das 5930 mil neuras que eu tenho. Mesmo assim, já aposentei umas 4 calças logo de cara.

No começo foi até legal. As limitações atiçam nossa criatividade. Desenterrei umas saias de cós baixo, uns vestidos, uns sapatos baixinhos, e apareci com umas combinações nunca antes experimentadas. Mas chega uma hora (principalmente quando a depilação expira e você está morrendo de preguiça de fazer outra) em que você quer usar calça mesmo. Ou pelo menos um short, uma bermuda, só pra poder sentar, digamos, mais à vontade. E lá fui eu fazer o balanço do guarda-roupa.

Domingo, na igreja, tentei uma bermuda que costumava ser confortável. Depois de poucos minutos sentada, deslizei discretamente os dedos por debaixo da blusa, desabotoei o cós e desci o zíper até a metade. Mais uma peça que entra de férias por tempo indeterminado (indeterminado porque depois tem o pós-parto, né?).

Ontem resolvi ser mais esperta. Peguei uma pantalona que estava encostada há um tempão por causa de uma manchinha no joelho. Vesti, conforto total. Pelo menos na frente do espelho. Problema: não dava pra usar com salto baixo. Ok, ainda posso subir no salto por uns meses. Escolhi uma sandália que eu vinha evitando por recomendações ortopédicas, pensando que não faria mal um diazinho da semana nas alturas. Pois o fracasso foi maior que no domingo. Além de ficar super incomodada com a sandália, que tinha um salto muito fino e não era firme no pé, a calça não compensou o desconforto. Larguinha nas pernas, pegou na barriga do mesmo jeito. O pior é que nem sempre dá pra notar como a roupa vai ficar desconfortável na hora de experimentar. Só depois de um tempo sentada é que a gente vê que aquela não dá mais.

Ainda não provei todas as minhas calças depois que a barriga começou a aparecer, mas a minha sensação é que vão sobrar só duas: uma blue jeans clássica da Levis, cós baixinho, que fica um pouco folgada (ou ficava, vamos ver), e uma de lavagem escura com stretch. A primeira, só pra eventos informais; pra trabalhar, nem pensar. A segunda é pau pra toda obra: skinny, dá com sapatilhas e rasteirinhas numa boa. E essa sim é conforto total. Problema: ela é só uma, e já está praticamente andando sozinha de tanto eu usar!

Mas por que você não compra roupas novas???? Sim, claro, vou comprar. Tenho de comprar. Mas sou pão dura e estava querendo adiar ao máximo esse momento... ó, céus!

Mas essa semana não dá. E hoje voltei pro vestido.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Do que a gente realmente precisa

Aqui estou de volta, de layout novo e a todo vapor!

No clima do post que escrevi duas semanas atrás sobre as inseguranças trazidas pela gravidez, conto uma história linda que sempre lembro quando percebo que estou me desesperando à toa. É sobre como uma colega minha de trabalho virou mãe. É um pouco longa, então peguem a pipoca.

Para quem sempre sonhou com a maternidade, ela casou tarde, com pouco menos de 40 anos. Mesmo assim, creu que era possível, e tentou desde o princípio. Os anos passaram devagar, e nada. Enquanto a menopausa não vinha, ela sempre teve esperanças. Fez exames, tomou remédios, descobriu que o marido também tinha problemas de fertilidade, e continuou tentando por um tempo. Um dia, olhou para os remédios e decidiu que não ia tomar mais. Assim, sem razão, ela simplesmente desistiu do tratamento.

Pouco tempo depois, veio a menopausa, e com ela, muitas lágrimas. Ela me conta que olhava as grávidas na rua e morria de inveja, sabendo que jamais passaria por aquilo. Durante esse período, ofereceram-lhe três crianças. Aquelas loucuras de mães que cismam que não vão dar conta, ou de um colega de trabalho que perguntava se ela não queria criar um bebê indesejado, fruto de uma traição. Quando lhe ofereceram o terceiro, ela pensou: “Meu Deus, isso não é normal. Deve ser um sinal.” E, naquele dia, decidiu que adotaria uma criança.

Convencer o marido, tradicional e machista, foi difícil. Ele não se conformava em ter sido incapaz de gerar um descendente. Mas acabou cedendo, e eles entraram com um processo de adoção.

Aí vem minha parte preferida. Essas coisas demoram muito mais que uma gestação, e o casal tem de seguir com a vida enquanto espera. O tempo foi passando e, um dia, toca o telefone:

- Temos um bebê para você.

Ela ficou completamente sem reação, porque há algum tempo não tinha notícias do processo. Desesperada, perguntou quanto tempo tinha para buscar a criança.

- Ele só pode ficar aqui mais um dia. Mas se você não estiver preparada, eu entendo. Você já é a sexta pessoa pra quem eu ligo e todas as outras disseram que não poderiam receber esse bebê agora.

Hesitou, passou as mãos pelo rosto, e respondeu com convicção:

- Não. Não ligue pra mais ninguém. Eu quero. Eu quero.

Desligou o telefone e tentou raciocinar. Não tinha nada, nem berço, nem roupas, nem fralda, nem mamadeira. Correu para um desses lojões do bebê (apesar de ter pós-graduação pela UnB, ela é humilde. Ocupa um cargo de nível médio no executivo, que paga o suficiente para uma vida digna, e só. O marido mal terminou o ensino médio e é vendedor) e comprou tudo o que achava que ia precisar. No dia seguinte, arrumou um carro para comprar as coisas mais volumosas.

Ela conta que era época de chuvas. As roupinhas tinham de estar todas limpas para a chegada do bebê, e ela não tinha secadora. Lavou tudo o que pôde, torcendo com a mão (também não tinha lavadora, só tanquinho), e pendurou aquelas roupas encharcadas, dizendo: “Ai meu Deus, isso nunca vai secar”. No dia seguinte, ela teria de buscar o menino – e vesti-lo, obviamente.

“Foi um milagre”, ela conta, com os olhos cheios d’água. “Secou tudo, tudo, não ficou nada nem úmido”. E assim, recebeu aquele bebezinho, nascido de 7 meses, recém saído da incubadora. Com ele nos braços, só pensava no que fazer a partir dali. Não sabia nem por onde começar. “E ele era tão pequenininho...”

Hoje ela tem quase 60 anos e um meninão enorme de 10, saudável, inteligente, educado, simpático e que, cá entre nós, é a cara da mãe.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Em obras

A Lídia, amiga de adolescência e designer, está trabalhando num novo layout pra este bloguinho. É um presente pro bebê, ela disse. Até amanhã deve estar pronto. Aguardem.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Dicas

Conheci pela rede uns blogs incríveis de mães que já viveram os primeiros desafios da maternidade e que trazem experiências e dicas super úteis para quem está começando essa caminhada. Aí fico toda invejosa: “Poxa, queria ter coisas práticas para passar pros outros.”

A verdade é que não sei nadica de nada. Não sei o que é um cueiro – já me explicaram várias vezes, mas eu sempre me esqueço (parênteses: quando ouço essa palavra, penso em coveiro, bueiro, tudo menos qualquer coisa relacionada a crianças. Ô palavra horrorosa!). Não sei segurar um bebê, não sei nem como manter uma criança viva, quem dirá feliz! Mas, não sabendo hoje, suponho que saberei quando for necessário. Cada coisa na sua hora. Então poderei ser chiquérrima, a mãe experiente cheia de dicas pra dar!

Por enquanto, a única experiência pela qual já passei foi a de tentar engravidar. Então, para aquelas que sonham com um bebê, deixo este texto que escrevi quando estava grávida, mas ainda não sabia. Não é bem uma dica (até porque a última coisa que quem quer engravidar precisa são conselhos), mas espero que agrade às futuras mamães.

O tempo de Deus

Conheci gente que engravidou sem querer. Conheci gente que engravidou quando quis. Conheci gente que engravidou normalmente, depois de uns meses de tentativa, e ainda ouvi dizerem a respeito: “nossa, como ela demorou!”. Conheci casais que engravidaram depois de uma longa espera, depois de vários exames invasivos e tratamentos. E conheci casais que nunca conseguiram engravidar. Uns adotaram, outros preferiram esperar, até desistirem completamente. Conheci mulheres que tiveram um, dois abortos. Conheci mulheres que tiveram gravidez ectópica. Tenho uma tia que teve um natimorto. E essa mesma tia foi mãe aos 38, e novamente aos 40. Tenho outra tia que foi mãe aos 42, e aos 44. E tenho mais outra que perdeu o útero ainda jovem. Minha sogra engravidou do meu cunhado mais novo usando DIU, quando ainda amamentava meu marido. Minha mãe engravidou aos 28 anos pouquíssimo tempo depois de casar, e teve quatro filhos.

Se você é mãe, ou está grávida, e, principalmente, se teve o privilégio de conceber rápido, sem ter de passar por preocupações, ajoelhe no chão e agradeça muito. Como eu faço agora. Essa coisinha é um milagre.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Promoção de livros infantis

Ainda dá tempo. A Cosac Naify está com 40% de desconto em vários títulos infanto-juvenis. É só hoje, eu já garanti os meus.

Ele

Ele está triste, não sabe o que é. Diz que não sabe. Eu sei que ele sabe. Faço pressão, insisto. Não sei, juro. Estou assim. Mas ele nunca vem me dizer que está triste sem saber a razão. Se vem me dizer que está triste, é porque quer conversar, claro, pra ver se juntos arrumamos algum jeito de a tristeza passar.

Deixo os minutos correrem, ele ao meu lado. Conversamos amenidades, preparamos juntos minha marmita do dia seguinte. Depois do banho, cama. E eu já tinha desistido de perguntar o que se passava.

- Acho que sei por que estou triste.

Diga. Por favor, diga, meu amor. É a distância. As coisas não estão como antes. É certo, não estão. Mas é uma fase, vai passar. Choramos? Não lembro se choramos. Mas nos aproximamos, disso me lembro.

Depois. Ele me diz que tem um presente. Você comprou? Não. Alguém deu pra nós? Não, não. Presente tem de comprar, é? Você fez! Ele fez, CD do coração volume 4. É para eu ouvir durante a gravidez, ele diz. Os dois primeiros CDs que ele montou foi quando morávamos longe. Depois veio o terceiro, numa época em que eu estava triste, triste. E agora esse. Algumas músicas estranhas, outras lindas. Ele diz:

Havin' my baby
What a lovely way of sayin' how much you love me


Consigo, finalmente, chorar um pouco; e a sensação é ótima.

Ele diz que adora tudo o que eu escrevo. E falo dele aqui, sem autorização, com um pouco de receio de tornar públicas coisas íntimas. Mas arrisco, esperando que seu amor o faça me achar linda agora, como ele costuma achar tantas vezes sem razão.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Se deixando levar

Hoje não queria escrever. Quero dizer, queria, mais que tudo. Mas o mundo me arrasta para coisas tão mais úteis, e tão menos importantes.

O trabalho, os aborrecimentos. Tentar estudar para mudar minha situação. Resolver coisas práticas. Tudo, menos se deixar sentir alguma emoção, boa ou má. Sentir um amor enorme pelo meu marido e pelo nosso filho – não apenas amar; sentir esse amor apertando cada câmara do coração. Deixar as lágrimas caírem. Sentir o medo do futuro. Não apenas ter medo, mas deixá-lo me abater completamente por alguns minutos, e despejar tudo sobre o marido, para depois poder dormir em paz. Sentir a alegria enorme que me trazem todas as dádivas que recebi. Não estar alegre, simplesmente, mas deixar essa alegria se transformar em perplexidade, abrir meus olhos para o milagre que está acontecendo agora.

Em vez disso, faço-me de séria e sorrio apenas cortesmente para os colegas de trabalho. E trabalho, porque foi isso que vim fazer aqui. O sonho fica pra amanhã, se Deus quiser.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Momento barriguinha

Semana passada eu estava me achando barriguda. E não era no bom sentido, do tipo “aaaah, que emoção, estou virando mãe”, mas algo mais como: “putz, acho que tô comendo demais”.

Daí eu fiquei em frente ao espelho, apalpando aquelas capas de banha. Meu marido, ainda na cama, entreabriu os olhos e viu a cena.

- Você está fazendo carinho no bebê?
- Não, estou checando minha pança.
- Fazendo carinho no bebê. Que linda. Tanto amor.

Ah... na gravidez é tudo tão poético!

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Bodas de pérola

Este domingo meus pais comemoraram 30 anos de casados. Nos reunimos em um almoço agradável e demos muita risada. Aqui vai uma historinha em homenagem a esse casal tão incrível.

++++

Minha irmã mais nova, quarto rebento, nasceu em 29 de junho de 1986. Era copa do mundo e o Brasil brigava pelo tetracampeonato. Seleção brasileira eliminada, e meu pai, quando a Bel nasce, dispara:

- O Brasil não foi tetra, mas eu fui!

Um tempo depois, Isabel chorando no berço. Minha vó não perde a oportunidade:

- É o tetra, Miranda!

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Narizinho arrebitado

O bebê é lindo!

Fui hoje fazer a translucência nucal e não tinha ideia do que me esperava. Eu sabia que, com 12 semanas, o bebê já tem bracinhos, dedinhos e tal, e que dava pra ver, mas eu não esperava que fosse tão perfeito!

Primeiro a médica disse que estavam normais coluna, coração, estômago, bexiga. Depois me mostrou as perninhas.

- Doutora, parece que tá ao contrário, tipo perna de pássaro.
- Parece, é? Não, é assim mesmo.
- Ele é tão magrinho, né? Acho que preciso comer mais...
- É, as pernas são magrinhas mesmo.

As mãos e os pés foram o ponto alto. Um, dois, três, quatro, cinco dedinhos! Que beleza! Ele abria e fechava a mão, coisa mais fofa. Então vi o bebê de outro ângulo, meio de lado, e aquelas pernas de pássaro lá atrás.

- Doutora, esse menino parece o Curupira! Os pés, parece que estão ao contrário!
- Meu Deus! Bebezinho, não liga, não. Sua mãe não quis dizer isso. Você é lindo!

A médica era uma fofa, e nessa hora deve ter pensando: “Cruzes, que mãe sem noção! Chamando o filho de Curupira!”. Mas que parecia, parecia.

Acho que a impressão de mãe malévola passou quando ela mostrou o perfil do bebê. Pirei! Ele tem o nariz arrebitado, gente!! É uma sensação! Lindo, lindo, lindo! Eu tenho um nariz de batata nada invejável e o Rafael tem um lindo nariz afilado de italiano. Mas arrebitado é o must dos musts, o que há de mais lindo em narizes.

Pois foi isso: 7 cm de pura gostosura, translucência normal e saúde de touro! E, não menos importante: um narizinho que é uma graça...

+++++

OBS.: Cheguei eufórica ao trabalho e comecei a mostrar as fotos do exame pra altas pessoas desconhecidas dentro do elevador: "Olha o nariz dele, que lindo!". Às vezes a gente perde completamente a noção, né?

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Sangramento nasal

Não fazia a menor ideia de que sangramentos nasais eram normais na gestação. Há algum tempo venho notando um pouco de sangue no lenço algumas vezes em que assoo o nariz. Apesar de isso não ser comum para mim, não dei bola, porque era muito pouco e não era sempre.

Mas ontem foi demais. Passei o lenço e veio uma gotona de sangue viscoso. Continuei passando, sempre saindo um pouquinho. Sujei dois lenços até concluir que o nariz estava suficientemente limpo. Nada assustador, daquele sangão úmido e vermelho; parecia mais quando um machucadinho em cicatrização abre um pouco. Mas foi o máximo de sangue que já saiu de uma narina minha.

Pois bem. Um pouco preocupada, resolvi pesquisar na internet e descobri que, de fato, isso é perfeitamente comum na gravidez. Olha o que diz o site Babycenter:

Os sangramentos nasais são inconvenientes, incômodos e podem colocá-la em situações desagradáveis, mas não passam de mais um sintoma normal da gravidez. Como seu fluxo de sangue aumenta muito, as veias delicadas do nariz ficam sobrecarregadas. As membranas da narina também podem inchar e secar, especialmente no inverno ou em climas muito secos. Essas mudanças podem fazer as veias se romperem com facilidade, provocando o sangramento.

Tudo agora faz sentido, ainda mais considerando que estamos em Brasília, em pleno mês de julho, com a seca chegando com força.

Diz que o melhor a fazer para lidar com o problema é pressionar com o dedo a narina que está sangrando e não deitar ou colocar a cabeça para trás. Em todo caso, na minha próxima consulta com a obstetra vou mencionar o caso, só para garantir que está tudo bem.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

E agora?

Quanto mais passeio por blogs de mães, mais desesperada fico com a quantidade de informação. Não são informações desnecessárias: são relatos de situações reais que envolvem toda criança. Vestir, trocar, botar para dormir, alimentar, viajar com um bebê. Aí tem os mil itens que jamais existiram na minha casa, alguns cujos nomes eu desconheço, e que eu nunca podia imaginar que seriam necessários. Quando penso em bebê, penso: berço, roupinhas, fralda, penico. Pronto. E aí tenho certeza que vai ser tudo um grande desastre.

Por um lado, sinto vontade de pesquisar mais, comprar uns livros, fazer aqueles cursos de mãe, trocar ideias com outras mães. Por outro, acho que tudo vai dar certo na hora e que a intuição vai falar mais alto.

A gente decide ser mãe pela fé. Por melhores que sejam nossas condições – marido, casa própria, emprego estável, licença maternidade –, sempre há uma incerteza quanto ao futuro.

Eu, por exemplo, não faço a menor ideia do que vou fazer quando acabar minha licença maternidade. Trabalho 8h por dia e tenho fobia de babá, empregada, ou qualquer pessoa que viva na minha casa mais de dois dias por semana. Os planos iniciais são creche integral e diarista. Mas e quando a criança ficar doente e não puder ir à creche? Minha mãe já avisou: “Não me venha trazer menino doente! Eu odeio doença!” A verdade é que não sei.

E ainda tem os meus sonhos profissionais. Eu queria fazer mestrado, virar uma tradutora de verdade e arrumar um emprego de 6 ou 7h. No meu mundo ideal, eu teria filhos no seguinte cenário: mestre, tradutora juramentada, trabalhando feliz em casa. E, claro, com os meus mesmos 27 anos (se fosse 26, melhor ainda). Mas o cenário nunca vai ser o ideal, então a gente tem de meter as caras mesmo.

Quem é cristão conhece aquela história em que Pedro, a convite de Jesus, anda sobre as águas. Minha irmã lembrou essa imagem ontem e eu acho que ela se aplica perfeitamente à maternidade. Você olha racionalmente e tem certeza que não dá, que vai afundar. Mas, pela fé, você mete o pé na água e anda.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Preferencial

Grávida sem barriga. Entrar ou não entrar na preferencial? Eis a questão. No comecinho da gestação, preferi continuar a vida normal, até porque como não sentia mal estar nenhum, não me achava menos capacitada a esperar que os demais. E ainda tinha o Rafael que dizia: “Mas esse negócio de preferencial é pra qualquer grávida ou só pra grávida com barriga?” Sem comentários, né?

Enfim. Semana passada, como já disse, tive dois contratempos médicos: um torcicolo e, em seguida, uma provável virose que me trouxe febre e dores no corpo. O pronto-socorro foi indispensável – no primeiro caso, porque meu ortopedista só poderia me atender uma semana depois e, no segundo, porque era domingo. E hospital vocês já sabem: mesmo particular, o básico é esperar 1h. E eu já fui determinada: desta vez, não vou esperar.

Primeira visita ao pronto-socorro, terça de manhã. Cheguei já encoleirada (leia-se: usando o colar cervical) e com uma blusa soltinha. Olhei os guichês de atendimento e fiquei procurando a fila preferencial. “Posso ajudar?”, disse uma mocinha simpática. O hospital tinha mudado o esquema de senhas e trocado aquele rolo mecânico por uma máquina digital. Ou seja, nada mais de senha para os mortais e fila para atendimento preferencial: agora havia senhas específicas para cada caso. Muito mais adequado do que aquela farofa de gente na fila, velhinhos, pessoas de muleta, grávidas barrigudas e famílias com uma penca de crianças chorando no colo, todos esperando atendimento em pé. Nesses casos, às vezes é até preferível pegar uma senha normal e esperar sentadinho. “Atendimento para gestante, por favor”, respondi. Imaginei que a moça ia me olhar torto, de repente pedir um comprovante da gestação, mas nada. Tirou na hora a senha preferencial e eu fui sentar-me confortavelmente na sala de espera. Depois de um ou dois minutos, fui chamada ao guichê. Aaaaaah, que maravilha! Primeira experiência com atendimento preferencial, nota dez! No domingo, quando voltei ao pronto-socorro, foi igualmente tranqüilo, até porque eu já conhecia o esquema.

Agora que eu estava me sentido super preferencial, resolvi finalmente pedir uma credencial para usar as vagas especiais no estacionamento do meu trabalho. Normalmente eu não preciso disso, porque chego cedo e sempre acho boas vagas. Mas sexta que vem vou fazer um ultrassom de manhã e não faço a menor ideia se haverá vagas quando eu chegar. Consultei a Gerência de Logística para confirmar se havia de fato vagas reservadas para gestantes e fui fazer meu cadastro. Levei meu Beta para provar o que minha barriga não podia provar, mas não foi necessário. Recebi na hora um papelão azul plastificado com o desenho de um bonequinho com muletas... Grávida, manca, quem se importa?

Sei que muitas grávidas têm péssimas experiências de atendimento preferencial pra contar, mas até agora acho que me dei bem por um motivo: quando vejo que o lugar é zoneado, tipo não tem senhas específicas pra cada caso, já nem me arrisco. Talvez, quando tiver alguma barriga, eu me arrisque. Aí conto pra vocês.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Sobre uma mãe doente

Um suadouro sem fim. Deve ser a febre passando. Tenho frio, coloco o casaco. Depois, um calor insuportável, e o casaco tem de sair depressa. As dores no corpo ainda me deixam mole, com vontade de chorar.

Quando se está grávida, é difícil sabe o que é o quê. Se as emoções são fruto dos hormônios ou de algum vírus. Se foram os hormônios que deixaram o vírus entrar, se foi o vírus que desregulou os hormônios. Ou se é um vírus mesmo que está causando tudo isso.

E a preocupação com o bebê. Qualquer espirro, qualquer palpitação, e a dúvida se o bebezinho também não está dodoi.

Esse negócio de carregar um embrião no ventre é muita responsabilidade. Eu sei, deve ser só uma prévia do que vem depois. Mas antes eu podia encher a cara, comer porcarias, ficar sem comer, malhar até sentir dores no corpo inteiro, ficar sem malhar, e eu só prejudicava a mim mesma. Agora, até quando gripo me sinto culpada. “Ai, meu Deus; e se estragar o bebê?”

E fora os comentários, que, tão cedo, já começaram a aparecer. Como tenho RH negativo e meu marido tem RH positivo, há toda uma lista de preocupações e cuidados. Mas por esta eu não esperava. Alguém cuja identidade eu prefiro preservar recomendou: “Não tenha mais de dois filhos, senão o terceiro nasce mongol!”

Eu mereço?

Dodoi

Tão novinho este blog e já abandonado por tanto tempo...

Primeiro foi um torcicolo, minha doença crônica. Depois, um fim de semana de molho, com febre e dores no corpo. Ainda estou molinha, trabalhando a duras penas. (Sem contar que ainda lasquei meu dente e essa semana tenho de ir ao dentista consertá-lo! E como eu odeio dentista...).

Enfim, o raciocínio, a criatividade e a disposição pra postar qualquer coisa que seja foram pro buraco. Vou retornando aos poucos.

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